Raízes da Rebelião
Raízes da Rebelião brotam do solo fértil de profundo descontentamento, autodeterminação e luta insaciável pela liberdade e poder. Enraizado no confronto entre dois antigos reinos e desdobrando-se nos epicentros espirituais do mundo, o enredo deste livro declara a virulenta e intratável inimizade à verdade; resultando em seqüelas de tirania, revolução, surtos de hostilidade e perseguição, tudo produzindo o fruto amargo da anarquia. O mistério da rebelião domina as cadeiras do governo e se enfurece no coração da humanidade. Florescendo em subversão madura, apaixonada e intrépida, os instrumentos da rebelião constroem e estabelecem uma ordem de caos e coerção; comandando o cumprimento universal e a cooperação. Ao iluminar efetivamente os fundamentos secretos de um governo mundial e do imperialismo hegemônico, o leitor está armado para desenterrar e combater o maior engano de todos os tempos. Raízes da Rebelião brotam do solo fértil de profundo descontentamento, autodeterminação e luta insaciável pela liberdade e poder. Enraizado no confronto entre dois antigos reinos e desdobrando-se nos epicentros espirituais do mundo, o enredo deste livro declara a virulenta e intratável inimizade à verdade; resultando em seqüelas de tirania, revolução, surtos de hostilidade e perseguição, tudo produzindo o fruto amargo da anarquia. O mistério da rebelião domina as cadeiras do governo e se enfurece no coração da humanidade. Florescendo em subversão madura, apaixonada e intrépida, os instrumentos da rebelião constroem e estabelecem uma ordem de caos e coerção; comandando o cumprimento universal e a cooperação. Ao iluminar efetivamente os fundamentos secretos de um governo mundial e do imperialismo hegemônico, o leitor está armado para desenterrar e combater o maior engano de todos os tempos.
Raízes da Rebelião grande homem de Deus, que não vira contudo todas as coisas. Esta é uma calamidade muito para se lamentar; pois, embora fossem luzes a arder e brilhar em seu tempo, não penetraram em todo o conselho de Deus; mas, se vivessem hoje, estariam tão dispostos a receber mais luz como o estiveram para aceitar a que a princípio acolheram.” -História dos Puritanos, D. Neal. “Lembrai-vos de vosso concerto com a igreja, no qual concordastes em andar em todos os caminhos do Senhor, já revelados ou por serem ainda revelados. Lembrai-vos de vossa promessa e concerto com Deus, e de uns com os outros, de aceitar qualquer luz e verdade que se vos fizesse conhecida pela Palavra escrita; mas, além disso, tende cuidado, eu vos rogo, com o que recebeis por verdade, e comparai-o, pesai-o com outros textos da verdade antes de o aceitar; pois não é possível que o mundo cristão, depois de haver por tanto tempo permanecido em tão densas trevas anticristãs, obtivesse de pronto um conhecimento perfeito em todas as coisas.” -Martyn. Foi o desejo de liberdade de consciência que inspirou os peregrinos a enfrentar os perigos da longa jornada através do mar, a suportar as agruras e riscos das selvas e lançar, com a bênção de Deus, nas praias da América do Norte, o fundamento de uma poderosa nação. Entretanto, sinceros e tementes a Deus como eram, os peregrinos não compreendiam ainda o grande princípio da liberdade religiosa. A liberdade, por cuja obtenção tanto se haviam sacrificado, não estavam igualmente dispostos a conceder a outros. “Muito poucos, mesmo dentre os mais eminentes pensadores e moralistas do século XVII, tinham exata concepção do grandioso princípio -emanado do Novo Testamento -que reconhece a Deus como único juiz da fé humana.” -Martyn. A doutrina de que Deus confiara à igreja o direito de reger a consciência e de definir e punir a heresia, é um dos erros papais mais profundamente arraigados. Conquanto os reformadores rejeitassem o credo de Roma, não estavam inteiramente livres de seu espírito de intolerância. As densas trevas em que, através dos longos séculos de domínio, havia o papado envolvido a cristandade inteira, não