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22 Diário Económico Quinta-feira 29 Abril 2010 MUNDO O LIBERAL-DEMOCRATA NICK CLEGG FOI A GRANDE SURPRESA NO PRIMEIRO DEBATE TELEVISIVO 59% Nick Clegg Sondagens YouGov identificaram vencedores de cada um dos debates. ‘Gaffe’ afunda Gordon Brown antes do último debate televisivo O primeiro-ministro chamou “fanática” e “intolerante” a uma eleitora e depois pediu desculpa. Bárbara Silva barbara.silva@economico.pt Se o arrependimento matasse, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, estaria muito mais do que “mortificado” neste momento. A uma semana das eleições de 6 de Maio, o líder do Partido Trabalhista cometeu uma ‘gaffe’ que poderá traduzir-se numa pesada derrota nas urnas. A mais recente sondagem do instituto YouGov dava ontem aos Trabalhistas 28% das intenções de voto, atrás do Partido Conservador, que domina com 33% e dos Liberais-Democratas, com 29%. A polémica surgiu quando Brown se esqueceu que tinha um microfone da Sky News na lapela e depois de falar com uma eleitora (Gilliam Duffy, de 65 anos) chamou-a de “fanática” e “intolerante”, numa conversa com os assessores já dentro do carro. No breve encontro com o primeiroministro, a viúva não poupou Brown e fez perguntas incómodas. Depois de confrontado, o primeiro-ministro disse estar envergonhado e deslocou-se a casa de Gillian Duffy para pedir desculpa pessoalmente. Depois do incidente, no ‘site’ de apostas Betfair as probabilida- 29% David Cameron des de Brown ganhar as eleições diminuíram para 46-1. A somar às ‘gaffes’ e ao terceiro lugar nas sondagens, Gordon Brown enfrentará hoje pela últimavezosseusopositores-o conservador David Cameron e o liberal-democrata Nick Clegg - num debate televisivo sobre temas económicos. Nos primeiros dois debates, sobre saúde, segurança e política externa, Brown foi o pior classificado em termos de performance. Nos últimos dias, os temas económicos tornaram-se centrais na campanha eleitoral no Reino Unido, depois de um estudo do ‘think thank’ independente Institute for Fiscal Studies ter acusado os três principais partidos britânicos de conspiração, ao esconder dos eleitores a verdadeira dimensão dos respectivos planos de austeridade para equilibrar do país, onde o PIB cresceu 0,2% no primeiro trimestre de 2010. (ver caixa) Em reacção ao estudo, o Partido Trabalhista rejeitou de imediato as críticas, com o ministro das Finanças, o chanceler Alistair Darling, a sublinhar que deixou “bem claro” que será necessário cortar 43,8 mil milhões de euros na despesa pública para controlar o défice (11% A mais recente sondagem do instituto YouGov dava ontem aos Trabalhistas 28% das intenções de voto, atrás do Partido Conservador, que domina com 33% e dos Liberais- Democratas, com 29%. 21% Gordon Brown Ho New / Reuters do PIB) e aumentar os impostos num total de 22 mil milhões de euros. O secretário da Indústria, Peter Mandelson, reforçou dizendo que“oReinoUnidoiráenfrentaro pior clima financeiro dos últimos dez anos”. No entanto, Mandelson disse que é “ridículo” comparar o país com a Grécia , depois do responsável dos liberais-democratas para a pasta das Finanças, Vince Cable, ter dito à Reuters que o Reino Unido poderia cair numa crise financeira semelhante se o próximo governo não reduzir a dependência face à banca. Numa entrevista ao “The Times”, o líder liberal-democrata Nick Clegg acusou o Partido Trabalhista, há 13 anos no poder, pela situação económica no Reino Unido. “Estamos numa situação muito diferente da Grécia. A economia britânica está a crescer e a ganhar força”, disse Mandelson, em defesa do governo de Gordon Brown. Por seu lado, o líder dos conservadores, David Cameron, disse num comício que “a Grécia é um exemplo do que acontece quando se pede mais dinheiro do que aquele que se pode pagar”. “Graças a Deus que não estamos no euro”, sublinhou o chanceler do Tesouro sombra dos Conservadores, George Osborne. ■ NO SEGUNDO DEBATE, SOBRE POLÍTICA EX 36% David Cameron Milhões de euros de cortes por explicar De acordo com o estudo do Institute forFiscalStudies,oPartidoConservador está a planear, caso vença as eleições, os maiores cortes na despesa pública no espaço de cinco anos (até 2015) desde a Segunda Guerra Mundial, enquanto as medidas de contenção dos Trabalhistas e dos Liberais igualam a crise dos anos 70. De acordo com os dados do Tesouro britânico, o próximo governo terá de fazer ajustes anuais de 82 mil milhões, face ao ano fiscal 2010- 2011. Tendo em conta as promessas eleitorais até agora, os Conservadores terão de fazer cortes monumentais e planeiam consegui-lo diminuindo drasticamente a despesa pública (com uma redução de sete mil milhões de euros já este ano). Por explicar estão cortes de 60 mil milhões. Os Trabalhistas anunciaram aumentos dos impostos na ordem dos 19,5 mil milhões de euros, mas o IFS estima que o Labour terá de acrescentar mais oito mil milhões a este valor e identifica 51 mil milhões em cortes não identificados. Aos Liberais Democratas falta-lhes justificar reduções orçamentais de 40 mil milhões de euros.

