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12 Diário Económico Quinta-feira 29 Abril 2010 DESTAQUE MANIFESTO ENTENDAM-SE Luís Rego, em Bruxelas luis.rego@economico.pt Com o contágio da situação grega a atingir Madrid, depois de Lisboa, os europeus e o FMI viram-se obrigados ontem a pisar a fundo no acelerador das negociações para ultimar os detalhes de uma ajuda, que poderá chegar a 120 mil milhões de euros, libertando Atenas de recorrer ao mercado de capitais durante os próximos três anos. Esta soma foi ontem avançada pelo presidente do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, numa reunião em Berlim com a chanceler alemã, Angela Merkel e líderes de várias organizações económicas mundiais. Neste cenário, de “100 e 120 mil milhões” avançado em Berlim, os Estados europeus assumiriam uma fatia de dois terços - 67 a 80 mil milhões, o que é mais do dobro dos 30 mil milhões já acordados. De acordo com a repartição acordada (chave do capital do BCE), Portugal teria de montar um empréstimo de 1,7 a dois mil milhões, ou seja entre 1 a 1,2% do Aconteceu na Grécia e vai acontecer cá. PEDRO C. Por favor! Deixem governar. Acabem com qualquer tipo de quezília. É altura do povo verificar quem está com Portugal e quem está AjudaàGréciapodechegar aos 120 mil milhões Europeus e FMI aceleram negociações em Atenas para travar risco de contágio. “Precisamos de um bom programa e de uma decisão rápida”, disse Trichet. “O Governo grego tem uma grande responsabilidade nacional e também perante a Europa e já a assumimos completamente”, disse George Papandreou. “A razão de preparar medidas de apoio é assegurar a estabilidade financeira e não a ajuda à Grécia, que se meteu sozinha nesta situação difícil”, disse Weber. contra. Vamos todos só votar no PSD e PS. Vamos acabar democraticamente com quem não quer ajudar a salvar Portugal. Não às greves. Sim à requisição civil para todas as greves. Prisão com trabalhos forçados para os seu PIB em 2010. Uma decisão que seria tomada na cimeira de líderes convocada de urgência para Bruxelas para 10 de Maio. O FMI não assume as contas, mas os valores foram tornados públicos pelo líder do grupo parlamentar do Partido Verde, Jürgen Trittin e por Thomas Opperman, responsável do SPD, também presentes nesse encontro. Os mercados acalmaram ontem ligeiramente, mas a taxa de juro para as obrigações a dois anos à Grécia está agora a 16%, o dobro dasemanapassadaeamaiordo mundo, pior que Argentina ou Venezuela. A descida do ‘rating’ da S&P à Espanha (ver texto ao lado) fez soar novos alarmes. Strauss-Khan adverte que “se não estancarmos [o problema] na Grécia, [a crise] pode ter consequências no resto da UE”. Para Merkel “é completamente claro que as negociações […] têm de acelerar agora”. E até o sempre prudente líder do BCE, Jean- Claude Trichet, diz que “precisamosdeumbomprogramaede uma decisão rápida”. Angel Gurría, o secretário-geral da OCDE instigadores da Democracia. Todos unidos. Porque o Povo Unido jamais será vencido. Vamos mostrar ao mundo que somos capazes de imitar os nossos conquistadores. De mãos dadas tudo se consegue. Hoje é difícil. Tobias Schwarz / Reuters A chanceler Angela Merkel foi ontem a anfitrião das principais organização internacionais. À mesa estiveram Angel Gurria, director-geral da OCDE, Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial, Dominique Strauss-Kahn, director-geral do FMI para analisar os problemas da Grécia. também presente em Berlim, prefere uma visão macabra: “O contágio é como o Ébola - quando nos damos conta, temos de cortar uma perna para sobreviver”. Os mercados não baixam a guarda até ver a cor do dinheiro. “Se dissessem que temos um programaplurianualde120milmilhões já aprovados nos parlamentos, essa podia ser o tipo de mensagem que quebrava o ciclo vicioso”, diz Nick Kounis, economistachefedoFortis.Eesteatrasona decisão alemã, até o final da próxima semana, pode comprometer emissõesnãosódaGréciamas também de Portugal, explica. Mais de 60% dos alemães são contra a ajuda à Grécia mas cresce uma nova campanha na oposição em Berlim para incluir a banca privada na ajuda. O ministro de Finanças, Wolfgang Schäuble diz que essa ideia “é compreensível, mas como se implementa sem falar de uma reestruturação da dívida, o que desestabilizaria ainda mais a situação?”, questionou garantindo que “por isso é que essa questão não está na mesa em Atenas”. ■ Amanhã é tarde. Obrigado a todos para o bem de todos. ANTÓNIO MATOS, SANTARÉM Que desta reunião formem um Governo/acordo de salvação nacional e que o Presidente de todos os ANÁLISE Os amigos e as ocasiões FRANCISCO SEIXAS DA COSTA Embaixador de Portugal em França Na imprensa francesa tem-se feito eco dos mais recentes ataques especulativos contra Portugal e não deixa de assinalar duas evidências: a radical diferença entre a situação portuguesaeagregae,emalgunscasos, o facto dos nossos índices não estarem muito distantes dos da França. Ninguém tinha dúvidas de que, se a situação grega evoluísse de forma negativa, Portugalseriaopróximo‘target’ dos especuladores. Alguns talveznãocontassemcomum grau tão acentuado de indiferença por parte da Alemanha – o grande beneficiário do mercado interno e o país que sustenta o seu poder europeu à custa do euro, cujas drásticas condições macro-económicas impôs e que hoje são o referente pelo qual são medidos os desvios nacionais. Será que a Europa existe mesmo? As agência de ‘rating’ repercutem a perplexidade colectiva perante a hesitação e falta de solidariedade germânica. A perversidade está no facto de, ao tomarem decisões de ‘upgrading’ de risco, agravarem ainda mais a situação, conduzindo os mercados a cobrarem mais pelos empréstimos. O seu lamentável impressionismo na avaliação relativa das situações nacionais confirma-as como os melhores cúmplices dos piores especuladores internacionais. Alguma novidade? ■ As agência de ‘rating’ repercutem a perplexidade colectiva perante a hesitação e falta de solidariedade germânica.

