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A outra - Mary Kubica

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à noite em que ela tentara roubar a própria filha.

— Tirar uma criança da mãe… — começo, deixando

minha voz sumir.

Tirar um filho de sua mãe é motivo para matar. Mas não

digo isso. Digo:

— Se alguém se pusesse entre mim e meus filhos, eu

ficaria fora de mim.

Je rey é resoluto:

— Courtney não é assassina — diz. — E as ameaças que

Morgan recebeu eram…

Mas ele para por aí, incapaz de expressar em palavras

quais eram exatamente as ameaças.

— O que diziam os bilhetes? — pergunto, hesitante.

Não sei bem se quero saber.

Je rey diz que foram três bilhetes. Ele não sabe quando

chegaram, mas tem suas suposições. Ele vira Morgan ir até a

caixa de correspondência certa tarde. Era um sábado, há

mais ou menos um mês. Ele estava em casa, olhando pela

janela enquanto Morgan descia.

— Eu tinha o hábito de ficar olhando para Morgan sem

que ela soubesse — confessa. — É que ela era tão bonita! Era

fácil fazer isso — diz ele, sorrindo nostalgicamente ao

recordar sua esposa. — Era um deleite para os olhos. De

todos.

E me lembro de que o policial Berg disse que os homens

da cidade olhavam para ela. Que Will olhava para ela.

— Sim — respondo —, ela era adorável.

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