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Momentos da Verdade

O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma...

O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma...

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<strong>Momentos</strong> <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de<br />

Assim escreveu ele acerca <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des: “Receio muito que as universi<strong>da</strong>des se<br />

revelem grandes portas do inferno, a menos que diligentemente trabalhem para explicar<br />

as Santas Escrituras, e gravá-las no coração dos jovens. Não aconselho ninguém a pôr seu<br />

filho onde as Escrituras não reinem supremas. To<strong>da</strong> instituição em que os homens não se<br />

achem incessantemente ocupados com a Palavra de Deus, tem de tornar-se corrupta.” -<br />

D’Aubigné.<br />

Esse apelo circulou rapi<strong>da</strong>mente por to<strong>da</strong> a Alemanha e exerceu poderosa influência<br />

sobre o povo. A nação to<strong>da</strong> foi abala<strong>da</strong>, e multidões se animaram a arregimentar-se em<br />

redor do estan<strong>da</strong>rte <strong>da</strong> Reforma. Os oponentes de Lutero, ardentes no desejo de vingança,<br />

insistiam em que o papa tomasse medi<strong>da</strong>s decisivas contra ele. Decretou-se que suas<br />

doutrinas fossem imediatamente condena<strong>da</strong>s. Sessenta dias foram concedidos ao<br />

reformador e a seus adeptos, findos os quais, se não abjurassem, deveriam todos ser<br />

excomungados.<br />

Foi uma crise terrível para a Reforma. Durante séculos, a sentença de excomunhão, de<br />

Roma, ferira de terror a poderosos monarcas; enchera fortes impérios de desgraça e<br />

desolação. Aqueles sobre quem caía sua condenação, eram universalmente considerados<br />

com espanto e horror; cortavam-se-lhes as relações com seus semelhantes, e eram<br />

tratados como proscritos que se deveriam perseguir até à exterminação. Lutero não tinha<br />

os olhos fechados à tempestade prestes a irromper sobre ele, mas permaneceu firme,<br />

confiando em que Cristo lhe seria apoio e escudo. Com fé e coragem de mártir escreveu:<br />

“O que está para acontecer não sei, nem cuido em sabê-lo. ... Caia onde cair o golpe, não<br />

tenho receio. Nem ao menos uma folha tomba ao solo sem a vontade de nosso Pai.<br />

Quanto mais não cui<strong>da</strong>rá Ele de nós! Coisa fácil é morrer pela Palavra, visto que a<br />

própria Palavra ou o Verbo, que Se fez carne, morreu. Se morrermos com Ele, com Ele<br />

viveremos; e passando por aquilo por que Ele passou antes de nós, estaremos onde Ele<br />

está, e com Ele habitaremos para sempre.” -D’Aubigné.<br />

Quando a bula papal chegou a Lutero, disse ele: “Desprezoa e ataco-a como ímpia,<br />

falsa. ... É o próprio Cristo que nela é condenado. ... Regozijo-me por ter de suportar tais<br />

males pela melhor <strong>da</strong>s causas. Sinto já maior liber<strong>da</strong>de em meu coração; pois finalmente<br />

sei que o papa é o anticristo,e que o seu trono é o do próprio Satanás.” -D’Aubigné.<br />

To<strong>da</strong>via a ordem de Roma não foi sem efeito. A prisão, tortura e espa<strong>da</strong> eram armas<br />

potentes para forçar à obediência. Os fracos e supersticiosos tremiam perante o decreto<br />

do papa; e, conquanto houvesse simpatia geral por Lutero, muitos sentiam que a vi<strong>da</strong> era<br />

por demais preciosa para que fosse arrisca<strong>da</strong> na causa <strong>da</strong> Reforma. Tudo parecia indicar<br />

que a obra do reformador estava a ponto de terminar.<br />

Mas Lutero ain<strong>da</strong> era destemido. Roma tinha arremessado seus anátemas contra ele, e<br />

o mundo olhava, na<strong>da</strong> duvi<strong>da</strong>ndo de que perecesse ou fosse obrigado a render-se. Mas

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