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A outra - Mary Kubica

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um par de óculos de armação grossa e arrojada. Seu terno é

preto, feito sob medida. Ele é muito bonito.

O casal de idosos se afasta. Digo mais uma vez à mãe de

Morgan que sinto muito e passo por ela. Dirijo-me a Je rey.

Ele pega minha mão. Seu aperto de mão é firme, sua mão,

morna.

— Je rey Baines — diz ele, sustentando meu olhar.

Digo a ele quem sou, que eu e meu marido moramos com

nossa família do outro lado da rua.

— Ah, sim — diz Je rey.

Mas duvido que ele jamais tenha prestado atenção ao que

acontece do outro lado da rua. Ele me parece um desses

empresários experientes que sabem como lidar com as

pessoas, adepto da fina arte de levá-las no papo.

Superficialmente, ele é encantador.

Mas, por dentro, há algo mais que eu não consigo ver.

— Morgan estava animada por ter sangue novo na rua —

diz ele. — Ela ficaria feliz por vê-la aqui, Sandy.

Eu o corrijo:

— Sadie.

— Ah, sim, Sadie — diz ele, em um tom de censura,

como um pedido de desculpas. — Nunca fui bom com

nomes.

Ele solta minha mão e eu a retiro, cruzando as duas

diante de mim.

— A maioria das pessoas não é — digo. — Deve ser um

momento muito difícil para você.

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