Manual de Boas Práticas de Controlo de Roedores para a Região Autónoma dos Açores
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cap iI
OS ROEDORES E O SEU CONTROLO, NA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES
(CONCEITOS COMUNS A TODOS OS SETORES DE ATIVIDADE)
capítulo ii – Os Roedores e o seu cONTROLO, NA rEGIÃO AUTÓNOMA
DOS AÇORES (cONCEITOS COMUNS A TODoS os setores de ATIVIDADE)
1. Introdução
O combate aos roedores é um desafio que a humanidade enfrenta desde tempos remotos. Embora a
maioria das espécies de roedores viva em ambientes silvestres e em equilíbrio com a natureza, algumas
espécies preferem viver próximo do Homem aproveitando-se do que este lhes proporciona em termos
de abrigo e alimento, sendo por essa razão denominados roedores sinantrópicos e comensais. A
proliferação destes roedores sinantrópicos e comensais na Região Autónoma dos Açores constitui uma
circunstância que afeta a sustentabilidade ambiental do ecossistema, pondo em risco a saúde, segurança
e bem-estar das populações, a saúde e produtividade animal, as culturas, os alimentos armazenados e a
biodiversidade. O controlo destes roedores reveste-se assim de extrema importância na prevenção dos
problemas económicos, sanitários e ambientais, relacionados com a sua presença. Devido ao seu hábito
de roer, necessário para desgastar os seus dentes de crescimento contínuo ou para ultrapassar obstáculos
colocados no seu caminho, estes animais são responsáveis também pela destruição de equipamentos e
infraestruturas podendo causar graves acidentes, como por exemplo incêndios por roedura de fios elétricos.
Além dos prejuízos económicos, os roedores estão envolvidos na cadeia epidemiológica de várias doenças
transmissíveis ao Homem e aos animais, como por exemplo a Leptospirose, uma doença grave cuja taxa
de incidência no Homem no arquipélago é bastante elevada (11,1/100.000 habitantes) e cuja maioria dos
casos é provocada por leptospiras que têm os roedores como o seu principal reservatório. Segundo um
estudo efetuado recentemente, mais de 50% dos ratos das ilhas de São Miguel e Terceira estão infetados
pelas bactérias causadoras da Leptospirose. Peste, Tifo murino, Hantaviroses, Salmoneloses, Toxoplasmose
e Sarna são exemplos de outras doenças em cuja transmissão os roedores participam de forma direta ou
indireta.
As características naturais do território açoriano, em termos de fauna, flora, clima e geomorfologia, favorecem
a presença e proliferação destes animais, mas é principalmente o Homem e a Sociedade conforme
está organizada, que fornecem de forma abundante o que estas espécies, generalistas, com elevadas taxas
de sucesso reprodutivo e grande capacidade de dispersão, necessitam para sobreviver: alimento, água
e abrigo, originando dessa forma um desequilíbrio a nível das suas populações que acaba por gerar problemas
económicos e sanitários relevantes. Sendo as atividades humanas geradoras e distribuidoras de
recursos e suporte de condições de proliferação dos roedores, torna-se necessário definir um conjunto
de procedimentos que, quando aplicados, possam contribuir para reduzir a oferta desses recursos e, por
conseguinte, minimizar a proliferação desta praga e respetivos efeitos negativos. Com esse objetivo surge
o presente Manual.
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