D Grau - 3ª Edição
3ª Edição da revista dos alunos de Física e Engenharia Física da FCUL, produzida e editada pelo NFEF-FCUL.
3ª Edição da revista dos alunos de Física e Engenharia Física da FCUL, produzida e editada pelo NFEF-FCUL.
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A equipa portuguesa foi constituída por elementos
do Centro de Astrofísica da Universidade
do Porto (CAUP) e da Faculdade de Ciências
da Universidade de Lisboa (FCUL), sendo que
a construção do instrumento foi financiada pela
Fundação para a Ciências e a Tecnologia (FCT)
do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
A construção do instrumento durou praticamente
uma década durante a qual a equipa nacional
teve de desenhar, construir, montar e testar
a melhor solução tecnológica para combinar
a luz dos 4 telescópios. Tratou-se de construir o
chamado Coudé Train, um sistema óptico constituído
por um conjunto de prismas (P4 a P7 e
ADC12), lentes (L10 e L11) e espelhos (R8 e
R9), com as respetivas montagens mecânicas e
componentes eletrónicos, capazes de conduzir a
luz por mais de 70 metros de tubos e túneis, até
ao espectrógrafo em si. Na verdade, era preciso
construir um para cada telescópio do VLT. A dificuldade
tecnológica é incrementada pelo facto de
ser necessário construir o instrumento num ambiente
extremo, o deserto de Atacama nos Andes
Chilenos, onde os tremores de Terra são muito
frequentes. Ou seja, o sistema tinha de ser fiável
para que nada mudasse mesmo depois de um
grande sismo. Para além destes requisitos que
aumentaram a complexidade do desenho do sistema,
era também necessário transportar a luz
da forma mais eficiente, garantindo que a imagem
da estrela que era introduzida na fibra que
fazia a ligação ao espectrógrafo mantinha todas
as qualidades ópticas. Resumindo, um desafio
de dimensões consideráveis.
O Very Large Telescope do ESO,
e os seus 4 grandes telescópios.
Para cada telescópio existe um
Codé Train constituído por:
- prismas P4 a P6 acoplados À estrutura
do telescópio;
- prisma P7 e espelhos R8 e R9
instalados na Sala de Coudé por
debaixo do telescópio;
- lentes L10 e L11 nas extremidades
do túnel que liga a Sala de
Coudé ao Laboratório de Coudé
Combinado;
- conjunto de prismas ADC12, no
Laboratório de Coudé Combinado,
onde o Coudé Train cria uma imagem
da estrela numa fibra que conduz
a luz ao espectrógrafo.
Fonte: A.Cabral, IA
Na equipa portuguesa que construiu o
Coudé Train, são vários os elementos de Ciências,
nomeadamente Manuel Abreu, João Pinto
Coelho, David Alves e Alexandre Cabral que acabam
por transportar muitas das experiências vividas
neste projeto para as aulas de Engenharia
Física. No total, a experiência contou com 268
dias distribuídos por 17 missões ao Observatório
do Paranal a 2670 metros de altitude, no Deserto
de Atacama, norte do Chile.
Em Novembro de 2017, o ESPRESSO
obteve o primeiro espectro de uma estrela e em
Fevereiro de 2018 pela primeira vez a luz dos
quatro telescópios foi observada em simultâneo.
Em troca pelo trabalho e investimento realizado,
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