12Evite o 'stand by' e desligue - Económico

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PUB Paulo Alexandre COelho PUB www.economico.pt / mobile.economico.pt SUBSÍDIOS Governo força desempregados a aceitar ofertas de trabalho Quem estiver no desemprego, não vai poder receber mais de 75% do salário líquido. QUINTA-FEIRA, 29DEABRIL2010|Nº4880 PREÇO (IVA INCLUÍDO): CONTINENTE 1,60 EUROS BCP Santos Ferreira desdramatiza corte de ‘rating’ e mostra lucros do BCP acima do esperado. ➥ P38 Reg. no ISP na categoria de Corretor de Seguros sob o nº 607243481, desde 27-01-2007, nos ramos Vida e Não Vida, como se atesta em www.isp.pt Hoje com o Diário Económico Dois suplementos: ‘Inovação e Tecnologia’, ‘Novas Energias’ e ainda um Guia Fiscal. Bloco Central chega a acordo para novas medidas de austeridade Fumo branco em São Bento. José Sócrates e Passos Coelho decidiram antecipar e pôr em prática as medidas do Programa de Estabilidade e Crescimento. Na calha está um novo pacote de austeridade. Foi preciso mais de um mês e um corte na notação da dívida da República para que o primeiro-ministro e o líder do PSD chegassem a acordo sobre a necessidade de passar o PEC à prática. Ontem, o primeiro-ministro e o líder do PSD prometeram trabalhar em conjunto para acrescentar mais medidas de austeridade ao pacote já previsto. O Diário Económico sabe que em cima da mesa estão mais restrições nas despesas, no endividamento e nas obras públicas. ➥ P4A13 MERCADOS Debandada geralnabolsa quechegoua afundar 6,5% Foi um dia impróprio para cardíacos na bolsa com 508 milhões de euros negociados. PSI 20 chegou a cair ontem mais de 6%, no dia com mais negócios de sempre na bolsa de Lisboa. Onde outros vêem Riscos nós vemos Oportunidades PedroPassosCoelhoe José Sócrates ontem em São Bento. INTERNACIONAL Europa e FMI reforçam ajuda à Grécia para evitar bancarrota Atenas recebe 120 mil milhões em três anos para fugir dos especuladores de mercado. marsh.pt DIRECTOR ANTÓNIO COSTA DIRECTOR EXECUTIVO BRUNO PROENÇA SUBDIRECTORES FRANCISCO FERREIRA DA SILVA, VITOR COSTA, PEDRO SOUSA CARVALHO E HELENA CRISTINA COELHO 6% PUB Reformas antecipadas são penalizadas a partir de hoje Hoje, com a entrada em vigor do Orçamento do Estado, as reformas antecipadas vão sofrer uma penalização de 6%. ➥ P14E15 ▼ PSI 20 ▼ IBEX 35 ▼ FTSE 100 ▲ Dow Jones ▲ Euro ▲ Brent CIMENTOS Ex-presidente da Cimpor negoceia indemnização para sair da cimenteira Salavessa Moura apresentou a renúncia. Francisco de Lacerda assume hoje a presidência na assembleia geral. ➥ P30 CALÇADO -1,89% -2,99% -0,3% 0,48% 0,50% 0,21% 7.016,90 10.167,00 5.586,61 11.045,27 1,3205 Trabalhadores da Rohde decidem fechar as portas e liquidar a empresa 85,94 Os trabalhadores da maior empregadora do sector do calçado do País decidem votar a favor da liquidação dos activos. ➥ P56

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Paulo Alexandre COelho<br />

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www.economico.pt / mobile.economico.pt<br />

SUBSÍDIOS<br />

Governo força<br />

desempregados<br />

a aceitar ofertas<br />

de trabalho<br />

Quem estiver no desemprego,<br />

não vai poder receber mais de<br />

75% do salário líquido.<br />

QUINTA-FEIRA, 29DEABRIL2010|Nº4880<br />

PREÇO (IVA INCLUÍDO): CONTINENTE 1,60 EUROS<br />

BCP Santos Ferreira desdramatiza<br />

corte de ‘rating’ e mostra lucros<br />

do BCP acima do esperado. ➥ P38<br />

Reg. no ISP na categoria de Corretor de Seguros sob o nº 607243481, desde 27-01-2007, nos ramos Vida e Não Vida, como se atesta em www.isp.pt<br />

