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A outra - Mary Kubica

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Will foi criado na costa atlântica, não muito longe de

onde vivemos agora. Ele se transferiu de faculdade no

segundo ano, deixando a Costa Leste e indo estudar em

Chicago. Com a morte de Erin e do padrasto, Will me disse

que não aguentava mais ficar aqui, que teve que ir embora.

Pouco depois, sua mãe se casou pela terceira vez (cedo

demais, na opinião de Will; ela é o tipo de mulher que não

consegue ficar sozinha) e se mudou para o sul. Seu irmão

ingressou na Peace Corps e agora mora em Camarões. Aí

Alice morreu, e Will não tem mais família na Costa Leste.

Erin e Will eram namoradinhos de escola. Ele nunca usou

esse termo quando me contou sobre ela porque era

sentimental demais, muito doce. Mas eles eram.

Namoradinhos de escola. Erin tinha dezenove anos quando

morreu; ele havia acabado de completar vinte. Estavam

juntos desde os quinze anos dela e dezesseis dele. Do jeito

que Will conta, Erin, que estava de volta da faculdade para o

feriado de Natal – Will fez faculdade comunitária nos

primeiros dois anos –, ficou desaparecida durante uma noite

até que seu corpo foi encontrado. Ela deveria buscá-lo às

seis para jantar, mas não apareceu. Às seis e meia, Will

começou a ficar preocupado. Perto das sete, ele ligou para os

pais dela, para os amigos. Ninguém sabia onde ela estava.

Por volta das oito horas, os pais de Erin ligaram para a

polícia. Mas Erin havia saído só duas horas antes, e a polícia

não teve pressa em mobilizar uma busca. Era inverno; havia

nevado, e as estradas estavam escorregadias. Houve muitos

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