12Evite o 'stand by' e desligue - Económico
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IV Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />
Vitor Vieira, da AlgaFuel, já ganhou vários prémios de inovação, entre os quais o Prémio Europeu de<br />
Inovação 2009, com a Secil.<br />
Hidrogénio<br />
discutido em<br />
Torres Vedras<br />
■ Apesar das grande<br />
evolução recente, o<br />
hidrogénio ainda não é<br />
consensual. “O impacto<br />
ambiental depende da fonte<br />
que é usada para produzir<br />
hidrogénio”, destaca um<br />
estudodaEUREC.Em<br />
Portugal já há projectos a<br />
ser desenvolvidos com<br />
hidrogénio, nomeadamente<br />
pelo Instituto Superior<br />
Técnico, cujo protótipo<br />
automóvel consegiu<br />
percorrer 1257km com 1 litro<br />
de hidrogénio na Shell Eco<br />
Marathon de 2009. Este<br />
protótipo irá estar, aliás, na<br />
conferência “Hidrogénio e<br />
Sustentabilidade”, a realizar<br />
em Torres Vedras nos dias<br />
29 e 30 de Abril.<br />
Especialistas nacionais e<br />
mundiais estarão presentes<br />
para falar. E será discutido o<br />
papel que s regiões, os<br />
municípios, as pequenas<br />
comunidades têm nesta<br />
alteração de modelo.O<br />
programa tota está em<br />
http://h2ecocommunity.com<br />
/Programa.aspx.<br />
Energia<br />
inteligente<br />
em Évora<br />
Évora tornou-se na primeirda cidade portuguesa<br />
a aderir ao projecto Inovcity, mas não será a<br />
única. Desde o dia 6 de Abril que mais de 30 mil<br />
clientes de Baixa Tensão (entre clientes domésticos,<br />
pequeno comércio e indústria) vão produzir<br />
e distribuir electricidade.<br />
“Uma verdadeira revolução no modo como as<br />
pessoas têm acesso à energia”, afirmou, na apresentação<br />
do Inovgrid, o CEO da EDP, António<br />
Mexia. “As redes chamadas inteligentes têm um<br />
impacto decisivo não só na sua gestão própria<br />
com maior eficácia, mas também naquilo que é<br />
a capacidade de oferecer novos serviços às pessoas”.<br />
O secretário de Estado da Energia e Inovação,<br />
Carlos Zorrinho, afirmou, por outro lado,<br />
que o projecto “vai permitir aos fornecedores<br />
perceberem qual o tipo de consumo dos seus<br />
utilizadores.”<br />
O projecto InovGrid, desenvolvido pela EDP<br />
Distribuição, com o apoio de parceiros nacionais<br />
de produção industrial, de tecnologia e investigação<br />
como a EDP Inovação, a Lógica, o Inesc Porto,<br />
a Efacec a Janz e a Contar, quer “repensar toda<br />
a arquitectura de controlo da rede de distribuição<br />
eléctrica”, transformando-a num ‘enabler’<br />
para o crescimento da quota das energias renováveis,<br />
transformando-a numa rede ‘peer-topeer’,<br />
mais descentralizado, como explicou ao<br />
Diário <strong>Económico</strong> fonte oficial da EDP Inovação.<br />
O aparelho que substitui o velho contador chama-se<br />
Energy Box, ou Terminal Inteligente de<br />
Rede, e através dele será possível contar a energia<br />
consumida e a energia produzida que será<br />
vendida à rede. Este contador permitirá ainda<br />
aceder à informação sobre o consumo e corrigir<br />
hábitos menos eficientes.<br />
Évora é, assim, e segundo o CEO da EDP, António<br />
Mexia, “uma experiência única a nível europeu”<br />
na implementação do conceito que a EDP<br />
está a preparar enquanto líder de um consórcio.<br />
A troca dos contadores tradicionais não teve<br />
custos para os consumidores e o objectivo é<br />
que, em 2020, metade das casas portuguesas estejam<br />
equipadas com contadores inteligentes<br />
de electricidade. ■I.M.<br />
Biocombustível<br />
feito com<br />
microalgas<br />
Vencedora do Prémio Europeu de Inovação<br />
Ambiental no passado mês de Dezembro, a AlgaFuel<br />
é uma empresa portuguesa de bioengenharia<br />
que começou num laboratório de universidade<br />
há 12 anos.<br />
Hoje, as “soluções tecnológicas” baseadas em<br />
microalgas desenvolvidas por si servem empresas<br />
