Raízes da Rebelião
Raízes da Rebelião brotam do solo fértil de profundo descontentamento, autodeterminação e luta insaciável pela liberdade e poder. Enraizado no confronto entre dois antigos reinos e desdobrando-se nos epicentros espirituais do mundo, o enredo deste livro declara a virulenta e intratável inimizade à verdade; resultando em seqüelas de tirania, revolução, surtos de hostilidade e perseguição, tudo produzindo o fruto amargo da anarquia. O mistério da rebelião domina as cadeiras do governo e se enfurece no coração da humanidade. Florescendo em subversão madura, apaixonada e intrépida, os instrumentos da rebelião constroem e estabelecem uma ordem de caos e coerção; comandando o cumprimento universal e a cooperação. Ao iluminar efetivamente os fundamentos secretos de um governo mundial e do imperialismo hegemônico, o leitor está armado para desenterrar e combater o maior engano de todos os tempos. Raízes da Rebelião brotam do solo fértil de profundo descontentamento, autodeterminação e luta insaciável pela liberdade e poder. Enraizado no confronto entre dois antigos reinos e desdobrando-se nos epicentros espirituais do mundo, o enredo deste livro declara a virulenta e intratável inimizade à verdade; resultando em seqüelas de tirania, revolução, surtos de hostilidade e perseguição, tudo produzindo o fruto amargo da anarquia. O mistério da rebelião domina as cadeiras do governo e se enfurece no coração da humanidade. Florescendo em subversão madura, apaixonada e intrépida, os instrumentos da rebelião constroem e estabelecem uma ordem de caos e coerção; comandando o cumprimento universal e a cooperação. Ao iluminar efetivamente os fundamentos secretos de um governo mundial e do imperialismo hegemônico, o leitor está armado para desenterrar e combater o maior engano de todos os tempos.
Raízes da Rebelião inferior empobrecida e ignorante, achando-se o Estado em embaraços financeiros, e o povo exasperado, não se necessitava do olhar de profeta para prever uma iminente e terrível erupção. Às advertências de seus conselheiros estava o rei acostumado a responder: “Procurai fazer com que as coisas continuem tanto tempo quanto eu provavelmente possa viver; depois de minha morte, seja como for.” Era em vão que se insistia sobre a necessidade de reforma. Ele via os males, mas não tinha nem a coragem nem a força para enfrentá-los. Sua resposta indolente e egoísta sintetizava, com verdade, a sorte que aguardava a França: “Depois de mim, o dilúvio!” Valendo-se dos ciúmes dos reis e das classes governantes, Roma os influenciara a conservar o povo na escravidão, bem sabendo que o Estado assim se enfraqueceria, tendo por este meio o propósito de firmar em seu cativeiro tanto príncipes como o povo. Com política muito previdente, percebeu que, para escravizar os homens de modo eficaz, deveria algemar-lhes a alma; que a maneira mais certa de impedi-los de escapar de seu cativeiro era torná-los incapazes de libertar-se. Mil vezes mais terrível do que o sofrimento físico que resultava de sua política, era a degradação moral. Despojado da Escritura Sagrada, e abandonado ao ensino do fanatismo e egoísmo, o povo estava envolto em ignorância e superstição, submerso no vício, achando-se, assim, completamente inapto para o governo de si próprio. Mas a conseqüência de tudo isto foi grandemente diversa do que Roma tivera em mira. Em vez de manter as massas populares em submissão cega aos seus dogmas, sua obra teve como resultado torná-las incrédulas e revolucionárias. Desprezavam o romanismo como uma artimanha do clero. Consideravam-no como um partido que as oprimia. O único deus que conheciam era o deus de Roma; seu ensino era a única religião que professavam. Consideravam sua avidez e crueldade como os legítimos frutos da Bíblia, da qual nada queriam saber. Roma tinha representado falsamente o caráter de Deus e pervertido Seus mandamentos, e