12Evite o 'stand by' e desligue - Económico
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14 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />
ECONOMIA<br />
Progressões automáticas<br />
nas Chefias do Estado<br />
terminam hoje<br />
Orçamento do Estado coloca um ponto final no tratamento mais favorável<br />
aos dirigentes face à maioria dos funcionários públicos.<br />
Denise Fernandes<br />
denise.fernandes@economico.pt<br />
A partir de hoje, com a entrada<br />
em vigor do Orçamento do Estado<br />
para 2010, os novos dirigentes<br />
da função pública deixam de<br />
ter direito às chamadas “progressões<br />
automáticas” na carreira.<br />
Segundo esclareceu o Ministério<br />
das Finanças, a lei orçamental<br />
coloca de imediato um<br />
ponto final no tratamento mais<br />
favorável das chefias públicas<br />
face à generalidade dos trabalhadores<br />
do Estado quanto às<br />
subidas na escala salarial.<br />
Porém, os actuais trabalhadores<br />
destacados para cargos de<br />
chefiamantêmodireitoàprogressão<br />
automática, mas apenas<br />
até à renovação da sua comissão<br />
de serviço, conforme refere a lei<br />
orçamental.<br />
O fim das progressões automáticas<br />
da função pública foi<br />
uma das primeiras medidas<br />
anunciadas pelo Governo de José<br />
Sócrates, em 2005, tendo sido<br />
concretizada para a generalidade<br />
dos funcionários públicos em<br />
2008, com a entrada em vigor do<br />
novo sistema de avaliação de desempenho<br />
(SIADAP). Até aqui,<br />
bastavatertrêsanosdeserviço<br />
para se subir na escala salarial.<br />
Ao contrário da maioria dos<br />
funcionários, que em 2008 passaram<br />
a depender do seu desempenho<br />
para poderem progredir<br />
na carreira e com regras<br />
mais apertadas, os dirigentes<br />
públicos mantiveram o direito às<br />
progressões automáticas. Ou<br />
seja, o desempenho, bom ou<br />
mau, não contava, no caso dos<br />
dirigente. Isto só não acontecia<br />
numa situação extrema em que<br />
os dirigentes obtinham dois<br />
anos consecutivos de avaliação<br />
negativa, pois nesse caso tinham<br />
as suas funções cessadas. Uma<br />
regra de 2008 que vai continuar<br />
a vigorar.<br />
Automatismo era “incentivo”<br />
ao exercício do cargo<br />
Os dirigentes públicos são avaliados<br />
actualmente pelo SIADAP<br />
2 e, enquanto trabalhadores no<br />
local de origem, são avaliados<br />
pela ponderação curricular e é<br />
no lugar de origem que sobem<br />
na escala salarial.<br />
A manutenção da progressão<br />
automática no lugar de origem<br />
foi justificada na altura pelo Governo<br />
como sendo um “incentivo<br />
ao exercício de cargo dirigente”,<br />
já que o tempo de serviço<br />
do trabalhador destacado<br />
para um cargo de chefia não<br />
conta para efeitos de avaliação<br />
de desempenho.<br />
“Apartirdeagora,comaentrada<br />
em vigor da lei do Orçamento<br />
do Estado, [os dirigentes<br />
serão avaliados] sem o mecanismo<br />
automatizante de progressão<br />
NÚMERO TOTAL<br />
5.551 dirigentes<br />
No final do ano passado<br />
existiam 5.551 dirigentes na<br />
administração central. Tendo<br />
em conta os dados do Boletim<br />
do Observatório do Emprego<br />
Público, este valor significa uma<br />
redução de 5,3% face a 2008.<br />
PUB<br />
que operava no momento do regresso<br />
ao serviço de origem”,<br />
esclarece o Ministério das Finanças<br />
ao Diário <strong>Económico</strong>.<br />
Dirigentes entram nas quotas<br />
Assim, os dirigentes públicos<br />
são avaliados como chefes (pelo<br />
SIADAP2),maspassamaserreposicionados<br />
na tabela remuneratórianoâmbitodoSIADAP3,<br />
sistema que define as regras para<br />
todos os trabalhadores do Estado,<br />
entrando assim para as quotas<br />
de desempenho globais.<br />
Num ano, apenas 5% dos trabalhadores<br />
pode obter a classificação<br />
máxima (“excelente”) e esta<br />
menção dá direito a prémios de<br />
desempenho anuais equivalentes<br />
a um salário base.<br />
Mas como passam então a<br />
progredir na carreira as chefias<br />
do Estado? Tal como todos os<br />
trabalhadores, a subida na escala<br />
salarial passa a depender das últimas<br />
avaliações de desempenho.<br />
O dirigente só sobe se houver<br />
orçamento para o efeito e se<br />
tiver obtido duas menções máximas,<br />
consecutivas; ou três<br />
menções imediatamente inferiores<br />
às máximas, consecutivas;<br />
ou cinco menções imediatamente<br />
inferiores às anteriores.<br />
A progressão é obrigatória (não<br />
depende do orçamento disponível)<br />
nos casos em que o dirigente<br />
público tenha acumulado 10<br />
pontos nas avaliações do seu desempenho,<br />
sendo que a nota<br />
máxima equivale a três pontos.<br />
Poderá ainda progredir, por opção<br />
gestionária.<br />
Recorde-se que, recentemente,<br />
o secretário de Estado do Orçamento,<br />
Emanuel dos Santos,<br />
admitiu que a corrida às reformas<br />
na função pública (ver texto<br />
ao lado) está a criar problemas de<br />
falta de pessoal em alguns sectores,comoéocasoda“classedirigente”.<br />
No ano passado, o Estado<br />
perdeu 310 dirigentes face a<br />
2008, depois de os cargos de<br />
chefias já terem sido significativamente<br />
emagrecidos com a reforma<br />
do Estado. No final do ano<br />
passado existiam, segundo dados<br />
oficiais, 5.551 dirigentes na<br />
administração central. ■<br />
COMO SE PROGRIDE?<br />
● Os dirigentes, tal como<br />
os restantes trabalhadores,<br />
passam a subir na escala salarial<br />
em função da sua avaliação<br />
de desempenho.<br />
● O chefe deixa de progredir<br />
automaticamente de três em<br />
três anos. Só poderá subir<br />
na escala salarial se houver<br />
orçamento e se tiver obtido duas<br />
notas máximas consecutivas;<br />
ou três notas imediatamente<br />
inferiores à máxima; ou cinco<br />
notas imediatamente inferiores<br />
aestaúltima.<br />
● A progressão é obrigatória<br />
(não depende do orçamento)<br />
caso tenha obtido dez pontos<br />
na avaliação, sendo que a nota<br />
máxima equivale a três pontos.<br />
Pode ainda progredir por opção<br />
de gestão, se houver dinheiro<br />
para isso.<br />
A tutela da Administração Pública<br />
cabe ao secretário de Estado<br />
Gonçalo Castilho dos Santos.