30.04.2023 Views

A outra - Mary Kubica

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

não a pudesse ver. Se Mamãe Falsa estivesse dormindo,

decidiu Mouse, não a veria lá embaixo; a menos que pudesse

ver com os olhos fechados. Assim, Mouse não estava

violando nenhuma regra.

Mouse abriu a porta do quarto, que rangeu. Ela gelou por

dentro, imaginando se isso seria suficiente para acordar

Mamãe Falsa. Contou até cinquenta em sua cabeça e, quando

viu que a casa continuava em silêncio, sem sinal de Mamãe

Falsa acordando, saiu.

Mouse desceu os degraus. Atravessou a sala. Foi na ponta

dos pés até a cozinha. Bem perto da cozinha havia um

corredor que desviava para o quarto onde estava Mamãe

Falsa. Mouse espiou pela esquina, tentando dar uma olhada

na porta, grata por encontrá-la totalmente fechada.

Mouse precisava mais fazer xixi que comer. Foi primeiro

ao banheiro. Mas o banheiro ficava a poucos metros do

quarto de seu pai e Mamãe Falsa, e isso assustou Mouse. Ela

foi de meias, arrastando os pés até a porta do banheiro,

tentando não os levantar do chão.

A casa estava escura. Não totalmente escura, mas Mouse

precisava tatear as paredes com as pontas dos dedos para

não esbarrar em nada. Mouse não tinha medo do escuro; era

o tipo de criança que não tinha medo de nada, porque

sempre se sentira segura em sua casa. Pelo menos, antes de

Mamãe Falsa chegar. Agora ela não se sentia mais segura – e

a escuridão era a menor de suas preocupações.

Mouse conseguiu chegar ao banheiro.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!