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A outra - Mary Kubica

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havia deixado passar nada, mas acontece que deixei. Porque,

quando eu estava falando com Emma, vi a mesma coisa que

você acabou de me mostrar. E perguntei a Emma, dra. Foust,

só pra ter certeza. Porque todo mundo comete erros, não é?

— Não sei o que quer dizer com isso.

Mas sinto meu corpo tenso. Minha ousadia está

começando a diminuir.

— Eu queria ter certeza de que o cronograma não havia

sido alterado. Então, perguntei a Emma. Era um tiro no

escuro, claro, esperar que ela se lembrasse de uma coisa que

aconteceu há uma ou duas semanas. Só que ela lembrou,

porque aquele dia foi único. A filha de Emma passou mal na

escola e ela precisava ir buscá-la. Infecção intestinal — diz

ele. — Ela vomitou no recreio. Emma é mãe solteira, você

sabe; ela precisava ir. Só que o que ela lembra é que aquele

dia foi um tumulto aqui na clínica. Havia um monte de

pacientes esperando para ser atendidos. Ela não pôde sair.

Eu me levanto.

— Isso basicamente descreve todos os dias aqui, policial.

Atendemos a quase todo mundo que mora aqui na ilha. Isso

sem falar que estamos em plena temporada de gripe. Não sei

por que isso seria único.

— Porque naquele dia, dra. Foust — diz ele —, embora

seu nome estivesse no cronograma, você não ficou aqui o dia

inteiro. Há uma lacuna no meio, e nem Joyce, nem Emma

sabem explicar seu paradeiro. O que Emma recorda é que

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