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A outra - Mary Kubica

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a garota, e sua voz era tão bonita quanto seu rosto. Mouse

não disse nada.

A mulher soltou a mão do pai de Mouse. Avançou,

abaixando-se à altura da garota. Ela estendeu a mesma mão

fina para Mouse, mas a garota não sabia o que fazer, de

modo que só ficou olhando para aquela mão ossuda sem

fazer nada.

Então, Mouse se deu conta de que o ar estava diferente

aquela noite, mais denso, mais difícil de respirar.

Seu pai disse: Não seja mal-educada. Diga olá, aperte a mão

dela, e Mouse o fez, murmurando um fraco olá e deslizando

sua mão minúscula dentro da mão da mulher.

O pai de Mouse deu meia-volta e correu para fora de

novo. A mulher foi atrás.

Mouse observou em silêncio, pela janela, enquanto o pai

tirava do porta-malas as coisas da mulher. Tantas coisas que

Mouse não sabia o que fazer com tudo aquilo.

Quando eles voltaram para dentro, a mulher tirou uma

barra de chocolate de dentro de sua bolsa e a entregou à

garota. Seu pai disse que chocolate é seu doce favorito, disse ela.

E era; perdia apenas para os biscoitos amanteigados Di

Salerno. Mas chocolate era um prêmio de consolação. Ela

preferia um cachorrinho. Mas sabia que não devia dizer isso.

Mouse pensou em perguntar à mulher quando ela iria

embora, mas sabia que era melhor não perguntar isso, de

modo que pegou a barra de chocolate da mão da mulher.

Segurou-a com suas mãos suadas, e o sentiu amolecer

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