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Momentos da Verdade

O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma...

O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma...

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<strong>Momentos</strong> <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de<br />

decretado que os ricos fossem punidos com a per<strong>da</strong> <strong>da</strong> metade dos bens; e, finalmente,<br />

que, se obstinassem, fossem escravizados. As classes inferiores deveriam sofrer<br />

banimento perpétuo.<br />

Recorreu-se também aos milagres. Entre outros prodígios foi referido que estando um<br />

lavrador, em dia de domingo, a limpar o arado com um ferro para em segui<strong>da</strong> lavrar o<br />

campo, o ferro cravou-se-lhe firmemente na mão, e durante dois anos ele o carregou<br />

consigo, “para a sua grande dor e vergonha.” -Discurso Histórico e Prático Sobre o Dia<br />

do Senhor, de Francis West.<br />

Mais tarde o papa deu instruções para que o padre <strong>da</strong> paróquia admoestasse os<br />

violadores do domingo, e fizesse com que fossem à igreja dizer suas orações, não<br />

acontecesse trouxessem eles alguma grande calami<strong>da</strong>de sobre si mesmos e os vizinhos.<br />

Um concílio eclesiástico apresentou o argumento, desde então mui largamente<br />

empregado, mesmo pelos protestantes, de que, tendo pessoas sido fulmina<strong>da</strong>s por raios<br />

enquanto trabalhavam no domingo, deve este ser o dia de repouso. “É evidente”, diziam<br />

os prelados, “quão grande foi o desprazer de Deus pela sua negligência quanto a este<br />

dia.” Fez-se então o apelo para que padres e ministros, reis e príncipes, e todo o povo fiel,<br />

“empregassem os maiores esforços e cui<strong>da</strong>do a fim de que o dia fosse restabelecido à sua<br />

honra e, para crédito do cristianismo, mais dedica<strong>da</strong>mente observado no futuro.” -<br />

Discurso em Seis Diálogos Sobre o Nome, Noção e Observância do Dia do Senhor, de T.<br />

Morer.<br />

Mostrando-se insuficientes os decretos dos concílios, foi rogado às autori<strong>da</strong>des<br />

seculares que promulgassem um edito que inspirasse terror ao povo, e o obrigasse a<br />

abster-se do trabalho no domingo. Num sínodo realizado em Roma, to<strong>da</strong>s as decisões<br />

anteriores foram reafirma<strong>da</strong>s, com maior força e soleni<strong>da</strong>de. Foram também incorpora<strong>da</strong>s<br />

à lei eclesiástica, e impostas pelas autori<strong>da</strong>des civis, através de quase to<strong>da</strong> a cristan<strong>da</strong>de.<br />

-História do Sábado, de Heylyn.<br />

A ausência de autori<strong>da</strong>de escriturística para a guar<strong>da</strong> do domingo ain<strong>da</strong> ocasionava<br />

não pequenas dificul<strong>da</strong>des. O povo punha em dúvi<strong>da</strong> o direito de seus instrutores de<br />

deixarem de lado a positiva declaração de Jeová: “o sétimo dia é o sábado do Senhor teu<br />

Deus”, para honrar o dia do Sol. A fim de suprir a falta de testemunho bíblico, foram<br />

necessários outros expedientes. Um zeloso defensor do domingo, que pelos fins do século<br />

XII visitou as igrejas <strong>da</strong> Inglaterra, encontrou resistência por parte de fiéis testemunhas<br />

<strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de; e tão infrutíferos foram os seus esforços que se retirou do país por algum<br />

tempo, em busca de meios para fazer valer os seus ensinos. Ao voltar, a falta foi supri<strong>da</strong>,<br />

e em seus trabalhos posteriores obteve maior êxito. Trouxe consigo um rolo que dizia<br />

provir do próprio Deus, e conter a necessária ordem para a observância do domingo, com<br />

terríveis ameaças para amedrontar o desobediente. Este precioso documento -fraude tão

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