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Momentos da Verdade

O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma...

O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma...

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<strong>Momentos</strong> <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de<br />

seus colaboradores, os quais, reunindo em torno de si os crentes dispersos <strong>da</strong> solitária ilha<br />

de Iona, fizeram desta o centro de seus trabalhos missionários. Entre estes evangelistas<br />

encontrava-se um observador do sábado bíblico, e assim esta ver<strong>da</strong>de foi introduzi<strong>da</strong><br />

entre o povo. Estabeleceu-se uma escola em Iona, <strong>da</strong> qual saíram missionários, não<br />

somente para a Escócia e Inglaterra, mas para a Alemanha, Suíça e mesmo para a Itália.<br />

Roma, porém, fixara os olhos na Bretanha e resolvera pô-la sob sua supremacia. No<br />

século VI seus missionários empreenderam a conversão dos pagãos saxões. Foram<br />

recebidos com favor pelos orgulhosos bárbaros, e induziram muitos milhares a professar<br />

a fé romana. O trabalho progredia e os dirigentes papais e seus conversos encontraram os<br />

cristãos primitivos. Eloqüente contraste se apresentou. Os últimos eram simples,<br />

humildes e de caráter, doutrina e maneiras segundo as Escrituras, ao passo que os<br />

primeiros manifestavam a superstição, a pompa e a arrogância do papado. O emissário de<br />

Roma exigiu que estas igrejas cristãs reconhecessem a supremacia do soberano pontífice.<br />

Os bretões mansamente replicaram que desejavam amar a todos os homens, mas que o<br />

papa não tinha direito à supremacia na igreja, e que eles poderiam prestar-lhe somente a<br />

submissão devi<strong>da</strong> a todo seguidor de Cristo. Repeti<strong>da</strong>s tentativas foram feitas para se<br />

conseguir sua adesão a Roma; mas esses humildes cristãos, espantados com o orgulho<br />

ostentado por seus emissários, firmemente replicavam que não conheciam outro mestre<br />

senão a Cristo. Revelou-se, então, o ver<strong>da</strong>deiro espírito do papado. Disse o chefe romano:<br />

“Se não receberdes irmãos que vos trazem paz, recebereis inimigos que vos trarão guerra.<br />

Se vos não unirdes conosco para mostrar aos saxões o caminho <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, recebereis deles<br />

o golpe de morte.” -História <strong>da</strong> Reforma do Século XVI, D’Aubigné. Não era isto<br />

simples ameaça. Guerra, intriga e engano foram empregados contra as testemunhas de<br />

uma fé bíblica, até que as igrejas <strong>da</strong> Bretanha foram destruí<strong>da</strong>s ou obriga<strong>da</strong>s a submeterse<br />

à autori<strong>da</strong>de do papa.<br />

Em terras que ficavam além <strong>da</strong> jurisdição de Roma, existiram por muitos séculos<br />

corporações de cristãos que permaneceram quase inteiramente livres <strong>da</strong> corrupção papal.<br />

Estavam rodeados de pagãos e, no transcorrer dos séculos, foram afetados por seus erros;<br />

mas continuaram a considerar a Escritura Sagra<strong>da</strong> como a única regra de fé, aceitando<br />

muitas de suas ver<strong>da</strong>des. Estes cristãos acreditavam na perpetui<strong>da</strong>de <strong>da</strong> lei de Deus e<br />

observavam o sábado do quarto man<strong>da</strong>mento. Igrejas que se mantinham nesta fé e<br />

prática, existiram na África Central e entre os armênios, na Ásia.<br />

Mas dentre os que resistiram ao cerco ca<strong>da</strong> vez mais apertado do poder papal, os<br />

valdenses ocuparam posição preeminente. A falsi<strong>da</strong>de e corrupção papal encontraram a<br />

mais decidi<strong>da</strong> resistência na própria terra em que o papa fixara a sede. Durante séculos as<br />

igrejas do Piemonte mantiveram-se independentes; mas afinal chegou o tempo em que<br />

Roma insistiu em submetê-las. Depois de lutas inúteis contra a tirania, os dirigentes

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