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Momentos da Verdade

O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma...

O mistério da história não é completamente escuro, pois é um véu que oculta apenas parcialmente a atividade criadora e as forças espirituais e a operação das leis espirituais. É comum dizer que o sangue dos mártires é a semente da Igreja, mas o que estamos afirmando é simplesmente que os atos individuais de decisão espiritual dão frutos sociais... Pois as grandes mudanças culturais e revoluções históricas que decidem o destino das nações ou o caráter de uma época são o resultado cumulativo de uma série de decisões espirituais... a fé e o discernimento, ou a recusa e cegueira, dos indivíduos. Ninguém pode pôr o dedo no último ato espiritual que inclina o equilíbrio e faz com que a ordem externa da sociedade assuma uma nova forma...

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<strong>Momentos</strong> <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de<br />

pais. Quando o Senhor lhes envia mais luz, recusam-se a aceitá-la porque, não havendo<br />

ela sido concedi<strong>da</strong> a seus pais, não foi por estes acolhi<strong>da</strong>. Não estamos colocados onde<br />

nossos pais se achavam; conseqüentemente nossos deveres e responsabili<strong>da</strong>des não são<br />

os mesmos. Não seremos aprovados por Deus olhando para o exemplo de nossos pais a<br />

fim de determinar nosso dever, em vez de pesquisar por nós mesmos a Palavra <strong>da</strong><br />

ver<strong>da</strong>de. Nossa responsabili<strong>da</strong>de é maior do que foi a de nossos antepassados. Somos<br />

responsáveis pela luz que receberam, e que nos foi entregue como herança; somos<br />

também responsáveis pela luz adicional que hoje, <strong>da</strong> Palavra de Deus, está a brilhar sobre<br />

nós.<br />

Disse Cristo acerca dos judeus incrédulos: “Se Eu não viera, nem lhes houvera falado,<br />

não teriam pecado, mas agora não têm desculpa do seu pecado.” João 15:22. O mesmo<br />

poder divino falara por intermédio de Lutero ao imperador e príncipes <strong>da</strong> Alemanha. E,<br />

ao resplandecer a luz <strong>da</strong> Palavra de Deus, Seu Espírito contendeu pela última vez com<br />

muitos naquela assembléia. Como Pilatos, séculos antes, permitira que o orgulho e a<br />

populari<strong>da</strong>de fechassem seu coração contra o Redentor do mundo; como o timorato Félix<br />

ordenou ao mensageiro <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de: “Por agora vai-te, e em tendo oportuni<strong>da</strong>de te<br />

chamarei”; como o orgulhoso Agripa confessou: “Por pouco me queres persuadir a que<br />

me faça cristão!” (Atos 24:25; 26:28) e no entanto se desviou <strong>da</strong> mensagem envia<strong>da</strong> pelo<br />

Céu -assim Carlos V, cedendo às sugestões do orgulho e política mun<strong>da</strong>nos, decidiu-se a<br />

rejeitar a luz <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de.<br />

Circularam amplamente rumores dos planos feitos contra Lutero, causando por to<strong>da</strong> a<br />

ci<strong>da</strong>de grande excitação. O reformador conquistara muitos amigos que, conhecendo a<br />

traiçoeira cruel<strong>da</strong>de de Roma para com todos os que ousavam expor suas corrupções,<br />

resolveram que ele não fosse sacrificado. Centenas de nobres se comprometeram a<br />

protegê-lo. Não poucos denunciaram abertamente a mensagem real como evidência de<br />

tími<strong>da</strong> submissão ao poder de Roma. Às portas <strong>da</strong>s casas e em lugares públicos, foram<br />

afixados cartazes, alguns condenando e outros apoiando Lutero. Num deles estavam<br />

meramente escritas as significativas palavras do sábio: “Ai de ti, ó terra, cujo rei é<br />

criança!” Eclesiastes 10:16. O entusiasmo popular em favor de Lutero, por to<strong>da</strong> a<br />

Alemanha, convenceu tanto o imperador como a Dieta de que qualquer injustiça a ele<br />

manifesta faria perigar a paz do império e mesmo a estabili<strong>da</strong>de do trono.<br />

Frederico <strong>da</strong> Saxônia manteve uma estu<strong>da</strong><strong>da</strong> reserva, escondendo cui<strong>da</strong>dosamente<br />

seus ver<strong>da</strong>deiros sentimentos, para com o reformador, ao passo que o guar<strong>da</strong>va com<br />

incansável vigilância, observando todos os seus movimentos e todos os de seus inimigos.<br />

Mas, muitos havia que não faziam tentativa para ocultar sua simpatia por Lutero. Ele era<br />

visitado por príncipes, condes, barões e outras pessoas de distinção, tanto leigas como<br />

eclesiásticas. “A salinha do doutor”, escreveu Spalatin, “não podia conter todos os<br />

visitantes que se apresentavam.” -Martyn. O povo contemplava-o como se fosse mais que

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