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A outra - Mary Kubica

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roupas imundas e dizia: Você acha que eu ia vestir essa sua

blusa feia?

Porque, além de tudo, ela era má.

Eu coloquei uma tranca na porta de meu quarto, mas isso

não a impediu.

De alguma maneira, ela arranjou um jeito de entrar. Eu

chegava em casa e encontrava minha porta aberta, minhas

coisas reviradas.

Eu não queria viver assim.

Eu me ofereci para sair e deixá-la com o apartamento. Ela

ficou furiosa, a ponto de ser combativa. Algo nela me

assustou. Ela não podia bancar o apartamento sozinha,

disse, fervendo de raiva. Falou em minha cara que eu era

louca, que eu era psicopata.

Eu mantive a calma. Não entrei na dela.

Eu poderia dizer o mesmo de você, disse eu calmamente.

No final, ela saiu. Foi o melhor, visto que eu havia

conhecido Will recentemente e precisava de um lugar onde

pudéssemos ficar. Mesmo depois, eu tinha minhas suspeitas

de que ela ainda entrava e mexia em minhas coisas. Ela me

devolveu a chave, mas isso não significa que primeiro não a

levou ao chaveiro e fez uma cópia. Acabei trocando a

fechadura. Disse a mim mesma que isso a deteria. Que, se eu

achava que ela ainda estava entrando, era só paranoia

minha.

Mesmo assim, não foi o fim. Porque eu a vi há cerca de

seis meses, passei por ela na rua, não muito longe de minha

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