30.04.2023 Views

A outra - Mary Kubica

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

daquele jeito, e também assustada. Ninguém nunca havia

falado com Mouse assim, nem a tocado assim, e ela não

gostou. Isso fez uma gota de xixi se esgueirar de dentro dela

e deslizar por uma das pernas, onde foi absorvida pelo tecido

de sua calça.

Mamãe Falsa riu quando viu o pequeno lábio trêmulo de

Mouse e as lágrimas em seus olhos. O que vai fazer, chorar

como um bebê?, perguntou. Bem, isso não é muito bonito, disse.

Você é uma bebê chorona atrevida. Que oximoro!, e riu. Embora

Mouse soubesse muitas coisas, ela não conhecia a palavra

oximoro; mas conhecia a palavra moron, que significava

idiota, porque ouvia crianças se xingando na escola. Então,

Mouse pensou que Mamãe Falsa a chamara de idiota – o que

não foi a coisa mais cruel que ela fez naquele dia.

Mamãe Falsa mandou Mouse ir para algum lugar onde ela

não a pudesse ver, porque estava cansada de olhar para seu

rosto atrevido e chorão. E não volte até que eu diga que pode

voltar, disse.

Mouse levou seu urso tristemente até o quarto e fechou a

porta com delicadeza. Deitou Sr. Urso na cama e cantarolou

uma canção de ninar no ouvido dele. Então, deitou-se ao

lado dele e chorou.

Mouse sabia que não contaria ao pai o que Mamãe Falsa

havia dito e feito. Não contaria nem para sua mãe

verdadeira. Ela não era de fazer fofoca, e sabia quanto seu

pai amava Mamãe Falsa. Ela via isso nos olhos dele toda vez

que ele olhava para ela. Mouse não queria magoá-lo. Porque

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!