portugueses obrigue a decretarem medidas de corte radical na despesas e não me venham dizer que os cortes nos salários e mordomias das elites são uma gota de água no imenso problema que temos pela frente. Seria no Mónica Silvares monica.silvares@economico.pt Não há duas sem três. Assim reza o ditado que foi ontem, mais uma vez, confirmado. Depois da Grécia e de Portugal, chegou a vez de Espanha ver o seu ‘rating’ revisto em baixa pela agência de notação financeira Standard & Poor’s. As razões são as mesmas: a debilidade do crescimento, que “enfraquece a posição orçamental”, o forte nível de endividamento do sector privado, que atinge já os 178% do PIB, um mercado de trabalho pouco flexível, uma fraca capacidade exportadora e ainda, a incapacidade de PUB mínimo moralizador e incentivante. ANTÓNIO CARLOS, MINDE É, não vale a pena gritar nem entrar em fúteis histerias, os portugueses nunca lhes perdoariam (a estas duas figuras e aos cumprir a meta de consolidação orçamental. De acordo com o relatório da S&P, o défice orçamental em Espanha deverá exceder os 5% do PIB em 2013, um valor muito superior aos 3% estimados pelo Executivo socialista de José Luis Zapatero e exigido pela Comissão Europeia. A agência de ‘rating’ explica o seu pessimismo: no médio prazo, o principal parceiro comercial de Portugal será confrontado com um “desempenho mais fraco das receitas e pressões de despesa mais elevadas”. Mais uma vez, um crescimento económico débil está na origem destas preocupações que já tinham sido partidos que representam) a bancarrota pois bem ou mal, foram os partidos que eles representam quem mais tempo esteve a (des) governar Portugal. Não se distraiam com comissões de inquéritos estéreis, exijam a mudança de País ‘Rating’ (’outlook’) Espanha AA (negativo) Portugal A- (negativo) Grécia Fonte: Standard & Poor’s BB+ (negativo) expressas no dia anterior para a economia portuguesa. Quanto à trajectória da dívida, a S&P também se mostra mais pessimista do que o Executivo espanhol, apontando para um desequilíbrio de 85% do PIB, em 2013, que manterá a rota ascendente até meados da década. Por outro lado, o aumento dos custos de endividamento levam a agência de ‘rating’ a temer a “redução” da margem de manobra do Executivo “para cumprir as metas orçamentais este ano e no próximo”. É precisamente esta capacidade reduzida e os riscos de que a situação se possa agravar ainda mais que levam a S&P a Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário Económico 13 Espanha teve um corte no ‘rating’ Depois de Portugal e Grécia, agora é Espanha que viu o ‘rating’ da S&P descer um nível para AA. ÚLTIMAS DECISÕES Emdoisdias,aS&Previuem baixa o ‘rating’ de três países. alguns ministros claramente políticos e troquem-nos por gente da economia credível, aceitem as sugestões dos outros partidos que foram eleitos e de Cavaco Silva esperase muito mais que palavras de ocasião. Vamos mobilizar-nos mas temos de sentir que vai valer a pena e que ninguém tenha ilusões que se o não fizermos, alguém nos obrigará a fazer e aí sem glória nem história que nos valha. JOTA, FUNCHAL manter o ‘outlook’ negativo. Esta revisão em baixa do ‘rating’ não teve para já um reflexo na notação dos bancos espanhóis – embora nenhuma entidade possa ter um ‘rating’ superior ao da República –, mas a S&P lembra que o ‘outlook’ negativo “na grande maioria das instituições financeiras espanholas, reflecte as potenciais pressões de crédito e de desempenho que podem resultar de um ambiente económico desfavorável prolongado”. O excesso de concentração de risco no sector imobiliário e a qualidade dos activos são riscos que a S&P promete continuar a vigiar de perto. ■

