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A outra - Mary Kubica

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Pus o telefone de volta no gancho. Deixei meu ensopado

onde estava. Passei as mãos pela bancada. Abri e fechei

gavetas, mexi nos botões do fogão a gás.

Girei o botão, ignorei a válvula de ignição.

Não demorou muito para que o cheiro de gás chegasse a

meu nariz.

Fui para a sala, coloquei os dedos nas fotografias, sentei

no sofá, toquei piano.

Virei e fui em direção às escadas, segurei o corrimão,

subi. Os degraus eram de madeira, afundados no meio. Eram

velhos, tão velhos quanto a casa.

Andei pelo corredor, olhei em cada quarto.

Não demorou muito para eu descobrir qual quarto era

dele.

A cama era larga. Havia uma calça pendurada na borda de

um cesto de roupa suja. Dentro, camisas, meias e sutiãs.

Mexi no laço do sutiã, joguei-o de volta no cesto e vasculhei

até encontrar um suéter. Era de lã marrom, um cardigã feio

e puído, mas quente. Coloquei meus braços nele, passei os

dedos pelas nervuras, toquei os botões. Enfiei as mãos nos

grandes bolsos, dei uma voltinha.

Fui até a cômoda de Sadie, onde suas joias estavam

penduradas. Coloquei um colar no pescoço, enfiei uma

pulseira no pulso. Abri uma gaveta, encontrei maquiagem.

Fiquei me olhando no espelho enquanto passava pó no nariz,

enquanto passava seu blush em minhas bochechas.

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