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A outra - Mary Kubica

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tinha, ou talvez ela e Will tivessem uma conexão que fosse

além do sexo, um desejo comum de salvar o mundo.

Nesse caso, acho que ela o chamava de professor Foust.

Nunca perguntei a Will como ela era. Eu queria, mas, ao

mesmo tempo, não queria saber. No fim, decidi que a

ignorância é uma bênção e nunca perguntei. Afinal, ele teria

mentido de qualquer maneira; e me disse que não havia

outra mulher, que só havia eu.

Se não fosse pelos meninos, nosso casamento poderia ter

acabado em divórcio depois do caso. Sugeri isso uma vez,

que talvez Will e eu ficássemos melhor se nos

divorciássemos, que seria melhor para os meninos.

— Deus, não — disse Will quando eu sugeri. — Sadie,

não. Você disse que isso nunca aconteceria conosco. Que

ficaríamos juntos para sempre, que você nunca me deixaria.

Se eu disse isso, não me lembrava. De qualquer maneira,

esse é o tipo de bobagem que as pessoas dizem quando se

apaixonam; não sobrevive ao casamento.

Uma pequena parte de mim me culpava pelo caso,

acreditava que eu havia empurrado Will para os braços de

outra mulher por meu jeito de ser. Pus a culpa em minha

profissão, que exige que eu seja desapegada. Esse desapego,

essa ausência de envolvimento emocional, às vezes chega ao

nosso casamento. Intimidade e vulnerabilidade não são meu

ponto forte, nunca foram. Will achava que poderia me

mudar, mas ele estava errado.

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