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8 Diário Económico Quinta-feira 29 Abril 2010 MANIFESTO ENTENDAM-SE Rui Barroso e Tiago Figueiredo Silva rui.barroso@economico.pt O mercado continua a castigar as Obrigações do Tesouro a dez anos, a menos de um mês do Estado ter de reembolsar 6,9 mil milhões de euros de dívida nacional. A taxa (‘yield’) exigida pelos investidores para deterem dívida portuguesa a dez anos subiu ontem pela nona sessão consecutiva. Pouco antes das declarações de entendimento entre o Governo e o PSD sobre as medidas a tomar para reduzir o défice, a ‘yield’ das obrigações nacionais chegou mesmo a superar a fasquia dos 6%, o valor mais alto desde 1997. No entanto, o ritmo na escalada dos juros da República diminuiu durante a tarde, com a taxa a situar-se nos 5,809%. Desde o início da semana os juros da dívida a dez anos encareceram 16,5%. Mas, numa altura em que o Estado se prepara para ir ao mercado emitir Bilhetes do Tesouro a seis meses para encaixar entre 500 a 750 milhões de euros, o credores necessitam. O que os portugueses e os seus credores necessitam é que o Estado seja produtivo, isto é, seja eficaz e eficiente, que concentre as suas tarefas apenas naquilo que devem ser as suas obrigações, Juros da República romperam os 6% pela primeira vez em 13 anos Mercado de dívida viveu sessão volátil. Juros das Obrigações a dez anos superaram os 6% durante a sessão. Fecharam o dia nos 5,809%. ESCALADA NOS JUROS Evolução das ‘yields’ das Obrigações do Tesouro nacionais a dois e dez anos em 2010. 6,0 3,5 Dez anos Dois anos 1,0 31 Dez 09 Fonte: Bloomberg 28 Abr 10 libertando-se rapidamente de todas as outras tarefas, e execute bem essas tarefas, com as melhores práticas e melhoria contínua, combatendo tudo o que é desperdício e tudo o que é fraude e fuga fiscal, sem piedade mas mercado deu uma trégua ligeira à dívida com maturidade mais curta. Os juros das OT a dois anos interromperam um ciclo de 11 sessões seguidas de fortes subidas, descendo dos 4,915% para os 4,833%. Apesar do aligeirar de ontem da ‘yield’ das OT a dois anos, só desde o início da semana, os juros destes títulos subiram mais de 60%, o que causa preocupação nos analistas. “Os riscos de ‘default’ estão a aumentar e o FMI precisa de reagir rapidamente. A Grécia e, em breve, Portugal simplesmente não conseguirão aguentar as taxas actuais, independentemente de quão dramáticos sejam os cortes na despesa pública”, defenderam ontem os especialistas do banco escandinavo SEB Enskilda. “O trabalho das autoridades é tentar contrariar esta tendência. Oproblemaéquesetemdeemitir dívida para refinanciar a dívida existente”, referiu o analista da IG Markets, Duarte Leite de Castro. De acordo com dados da entidade que gere o crédito público, o Estado terá de reembolsar em com forte sentido de responsabilidade e exemplo. ROSA PRATAS Concordo plenamente, mas aculpaédetodos portanto o esforço deve ser repartido por todos. Já PATRÕES LOUVAM “ENTENDIMENTO” ENTRE GOVERNO E PSD E APELAM A “GRANDE CONSENSO PATRIÓTICO” “É urgente construir um consenso nacional que possibilite e credibilize as medidas difíceis que têm de ser tomadas. Por isso, a AEP e a AIP-CE registam com muita satisfação o sinal de entendimento e colaboração que acaba de ser dado”, disseram as associações em comunicado que apela à contenção do investimento público. DR 5,627 mil milhões de euros os detentores de OT que chegam à maturidade a 20 de Maio e em 1,286 mil milhões os investidores da sériedeBTquevencea21deMaio. Custo de protecção sobre Portugal tem maior descida do mundo Já o mercado de ‘credit-default swaps’ deu sinais animadores ontem. O custo pago pelos investidores para se protegerem de um eventual incumprimento da República foi o que mais desce no mundo, segundo dados da consultora CMA. A cotação caiu 15,90% para os 324,55 pontos. Ainda assim, de acordo com a CMA os preços indicam que o mercado está a incorporar uma probabilidade de ‘default’ de 24,52%. A Grécia também viu o preço dos seguros sobre a sua dívida descer, apesar do mercado continuar a não dar tréguas aos juros das obrigações helénicas. A ‘yield’ das obrigações a dois anos subiu para os 15,9%. Já a taxa dos títulos a dez anos atingiu os 9,971%. ■ ouvi alguns “doutores catedráticos” da nossa praça apontarem baterias só para alguns, cuidado, isso é criar divisões sociais quando o País precisa de união e esforço. RICARDO COLUNA VERTEBRAL Mercado JOÃO PAULO GUERRA A expressão “o mercado funciona” como “o mercado regula” perdeu todo o sentido embora tenha ganho um enorme significado. O mercado não funciona eportantonãoregula.Oque funciona, e à grande, é a especulação. E nas mãos dos especuladores, os destinos de países e de povos parecem barquinhos de papel lançados ao mar no Cabo das Tormentas. À crise provocada pela delinquência financeira segue-se a crise provocada pelos especuladores. Ninguém o quer reconhecer mas o que está verdadeiramente em crise é o capitalismo.Depoisdeenterrardevez toda e qualquer preocupação de índole social, depois de arrasar conquistas sociais históricas, o capitalismo submerge numa imensa crise porque não consegue satisfazer todos os patamares de ganância sem que ele próprio se afunde. Há poucos meses, dos “capitalistas selvagens” aos “socialistas modernos” – que dificilmente se distinguem dos capitalistas do século XIX – todos diziamquenadavoltariaaser como dantes em matéria de direitos sociais ou seja, de direitos humanos de âmbito social: Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; todos têm direito ao trabalho, à protecção contra o desemprego, a remuneração justa e satisfatória, ao repouso e ao lazer, a um padrão de vida capaz de assegurar a saúde e bem-estar. Mas agora ninguém se entende porque os vencedores dessa guerra contra direitos humanos não conseguem chegar a acordo quanto à partilha do saque. O “capitalismo selvagem” passou os limites da selvajaria. E depois as receitas são sempre as mesmas, sejam quais forem os agentes ou as causas das crises: espremem-se mais um pouco os que vivem do trabalho assalariado. Nunca como hoje se percebe tão bem o que queria dizer Almeida Garrett ao falar do número de pobres necessário para fazer um rico. ■ joaopaulo.guerra@economico.pt

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