Momentos da Verdade

O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma... O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma...

newcovenantpublicationsintl
from newcovenantpublicationsintl More from this publisher
21.04.2023 Views

Momentos da Verdade da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte. Porque, quanto cuidado não produziu isto mesmo em vós, que segundo Deus fostes contristados! que apologia, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vingança! em tudo mostrastes estar puros neste negócio.” 2 Coríntios 7:9-11. Este é o resultado da obra do Espírito de Deus. Não há prova de genuíno arrependimento a menos que ele opere reforma na vida. Se restitui o penhor, devolve o que tinha roubado, confessa os pecados, e ama a Deus e seus semelhantes, pode o pecador estar certo de que encontrou paz com Deus. Foram estes os efeitos que, em anos anteriores, se seguiram às ocasiões de avivamento religioso. Julgados pelos seus frutos, sabia-se que eram abençoados por Deus para a salvação dos homens e para reerguimento da humanidade. Muitos dos despertamentos dos tempos modernos têm, no entanto, apresentado notável contraste com aquelas manifestações de graça divina que nos primitivos tempos se seguiam aos labores dos servos de Deus. É verdade que se desperta grande interesse, muitos professam conversão, e há larga afluência às igrejas; não obstante, os resultados não são de molde a autorizar a crença de que houve aumento correspondente da verdadeira vida espiritual. A luz que chameja por algum tempo logo fenece, deixando as trevas mais densas do que antes. Avivamentos populares são muitas vezes levados a efeito por meio de apelos à imaginação, excitando-se as emoções, satisfazendose o amor ao que é novo e surpreendente. Conversos ganhos desta maneira têm pouco desejo de ouvir a verdade bíblica, pouco interesse no testemunho dos profetas e apóstolos. A menos que o culto assuma algo de caráter sensacional, não lhes oferece atração. Não é atendida a mensagem que apele para a razão desapaixonada. As claras advertências da Palavra de Deus, que diretamente se referem aos seus interesses eternos, não são tomadas a sério. Para toda alma verdadeiramente convertida, a relação com Deus e com as coisas eternas será o grande objetivo da vida. Mas onde, nas igrejas populares de hoje, o espírito de consagração a Deus? Os conversos não renunciam ao orgulho e amor do mundo. Não estão mais dispostos a negar-se, tomar a cruz, e seguir o manso e humilde Nazareno, do que estiveram antes de se converter. A religião tornouse o entretenimento dos incrédulos e cépticos, porque tantos que são portadores de seu nome lhes desconhecem os princípios. O poder da piedade quase desapareceu de muitas das igrejas. Piqueniques, representações teatrais nas igrejas, quermesses, casas elegantes, ostentação pessoal, desviaram de Deus os pensamentos. Terras e bens, e ocupações mundanas absorvem a mente, e as coisas de interesse eterno mal recebem atenção passageira. Apesar do generalizado declínio da fé e da piedade, há verdadeiros seguidores de Cristo nestas igrejas. Antes de os juízos finais de Deus caírem sobre a Terra, haverá, entre o povo do Senhor, tal avivamento da primitiva piedade como não fora testemunhado

Momentos da Verdade desde os tempos apostólicos. O Espírito e o poder de Deus serão derramados sobre Seus filhos. Naquele tempo muitos se separarão das igrejas em que o amor deste mundo suplantou o amor a Deus e à Sua Palavra. Muitos, tanto pastores como leigos, aceitarão alegremente as grandes verdades que Deus providenciou fossem proclamadas no tempo presente, a fim de preparar um povo para a segunda vinda do Senhor. O inimigo das almas deseja estorvar esta obra; e antes que chegue o tempo para tal movimento, esforçar-se-á para impedi-la, introduzindo uma contrafação. Nas igrejas que puder colocar sob seu poder sedutor, fará parecer que a bênção especial de Deus foi derramada; manifestar-se-á o que será considerado como grande interesse religioso. Multidões exultarão de que Deus esteja operando maravilhosamente por elas, quando a obra é de outro espírito. Sob o disfarce religioso, Satanás procurará estender sua influência sobre o mundo cristão. Em muitos dos avivamentos ocorridos durante o último meio século, têm estado a operar, em maior ou menor grau, as mesmas influências que se manifestarão em movimentos mais extensos no futuro. Há um excitamento emotivo, mistura do verdadeiro com o falso, muito apropriado para transviar. Contudo, ninguém necessita ser enganado. À luz da Palavra de Deus não é difícil determinar a natureza destes movimentos. Onde quer que os homens negligenciem o testemunho da Escritura Sagrada, desviando-se das verdades claras que servem para provar a alma e que exigem a renúncia de si mesmo e a do mundo, podemos estar certos de que ali não é outorgada a bênção de Deus. E, pela regra que o próprio Cristo deu -“Por seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:16) -é evidente que esses movimentos não são obra do Espírito de Deus. Nas verdades de Sua Palavra, Deus deu aos homens a revelação de Si mesmo; e a todos os que as aceitam servem de escudo contra os enganos de Satanás. Foi a negligência destas verdades que abriu a porta aos males que tanto se estão generalizando agora no mundo religioso. Tem-se perdido de vista, em grande parte, a natureza e importância da lei de Deus. Uma concepção errônea do caráter, perpetuidade e vigência da lei divina, tem ocasionado erros quanto à conversão e santificação, resultando em baixar, na igreja, a norma da piedade. Aqui deve encontrar-se o segredo da falta do Espírito e poder de Deus nos avivamentos de nosso tempo. Há, nas várias denominações, homens eminentes por sua piedade, que reconhecem e lamentam este fato. O Prof. Eduardo A. Park, apresentando os perigos atuais de natureza religiosa, diz acertadamente: “Fonte de perigos é a negligência, por parte do púlpito, de insistir sobre a lei divina. Nos dias passados o púlpito era o eco da voz da consciência. ... Os nossos mais ilustres pregadores davam admirável majestade aos seus discursos, seguindo o exemplo do Mestre, e pondo em preeminência a lei, seus preceitos e ameaças. Repetiam as duas grandes máximas de que a lei é a transcrição das perfeições divinas e de que o homem que não ame a lei, não ama o evangelho; pois a lei, bem como o

