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A outra - Mary Kubica

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Não foi Morgan que acabou com o casamento; já estava mal.

A relação deles sempre foi volátil: duas pessoas de opiniões

similares que entravam em choque constantemente. O que

Morgan dissera a ela nos primeiros dias do caso foi que

Je rey e Courtney eram teimosos e impulsivos. A conduta de

Morgan, por outro lado, era mais adequada para Je rey.

Volto para Je rey e sua ex. A conversa entre eles é

acalorada e breve. Ela diz algo, dá meia-volta e sai.

Acho que acabou.

Observo Je rey se voltar para o próximo da fila. Ele força

um sorriso e estende a mão.

As mulheres ao meu lado voltam a fofocar. Eu escuto,

mas mantenho os olhos em Je rey. Susan e Karen estão

conversando sobre Morgan e Je rey. Sobre o casamento

deles. Amor verdadeiro, ouço; mas, pela expressão no rosto

dele – desinteressada, desapaixonada –, não vejo isso. Mas

talvez seja uma forma de autopreservação. Ele vai chorar

mais tarde, em particular, quando todo mundo for embora.

— Não há como deter o amor verdadeiro — diz Karen.

Um pensamento passa por minha cabeça nesse momento.

Existe uma maneira de detê-lo.

Susan pergunta se alguém quer mais biscoitos. Karen diz

que sim. Susan vai e volta com um prato para dividirmos.

Elas voltam à conversa sobre Patty, decidem organizar o

preparo de refeições para ter certeza de que ela coma. Se

ninguém cozinhar para ela, é provável, em sua dor, que

Patty não coma. Isso as preocupa. Karen pensa em voz alta

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