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A outra - Mary Kubica

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Pego meu carro no estacionamento e saio. Tentei me

convencer a não ir à cerimônia. A princípio, pensei que não

havia mesmo motivo para ir, além do desejo de ver Je rey

Baines. Já moramos há um tempo nessa casa, e até agora

nunca dei uma boa olhada nesse homem. Mas não posso

deixar de pensar que ele matou a esposa. Para minha

segurança e a de minha família, preciso saber quem ele é.

Preciso saber quem são meus vizinhos. Preciso saber se

estamos seguros com esse homem que mora do outro lado

da rua.

A igreja metodista é branca, tem um campanário alto, um

pináculo pontudo. Quatro vitrais modestos se alinham de

cada lado do edifício. A igreja é pequena, um arquetípico

templo provincial. Grinaldas de sempre-vivas pendem de

pregos nas portas duplas, adornadas com laços vermelhos. A

cena é encantadora. O pequeno estacionamento está cheio de

carros. Estaciono na rua e sigo outras pessoas para dentro do

edifício.

A cerimônia memorial está sendo realizada no salão da

irmandade. Dez ou quinze mesas redondas preenchem o

espaço, cobertas com toalhas brancas. Há uma mesa de

banquete na frente da sala, e, nela, bandejas com biscoitos.

Caminho segura; tenho tanto direito de estar aqui quanto

qualquer outra pessoa, independentemente do que Will

tenha dito. Uma mulher que eu nunca vi antes estende a mão

para me cumprimentar quando entro. Ela me agradece por

ter vindo. Há um lenço amassado em sua mão. Está

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