Momentos da Verdade
O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma... O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma...
Momentos da Verdade que até o próprio Frederico, durante muito tempo, não soube para onde fora ele conduzido. Esta ignorância não deixou de ter seu desígnio; enquanto o eleitor nada soubesse do paradeiro de Lutero, nada poderia revelar. Convenceu-se de que o reformador estava em segurança e com isso se sentiu satisfeito. Passaram-se a primavera, o verão e o outono, e chegara o inverno, e Lutero ainda permanecia prisioneiro. Aleandro e seus partidários exultavam quando a luz do evangelho parecia prestes a extinguir-se. Mas, em vez disso, o reformador enchia sua lâmpada no repositório da verdade; e sua luz deveria resplandecer com maior brilho. Na proteção amiga de Wartburgo, Lutero durante algum tempo se regozijou em seu livramento do ardor e torvelinho da batalha. Mas não poderia por muito tempo encontrar satisfação no silêncio e repouso. Habituado a uma vida de atividade e acirrado conflito, mal suportava o permanecer inativo. Naqueles dias de solidão, surgia diante dele o estado da igreja, e exclamava em desespero: “Ai! ninguém há neste último tempo da ira do Senhor para ficar diante dEle como uma muralha e salvar Israel.” -D’Aubigné. Novamente volvia os pensamentos para si mesmo e receava ser acusado de covardia por afastar-se da contenda. Acusava-se, então, de indolência e condescendência própria. No entanto, produzia diariamente mais do que parecia possível a um homem fazer. Sua pena nunca estava ociosa. Seus inimigos, conquanto se lisonjeassem de que ele estivesse em silêncio, espantavam-se e confundiam-se pela prova palpável de que ainda exercia atividade. Sem-número de folhetos, procedentes de sua pena, circulavam pela Alemanha toda. Também prestava importantíssimo serviço a seus patrícios, traduzindo o Novo Testamento para a língua alemã. De seu Patmos rochoso, continuou durante quase um ano inteiro a proclamar o evangelho e a repreender os pecados e erros do tempo. Não foi, porém, meramente para preservar Lutero da ira de seus inimigos, nem mesmo para proporcionar-lhe uma temporada de calma para esses importantes labores, que Deus retirara Seu servo do cenário da vida pública. Visavam-se resultados mais preciosos do que esses. Na solidão e obscuridade de seu retiro montesino, Lutero esteve afastado do apoio terrestre e excluído dos louvores humanos. Foi desta maneira salvo do orgulho e confiança em si próprio, tantas vezes determinados pelo êxito. Por sofrimentos e humilhação foi de novo preparado para andar em segurança na altura vertiginosa a que tão subitamente fora exaltado. Ao exultarem os homens na libertação que a verdade lhes traz, inclinam-se a engrandecer aqueles que Deus empregou para quebrar as cadeias do erro e superstição. Satanás procura desviar de Deus os pensamentos e afeições dos homens, e fixá-los nos fatores humanos; ele os leva a honrar o mero instrumento, e desconhecer a Mão que dirige os acontecimentos da Providência. Muitas vezes dirigentes religiosos que assim são louvados e reverenciados, perdem de vista sua dependência de Deus e são levados a
Momentos da Verdade confiar em si próprios. Em conseqüência, procuram governar o espírito e a consciência do povo que se dispõe a esperar deles a guia, em vez de esperá-la da Palavra de Deus. A obra de reforma é muitas vezes retardada por causa deste espírito da parte dos que a amparam. Deste perigo quis Deus guardar a causa da Reforma. Ele desejava que aquela obra recebesse não os característicos do homem, mas os de Deus. Os olhos dos homens tinham-se dirigido a Lutero como o expositor da verdade; ele foi removido para que todos os olhares pudessem dirigir-se ao sempiterno Autor da verdade.