tinham sido mesmo então completamente dissipadas. Disse um dos principais ministros da colônia da Baía de Massachusetts: “Foi a tolerância que tornou o mundo anticristão; e a igreja nunca sofreu dano com a punição dos hereges.” -Martyn. Foi adotado pelos colonos o regulamento de que apenas membros da igreja poderiam ter voz ativa no governo civil. Formou-se uma espécie de Estado eclesiástico, exigindo-se de todo o povo que contribuísse para o sustento do clero, concedendo-se aos magistrados autorização para suprimir a heresia. Assim, o poder secular encontrava-se nas mãos da igreja. Não levou muito tempo para que estas medidas tivessem o resultado inevitável: a perseguição. Onze anos depois do estabelecimento da primeira colônia, Roger Williams veio ao Novo Mundo. Semelhantemente aos primeiros peregrinos, viera para gozar de liberdade
Raízes da Rebelião religiosa; mas, divergindo deles, viu (o que tão poucos em seu tempo já haviam visto) que esta liberdade é direito inalienável de todos, seja qual for o credo professado. E era ele fervoroso inquiridor da verdade, sustentando, juntamente com Robinson, ser impossível que toda a luz da Palavra de Deus já houvesse sido recebida. Williams “foi a primeira pessoa da cristandade moderna a estabelecer o governo civil sobre a doutrina da liberdade de consciência, da igualdade de opiniões perante a lei.” Bancroft. Declarou ser o dever do magistrado restringir o crime, mas nunca dominar a consciência. “O público ou os magistrados podem decidir”, disse, “o que é devido de homem para homem; mas, quando tentam prescrever os deveres do homem para com Deus, estão fora de seu lugar, e não poderá haver segurança; pois é claro que, se o magistrado tem esse poder, pode decretar um conjunto de opiniões ou crenças hoje e outro amanhã, como tem sido feito na Inglaterra por diferentes reis e rainhas, e por diferentes papas e concílios na Igreja Romana, de maneira que semelhante crença degeneraria em acervo de confusão.” -Martyn. A assistência aos cultos da igreja oficial era exigida sob pena de multa ou prisão. “Williams reprovou a lei; o pior regulamento do Código inglês era o que tornava obrigatória a assistência à igreja da paróquia. Obrigar os homens a unirem-se aos de credo diferente, considerava ele como flagrante violação de seus direitos naturais; arrastar ao culto público os irreligiosos e os que não queriam, apenas se assemelhava a exigir a hipocrisia. ... ‘Ninguém deveria ser obrigado a fazer culto’, acrescentava ele, ‘ou custear um culto, contra a sua vontade.’ ‘Pois quê?’ exclamavam seus antagonistas, aterrados com os seus dogmas, ‘não é o obreiro digno de seu salário?’ ‘Sim’, replicou ele, ‘dos que o assalariam.’” -Bancroft. Roger Williams era respeitado e amado como ministro fiel e homem de raros dons, de inflexível integridade e verdadeira benevolência; contudo, sua inabalável negação do direito dos magistrados civis à autoridade sobre a igreja, e sua petição de liberdade religiosa, não podiam ser toleradas. A aplicação desta nova doutrina, dizia-se insistentemente, “subverteria o fundamento do Estado e do governo do país.” -Bancroft. Foi sentenciado a ser banido das colônias, e finalmente, para evitar a prisão, obrigado a fugir para a floresta virgem, debaixo do frio e das tempestades do inverno. “Durante catorze semanas”, diz ele, “fui dolorosamente torturado pelas inclemências do tempo, sem saber o que era pão ou cama. Mas os corvos me alimentaram no deserto.” E uma árvore oca muitas vezes lhe serviu de abrigo. -Martyn. Assim continuou a penosa fuga através da neve e das florestas, até que encontrou refúgio numa tribo indígena, cuja confiança e afeição conquistara enquanto se esforçava por lhes ensinar as verdades do evangelho. Tomando finalmente, depois de meses de sofrimentos e vagueações, rumo às praias da Baía de Narragansett, lançou ali os fundamentos do primeiro Estado dos tempos modernos que, no mais amplo sentido, reconheceu o direito da liberdade religiosa.
