Momentos da Verdade

O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma... O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma...

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Momentos da Verdade Diz um escritor inspirado: “Ainda um pouco, e o ímpio não existirá; olharás para o seu lugar e não aparecerá.” E outro declara: “E serão como se nunca tivessem sido.” Salmos 37:10; Obadias 16. Cobertos de infâmia, mergulham, sem esperança, no olvido eterno. Assim se porá termo ao pecado, juntamente com toda a desgraça e ruína que dele resultaram. Diz o salmista: “Destruíste os ímpios; apagaste o seu nome para sempre e eternamente. Oh! inimigo! consumaram-se as assolações.” Salmos 9:5, 6. João, no Apocalipse, olhando para a futura condição eterna, ouve uma antífona universal de louvor, imperturbada por qualquer nota de discórdia. Toda criatura no Céu e na Terra atribuía glória a Deus. Apocalipse 5:13. Não haverá então almas perdidas para blasfemarem de Deus, contorcendo-se em tormento interminável; tampouco seres desditosos no inferno unirão seus gritos aos cânticos dos salvos. Sobre o erro fundamental da imortalidade inerente, repousa a doutrina da consciência na morte, doutrina que, semelhantemente à do tormento eterno, se opõe aos ensinos das Escrituras, aos ditames da razão, e a nossos sentimentos de humanidade. Segundo a crença popular, os remidos no Céu estão a par de tudo que ocorre na Terra, e especialmente da vida dos amigos que deixaram após si. Mas como poderia ser fonte de felicidade para os mortos o saberem das dificuldades dos vivos, testemunhar os pecados cometidos por seus próprios amados, e vê-los suportar todas as tristezas, desapontamentos e angústias da vida? Quanto da bem-aventurança celeste seria fruída pelos que estivessem contemplando seus amigos na Terra? E quão revoltante não é a crença de que, logo que o fôlego deixa o corpo, a alma do impenitente é entregue às chamas do inferno! Em quão profundas angústias deverão mergulhar os que vêem seus amigos passarem à sepultura sem se acharem preparados, para entrar numa eternidade de miséria e pecado! Muitos têm sido arrastados à insanidade por este inquietante pensamento. Que dizem as Escrituras com relação a estas coisas? Davi declara que o homem não se acha consciente na morte. “Sai-lhes o espírito, e eles tornam-se em sua terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos.” Salmos 146:4. Salomão dá o mesmo testemunho: “Os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma.” “O seu amor, o seu ódio e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma neste século, em coisa alguma do que se faz debaixo do Sol.” “Na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma.” Eclesiastes 9:5, 6, 10. Quando, em resposta à sua oração, a vida de Ezequias foi prolongada quinze anos, o rei, agradecido, rendeu a Deus um tributo de louvor por Sua grande misericórdia. Nesse cântico ele dá a razão por assim se regozijar: “Não pode louvar-Te a sepultura, nem a morte glorificar-Te; nem esperarão em Tua verdade os que descem à cova. Os vivos, os vivos, esses Te louvarão, como eu hoje faço.” Isaías 38:18, 19. A teologia popular representa os justos mortos como estando no Céu, admitidos na

Momentos da Verdade bem-aventurança, e louvando a Deus com língua imortal; Ezequias, porém, não pôde ver tal perspectiva gloriosa na morte. Com suas palavras concorda o testemunho do salmista: “Na morte não há lembrança de Ti; no sepulcro quem Te louvará?” “Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio.” Salmos 6:5; 15:17. Pedro, no dia de Pentecoste, declarou que o patriarca Davi “morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura.” “Porque Davi não subiu aos Céus.” Atos 2:29, 34. O fato de Davi permanecer na sepultura até à ressurreição, prova que os justos não ascendem ao Céu por ocasião da morte. É unicamente pela ressurreição, e em virtude de Jesus haver ressuscitado, que Davi poderá finalmente assentar-se à destra de Deus. E Paulo disse: “Se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos.” 1 Coríntios 15:16-18. Se durante quatro mil anos os justos tivessem à sua morte ido diretamente para o Céu,como poderia Paulo ter dito que se não há ressurreição “os que dormiram em Cristo estão perdidos”? Não seria necessário ressurreição. O mártir Tyndale, referindo-se ao estado dos mortos, declarou: “Confesso abertamente que não estou persuadido de que eles já estejam na plena glória em que Cristo Se acha, ou em que estão os anjos eleitos de Deus. Tampouco é isto artigo de minha fé; pois, se assim fosse, não vejo nisto senão que o pregar a ressurreição da carne seria coisa vã.” -Prefácio do “Novo Testamento” (edição de 1534), de Guilherme Tyndale. É fato inegável que a esperança da imortal bem-aventurança ao morrer, tem determinado generalizada negligência da doutrina bíblica da ressurreição. Esta tendência foi notada pelo Dr. Adão Clarke, que disse: “A doutrina da ressurreição parece ter sido julgada de muito maiores conseqüências entre os primeiros cristãos do que o é hoje! Como é isto? Os apóstolos estavam continuamente insistindo nela, e concitando os seguidores de Cristo à diligência, obediência e animação por meio dela. E seus sucessores, na atualidade, raras vezes a mencionam! Pregavam-na os apóstolos, nela criam os primitivos cristãos; pregamo-la nós, e nela crêem nossos ouvintes. Não há doutrina no evangelho a que se dê maior ênfase; e não há doutrina no atual conjunto dos assuntos pregados, que seja tratada com maior negligência!” -Comentário Sobre o Novo Testamento, vol. 2 (acerca de 1 Coríntios 15). Este estado de coisas tem continuado a ponto de ficar a gloriosa verdade da ressurreição quase totalmente obscurecida, e perdida de vista pelo mundo cristão. Assim o autor do Comentário acima referido explica as palavras de Paulo: “Para todo o fim prático de consolação, a doutrina da bem-aventurada imortalidade dos justos toma para nós o lugar de qualquer doutrina duvidosa acerca da segunda vinda do Senhor. Por ocasião de nossa morte o Senhor vem a nós. É isto que devemos esperar e aguardar. Os

