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A outra - Mary Kubica

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alteradas de modo abominável no Photoshop, e

compartilharam com todo mundo.

Isso partiu meu coração e me deixou furiosa, com razão.

Eu queria encontrar os garotos que haviam feito isso com

Otto e torcer-lhes o pescoço. Minha pressão arterial subiu.

Senti minha cabeça latejar, meu peito também, e me apoiei

nas costas da cadeira de Otto para me firmar. O que vai

acontecer com esses meninos?, perguntei. Certamente eles serão

punidos pelo que fizeram. Eles não podem se safar.

A resposta do diretor foi desanimada. Se Otto nos dissesse

quem fez isso, eu poderia falar com eles, disse.

Otto olhou para o diretor. Ele nunca contaria quem eram

essas crianças, porque, se o fizesse, sua vida repentinamente

se tornaria ainda mais insuportável do que já era.

Por que você não nos contou?, perguntou Will, abaixando-se

ao lado de Otto para poder olhá-lo diretamente nos olhos.

Otto olhou para ele, sacudindo a cabeça, e afirmou: Eu não

sou gay, pai, como se isso importasse. Eu não sou gay, repetiu,

perdendo qualquer traço de compostura que ainda restasse.

Mas não fora isso que Will perguntara, porque coisas

assim – orientação sexual – não eram importantes para ele

ou para mim.

Por que você não nos contou que estava sofrendo bullying?,

Will esclareceu, e foi então que Otto disse que sim, que havia

contado. Que havia contado para mim.

Nesse momento, meu coração se apertou tanto que quase

desapareceu. A violência estava aumentando em toda a

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