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<strong>Raízes</strong> <strong>da</strong> <strong>Rebelião</strong><br />
grande homem de Deus, que não vira contudo to<strong>da</strong>s as coisas. Esta é uma calami<strong>da</strong>de muito<br />
para se lamentar; pois, embora fossem luzes a arder e brilhar em seu tempo, não penetraram<br />
em todo o conselho de Deus; mas, se vivessem hoje, estariam tão dispostos a receber mais<br />
luz como o estiveram para aceitar a que a princípio acolheram.” -História dos Puritanos,<br />
D. Neal.<br />
“Lembrai-vos de vosso concerto com a igreja, no qual concor<strong>da</strong>stes em an<strong>da</strong>r em todos<br />
os caminhos do Senhor, já revelados ou por serem ain<strong>da</strong> revelados. Lembrai-vos de vossa<br />
promessa e concerto com Deus, e de uns com os outros, de aceitar qualquer luz e ver<strong>da</strong>de<br />
que se vos fizesse conheci<strong>da</strong> pela Palavra escrita; mas, além disso, tende cui<strong>da</strong>do, eu vos<br />
rogo, com o que recebeis por ver<strong>da</strong>de, e comparai-o, pesai-o com outros textos <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de<br />
antes de o aceitar; pois não é possível que o mundo cristão, depois de haver por tanto tempo<br />
permanecido em tão densas trevas anticristãs, obtivesse de pronto um conhecimento<br />
perfeito em to<strong>da</strong>s as coisas.” -Martyn.<br />
Foi o desejo de liber<strong>da</strong>de de consciência que inspirou os peregrinos a enfrentar os<br />
perigos <strong>da</strong> longa jorna<strong>da</strong> através do mar, a suportar as agruras e riscos <strong>da</strong>s selvas e lançar,<br />
com a bênção de Deus, nas praias <strong>da</strong> América do Norte, o fun<strong>da</strong>mento de uma poderosa<br />
nação. Entretanto, sinceros e tementes a Deus como eram, os peregrinos não compreendiam<br />
ain<strong>da</strong> o grande princípio <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de religiosa. A liber<strong>da</strong>de, por cuja obtenção tanto se<br />
haviam sacrificado, não estavam igualmente dispostos a conceder a outros. “Muito poucos,<br />
mesmo dentre os mais eminentes pensadores e moralistas do século XVII, tinham exata<br />
concepção do grandioso princípio -emanado do Novo Testamento -que reconhece a Deus<br />
como único juiz <strong>da</strong> fé humana.” -Martyn.<br />
A doutrina de que Deus confiara à igreja o direito de reger a consciência e de definir e<br />
punir a heresia, é um dos erros papais mais profun<strong>da</strong>mente arraigados. Conquanto os<br />
reformadores rejeitassem o credo de Roma, não estavam inteiramente livres de seu espírito<br />
de intolerância. As densas trevas em que, através dos longos séculos de domínio, havia o<br />
papado envolvido a cristan<strong>da</strong>de inteira, não tinham sido mesmo então completamente<br />
dissipa<strong>da</strong>s. Disse um dos principais ministros <strong>da</strong> colônia <strong>da</strong> Baía de Massachusetts: “Foi a<br />
tolerância que tornou o mundo anticristão; e a igreja nunca sofreu <strong>da</strong>no com a punição dos<br />
hereges.” -Martyn. Foi adotado pelos colonos o regulamento de que apenas membros <strong>da</strong><br />
igreja poderiam ter voz ativa no governo civil. Formou-se uma espécie de Estado<br />
eclesiástico, exigindo-se de todo o povo que contribuísse para o sustento do clero,<br />
concedendo-se aos magistrados autorização para suprimir a heresia. Assim, o poder secular<br />
encontrava-se nas mãos <strong>da</strong> igreja. Não levou muito tempo para que estas medi<strong>da</strong>s tivessem<br />
o resultado inevitável: a perseguição.<br />
Onze anos depois do estabelecimento <strong>da</strong> primeira colônia, Roger Williams veio ao<br />
Novo Mundo. Semelhantemente aos primeiros peregrinos, viera para gozar de liber<strong>da</strong>de