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Momentos da Verdade

O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma...

O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma...

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<strong>Momentos</strong> <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de<br />

No movimento ora em ação nos Estados Unidos a fim de conseguir para as<br />

instituições e usos <strong>da</strong> igreja o apoio do Estado, os protestantes estão a seguir as pega<strong>da</strong>s<br />

dos romanistas. Na ver<strong>da</strong>de, mais que isto, estão abrindo a porta para o papado a fim de<br />

adquirir na América do Norte protestante a supremacia que perdeu no Velho Mundo. E o<br />

que dá maior significação a este movimento é o fato de que o principal objeto visado é a<br />

obrigatorie<strong>da</strong>de <strong>da</strong> observância do domingo, prática que se originou com Roma, e que ela<br />

alega como sinal de sua autori<strong>da</strong>de. É o espírito do papado -espírito de conformi<strong>da</strong>de<br />

com os costumes mun<strong>da</strong>nos, com a veneração <strong>da</strong>s tradições humanas acima dos<br />

man<strong>da</strong>mentos de Deus -que está embebendo as igrejas protestantes e levando-as a fazer a<br />

mesma obra de exaltação do domingo, a qual antes delas fez o papado.<br />

Se o leitor deseja compreender que agentes atuarão na luta prestes a vir, não tem<br />

senão que investigar o relato dos meios que Roma empregou com o mesmo fito nos<br />

séculos passados. Se quiser saber como romanistas e protestantes, unidos, tratarão os que<br />

rejeitarem seus dogmas, veja o espírito que Roma manifestou em relação ao sábado e<br />

seus defensores. Editos reais, concílios gerais e ordenanças eclesiásticas, apoia<strong>da</strong>s pelo<br />

poder secular, foram os passos por que a festivi<strong>da</strong>de pagã alcançou posição de honra no<br />

mundo cristão. A primeira medi<strong>da</strong> de ordem pública impondo a observância do domingo<br />

foi a lei feita por Constantino. (No ano 321.) Este edito exigia que o povo <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />

repousasse “no venerável dia do Sol”, mas permitia aos homens do campo continuarem<br />

com suas fainas agrícolas. Posto que virtualmente um estatuto pagão, foi imposto pelo<br />

imperador depois de ser nominalmente aceito pelo cristianismo.<br />

Como a ordem real não parecia substituir de modo suficiente a autori<strong>da</strong>de<br />

divina,Eusébio,bispo que procurava o favor dos príncipes e era amigo íntimo e adulador<br />

de Constantino, propôs a alegação de que Cristo transferira o sábado para o domingo.<br />

Nenhum testemunho <strong>da</strong>s Escrituras, sequer, foi aduzido em prova <strong>da</strong> nova doutrina. O<br />

próprio Eusébio inadverti<strong>da</strong>mente reconhece sua falsi<strong>da</strong>de, e indica os ver<strong>da</strong>deiros<br />

autores <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça. “To<strong>da</strong>s as coisas”, diz ele, “que se deveriam fazer no sábado nós as<br />

transferimos para o dia do Senhor.” -Leis e Deveres Sabáticos, de R. Cox. Mas o<br />

argumento do domingo, infun<strong>da</strong>do como era, serviu para incentivar os homens a<br />

desprezarem o sábado do Senhor. Todos os que desejavam ser honrados pelo mundo,<br />

aceitaram a festivi<strong>da</strong>de popular.<br />

Com o firme estabelecimento do papado, a obra <strong>da</strong> exaltação do domingo continuou.<br />

Durante algum tempo o povo se ocupou com trabalho agrícola fora <strong>da</strong>s horas de culto, e o<br />

sétimo dia, o sábado, continuou a ser considerado como dia de repouso. Lenta e<br />

seguramente, porém, se foi efetuando a mu<strong>da</strong>nça. Aos que se achavam em cargos<br />

sagrados era ve<strong>da</strong>do proceder, no domingo, a julgamentos em qualquer questão civil.<br />

Logo depois, ordenava-se a to<strong>da</strong>s as pessoas; de qualquer classe, abster-se do trabalho<br />

usual, sob pena de multa aos livres, e açoites no caso de serem servos. Mais tarde foi

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