de vários quadrantes e com várias necessidades<br />
específicas.<br />
Vitor Verdelho Vieira, CDO da AlgaFuel, explicou<br />
ao Diário <strong>Económico</strong> da seguinte forma o<br />
que faz a AlgaFuel: ”a A4F AlgaFuel é uma empresa<br />
de bioengenharia na área da produção de<br />
microalgas, desenvolvendo soluções específicas<br />
para grandes clientes”. Tal é o caso da cimenteira<br />
Secil, “claramente, a nível mundial, a<br />
empresa que detém a tecnologia mais avançada<br />
na área da biotecnologia de bioalgas utilizando<br />
o gás de combustão de uma indústria de cimento”,<br />
tendo, Secil e Algafuel, juntas, ganho o Prémio<br />
Europeu de Inovação Ambiental, em Dezembro<br />
de 2009. Para a AlgaFuel, a Secil é “uma<br />
empresa visionária que entendeu ter no CO2<br />
não um problema mas sim um recurso”, já que o<br />
próprio CO2 é a principal matéria prima para a<br />
produção de microalgas.<br />
As soluções de bioengenharia que a AlgaFuel<br />
desenvolve podem ter vários fins, entre eles os<br />
biocombustíveis. As microalgas, aliás, têm uma<br />
produtividade oito a dez vezes superior aos biocombustíveis<br />
como os que se produzem a partir<br />
da soja ou o girassol, e acumulam duas a três vezes<br />
mais lípidos que qualquer uma das melhores<br />
plantas terrestres. Outra das suas vantagens<br />
é a captura de dióxido de carbono. E a AlgaFuel<br />
tem vários clientes que se preocupam com esta<br />
questão - normalmente provenientes de indústrias<br />
com grandes emissões. .<br />
A AlgaFuel começou por ser um projecto desenvolvido<br />
por empreendedores da Necton.<br />
Fundada em 1997, a Necton teve a sua origem<br />
Escola Superior de Biotecnologia da Universidade<br />
Católica. Desde 2008, e depois de um<br />
‘spin-out’ da empresa-mãe, que são duas empresas<br />
distintas. ■I.M.<br />
Leguminosas<br />
que capturam<br />
CO2<br />
É mais uma inovação portuguesa, com certeza.<br />
Nos anos 70 David Crespo desenvolveu um<br />
sistema de sementes e leguminisase,noanos<br />
90, criou, com os seus filhos, a Fertiprado, hoje<br />
presente em Portugal, Espanha e Itália. Entre<br />
2002 e 2006, o Instituto Superior Técnico,<br />
identificou o potencial do sistema utilizado<br />
pela empresa no âmbito do programa “Extensity<br />
- Sistemas de Gestão Ambiental e de Sustentabilidade<br />
na Agricultura Extensiva.<br />
Ainda em 2006 a EDP tornou-se na primeira empresa<br />
a financiar sequestro de carbono em terrenos<br />
agrícolas, tendo remunerado a empresa agrícola<br />
Terraprima pelo sequestro de 7 mil toneladasporanonoperíodoentre2006e2012naexploração<br />
piloto Quinta da França e em outras<br />
sete explorações distribuídas pelo país, num total<br />
de 1.500 hectares.<br />
Carbono capturado<br />
NoanopassadofoiaprovadopeloFundoPortuguês<br />
de Carbono um projecto submetido<br />
pela Terraprima para instalação de 42 mil hectares<br />
de novas pastagens no país. Este projecto<br />
será responsável pelo sequestro de qualquer<br />
coisa como 910 mil toneladas de CO2 até 2012.<br />
Nele, os agricultores são remunerados pelo<br />
carbono sequestrado, tendo ocorrido, até agoram,<br />
a adesão de mais de 300 agricultores, com<br />
uma área semada de 14 mil hectares,<br />
Se Portugal implementasse 300 mil hectares<br />
destas pastagens, seriam fixadas anualmente 1,5<br />
milhões de toneladas de CO2, da ordem de metade<br />
do défice de Portugal no Protocolo de<br />
Quioto, defende a empresa Terraprimam que<br />
acrescenta: “existem em Portugal mais de um<br />
milhão e meio de hectares onde este sistema<br />
pode ser implementado.”<br />
O processo de sequestro é simples: as pastagens<br />
baseadas em leguminosas servem para aumentar<br />
a matéria orgânica no solo e ajudam a fixar<br />
carbono. “Se retemos mais carbono no solo, retiramos<br />
dióxido de carbono da atmosfera, contribuindo<br />
para a redução de gases de efeito de<br />
estufa.” ■I.M.<br />
Paula Nunes