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A outra - Mary Kubica

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pessoas não tem paciência para esse tipo de perseguição. O

truque é se misturar, parecer com todo mundo. E foi o que

eu fiz.

De repente, uma voz o chamou. Ei, professor Foust!

Ergui os olhos. Era uma garota, uma mulher, quase tão

alta quanto ele, com um casaco justo. Tinha um gorro na

cabeça, berrante, vermelho. Fios de cabelos louros não

naturais saíam debaixo do gorro, caindo sobre os ombros e

as costas. Sua calça jeans também era apertada; abraçava

suas curvas antes de encontrar a perna de uma bota de cano

alto marrom.

Will e ela estavam perto um do outro. No centro, os

corpos quase se tocavam.

Eu não consegui ouvir o que eles diziam. Mas o tom das

vozes e a linguagem corporal diziam tudo. Ela roçou o braço

dele com a mão. Ele lhe disse algo e os dois riram. Ela deixou

a mão no braço dele. Então, eu a ouvi. Ela disse: Pare,

professor. Você está me matando. Ela não parava de rir. Ele a

observava. Não era aquele jeito horrível com que a maioria

das pessoas ri, com a boca escancarada, as narinas se

abrindo. Havia algo de delicado nela; algo gracioso e

adorável.

Ele se aproximou, sussurrou no ouvido dela. Nesse

momento, o monstro de olhos verdes tomou conta de mim.

Há um ditado que diz: Mantenha seus amigos perto e seus

inimigos mais perto ainda. Por isso, dediquei-me a conhecêla.

Seu nome era Carrie Laemmer, aluna do segundo ano do

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