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12Evite o 'stand by' e desligue - Económico

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estar todo em operação nos próximos três<br />

anos.<br />

Qual é a forma de produção de energia mais limpa<br />

e amiga do ambiente que existe?<br />

Na minha opinião é a hídrica. Considero que produzir<br />

energia através da água é uma das maneiras<br />

mais interessantes de se fazer. É que se nós obtivermos<br />

electricidade a partir de centrais hídricas<br />

em que tenhamos albufeira e capacidade de bombagem<br />

é uma fonte renovável, controlável, e que<br />

está armazenada. Além disso, tem uma gama de<br />

funcionamento para diferentes caudais com uma<br />

eficiência muito alta, ou seja, consegue satisfazer<br />

as flutuações pequenas e estrutura modelar e para<br />

mim continua a ser de longe a melhor.<br />

É também essa a fonte renovável que acha ter<br />

mais capacidade e futuro em Portugal?<br />

As centrais hidroeléctricas são intemporais e<br />

têm um período de vida longo. É neste momento<br />

a forma de obter energia renovável mais desenvolvida<br />

em Portugal seguramente e será cerca<br />

de 33% a sua quota na electricidade consumida.<br />

A seguir vem a eólica, com cerca de 30%,<br />

mas uma das fontes mais abundante e que não<br />

está suficientemente explorada, mas que terá<br />

um peso muito grande daqui a 20 anos é a solar.<br />

Provavelmente atingirá nessa altura o peso que<br />

a eólica tem agora, e em contra-partida a eólica,<br />

em 2020, deverá ter atingido a saturação. Teremos<br />

atingido o limite de utilização e não vai<br />

crescer de forma significativa.<br />

Estou convencido que em 2020 poderemos ter<br />

um número entre os 7 e os 10% de electricidade<br />

de origem solar, sendo que agora a percentagem<br />

é muito residual, estando nos 0,4%, o que<br />

se explica pelo facto da tecnologia não ter estado<br />

nos últimos anos madura. Agora, já está comercialmente<br />

sustentável e quando chegar a<br />

PUB<br />

sua instalação em massa, daqui a seis anos, será<br />

mais competitiva em termos de preço, relativamente<br />

à eólica. E como há muito menos potência<br />

instalada, a sua capacidade é maior.<br />

Em 2020, a hídrica entrará também em saturaçãoeocrescimento<br />

será menor. 80% do seu potencial<br />

terá já sido atingido e os 20% que faltam<br />

terão um desenvolvimento menor.<br />

A biomassa está limitada pela disponibilidade<br />

da matéria prima mas vão surgir novas tecnolo-<br />

Segundo um estudo da APREN e<br />

da Deloitte, os custos evitados pelo<br />

sector da electricidade renovável<br />

foi, em 2008, de 1500 milhões<br />

de euros e chegarão aos<br />

2330 milhões de euros em 2015.<br />

gias como a geotermia e a energia das ondas,<br />

havendo margem de progressão para que a<br />

energia das ondas continue a crescer.<br />

Como vê o futuro deste sector?<br />

A estratégia passa por diminuir as importações<br />

de combustíveis fósseis e aumentar as exportações<br />

de electricidade. Podemos começar a exportar<br />

porque a produção será sempre maior<br />

do que o gasto. Se existirem ligações eléctricas<br />

fortes entre França e Espanha, factor onde existe<br />

um estrangulamento, podemos começar a<br />

exportar electricidade verde para a Europa,<br />

atravésdaredeeléctrica,jáapartirde2020.<br />

Há novas tecnologias que estejam a ser investigadas<br />

e que considere de grande esperança para<br />

o mundo das energias renováveis?<br />

A electricidade a partir das ondas está a começar<br />

a dar passos bastante importantes. Também<br />

acredito que a eólica offshore pode ter grande<br />

peso, caso resolva as questões técnicas. Pode vir<br />

a substituir a eólica on-shore, e, se existirem<br />

tecnologias muito avançadas pode mesmo atingir<br />

a percentagem de 33%.<br />

Acho que Portugal não aproveita convenientemente<br />

a geotermia e temos capacidade para<br />

aproveitar o calor da terra para aquecer ou arrefecer<br />

o ambiente, por exemplo. Isto poderá trazer<br />

substanciais poupanças na energia eléctrica<br />

nacional. Há muita coisa a mexer e podemos ter<br />

o condicionamento do ambiente através de<br />

energia solar.<br />

Quanto vale o sector para a economia?<br />

O sector da electricidade renovável valia em<br />

2008 1,6% do PIB e no final de 2015 espera-se<br />

que valha 2,5%.<br />

A contribuição directa e indirecta para o PIB<br />

em 2008 foi de mais de 2 mil milhões de euros,<br />

em 2012 será de 3200 milhões de euros e em<br />

2015, 4120 milhões de euros. Estes números são<br />

resultado de um estudo que a APREN fez com a<br />

Deloitte sobre o impacto macro-econónimo do<br />

sector da electricidade renovável.<br />

Os empregos directos e indirectos em 2008<br />

foram de 36100 mil e irão crescer para 68800<br />

até 2015. Em 2008, os custos evitados pelo<br />

sector da electricidade renovável foi quase<br />

de 1500 milhões de euros, chegando em 2015,<br />

aos 2330 milhões de euros. De 2005 a 2015<br />

pouparemos 15300 milhões de euros, dos<br />

quais 13100 milhões são de importações evitadas<br />

e 2200 milhões são custos evitados de<br />

emissões de CO2. ■<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> XIII

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