30.04.2023 Views

A outra - Mary Kubica

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

mergulhando o resto em vários tons de crepúsculo e

escuridão. O céu está escuro agora.

Não conheço a maioria de meus vizinhos. Alguns já vi de

passagem, mas a maioria nunca vi, porque é o fim do

outono, começo do inverno, época do ano em que as pessoas

tendem a se esconder em ambientes fechados. A casa ao lado

da nossa é de veraneio, segunda casa de alguém. Está

desocupada nesta época do ano. Os proprietários – Will

descobriu e me contou – se mudam para o continente assim

que o outono chega, deixando a casa abandonada para o

Velho Inverno. O que me faz pensar agora que uma casa

como essa poderia ser vulnerável a arrombamentos, criando

um lugar fácil para um assassino se esconder.

Quando passo, vejo que a casa está escura, como sempre

até pouco depois das sete horas, quando uma luz se acende.

A luz é controlada por um temporizador. Apaga-se perto da

meia-noite. O temporizador serve para espantar assaltantes,

mas é tão previsível que não ajuda.

Prossigo. Ignoro minha casa e subo a colina. A casa dos

Baines está escura quando passo. Do outro lado da rua, na

casa dos Nilsson, há uma luz acesa. Seu brilho suave mal

passa pelas laterais das pesadas cortinas. Reduzo em frente à

casa com os olhos fixos na janela. Há um carro na entrada, o

sedan enferrujado do sr. Nilsson. Ondas de fumaça saem da

chaminé e adentram a noite de inverno. Há alguém na casa.

Ocorre-me embicar o carro, estacionar, bater na porta da

frente e perguntar sobre o que o policial Berg me disse. Por

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!