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<strong>Momentos</strong> <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de<br />
que até o próprio Frederico, durante muito tempo, não soube para onde fora ele<br />
conduzido. Esta ignorância não deixou de ter seu desígnio; enquanto o eleitor na<strong>da</strong><br />
soubesse do paradeiro de Lutero, na<strong>da</strong> poderia revelar. Convenceu-se de que o<br />
reformador estava em segurança e com isso se sentiu satisfeito.<br />
Passaram-se a primavera, o verão e o outono, e chegara o inverno, e Lutero ain<strong>da</strong><br />
permanecia prisioneiro. Aleandro e seus partidários exultavam quando a luz do evangelho<br />
parecia prestes a extinguir-se. Mas, em vez disso, o reformador enchia sua lâmpa<strong>da</strong> no<br />
repositório <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de; e sua luz deveria resplandecer com maior brilho. Na proteção<br />
amiga de Wartburgo, Lutero durante algum tempo se regozijou em seu livramento do<br />
ardor e torvelinho <strong>da</strong> batalha. Mas não poderia por muito tempo encontrar satisfação no<br />
silêncio e repouso. Habituado a uma vi<strong>da</strong> de ativi<strong>da</strong>de e acirrado conflito, mal suportava<br />
o permanecer inativo. Naqueles dias de solidão, surgia diante dele o estado <strong>da</strong> igreja, e<br />
exclamava em desespero: “Ai! ninguém há neste último tempo <strong>da</strong> ira do Senhor para<br />
ficar diante dEle como uma muralha e salvar Israel.” -D’Aubigné.<br />
Novamente volvia os pensamentos para si mesmo e receava ser acusado de covardia<br />
por afastar-se <strong>da</strong> conten<strong>da</strong>. Acusava-se, então, de indolência e condescendência própria.<br />
No entanto, produzia diariamente mais do que parecia possível a um homem fazer. Sua<br />
pena nunca estava ociosa. Seus inimigos, conquanto se lisonjeassem de que ele estivesse<br />
em silêncio, espantavam-se e confundiam-se pela prova palpável de que ain<strong>da</strong> exercia<br />
ativi<strong>da</strong>de. Sem-número de folhetos, procedentes de sua pena, circulavam pela Alemanha<br />
to<strong>da</strong>. Também prestava importantíssimo serviço a seus patrícios, traduzindo o Novo<br />
Testamento para a língua alemã. De seu Patmos rochoso, continuou durante quase um<br />
ano inteiro a proclamar o evangelho e a repreender os pecados e erros do tempo.<br />
Não foi, porém, meramente para preservar Lutero <strong>da</strong> ira de seus inimigos, nem<br />
mesmo para proporcionar-lhe uma tempora<strong>da</strong> de calma para esses importantes labores,<br />
que Deus retirara Seu servo do cenário <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> pública. Visavam-se resultados mais<br />
preciosos do que esses. Na solidão e obscuri<strong>da</strong>de de seu retiro montesino, Lutero esteve<br />
afastado do apoio terrestre e excluído dos louvores humanos. Foi desta maneira salvo do<br />
orgulho e confiança em si próprio, tantas vezes determinados pelo êxito. Por sofrimentos<br />
e humilhação foi de novo preparado para an<strong>da</strong>r em segurança na altura vertiginosa a que<br />
tão subitamente fora exaltado.<br />
Ao exultarem os homens na libertação que a ver<strong>da</strong>de lhes traz, inclinam-se a<br />
engrandecer aqueles que Deus empregou para quebrar as cadeias do erro e superstição.<br />
Satanás procura desviar de Deus os pensamentos e afeições dos homens, e fixá-los nos<br />
fatores humanos; ele os leva a honrar o mero instrumento, e desconhecer a Mão que<br />
dirige os acontecimentos <strong>da</strong> Providência. Muitas vezes dirigentes religiosos que assim<br />
são louvados e reverenciados, perdem de vista sua dependência de Deus e são levados a