Americanos perdem confiança na Saúde Apesar da aprovação da reforma do sistema de Saúde dos EUA, os norte-americanos acreditam cada vez menos no sistema. Segundo uma sondagem da Thomson/Reuters ontem divulgada, o índice que mede a confiança dos cidadãos dos EUA na sua capacidade de pagar e receber cuidados médicos recuou em Março. “De modo chocante, os americanos esperam que a situação piore muito nos próximos três meses”, disse Gary Pickens, director de pesquisa da agência. TERNA, O CONSERVADOR DAVID CAMERON DOMINOU 32% Nick Clegg PUB 29% Gordon Brown Stefan Rousseau/Pool AGENDA DO DIA ● Terceiro debate entre os líderes dos três maiores partidos britânicos. ● Início da Assembleia de Paz de todas as tribos do Afeganistão. ● Publicado relatório de 2010 da Liberdade de Imprensa. ● MNE russo fala perante o Conselho da Europa. QUATRO PERGUNTAS A... GEMMA TETLOW Senior Research Economist do Institute for Fiscal Studies (IFS) “Reino Unido tem margem de manobra para estabilizar finanças” OInstituteforFiscalStudies publicou um estudo que causou polémica a uma semana das eleições no Reino Unido, acusando os três principais partidos de esconderem informações sobre política económica para ganharem votos a 6 de Maio. Concorda com a comparação entre o Reino Unido e a Grécia? Há claras diferenças entre os dois países. O Reino Unido ainda tem margem de manobra para conseguir estabilizar as suas finanças. No entanto, terá de diminuir a dependência face ao sector financeiro. Como reage às afirmações dos três principais partidos britânicos, que negaram as conclusões do IFS? Trata-se de um estudo independenteeaverdade é que ainda há muito por explicar “Todos os partidos falamemaumento de impostos. Os trabalhistas mais, os conservadores menos”. Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário Económico 23 nos planos de austeridade económica para os próximos anos. Têm de fornecer mais detalhes. A nossa intenção ao fazer este estudo foi esclarecer os eleitores, para que não se vejam confrontados com aumentos inesperados dos impostos. Tendo em conta a situação económica, será inevitável sobrecarregar os contribuintes britânicos? Todos os partidos falam em aumentar os impostos. Os Trabalhistas mais, os Conservadores menos. Porque é que os partidos omitiram estas informações? As questões económicas serão o maior desafio do próximo governo britânico, por isso é impressionante a reticência dos três principais partidos em explicar como enfrentarão essa tarefa. Não querem revelar todos os detalhes para não perderem eleitores. ■

Americanos perdem confiança na Saúde<br />

Apesar da aprovação da reforma do sistema de Saúde dos EUA, os<br />

norte-americanos acreditam cada vez menos no sistema. Segundo uma<br />

sondagem da Thomson/Reuters ontem divulgada, o índice que mede a<br />

confiança dos cidadãos dos EUA na sua capacidade de pagar e receber<br />

cuidados médicos recuou em Março. “De modo chocante, os americanos<br />

esperam que a situação piore muito nos próximos três meses”, disse<br />

Gary Pickens, director de pesquisa da agência.<br />

TERNA, O CONSERVADOR DAVID CAMERON DOMINOU<br />

32%<br />

Nick Clegg<br />

PUB<br />

29%<br />

Gordon Brown<br />

Stefan Rousseau/Pool<br />

AGENDA DO DIA<br />

● Terceiro debate entre os líderes<br />

dos três maiores partidos britânicos.<br />

● Início da Assembleia de Paz de<br />

todas as tribos do Afeganistão.<br />

● Publicado relatório de 2010 da<br />

Liberdade de Imprensa.<br />

● MNE russo fala perante o Conselho<br />

da Europa.<br />

QUATRO PERGUNTAS A...<br />

GEMMA TETLOW<br />

Senior Research Economist<br />

do Institute for Fiscal Studies (IFS)<br />

“Reino Unido tem<br />

margem de manobra<br />

para estabilizar<br />

finanças”<br />

OInstituteforFiscalStudies<br />

publicou um estudo que causou<br />

polémica a uma semana das<br />

eleições no Reino Unido,<br />

acusando os três principais<br />

partidos de esconderem<br />

informações sobre política<br />

económica para ganharem votos<br />

a 6 de Maio.<br />

Concorda com a comparação<br />

entre o Reino Unido e a Grécia?<br />

Há claras diferenças entre os dois<br />

países. O Reino Unido ainda tem<br />

margem de manobra para<br />

conseguir estabilizar as suas<br />

finanças. No entanto, terá<br />

de diminuir a dependência<br />

face ao sector financeiro.<br />

Como reage às afirmações<br />

dos três principais partidos<br />

britânicos, que negaram<br />

as conclusões do IFS?<br />

Trata-se de um estudo<br />

independenteeaverdade<br />

é que ainda há muito por explicar<br />

“Todos os partidos<br />

falamemaumento<br />

de impostos. Os<br />

trabalhistas mais, os<br />

conservadores menos”.<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 23<br />

nos planos de austeridade<br />

económica para os próximos anos.<br />

Têm de fornecer mais detalhes.<br />

A nossa intenção ao fazer este<br />

estudo foi esclarecer os eleitores,<br />

para que não se vejam<br />

confrontados com aumentos<br />

inesperados dos impostos.<br />

Tendo em conta a situação<br />

económica, será inevitável<br />

sobrecarregar os contribuintes<br />

britânicos?<br />

Todos os partidos falam em aumentar<br />

os impostos. Os Trabalhistas mais,<br />

os Conservadores menos.<br />

Porque é que os partidos<br />

omitiram estas informações?<br />

As questões económicas serão<br />

o maior desafio do próximo<br />

governo britânico, por isso<br />

é impressionante a reticência<br />

dos três principais partidos<br />

em explicar como enfrentarão<br />

essa tarefa. Não querem revelar<br />

todos os detalhes para<br />

não perderem eleitores. ■

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