Momentos da Verdade

O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma... O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma...

newcovenantpublicationsintl
from newcovenantpublicationsintl More from this publisher
21.04.2023 Views

Momentos da Verdade e mesmo sinceros; mas estão iludidos pelos sofismas de Satanás. Este os leva a interpretar mal terminantes expressões das Escrituras, dando à linguagem a coloração de amargura e malignidade que a ele pertence, mas não ao Criador. “Vivo Eu, diz o Senhor Jeová, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converterá do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que razão morrereis?” Ezequiel 33:11. Que ganharia Deus se admitíssemos que Ele Se deleita em testemunhar incessantes torturas; que Se alegra com os gemidos, gritos e imprecações das sofredoras criaturas por Ele retidas nas chamas do inferno? Poderão esses terríveis sons ser música aos ouvidos do Amor infinito? Insiste-se em que a aplicação de intérmino sofrimento aos ímpios mostraria o ódio de Deus ao pecado, como a um mal ruinoso à paz e à ordem do Universo. Terrível blasfêmia! Como se o ódio de Deus ao pecado seja a razão por que este se perpetua. Pois, segundo os ensinos desses teólogos, a contínua tortura sem esperança de misericórdia enlouquece suas infelizes vítimas, e, ao derramarem elas sua cólera em maldições e blasfêmias, estão para sempre aumentando sua carga de crimes. A glória de Deus não é encarecida, perpetuando-se desta maneira o pecado, em constante aumento, através de eras sem fim. Está além do poder do espírito humano avaliar o mal que tem sido feito pela heresia do tormento eterno. A religião da Bíblia, repleta de amor e bondade, e abundante de misericórdia, é obscurecida pela superstição e revestida de terror. Ao considerarmos em que cores falsas Satanás esboçou o caráter de Deus, surpreender-nos-emos de que nosso misericordioso Criador seja receado, temido e mesmo odiado? As opiniões aterrorizadoras acerca de Deus, que pelos ensinos do púlpito são espalhadas pelo mundo, têm feito milhares, e mesmo milhões de cépticos e incrédulos. A teoria do tormento eterno é uma das falsas doutrinas que constituem o vinho das abominações de Babilônia, do qual ela faz todas as nações beberem. Apocalipse 14:8; 17:2. Que ministros de Cristo hajam aceito esta heresia e a tenham proclamado do púlpito sagrado, é na verdade um mistério. Eles a receberam de Roma, assim como receberam o falso sábado. É verdade que tem sido ensinada por homens eminentes e piedosos; mas a luz sobre tal assunto não lhes chegou como a nós. Eram responsáveis apenas pela luz que resplandecia em seu tempo; nós o somos pela que brilha em nossa época. Se nos desviamos do testemunho da Palavra de Deus, aceitando falsas doutrinas porque nossos pais as ensinaram, caímos sob a condenação pronunciada sobre Babilônia; estamos a beber do vinho de suas abominações. Numerosa classe, para a qual a doutrina do tormento eterno é revoltante, é levada ao erro oposto. Vêem que as Escrituras representam a Deus como um ser de amor e compaixão, e não podem crer que Ele destine Suas criaturas aos fogos de um inferno

Momentos da Verdade eternamente a arder. Crendo, porém, ser a alma de natureza imortal, não percebem outra alternativa senão concluir que toda a humanidade se salvará, por fim. Muitos consideram as ameaças da Bíblia como sendo meramente destinadas a amedrontar os homens para a obediência, e não para se cumprirem literalmente. Assim o pecador pode viver em prazeres egoístas, desatendendo aos preceitos de Deus, e não obstante esperar ser, ao final, recebido em Seu favor. Esta doutrina, admitindo a misericórdia de Deus, mas passando por alto Sua justiça, agrada ao coração carnal, e torna audazes os ímpios em sua iniqüidade. A fim de mostrar como os crentes na salvação universal torcem as Escrituras para sustentarem seus dogmas destruidores de almas, basta citar suas próprias declarações. Nos funerais de um jovem irreligioso, que tivera morte instantânea em um desastre, um ministro universalista escolheu como texto a declaração das Escrituras relativa a Davi: “Já se tinha consolado acerca de Amnom, que era morto.” 2 Samuel 13:39. “Sou freqüentemente interrogado”, disse o orador, “sobre qual será a sorte dos que deixam o mundo em pecado, que morrem, talvez, em estado de embriaguez, morrem sem ter lavado das manchas escarlates do crime as suas vestes, ou como este jovem sucumbiu, nunca tendo feito qualquer profissão ou gozado experiência religiosa. Estamos contentes com as Escrituras; sua resposta resolverá o terrível problema. Amnom era muitíssimo pecador; ele não estava arrependido, fizeram-no embriagar-se, e, estando em estado de embriaguez, foi morto. Davi era profeta de Deus; ele deveria saber se iria mal ou bem com Amnom no mundo vindouro. Quais foram as expressões de seu coração? ‘Então tinha o rei Davi saudades de Absalão, porque já se tinha consolado acerca de Amnom, que era morto.’ “E qual é a inferência a fazer-se desta linguagem? Não é que o sofrimento intérmino não fazia parte de sua crença religiosa? Assim o concebemos; e aqui descobrimos um argumento triunfante em apoio da mais agradável, mais iluminada, mais benévola hipótese da pureza e paz, universal e final. Consolou-se, vendo que o filho estava morto. E por que isto? Porque, pelos olhos da profecia, podia vislumbrar o glorioso futuro, e ver aquele filho afastado para longe de toda tentação, livre do cativeiro, e purificado das corrupções do pecado, e depois de se haver tornado suficientemente santo e esclarecido, admitido na assembléia dos espíritos elevados e jubilosos. Seu único conforto era que, sendo removido do presente estado de pecado e sofrimento, seu amado filho fora para o lugar em que o mais elevado bafejo do Espírito Santo cairia sobre a sua alma entenebrecida; em que seu espírito se desdobraria à sabedoria do Céu e aos suaves transportes do amor imortal, e assim se prepararia com a natureza santificada para gozar o repouso e companhia da herança celestial. “Nesse sentido é que desejamos ser compreendidos como crentes que somos de que a salvação do Céu não depende de coisa alguma que possamos fazer nesta vida; nem da

