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Momentos da Verdade

O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma...

O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma...

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<strong>Momentos</strong> <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de<br />

seus ambiciosos dirigentes, que a Bíblia fora dele retira<strong>da</strong>. (Ver História Eclesiástica, de<br />

Gieseler.)<br />

Ao entrar Tetzel numa ci<strong>da</strong>de, um mensageiro ia adiante dele, anunciando: “A graça<br />

de Deus e do santo padre está às vossas portas!” -D’Aubigné. E o povo recebia o<br />

pretensioso blasfemo como se fosse o próprio Deus a eles descido do Céu. O infame<br />

tráfico era estabelecido na igreja, e Tetzel, subindo ao púlpito, exaltava as indulgências<br />

como o mais precioso dom de Deus. Declarava que em virtude de seus certificados de<br />

perdão, todos os pecados que o comprador mais tarde quisesse cometer ser-lheiam<br />

perdoados, e que “mesmo o arrependimento não é necessário.” -D’Aubigné. Mais do que<br />

isto, assegurava aos ouvintes que as indulgências tinham poder para salvar não somente<br />

os vivos mas também os mortos; que, no mesmo instante em que o dinheiro tinia de<br />

encontro ao fundo de sua caixa, a alma em cujo favor era pago escaparia do purgatório,<br />

ingressando no Céu. -História <strong>da</strong> Reforma, de Hagenbach.<br />

Quando Simão, o mago, propôs comprar dos apóstolos o poder de operar milagres,<br />

Pedro lhe respondeu: “O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cui<strong>da</strong>ste que o dom<br />

de Deus se alcança por dinheiro.” Atos 8:20. A oferta de Tetzel, porém, foi aceita por<br />

ávidos milhares. Ouro e prata eram canalizados para o seu tesouro. Uma salvação que se<br />

poderia comprar com dinheiro obtinha-se mais facilmente do que a que exige o<br />

arrependimento, fé e esforço diligente para resistir ao pecado e vencê-lo. À doutrina <strong>da</strong>s<br />

indulgências tinham-se oposto homens de saber e pie<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Igreja Romana, e muitos<br />

havia que não tinham fé em pretensões tão contrárias tanto à razão como à revelação.<br />

Nenhum prelado ousou erguer a voz contra este iníquo comércio; mas o espírito dos<br />

homens estava-se tornando perturbado e desassossegado, e muitos com avidez inquiriam<br />

se Deus não operaria mediante algum instrumento a purificação de Sua igreja.<br />

Lutero, conquanto ain<strong>da</strong> católico romano <strong>da</strong> mais estrita classe, encheu-se de horror<br />

ante as blasfemas declarações dos traficantes <strong>da</strong>s indulgências. Muitos de sua própria<br />

congregação haviam comprado certidões de perdão, e logo começaram a dirigir-se a seu<br />

pastor, confessando seus vários pecados e esperando absolvição, não porque estivessem<br />

arrependidos e desejassem corrigir-se, mas sob o fun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> indulgência. Lutero<br />

recusou-lhes a absolvição, advertindo-os de que, a menos que se arrependessem e<br />

reformassem a vi<strong>da</strong>, haveriam de perecer em seus pecados. Com grande perplexi<strong>da</strong>de<br />

voltaram a Tetzel, queixando-se de que seu confessor recusara-lhes o certificado; e<br />

alguns ousa<strong>da</strong>mente exigiram que se lhes restituísse o dinheiro. O frade encheu-se de<br />

cólera. Proferiu as mais terríveis maldições, fez com que se ascendessem fogos nas<br />

praças públicas, e declarou haver “recebido ordem do papa para queimar todos os hereges<br />

que pretendessem opor-se às suas santíssimas indulgências.” -D’Aubigné.

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