30.04.2023 Views

A outra - Mary Kubica

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

não havia acordado Mamãe Falsa. Porque, se Mamãe Falsa

estivesse no corredor, ela veria Mouse.

Mouse contou até trezentos em sua cabeça. E, então,

contou mais trezentos.

Só então resolveu sair. Mas Mouse não deu descarga por

medo do barulho que faria. Ela deixou tudo dentro do vaso

sanitário, a urina, o papel higiênico, tudo.

Ela abriu a porta do banheiro. Deslizou de volta para o

corredor, grata por encontrar a porta do quarto ainda

fechada.

Na cozinha, Mouse pegou alguns biscoitos amanteigados

Salerno no armário e um copo de leite na geladeira. Lavou o

copo e o colocou no escorredor para secar. Recolheu as

migalhas dos biscoitos com a mão e as jogou no lixo. Porque

Mamãe Falsa também havia dito: Você se comporte quando

estou aqui, sua roedorazinha, e Mouse queria fazer o que ela

mandava. Fez tudo em silêncio.

Mouse subiu os degraus.

Mas, no caminho, seu nariz começou a coçar.

A pobre Mouse tentara tanto não fazer barulho… mas o

espirro é um reflexo, dessas coisas que acontecem sozinhas,

como o arco-íris e a lua cheia. Uma vez iniciado, não havia

como parar o espirro, embora Mouse tentasse. Ah, como

Mouse tentou! Ali, na escada, ela colocou as mãos em volta

do nariz; beliscou a ponta do nariz; levou a língua ao céu da

boca, prendeu a respiração e implorou a Deus que o

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!