Hoje com o Diário <strong>Económico</strong> Dois<br />

suplementos: ‘Inovação e Tecnologia’,<br />

‘Novas Energias’ e ainda um Guia Fiscal.<br />

Bloco Central<br />

chega a acordo<br />

para novas<br />

medidas de<br />

austeridade<br />

Fumo branco em São Bento. José Sócrates e Passos<br />

Coelho decidiram antecipar e pôr em prática as<br />

medidas do Programa de Estabilidade e Crescimento.<br />

Na calha está um novo pacote de austeridade.<br />

Foi preciso mais de um mês e um<br />

corte na notação da dívida da República<br />

para que o primeiro-ministro<br />

e o líder do PSD chegassem a<br />

acordo sobre a necessidade de passar<br />

o PEC à prática. Ontem, o primeiro-ministro<br />

e o líder do PSD<br />

prometeram trabalhar em conjunto<br />

para acrescentar mais medidas de<br />

austeridade ao pacote já previsto. O<br />

Diário <strong>Económico</strong> sabe que em<br />

cima da mesa estão mais restrições<br />

nas despesas, no endividamento e<br />

nas obras públicas. ➥ P4A13<br />

MERCADOS<br />

Debandada<br />

geralnabolsa<br />

quechegoua<br />

afundar 6,5%<br />

Foi um dia impróprio para<br />

cardíacos na bolsa com 508<br />

milhões de euros negociados.<br />

PSI 20 chegou a cair ontem mais<br />

de 6%, no dia com mais negócios<br />

de sempre na bolsa de Lisboa.<br />

Onde outros vêem Riscos<br />

nós vemos Oportunidades<br />

PedroPassosCoelhoe<br />

José Sócrates ontem<br />

em São Bento.<br />

INTERNACIONAL<br />

Europa e FMI<br />

reforçam ajuda<br />

à Grécia para<br />

evitar bancarrota<br />

Atenas recebe 120 mil milhões<br />

em três anos para fugir dos<br />

especuladores de mercado.<br />

marsh.pt<br />

DIRECTOR ANTÓNIO COSTA DIRECTOR EXECUTIVO BRUNO PROENÇA<br />

SUBDIRECTORES FRANCISCO FERREIRA DA SILVA, VITOR COSTA,<br />

PEDRO SOUSA CARVALHO E HELENA CRISTINA COELHO<br />

6%<br />

PUB<br />

Reformas<br />

antecipadas são<br />

penalizadas<br />

a partir de hoje<br />

Hoje, com a entrada em vigor do Orçamento<br />

do Estado, as reformas antecipadas vão<br />

sofrer uma penalização de 6%. ➥ P14E15<br />

▼ PSI 20<br />

▼ IBEX 35<br />

▼ FTSE 100<br />

▲ Dow Jones<br />

▲ Euro<br />

▲ Brent<br />

CIMENTOS<br />

Ex-presidente da<br />

Cimpor negoceia<br />

indemnização para<br />

sair da cimenteira<br />

Salavessa Moura apresentou a renúncia.<br />

Francisco de Lacerda assume hoje a<br />

presidência na assembleia geral. ➥ P30<br />

CALÇADO<br />

-1,89%<br />

-2,99%<br />

-0,3%<br />

0,48%<br />

0,50%<br />

0,21%<br />

7.016,90<br />

10.167,00<br />

5.586,61<br />

11.045,27<br />

1,3205<br />

Trabalhadores<br />

da Rohde decidem<br />

fechar as portas e<br />

liquidar a empresa<br />

85,94<br />

Os trabalhadores da maior empregadora<br />

do sector do calçado do País decidem votar<br />

a favor da liquidação dos activos. ➥ P56


2 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

A NÃO PERDER<br />

29.04.10<br />

■ Chefias públicas sem “progressões<br />

automáticas” a partir de hoje, com a<br />

entrada em vigor do Orçamento de Estado<br />

para 2010. É o ponto final no tratamento<br />

mais favorável das chefias face ao conjunto<br />

dos trabalhadores do Estado. ➥ P14<br />

■ Feira do Livro testa concorrência entre<br />

Leya e Porto Editora, os dois colossos da<br />

edição cada um representado por<br />

16 pavilhões, a partir de hoje, no Parque<br />

Eduardo VII. No total a Feira do Livro<br />

de Lisboa incluirá 236 pavilhões. ➥ P20<br />

■ Director-geral da Autoeuropa acredita<br />

que este ano “a produção vai crescer 20%<br />

em relação ao ano passado e ultrapassar<br />

os 100 mil carros”. O crescimento basearse-á<br />

no início da produção do novo<br />

