12Evite o 'stand by' e desligue - Económico
12Evite o 'stand by' e desligue - Económico
12Evite o 'stand by' e desligue - Económico
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A FACE VISÍVEL<br />
Miguel Coutinho<br />
miguel.coutinho@economico.pt<br />
Nasceu ontem o Bloco Central dos Aflitos. A criança está bem, na medida do possível<br />
Nasceu ontem às 11.30 da manhã, o novo Bloco Central. O recém-nascido encontra-se bem, na medida<br />
do possível, e não adoptou o apelido dos pais – assim, chamar-se-á Bloco Central dos Aflitos e não dos<br />
Interesses. Apesar de um pouco atarantados, os pais – PS e PSD –, estão a ponderar convidar os<br />
mercados internacionais e os especuladores, responsáveis por esta imprevisível união, para padrinhos<br />
da criança. Segundo apurámos, estes terão colocado como condição para aceitar o convite a<br />
responsabilidade pela educação da criança que será, desde a mais tenra idade, absolutamente<br />
espartana. Os pais estarão, ainda, proibidos de mimar a criança com luxos dispensáveis e estão<br />
intimados a habituá-la a viver com o que tem e não com o que gostaria de ter.<br />
90 minutos bem empregues<br />
José Sócrates e Pedro Passos<br />
Coelho estiveram bem na forma<br />
concertada como prometeram<br />
resposta a um “ataque<br />
especulativo sem fundamento”<br />
ao euro e à dívida soberana<br />
portuguesa. Ambos fizeram o que<br />
era suposto: colocar o interesse<br />
nacional à frente dos interesses<br />
PUB<br />
circunstanciais de cada um.<br />
Parece, também, evidente que<br />
face à tibieza europeia numa<br />
defesa inequívoca do euro e das<br />
economias mais frágeis da zona<br />
euro, Portugal tem de fazer<br />
otrabalhodecasa–eestepassa<br />
por uma maior ambição<br />
e assertividade das medidas<br />
concretas de redução da despesa<br />
pública. Passos Coelho tem o<br />
mérito de ter tomado a iniciativa<br />
e de ter revelado disponibilidade<br />
para construir uma solução.<br />
Sócrates tem a possibilidade de<br />
conduzir o país num momento<br />
de particular dificuldade. Os 90<br />
minutos que durou a reunião em<br />
São Bento parecem ter sido<br />
bem empregues.<br />
Paulo Alexandre Coelho<br />
Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 3<br />
EDITORIAL<br />
Será suficiente?<br />
Primeiro os pontos positivos.<br />
José Sócrates e Pedro Passos<br />
Coelho fizeram ontem o inevitável,<br />
mas que ainda há uns<br />
meses parecia impossível. Puseram<br />
de lado as divergências<br />
políticas e, em nome do País,<br />
deram um sinal de que estariam<br />
juntos para defender a<br />
economia portuguesa.<br />
A mensagem passou em Portugal,<br />
mas neste caso em concreto,<br />
mais importante, passou<br />
no exterior, dando resposta<br />
a uma das dúvidas levantadas<br />
na véspera pela<br />
Standard&Poor’s.<br />
Aperguntaqueagorasecolocaéadesaberseoqueontem<br />
foi anunciado será suficiente?<br />
E à primeira vista a<br />
resposta é não.<br />
O Governo não anunciou medidas<br />
adicionais, antes se limitou<br />
a voltar a anunciar o<br />
que já tinha prometido. Não é<br />
assim de estranhar que os<br />
economistas ouvidos hoje<br />
pelo Diário <strong>Económico</strong> peçam<br />
mais ao Executivo. Pedem<br />
mais contenção na despesa.<br />
Os próximos dias serão decisivos<br />
para a economia nacional<br />
e é notório que enquanto não<br />
se vislumbrar uma decisão<br />
definitiva para a Grécia, os<br />
mercados não nos darão descanso.Ficaaesperançadeque<br />
a ausência de medidas de ontem<br />
seja uma questão táctica e<br />
que o Governo esteja a guardar<br />
para outro momento as<br />
respostas que os mercados<br />
possam vir a exigir. ■<br />
Fica a esperança de que<br />
a ausência de medidas<br />
de ontem seja uma questão<br />
táctica e que o Governo esteja<br />
a guardar para outro<br />
momento as respostas que os<br />
mercados possam vir a exigir.