portugueses obrigue a<br />

decretarem medidas de<br />

corte radical na despesas e<br />

não me venham dizer que<br />

os cortes nos salários e<br />

mordomias das elites são<br />

uma gota de água no<br />

imenso problema que<br />

temos pela frente. Seria no<br />

Mónica Silvares<br />

monica.silvares@economico.pt<br />

Não há duas sem três. Assim reza<br />

o ditado que foi ontem, mais uma<br />

vez, confirmado. Depois da Grécia<br />

e de Portugal, chegou a vez de<br />

Espanha ver o seu ‘rating’ revisto<br />

em baixa pela agência de notação<br />

financeira Standard & Poor’s.<br />

As razões são as mesmas: a debilidade<br />

do crescimento, que<br />

“enfraquece a posição orçamental”,<br />

o forte nível de endividamento<br />

do sector privado, que<br />

atinge já os 178% do PIB, um<br />

mercado de trabalho pouco flexível,<br />

uma fraca capacidade exportadora<br />

e ainda, a incapacidade de<br />

PUB<br />

mínimo moralizador e<br />

incentivante.<br />

ANTÓNIO CARLOS, MINDE<br />

É, não vale a pena gritar<br />

nem entrar em fúteis<br />

histerias, os portugueses<br />

nunca lhes perdoariam (a<br />

estas duas figuras e aos<br />

cumprir a meta de consolidação<br />

orçamental.<br />

De acordo com o relatório da<br />

S&P, o défice orçamental em Espanha<br />

deverá exceder os 5% do<br />

PIB em 2013, um valor muito superior<br />

aos 3% estimados pelo<br />

Executivo socialista de José Luis<br />

Zapatero e exigido pela Comissão<br />

Europeia. A agência de ‘rating’<br />

explica o seu pessimismo: no<br />

médio prazo, o principal parceiro<br />

comercial de Portugal será confrontado<br />

com um “desempenho<br />

mais fraco das receitas e pressões<br />

de despesa mais elevadas”. Mais<br />

uma vez, um crescimento económico<br />

débil está na origem destas<br />

preocupações que já tinham sido<br />

partidos que representam)<br />

a bancarrota pois bem ou<br />

mal, foram os partidos que<br />

eles representam quem<br />

mais tempo esteve a (des)<br />

governar Portugal. Não se<br />

distraiam com comissões<br />

de inquéritos estéreis,<br />

exijam a mudança de<br />

País ‘Rating’ (’outlook’)<br />

Espanha AA (negativo)<br />

Portugal A- (negativo)<br />

Grécia<br />

Fonte: Standard & Poor’s<br />

BB+ (negativo)<br />

expressas no dia anterior para a<br />

economia portuguesa.<br />

Quanto à trajectória da dívida,<br />

a S&P também se mostra mais<br />

pessimista do que o Executivo espanhol,<br />

apontando para um desequilíbrio<br />

de 85% do PIB, em<br />

2013, que manterá a rota ascendente<br />

até meados da década. Por<br />

outro lado, o aumento dos custos<br />

de endividamento levam a agência<br />

de ‘rating’ a temer a “redução”<br />

da margem de manobra do<br />

Executivo “para cumprir as metas<br />

orçamentais este ano e no<br />

próximo”. É precisamente esta<br />

capacidade reduzida e os riscos<br />

de que a situação se possa agravar<br />

ainda mais que levam a S&P a<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 13<br />

Espanha teve um corte no ‘rating’<br />

Depois de Portugal e Grécia, agora é Espanha que viu o ‘rating’ da S&P descer um nível para AA.<br />

ÚLTIMAS DECISÕES<br />

Emdoisdias,aS&Previuem<br />

baixa o ‘rating’ de três países.<br />

alguns ministros<br />

claramente políticos e<br />

troquem-nos por gente da<br />

economia credível, aceitem<br />

as sugestões dos outros<br />

partidos que foram eleitos<br />

e de Cavaco Silva esperase<br />

muito mais que palavras<br />

de ocasião. Vamos<br />

mobilizar-nos mas temos<br />

de sentir que vai valer a<br />

pena e que ninguém tenha<br />

ilusões que se o não<br />

fizermos, alguém nos<br />

obrigará a fazer e aí sem<br />

glória nem história que nos<br />

valha.<br />

JOTA, FUNCHAL<br />

manter o ‘outlook’ negativo.<br />

Esta revisão em baixa do ‘rating’<br />

não teve para já um reflexo<br />

na notação dos bancos espanhóis<br />

– embora nenhuma entidade<br />

possa ter um ‘rating’ superior ao<br />

da República –, mas a S&P lembra<br />

que o ‘outlook’ negativo “na<br />

grande maioria das instituições<br />

financeiras espanholas, reflecte<br />

as potenciais pressões de crédito<br />

e de desempenho que podem resultar<br />

de um ambiente económico<br />

desfavorável prolongado”.<br />

O excesso de concentração de<br />

risco no sector imobiliário e a<br />

qualidade dos activos são riscos<br />

que a S&P promete continuar a<br />

vigiar de perto. ■

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