agora os homens rejeitavam tanto a Escritura Sagrada como seu Autor. Exigira fé cega nos seus dogmas, sob o pretenso apoio das Escrituras. Na reação, Voltaire e seus companheiros puseram inteiramente de lado a Palavra de Deus, disseminando por toda parte o veneno da incredulidade. Roma calcara o povo sob seu tacão de ferro; agora as massas, degradadas e em- brutecidas, ao revoltarem-se contra a tirania, arrojaram de si toda a restrição. Enraivecidos com o disfarçado embuste a que durante tanto tempo haviam prestado homenagem, rejeitaram a um tempo a verdade e a falsidade; e erroneamente tomando a libertinagem pela liberdade, os escravos do vício exultaram em sua liberdade imaginária. No início da Revolução foi, por concessão do rei, outorgada ao povo uma representação mais numerosa do que a dos nobres e do clero reunidos. Assim a balança do poder estava
Raízes da Rebelião em suas mãos; mas não se achavam preparados para fazer uso deste poder com sabedoria e moderação. Ávidos de reparar os males que tinham sofrido, decidiram-se a empreender a reconstrução da sociedade. Uma turba ultrajada, cujo espírito estava de há muito repleto de dolorosas lembranças, resolveu sublevar-se contra aquele estado de miséria que se tornara insuportável, vingando-se dos que considerava como responsáveis por seus sofrimentos. Os oprimidos puseram em prática a lição que tinham aprendido sob a tirania, e tornaram-se os opressores dos que os haviam oprimido. A desditosa França ceifou em sangue a colheita do que semeara. Terríveis foram os resultados de sua submissão ao poder subjugador de Roma. Onde a França, sob a influência do romanismo, acendera a primeira fogueira ao começar a Reforma, erigiu a Revolução a sua primeira guilhotina. No local em que os primeiros mártires da fé protestante foram queimados no século XVI, as primeiras vítimas foram guilhotinadas no século XVIII. Rejeitando o evangelho que lhe teria trazido cura, a França abrira a porta à incredulidade e ruína. Quando as restrições da lei de Deus foram postas de lado, verificou-se que as leis dos homens eram impotentes para sustar a avassalante onda da paixão humana; e a nação descambou para a revolta e anarquia. A guerra contra a Bíblia inaugurou uma era que se conserva na História Universal como “o reinado do terror.” A paz e a felicidade foram banidas dos lares e do coração dos homens. Ninguém se achava seguro. O que hoje triunfava era alvo de suspeitas e condenado amanhã. A violência e a cobiça exerciam incontestável domínio. Rei, clero e nobreza foram obrigados a submeter-se às atrocidades do povo excitado e enlouquecido, cuja sede de vingança subiu de ponto com a execução do rei; e os que haviam decretado sua morte logo o seguiram no cadafalso. Foi ordenado um morticínio geral de todos os que eram suspeitos de hostilizar a Revolução. As prisões estavam repletas, contendo em certa ocasião mais de duzentos mil prisioneiros. Multiplicavam-se nas cidades do reino as cenas de horror. Um partido dos revolucionários era contra outro, e a França tornou-se um vasto campo de massas contendoras, dominadas pela fúria das paixões. “Em Paris, tumulto sucedia a tumulto, e os cidadãos estavam divididos numa mistura de facções, que não pareciam visar coisa alguma a não ser a exterminação mútua.” E para aumentar a miséria geral, a nação envolveu-se em prolongada e devastadora guerra com as grandes potências da Europa. “O país estava quase falido, o exército a clamar pelos pagamentos em atraso, os parisienses passando fome, as províncias assoladas pelos ladrões, e a civilização quase extinta em anarquia e licenciosidade.” Muito bem havia o povo aprendido as lições de crueldade e tortura que Roma tão diligentemente ensinara. Chegara finalmente o dia da retribuição. Não eram mais os discípulos de Jesus que se arrojavam nas masmorras e arrastavam à tortura. Havia muito tempo que esses tinham perecido, ou sido expulsos para o exílio. Roma, sentia agora o poder mortífero daqueles a quem havia ensinado a deleitar-se nas práticas sanguinárias. “O
