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A outra - Mary Kubica

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— O marrom — digo. — O cardigã, aquele que era de

Alice.

Will diz que não o viu. Ele não gosta desse suéter. Sempre

achou estranho que eu quisesse ficar com ele. Onde arranjou

isso?, perguntou na primeira vez que apareci com ele.

No armário, em cima, eu disse. Deve ser da sua irmã.

É mesmo?, disse ele. Você não acha meio mórbido usar roupa

de uma pessoa morta?

Mas, antes que eu pudesse responder, Tate perguntou o

que significava mórbido e eu saí da sala para evitar essa

conversa, deixando que Will explicasse.

Encontro outro suéter entre a roupa limpa e o visto por

cima da blusa. Will está sentado, olhando, enquanto eu

acabo de me vestir. Depois, ele se levanta da cama e vem até

mim. Passa os braços em volta de minha cintura e me diz

para eu não me preocupar com Jessica. Ele se inclina e

sussurra em meu ouvido:

— Ela não tem chance perto de você.

Em uma péssima tentativa de fazer graça, ele diz que

Jessica é uma baranga, que toma banho com pouca

frequência, que lhe falta metade dos dentes, que cospe

quando fala.

Forço um sorriso.

— Parece adorável — digo.

Mas ainda me pergunto por que eles precisam ir juntos,

por que não podem se encontrar na biblioteca.

Will se aproxima mais de mim e sussurra em meu ouvido:

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