30.04.2023 Views

A outra - Mary Kubica

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Já em meu quintal, olho para meu celular. Está morrendo.

A bateria está em dois por cento. Ligo para o policial Berg.

Ele poderá procurar impressões digitais e descobrir quem

esteve lá. Se Deus quiser, encontrará o assassino de Morgan.

Tenho um ou dois minutos, na melhor das hipóteses, antes

que o telefone morra. Minha ligação cai na caixa postal.

Deixo uma mensagem rápida. Peço que ele me ligue. Mas

não digo por quê.

Antes que eu possa terminar a ligação, meu celular

morre.

Jogo-o no bolso do casaco. Atravesso a entrada e sigo em

direção à varanda. De fora, a casa está escura. Will se

esqueceu de deixar a luz da varanda acesa para mim. Há

luzes acesas dentro, mas não consigo ver os meninos daqui.

Há calor na casa; ele sai pelas aberturas, cinza contra a

escuridão da noite. Aqui fora está ventando e faz frio. O

vento sopra a neve que caiu nos últimos dias, formando

montes nas calçadas e ruas. O céu está limpo. Não há ameaça

de neve esta noite, mas os meteorologistas estão

enlouquecidos por causa de uma tempestade que chegará

amanhã. A primeira tempestade substancial da estação.

Um barulho me assusta. É um som agudo, meio

dissonante. Estou a menos de três metros da varanda

quando o ouço. Volto-me e, a princípio, não o vejo, porque

seu corpo está bloqueado por uma árvore enorme. Mas ele dá

um passo à frente, para longe da árvore, e o vejo andando

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!