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<strong>Raízes</strong> <strong>da</strong> <strong>Rebelião</strong><br />
inferior empobreci<strong>da</strong> e ignorante, achando-se o Estado em embaraços financeiros, e o povo<br />
exasperado, não se necessitava do olhar de profeta para prever uma iminente e terrível<br />
erupção. Às advertências de seus conselheiros estava o rei acostumado a responder:<br />
“Procurai fazer com que as coisas continuem tanto tempo quanto eu provavelmente possa<br />
viver; depois de minha morte, seja como for.” Era em vão que se insistia sobre a<br />
necessi<strong>da</strong>de de reforma. Ele via os males, mas não tinha nem a coragem nem a força para<br />
enfrentá-los. Sua resposta indolente e egoísta sintetizava, com ver<strong>da</strong>de, a sorte que<br />
aguar<strong>da</strong>va a França: “Depois de mim, o dilúvio!”<br />
Valendo-se dos ciúmes dos reis e <strong>da</strong>s classes governantes, Roma os influenciara a<br />
conservar o povo na escravidão, bem sabendo que o Estado assim se enfraqueceria, tendo<br />
por este meio o propósito de firmar em seu cativeiro tanto príncipes como o povo. Com<br />
política muito previdente, percebeu que, para escravizar os homens de modo eficaz, deveria<br />
algemar-lhes a alma; que a maneira mais certa de impedi-los de escapar de seu cativeiro<br />
era torná-los incapazes de libertar-se. Mil vezes mais terrível do que o sofrimento físico<br />
que resultava de sua política, era a degra<strong>da</strong>ção moral. Despojado <strong>da</strong> Escritura Sagra<strong>da</strong>, e<br />
abandonado ao ensino do fanatismo e egoísmo, o povo estava envolto em ignorância e<br />
superstição, submerso no vício, achando-se, assim, completamente inapto para o governo<br />
de si próprio.<br />
Mas a conseqüência de tudo isto foi grandemente diversa do que Roma tivera em mira.<br />
Em vez de manter as massas populares em submissão cega aos seus dogmas, sua obra teve<br />
como resultado torná-las incrédulas e revolucionárias. Desprezavam o romanismo como<br />
uma artimanha do clero. Consideravam-no como um partido que as oprimia. O único deus<br />
que conheciam era o deus de Roma; seu ensino era a única religião que professavam.<br />
Consideravam sua avidez e cruel<strong>da</strong>de como os legítimos frutos <strong>da</strong> Bíblia, <strong>da</strong> qual na<strong>da</strong><br />
queriam saber.<br />
Roma tinha representado falsamente o caráter de Deus e pervertido Seus man<strong>da</strong>mentos,<br />
e agora os homens rejeitavam tanto a Escritura Sagra<strong>da</strong> como seu Autor. Exigira fé cega<br />
nos seus dogmas, sob o pretenso apoio <strong>da</strong>s Escrituras. Na reação, Voltaire e seus<br />
companheiros puseram inteiramente de lado a Palavra de Deus, disseminando por to<strong>da</strong><br />
parte o veneno <strong>da</strong> increduli<strong>da</strong>de. Roma calcara o povo sob seu tacão de ferro; agora as<br />
massas, degra<strong>da</strong><strong>da</strong>s e em- bruteci<strong>da</strong>s, ao revoltarem-se contra a tirania, arrojaram de si<br />
to<strong>da</strong> a restrição. Enraivecidos com o disfarçado embuste a que durante tanto tempo haviam<br />
prestado homenagem, rejeitaram a um tempo a ver<strong>da</strong>de e a falsi<strong>da</strong>de; e erroneamente<br />
tomando a libertinagem pela liber<strong>da</strong>de, os escravos do vício exultaram em sua liber<strong>da</strong>de<br />
imaginária.<br />
No início <strong>da</strong> Revolução foi, por concessão do rei, outorga<strong>da</strong> ao povo uma representação<br />
mais numerosa do que a dos nobres e do clero reunidos. Assim a balança do poder estava