<strong>Momentos</strong> <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de<br />

e mesmo sinceros; mas estão iludidos pelos sofismas de Satanás. Este os leva a<br />

interpretar mal terminantes expressões <strong>da</strong>s Escrituras, <strong>da</strong>ndo à linguagem a coloração de<br />

amargura e maligni<strong>da</strong>de que a ele pertence, mas não ao Criador. “Vivo Eu, diz o Senhor<br />

Jeová, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converterá do seu<br />

caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que<br />

razão morrereis?” Ezequiel 33:11.<br />

Que ganharia Deus se admitíssemos que Ele Se deleita em testemunhar incessantes<br />

torturas; que Se alegra com os gemidos, gritos e imprecações <strong>da</strong>s sofredoras criaturas por<br />

Ele reti<strong>da</strong>s nas chamas do inferno? Poderão esses terríveis sons ser música aos ouvidos<br />

do Amor infinito? Insiste-se em que a aplicação de intérmino sofrimento aos ímpios<br />

mostraria o ódio de Deus ao pecado, como a um mal ruinoso à paz e à ordem do<br />

Universo. Terrível blasfêmia! Como se o ódio de Deus ao pecado seja a razão por que<br />

este se perpetua. Pois, segundo os ensinos desses teólogos, a contínua tortura sem<br />

esperança de misericórdia enlouquece suas infelizes vítimas, e, ao derramarem elas sua<br />

cólera em maldições e blasfêmias, estão para sempre aumentando sua carga de crimes. A<br />

glória de Deus não é encareci<strong>da</strong>, perpetuando-se desta maneira o pecado, em constante<br />

aumento, através de eras sem fim.<br />

Está além do poder do espírito humano avaliar o mal que tem sido feito pela heresia<br />

do tormento eterno. A religião <strong>da</strong> Bíblia, repleta de amor e bon<strong>da</strong>de, e abun<strong>da</strong>nte de<br />

misericórdia, é obscureci<strong>da</strong> pela superstição e revesti<strong>da</strong> de terror. Ao considerarmos em<br />

que cores falsas Satanás esboçou o caráter de Deus, surpreender-nos-emos de que nosso<br />

misericordioso Criador seja receado, temido e mesmo odiado? As opiniões<br />

aterrorizadoras acerca de Deus, que pelos ensinos do púlpito são espalha<strong>da</strong>s pelo mundo,<br />

têm feito milhares, e mesmo milhões de cépticos e incrédulos.<br />

A teoria do tormento eterno é uma <strong>da</strong>s falsas doutrinas que constituem o vinho <strong>da</strong>s<br />

abominações de Babilônia, do qual ela faz to<strong>da</strong>s as nações beberem. Apocalipse 14:8;<br />

17:2. Que ministros de Cristo hajam aceito esta heresia e a tenham proclamado do púlpito<br />

sagrado, é na ver<strong>da</strong>de um mistério. Eles a receberam de Roma, assim como receberam o<br />

falso sábado. É ver<strong>da</strong>de que tem sido ensina<strong>da</strong> por homens eminentes e piedosos; mas a<br />

luz sobre tal assunto não lhes chegou como a nós. Eram responsáveis apenas pela luz que<br />

resplandecia em seu tempo; nós o somos pela que brilha em nossa época. Se nos<br />

desviamos do testemunho <strong>da</strong> Palavra de Deus, aceitando falsas doutrinas porque nossos<br />

pais as ensinaram, caímos sob a condenação pronuncia<strong>da</strong> sobre Babilônia; estamos a<br />

beber do vinho de suas abominações.<br />

Numerosa classe, para a qual a doutrina do tormento eterno é revoltante, é leva<strong>da</strong> ao<br />

erro oposto. Vêem que as Escrituras representam a Deus como um ser de amor e<br />

compaixão, e não podem crer que Ele destine Suas criaturas aos fogos de um inferno

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!