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12Evite o 'stand by' e desligue - Económico

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XII Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

Portugal já é<br />

consciente dos<br />

seus recursos<br />

■ Para Sá da Costa,<br />

Portugal teve muito tempo<br />

“adormecido”, pelo que<br />

está satisfeito com o facto<br />

do Executivo ter “acordado<br />

para os aproveitamento<br />

dos nossos recursos<br />

renováveis com força e<br />

pujança”, apesar de<br />

lamentar “alguns entraves<br />

que podem prejudicar<br />

alguns projectos,<br />

atrasando-os”. Sá da Costa<br />

critíca as queixas de<br />

algumas organizações<br />

ambientais, já depois de<br />

pareceres positivos da<br />

Comissão Europeia e elogia<br />

os apoios dados pelo<br />

Governo à instalação de<br />

colectores solares,<br />

informando que em 2007,<br />

se instalaram 30 mil m2,<br />

em 2008, 80 mil, e 250 mil<br />

m2, em 2009. R.C.<br />

ENTREVISTA ANTÓNIO SÁ DA COSTA, presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis<br />

“SomososmaislentosdaUE<br />

nos licenciamentos”<br />

CERCA DE 3/4 DA ELECTRICIDADE consumida no país é renovável, diz a APREN.<br />

Raquel Carvalho<br />

raquel.carvalho@economico.pt<br />

António Sá da Costa disse ao Diário <strong>Económico</strong><br />

acreditar que, daqui a 25 anos, Portugal possa<br />

estar a produzir a 100% energia a partir de fontes<br />

renováveis. O país está na linha da frente na<br />

produção de electricidade por via eólica, mas o<br />

presidente da Associação de Energias Renováveis<br />

(APREN), diz sermos os mais lentos em<br />

termos de licenciamento de parques.<br />

Como se encontra actualmente a produção<br />

de electricidade a partir de fontes renováveis?<br />

Este ano, 3/4 da electricidade que consumimos<br />

está a ser de origem renovável. 2010 tem sido um<br />

ano particularmente bom. A electricidade de<br />

origem renovável com maior expressão é a hídrica.<br />

Estamos com mais de 40%, uma percentagem<br />

acima da média. Mas a energia renovável<br />

mais constante ao longo do ano é a eólica. Portugal<br />

produziu desde o início do ano 20,4% de<br />

electricidade a partir do vento. Devido à contracção<br />

do consumo e às boas performances das<br />

outras fontes, como a biomassa e a energia solar,<br />

é provável que consigamos ultrapassar o limite<br />

que o Governo impôs de 45% da energia produzida<br />

ser de origem renovável até ao final do ano.<br />

Portugal está desenvolvido comparativamente<br />

a outros países no que respeira à energia eólica?<br />

Todos os anos, a percentagem de electricidade<br />

eólica tem vindo a aumentar. Em 2009 este valor<br />

foi de 15% e em 2008 tinha sido de 11,8%. Até<br />

ao final do ano, rondará os 18% a 20%. Números<br />

que permitem a Portugal destacar-se de outros<br />

países. O ano passado ultrapassamos a Espanha<br />

em seis décimas, sendo que em 2008 estávamos<br />

a perder cerca de duas décimas. Este ano já nos<br />

descolamos cerca de 2% e estamos a aproximarmo-nos<br />

dos dinamarqueses, líderes mundiais<br />

e que se encontram nos 22%. Se há cinco<br />

anos atrás se dissesse que 75% da electricidade<br />

era renovável e que destes 20% eram de origem<br />

eólica ninguém na REN acreditava.<br />

Qual é, neste momento, a diferença entre projectos<br />

de energias renováveis (especialmente eólicas)<br />

licenciados e concretizados?<br />

Temos mais de 3600 MW instalados. Do final<br />

do licenciamento à entrada em funcionamento,<br />

demora-se um ano e pouco e neste momento<br />

temos em construção cerca de 400 MW. Até ao<br />

final do ano, deveremos atingir os 4000 MW.<br />

Os pontos de ligação que estão concretizadas<br />

deverão estar todos realizados em 2014 ano em<br />

que deveremos chegar aos 5600 MW.<br />

É verdade que muitos projectos estão parados<br />

por razões ambientais? Tem ideia de quantos?<br />

Parados não estão porque os promotores que<br />

param os projectos são penalizados. Diria é que<br />

há projectos que estão a ir muito devagarinho<br />

no que diz respeito ao licenciamento porque<br />

surgem muitas restrições de natureza ambiental<br />

que obrigam a fazer estudos e mais estudos e<br />

alterações de localizações dos aerogeradores, e<br />

como os projectos são financiados não gerador<br />

a gerador, mas sim pelo seu conjunto, só quando<br />

se chega ao final o promotor pode começar a<br />

construir. E por isso há projectos que estão num<br />

ritmo mais lento do que seria desejável. Aliás,<br />

Portugal, apesar de estar na linha da frente<br />

quanto à produção de electricidade via energia<br />

eólica, é o pior país da União Europeia em termos<br />

de lentidão dos licenciamentos dos parques<br />

e outros projectos de cariz renovável.<br />

“A energia renovável com mais<br />

expressão no país é a hídrica<br />

que se situa actualmente nos 40%.<br />

Mas a mais constante ao longo<br />

do ano é a eólica que se encontra<br />

actualmente nos 20,4%”,<br />

informa Sá da Costa.<br />

Sá da Costa é formado em Engenharia Civil pelo IST,<br />

onde foi docente no Departamento de Hidráulica e<br />

Recursos Hídricos. Detém o grau de PhD e Master of<br />

Science pelo MIT em Recursos Hídricos e foi fundador<br />

e director do Grupo Enersis, de 1998 a 2008.<br />

E o que acha disso?<br />

As pessoas que estão a atrasar estes projectos<br />

ainda não perceberam bem o alcance e a dimensão<br />

para o país e para o ambiente, da estratégia<br />

definida pelo Governo quanto à produção<br />

de electricidade por fontes renováveis. Queremos<br />

substituir a electricidade de origem fóssil,<br />

por electricidade de origem renovável e temos<br />

que continuar a estratégia e manter o esforço de<br />

aumentar a percentagem e não tenho dúvidas<br />

que daqui a 20 ou 25 anos, teremos 100% de<br />

energia a partir de fontes renováveis.<br />

Qual é o valor que está neste momento parado<br />

em projectos licenciados mas não concretizados<br />

por razões ambientais?<br />

A potência está toda atribuída e se pensarmos<br />

que estão atribuídos 5600 MW e estão em operação<br />

3600 MW, 2/3 da potência está já construída.<br />

O outro terço que falta está no processo<br />

de licenciamento e construção, e que deverá<br />

Paula Nunes

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