<strong>Momentos</strong> <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte. Porque, quanto<br />

cui<strong>da</strong>do não produziu isto mesmo em vós, que segundo Deus fostes contristados! que<br />

apologia, que indignação, que temor, que sau<strong>da</strong>des, que zelo, que vingança! em tudo<br />

mostrastes estar puros neste negócio.” 2 Coríntios 7:9-11.<br />

Este é o resultado <strong>da</strong> obra do Espírito de Deus. Não há prova de genuíno<br />

arrependimento a menos que ele opere reforma na vi<strong>da</strong>. Se restitui o penhor, devolve o<br />

que tinha roubado, confessa os pecados, e ama a Deus e seus semelhantes, pode o<br />

pecador estar certo de que encontrou paz com Deus. Foram estes os efeitos que, em anos<br />

anteriores, se seguiram às ocasiões de avivamento religioso. Julgados pelos seus frutos,<br />

sabia-se que eram abençoados por Deus para a salvação dos homens e para reerguimento<br />

<strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de. Muitos dos despertamentos dos tempos modernos têm, no entanto,<br />

apresentado notável contraste com aquelas manifestações de graça divina que nos<br />

primitivos tempos se seguiam aos labores dos servos de Deus. É ver<strong>da</strong>de que se desperta<br />

grande interesse, muitos professam conversão, e há larga afluência às igrejas; não<br />

obstante, os resultados não são de molde a autorizar a crença de que houve aumento<br />

correspondente <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>deira vi<strong>da</strong> espiritual. A luz que chameja por algum tempo logo<br />

fenece, deixando as trevas mais densas do que antes.<br />

Avivamentos populares são muitas vezes levados a efeito por meio de apelos à<br />

imaginação, excitando-se as emoções, satisfazendose o amor ao que é novo e<br />

surpreendente. Conversos ganhos desta maneira têm pouco desejo de ouvir a ver<strong>da</strong>de<br />

bíblica, pouco interesse no testemunho dos profetas e apóstolos. A menos que o culto<br />

assuma algo de caráter sensacional, não lhes oferece atração. Não é atendi<strong>da</strong> a mensagem<br />

que apele para a razão desapaixona<strong>da</strong>. As claras advertências <strong>da</strong> Palavra de Deus, que<br />

diretamente se referem aos seus interesses eternos, não são toma<strong>da</strong>s a sério.<br />

Para to<strong>da</strong> alma ver<strong>da</strong>deiramente converti<strong>da</strong>, a relação com Deus e com as coisas<br />

eternas será o grande objetivo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. Mas onde, nas igrejas populares de hoje, o espírito<br />

de consagração a Deus? Os conversos não renunciam ao orgulho e amor do mundo. Não<br />

estão mais dispostos a negar-se, tomar a cruz, e seguir o manso e humilde Nazareno, do<br />

que estiveram antes de se converter. A religião tornouse o entretenimento dos incrédulos<br />

e cépticos, porque tantos que são portadores de seu nome lhes desconhecem os<br />

princípios. O poder <strong>da</strong> pie<strong>da</strong>de quase desapareceu de muitas <strong>da</strong>s igrejas. Piqueniques,<br />

representações teatrais nas igrejas, quermesses, casas elegantes, ostentação pessoal,<br />

desviaram de Deus os pensamentos. Terras e bens, e ocupações mun<strong>da</strong>nas absorvem a<br />

mente, e as coisas de interesse eterno mal recebem atenção passageira.<br />

Apesar do generalizado declínio <strong>da</strong> fé e <strong>da</strong> pie<strong>da</strong>de, há ver<strong>da</strong>deiros seguidores de<br />

Cristo nestas igrejas. Antes de os juízos finais de Deus caírem sobre a Terra, haverá, entre<br />

o povo do Senhor, tal avivamento <strong>da</strong> primitiva pie<strong>da</strong>de como não fora testemunhado

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!