<strong>Momentos</strong> <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de<br />

bem-aventurança, e louvando a Deus com língua imortal; Ezequias, porém, não pôde ver<br />

tal perspectiva gloriosa na morte. Com suas palavras concor<strong>da</strong> o testemunho do salmista:<br />

“Na morte não há lembrança de Ti; no sepulcro quem Te louvará?” “Os mortos não<br />

louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio.” Salmos 6:5; 15:17.<br />

Pedro, no dia de Pentecoste, declarou que o patriarca Davi “morreu e foi sepultado, e<br />

entre nós está até hoje a sua sepultura.” “Porque Davi não subiu aos Céus.” Atos 2:29, 34.<br />

O fato de Davi permanecer na sepultura até à ressurreição, prova que os justos não<br />

ascendem ao Céu por ocasião <strong>da</strong> morte. É unicamente pela ressurreição, e em virtude de<br />

Jesus haver ressuscitado, que Davi poderá finalmente assentar-se à destra de Deus. E<br />

Paulo disse: “Se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo<br />

não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ain<strong>da</strong> permaneceis nos vossos pecados. E também os<br />

que dormiram em Cristo estão perdidos.” 1 Coríntios 15:16-18. Se durante quatro mil<br />

anos os justos tivessem à sua morte ido diretamente para o Céu,como poderia Paulo ter<br />

dito que se não há ressurreição “os que dormiram em Cristo estão perdidos”? Não seria<br />

necessário ressurreição.<br />

O mártir Tyn<strong>da</strong>le, referindo-se ao estado dos mortos, declarou: “Confesso<br />

abertamente que não estou persuadido de que eles já estejam na plena glória em que<br />

Cristo Se acha, ou em que estão os anjos eleitos de Deus. Tampouco é isto artigo de<br />

minha fé; pois, se assim fosse, não vejo nisto senão que o pregar a ressurreição <strong>da</strong> carne<br />

seria coisa vã.” -Prefácio do “Novo Testamento” (edição de 1534), de Guilherme<br />

Tyn<strong>da</strong>le. É fato inegável que a esperança <strong>da</strong> imortal bem-aventurança ao morrer, tem<br />

determinado generaliza<strong>da</strong> negligência <strong>da</strong> doutrina bíblica <strong>da</strong> ressurreição. Esta tendência<br />

foi nota<strong>da</strong> pelo Dr. Adão Clarke, que disse: “A doutrina <strong>da</strong> ressurreição parece ter sido<br />

julga<strong>da</strong> de muito maiores conseqüências entre os primeiros cristãos do que o é hoje!<br />

Como é isto? Os apóstolos estavam continuamente insistindo nela, e concitando os<br />

seguidores de Cristo à diligência, obediência e animação por meio dela. E seus<br />

sucessores, na atuali<strong>da</strong>de, raras vezes a mencionam! Pregavam-na os apóstolos, nela<br />

criam os primitivos cristãos; pregamo-la nós, e nela crêem nossos ouvintes. Não há<br />

doutrina no evangelho a que se dê maior ênfase; e não há doutrina no atual conjunto dos<br />

assuntos pregados, que seja trata<strong>da</strong> com maior negligência!” -Comentário Sobre o Novo<br />

Testamento, vol. 2 (acerca de 1 Coríntios 15).<br />

Este estado de coisas tem continuado a ponto de ficar a gloriosa ver<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

ressurreição quase totalmente obscureci<strong>da</strong>, e perdi<strong>da</strong> de vista pelo mundo cristão. Assim<br />

o autor do Comentário acima referido explica as palavras de Paulo: “Para todo o fim<br />

prático de consolação, a doutrina <strong>da</strong> bem-aventura<strong>da</strong> imortali<strong>da</strong>de dos justos toma para<br />

nós o lugar de qualquer doutrina duvidosa acerca <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> vin<strong>da</strong> do Senhor. Por<br />

ocasião de nossa morte o Senhor vem a nós. É isto que devemos esperar e aguar<strong>da</strong>r. Os

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