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A outra - Mary Kubica

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— Você não disse nada.

— Você não acha que, se eu tivesse ido a sua escola hoje,

teria falado com você?

Tate explica que eu estava do outro lado da cerca do

parquinho, observando as crianças no recreio. Perguntei o

que eu estava vestindo, e ele disse que meu casaco preto e

meu gorro preto – que é exatamente o que eu usaria. É o que

ele me vê vestir sempre, mas praticamente não há uma

mulher na cidade que não use casaco e gorro pretos.

— Deve ter sido a mãe de outra pessoa, Tate — digo.

Mas ele só me olha, sem dizer nada.

Acho preocupante a ideia de qualquer mulher ficar parada

perto do parquinho observando as crianças. Pergunto-me se

a escola é segura, especialmente quando as crianças estão no

recreio. Quantos professores estão de plantão no recreio? A

cerca fica trancada ou alguém pode abrir o portão e entrar? A

escola parece segura quando as crianças estão dentro, mas a

parte externa é outra questão.

Will bagunça os cabelos de Tate e diz:

— Acho que está na hora de checarmos essa sua visão.

Mudo de assunto:

— O que você tem aí? — pergunto.

Nas mãos, Tate orgulhosamente segura um bonequinho

que montou no evento da biblioteca. Mostra-o para mim e

depois sobe na cama para me dar um beijo de boa-noite, a

pedido de Will. Ele o leva para seu quarto, onde lê uma

história para Tate e o cobre de maneira bem aconchegante,

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