Momentos da Verdade
O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma... O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma...
Momentos da Verdade Disseram os profetas da antiguidade, ao contemplar em santa visão o dia de Deus: “Uivai, porque o dia do Senhor está perto; vem do Todo-poderoso como assolação.” Isaías 13:6. “Entra nas rochas e esconde-te no pó, da presença espantosa do Senhor e da glória da Sua majestade. Os olhos altivos dos homens serão abatidos, e a altivez dos varões será humilhada; e só o Senhor será exaltado naquele dia. Porque o dia do Senhor dos exércitos será contra todo o soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido.” “Naquele dia o homem lançará às toupeiras e aos morcegos os seus ídolos de prata, e os ídolos de ouro, que fizeram para ante eles se prostrarem, e meter-se-á pelas fendas das rochas, pelas cavernas das penhas, por causa da presença espantosa do Senhor, e por causa da glória da Sua majestade, quando Ele Se levantar para assombrar a Terra.” Isaías 2:10, 20, 21. Por uma fenda nas nuvens, fulgura uma estrela cujo brilho aumenta quadruplicadamente em contraste com as trevas. Fala de esperança e alegria aos fiéis, mas de severidade e ira aos transgressores da lei de Deus. Os que tudo sacrificaram por Cristo estão agora em segurança, como que escondidos no lugar secreto do pavilhão do Senhor. Foram provados, e perante o mundo e os desprezadores da verdade, evidenciaram sua fidelidade Àquele que por eles morreu. Uma mudança maravilhosa sobreveio aos que mantiveram firme integridade em face mesmo da morte. Foram subitamente libertos da negra e terrível tirania de homens transformados em demônios. Seu rosto, pouco antes tão pálido, ansioso e descomposto, resplandece agora de admiração, fé e amor. Sua voz ergue-se em cântico triunfal: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que não temeremos, ainda que a Terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza.” Salmos 46:1-3. Enquanto estas palavras de santa confiança ascendem a Deus, as nuvens recuam, e se vêem os constelados céus, indescritivelmente gloriosos em contraste com o firmamento negro e carregado de cada lado. A glória da cidade celestial emana de suas portas entreabertas. Aparece então de encontro ao céu uma mão segurando duas tábuas de pedra dobradas uma sobre a outra. Diz o profeta: “Os céus anunciarão a Sua justiça; pois Deus mesmo é o juiz.” Salmos 50:6. Aquela santa lei, a justiça de Deus, que por entre trovões e chamas foi do Sinai proclamada como guia da vida, revela-se agora aos homens como a regra do juízo. A mão abre as tábuas, e vêem-se os preceitos do decálogo, como que traçados com pena de fogo. As palavras são tão claras que todos as podem ler. Despertase a memória, varrem-se de todas as mentes as trevas da superstição e heresia, e os dez preceitos divinos, breves, compreensivos e autorizados, apresentam-se à vista de todos os habitantes da Terra.
Momentos da Verdade É impossível descrever o horror e desespero dos que pisaram os santos mandamentos de Deus. O Senhor lhes deu Sua lei; eles poderiam haver aferido seu caráter por ela, e conhecido seus defeitos enquanto ainda havia oportunidade para arrependimento e correção; mas, a fim de conseguir o favor do mundo, puseram de parte seus preceitos e ensinaram outros a transgredir. Esforçaram-se por com- pelir o povo de Deus a profanar o Seu sábado. Agora são condenados por aquela lei que desprezaram. Com terrível clareza vêem que se acham sem desculpas. Escolheram a quem servir e adorar. “Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que O não serve.” Malaquias 3:18. Os inimigos da lei de Deus, desde o ministro até ao menor dentre eles, têm nova concepção da verdade e do dever. Demasiado tarde vêem que o sábado do quarto mandamento é o selo do Deus vivo. Tarde demais vêem a verdadeira natureza de seu sábado espúrio, e o fundamento arenoso sobre o qual estiveram a construir. Acham que estiveram a combater contra Deus. Ensinadores religiosos conduziram almas à perdição, ao mesmo tempo que professavam guiá-las às portas do Paraíso. Antes do dia do ajuste final de contas, não se conhecerá quão grande é a responsabilidade dos homens no mister sagrado, e quão terríveis são os resultados de sua infidelidade. Somente na eternidade poderemos com acerto avaliar a perda de uma única alma. Terrível será a condenação daquele a quem Deus disser: Retira-te, mau servo. A voz de Deus é ouvida no Céu, declarando o dia e a hora da vinda de Jesus e estabelecendo concerto eterno com Seu povo. Semelhantes a estrondos do mais forte trovão, Suas palavras ecoam pela Terra inteira. O Israel de Deus fica a ouvir, com o olhar fixo no alto. Têm o semblante iluminado com a Sua glória, brilhante como o rosto de Moisés quando desceu do Sinai. Os ímpios não podem olhar para eles. E, quando se pronuncia a bênção sobre os que honraram a Deus, santificando o Seu sábado, há uma grande aclamação de vitória. Surge