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A outra - Mary Kubica

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Perguntei, fazendo beicinho: Eu não valho isso para você?

Parece que eu valia. Porque em uma hora tínhamos um

quarto no décimo andar, com champanhe por conta da casa.

Não há nada, disse Will ao abrir a porta da suíte luxuosa

do hotel para eu entrar, que eu não faria por você.

Havia uma lareira no quarto, um terraço, um frigobar,

uma banheira chique onde dava para mergulhar olhando a

vista da cidade dentro do luxo de um banho de espuma.

Os funcionários do hotel se referiam a nós como sr. e sra.

Foust.

Aproveitem a estadia, sr. e sra. Foust.

Imaginei um mundo onde eu era a sra. Foust. Onde eu

morava na casa de Will, onde eu paria e criava seus filhos.

Era uma vida boa.

Mas eu nunca quis ser confundida com Sadie. Eu era

muito melhor que ela.

Will falou sério: não havia nada que ele não faria por

mim. Ele provou isso várias vezes. Ele me banhava com

doces palavras, escrevia-me bilhetinhos de amor. Comprava

coisas para mim. Uma vez, quando não havia ninguém, ele

me levou para sua casa. Era muito diferente do apartamento

sombrio de dois dormitórios onde eu e Sadie morávamos, em

Uptown, cheio de bêbados e vagabundos ao redor pedindo

dinheiro quando saíamos, como se tivéssemos sobrando.

Mesmo que eu tivesse, não estava disposta a dividir. Não sou

famosa por minha generosidade. Mas Sadie era, sempre

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