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D Grau - 3ª Edição

3ª Edição da revista dos alunos de Física e Engenharia Física da FCUL, produzida e editada pelo NFEF-FCUL.

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Tu podes experimentar um ambiente de

Virtual Observatory no teu computador! Basta fazer

download do software Aladin Sky Atlas, ou

utilizar o Aladin Lite no site do Centre de Données

astronomiques de Strasbourg (CDS) e explorar

os diferentes catálogos e bandas eletromagnéticas

oferecidas para observar objetos astronómicos!

Processamento de dados, visualização e

algoritmos: muito mais que imagens

bonitas

Em 2019, o mundo da Astronomia conquistou

algo fenomenal: a primeira imagem de

um buraco negro, para o buraco negro M87*. Em

2022, isto se repetiu, e dessa vez para um buraco

negro muito mais próximo: o Sgr A*, no centro da

nossa galáxia.

Mas como estas imagens foram feitas?

As ondas eletromagnéticas que recebemos

destes buracos negros nem sequer são na

zona da luz visível – na realidade, são ondas de

rádio. Ou seja, nós não vería-mos os buracos negros

daquela forma com os nossos olhos. Mas as

ondas de rádio, detetadas com radiotelescópios

espalhados pelo planeta, formando um único telescópio

gigante, geraram dados que foram compilados

e permitiram a formação destas imagens

tão divulgadas. Isto gerou 5 petabytes de dados

(ou seja, 5000000 gigabytes!).

Para processar esta quantidade absurda

de dados, foi preciso um método novo – e daí

surgiu o algoritmo CHIRP, criado pela engenheira

Katie Bouman em conjunto com outros cientistas.

O Sgr A* apresentou ainda mais dificuldades.

O material ao redor do nosso buraco negro

se move muito mais rapidamente do que a

imagem do M87*. É como tentar fotografar um

cão a correr atrás do seu próprio rabo. Para obter

uma imagem, então, foi preciso fazer uma “média”

das diferentes imagens obtidas. Mais de 300

cientistas, de 80 institutos ao redor do mundo, colaboraram

para este objetivo!

Outra imagem que só pode ser obtida

depois de muito processamento é o famoso

mapa da missão espacial Gaia, produzido pela

equipa do professor André Moitinho, da FCUL,

coordenador da participação portuguesa nesta

iniciativa. Esta imagem, que até parece uma fotografia

à primeira vista, é o resultado de um longo

processamento dos dados das vária data release

do Gaia, armazenados em centenas de terabytes.

O telescópio Gaia está mapeando e obtendo

medições sobre mais de dois mil milhões

de objetos astronómicos. Com isso, esta missão

almeja produzir o maior e mais completo mapa

da nossa galáxia. Esta imagem, que mostra um

mapa da densidade de estrelas, em cada porção

do céu observada pelo Gaia.

Katie Bouman, fotografada no momento em que a

imagem do buraco negro foi processada

Fonte: Katie Bouman

Estas não são apenas imagens bonitas,

para agradar os nossos olhos. Elas tra-zem com

elas imensa informação, que nos permite aprender

mais sobre o cosmos.

Artificial Intelligence e Machine Learning:

expandindo os horizontes do

conhecimento

Cientistas gostam muito de classificar

coisas, porque torna o estudo dos objetos em

questão muito mais fácil. Entretanto, na Astrofísica

estamos lidando com objetos muito distantes,

e frequentemente as suas características

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