logo no Oriente uma pequena nuvem negra, aproximadamente da metade do tamanho da mão de um homem. É a nuvem que rodeia o Salvador, e que, a distância, parece estar envolta em trevas. O povo de Deus sabe ser esse o sinal do Filho do homem. Em solene silêncio fitam-na enquanto se aproxima da Terra, mais e mais brilhante e gloriosa, até se tornar grande nuvem branca, mostrando na base uma glória semelhante ao fogo consumidor e encimada pelo arco-íris do concerto. Jesus, na nuvem, avança como poderoso vencedor. Agora, não como “Homem de dores”, para sorver o amargo cálice da ignomínia e miséria, vem Ele vitorioso no Céu e na Terra para julgar os vivos e os mortos. “Fiel e verdadeiro”, Ele “julga e peleja em justiça.” E “seguiram-nO os exércitos no Céu.” Apocalipse 19:11, 14. Com antífonas de melodia celestial, os santos anjos, em vasta e inumerável multidão, acompanham-nO em Seu avanço. O firmamento parece repleto de formas radiantes -“milhares de milhares, milhões de milhões.” Nenhuma pena humana pode descrever esta cena, mente alguma mortal é apta para conceber seu
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Disseram os profetas <strong>da</strong> antigui<strong>da</strong>de, ao contemplar em santa visão o dia de Deus:<br />
“Uivai, porque o dia do Senhor está perto; vem do Todo-poderoso como assolação.”<br />
Isaías 13:6. “Entra nas rochas e esconde-te no pó, <strong>da</strong> presença espantosa do Senhor e <strong>da</strong><br />
glória <strong>da</strong> Sua majestade. Os olhos altivos dos homens serão abatidos, e a altivez dos<br />
varões será humilha<strong>da</strong>; e só o Senhor será exaltado naquele dia. Porque o dia do Senhor<br />
dos exércitos será contra todo o soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que<br />
seja abatido.” “Naquele dia o homem lançará às toupeiras e aos morcegos os seus ídolos<br />
de prata, e os ídolos de ouro, que fizeram para ante eles se prostrarem, e meter-se-á pelas<br />
fen<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s rochas, pelas cavernas <strong>da</strong>s penhas, por causa <strong>da</strong> presença espantosa do Senhor,<br />
e por causa <strong>da</strong> glória <strong>da</strong> Sua majestade, quando Ele Se levantar para assombrar a Terra.”<br />
Isaías 2:10, 20, 21.<br />
Por uma fen<strong>da</strong> nas nuvens, fulgura uma estrela cujo brilho aumenta<br />
quadruplica<strong>da</strong>mente em contraste com as trevas. Fala de esperança e alegria aos fiéis,<br />
mas de severi<strong>da</strong>de e ira aos transgressores <strong>da</strong> lei de Deus. Os que tudo sacrificaram por<br />
Cristo estão agora em segurança, como que escondidos no lugar secreto do pavilhão do<br />
Senhor. Foram provados, e perante o mundo e os desprezadores <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de,<br />
evidenciaram sua fideli<strong>da</strong>de Àquele que por eles morreu. Uma mu<strong>da</strong>nça maravilhosa<br />
sobreveio aos que mantiveram firme integri<strong>da</strong>de em face mesmo <strong>da</strong> morte. Foram<br />
subitamente libertos <strong>da</strong> negra e terrível tirania de homens transformados em demônios.<br />
Seu rosto, pouco antes tão pálido, ansioso e descomposto, resplandece agora de<br />
admiração, fé e amor. Sua voz ergue-se em cântico triunfal: “Deus é o nosso refúgio e<br />
fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que não temeremos, ain<strong>da</strong> que a Terra<br />
se mude, e ain<strong>da</strong> que os montes se transportem para o meio dos mares. Ain<strong>da</strong> que as<br />
águas rujam e se perturbem, ain<strong>da</strong> que os montes se abalem pela sua braveza.” Salmos<br />
46:1-3.<br />
Enquanto estas palavras de santa confiança ascendem a Deus, as nuvens recuam, e se<br />
vêem os constelados céus, indescritivelmente gloriosos em contraste com o firmamento<br />
negro e carregado de ca<strong>da</strong> lado. A glória <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de celestial emana de suas portas<br />
entreabertas. Aparece então de encontro ao céu uma mão segurando duas tábuas de pedra<br />
dobra<strong>da</strong>s uma sobre a outra. Diz o profeta: “Os céus anunciarão a Sua justiça; pois Deus<br />
mesmo é o juiz.” Salmos 50:6. Aquela santa lei, a justiça de Deus, que por entre trovões e<br />
chamas foi do Sinai proclama<strong>da</strong> como guia <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, revela-se agora aos homens como a<br />
regra do juízo. A mão abre as tábuas, e vêem-se os preceitos do decálogo, como que<br />
traçados com pena de fogo. As palavras são tão claras que todos as podem ler. Despertase<br />
a memória, varrem-se de to<strong>da</strong>s as mentes as trevas <strong>da</strong> superstição e heresia, e os dez<br />
preceitos divinos, breves, compreensivos e autorizados, apresentam-se à vista de todos os<br />
habitantes <strong>da</strong> Terra.