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A outra - Mary Kubica

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homens estranhos em minha casa. Homens estranhos que

nem eu nem Will conhecemos.

Meu pensamento seguinte é: como sabemos que esse

homem da caldeira não é um assassino? Isso não parece

improvável, levando em conta o que aconteceu com Morgan.

O porão é pequeno. As paredes e o piso são de concreto. É

mal iluminado, tem só uma fileira de lâmpadas penduradas.

Ao me aproximar do último degrau, sinto medo do que

vou encontrar. O homem da caldeira machucando Will. Meus

batimentos cardíacos disparam. Praguejo por não ter

pensado em levar algo para me proteger; para proteger Will.

Mas ainda estou com minha bolsa e, dentro dela, meu

celular. Já é alguma coisa. Posso pedir ajuda, se necessário.

Entro, com o celular na mão.

Meus pés tocam o último degrau. Viro-me

cautelosamente. Nada é como eu esperava.

Will está espremendo o homem da caldeira contra a

parede. Está a centímetros dele, de uma maneira que só pode

ser vista como ameaçadora. Will não o está segurando – a

coisa ainda não é física –, mas, por sua proximidade, é

evidente que o homem não pode sair. Ele fica parado,

aquiescente, enquanto Will o chama de parasita oportunista.

O rosto de Will está vermelho; as veias de seu pescoço

inchadas.

Ele se aproxima ainda mais do homem, que se encolhe.

Will põe o dedo no peito dele. Um segundo depois, pega-o

pelo colarinho da camisa e lhe dá uma bronca:

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