monovolume “Sharan”. ➥ P32<br />

■ Zon contrata o estratega da Cabovisão<br />

para as questões jurídicas, Paulo Valente.<br />

É o novo episódio da ‘guerra’ entre as duas<br />

operadoras, aberta com uma queixa da<br />

Cabovisão junto da AdC por alegado abuso<br />

de posição dominante pela Zon. ➥ P33<br />

■ Metro responde a Tribunal de Contas,<br />

salientando as melhorias na qualidade de<br />

serviço prestado nos últimos anos. Quanto<br />

à dívida constituída, faz notar que ela foi<br />

para investimento na rede, que em 20 anos<br />

passou de 7 para mais de 40 km. ➥ P34<br />

■ Tributação das mais-valias bolsistas a<br />

20% excede em 6% a média da UE, e<br />

torna Portugal no 9º país com a tributação<br />

mais elevada da União, cuja média se fixa<br />

em quase 14% para as acções detidas há<br />

mais de um ano e menos de três. ➥ P40<br />

■ Estoril Open quase pronto para voltar<br />

a receber Roger Federer. O maior ‘court’<br />

central da história do torneio terá 7.147<br />

lugares e as bolas ostentarão pela primeira<br />

o nome Estoril Open, à semelhança de<br />

Roland Garros e dos Master 1.000. ➥ P48/49<br />

■ Portugal é 3º no ‘ranking’ da FIFA,<br />

tendo à frente apenas Brasil e Espanha.<br />

A actualização de ontem, que elevou<br />

Portugal à melhor classificação de sempre,<br />

impõe “maior sentido de responsabilidade”,<br />

anota Carlos Queiroz. ➥ P50<br />

■ Diz-se “a Tina Turner da publicidade”.<br />

EdsonAthayde,após20anosdetrabalho<br />

em Portugal, passagens por Los Angeles<br />

e Barcelona, regressou ao Brasil como<br />

vice-presidente da Master. E, acentua,<br />

como “publicitário português”. ➥ P52<br />

SOCIEDADE ABERTA<br />

António Gomes Mota<br />

Professor na ISCTE Business School<br />

Energia positiva<br />

Por uma vez consagro esta coluna de opinião à divulgação<br />

de uma iniciativa interessante da minha escola,<br />

a ISCTE Business School, até para fazer um simbólico<br />

contraste com o clima profundamente depressivo em<br />

que estamos, decorrente da baixa do ‘rating’ da República<br />

e do semi-pânico instalado nos mercados, que<br />

tem, justamente, ocupado a maioria das páginas de<br />

notícias, comentários e opiniões nos último dois dias.<br />

Refiro-me ao Energy MBA, recentemente anunciado e<br />

que representa um programa inovador não só em termos<br />

dos MBA nacionais como também a nível internacional.<br />

O Energy MBA aproveita e potencia<br />

a visibilidade de Portugal<br />

nesta nova era da energia.<br />

Tem subjacente um acordo com uma das mais prestigiadas<br />

universidades do mundo, a Columbia University,<br />

que possibilitará que o programa se divida por<br />

dois semestres em Portugal e um em Nova Iorque,<br />

onde os alunos frequentarão cadeiras mais especializadasnaáreadaenergiaeaparcomalunosdaquela<br />

universidade.<br />

Trata-sedeumprogramaquenasuaessênciatemas<br />

características fundamentais de qualquer MBA, embora<br />

com alguns elementos distintivos, como um inovador<br />

programa de criatividade, mas que oferece uma<br />

especialização na área da energia. É um programa de<br />

âmbito internacional, leccionado em língua inglesa e<br />

visando captar também alunos não portugueses.<br />

Conta-se com um envolvimento significativo de<br />

empresas portuguesas do sector, muito expressivo no<br />

Energy Living Lab, um segmento do programa em que<br />

os alunos terão oportunidade de visitar e contactar directamente<br />

as diferentes unidades de produção de<br />

energia, das centrais térmicas, às barragens, passando<br />

pelos parques eólicos, solar, etc. E neste âmbito temos<br />

o privilégio de, num raio de poucos quilómetros,<br />

termos à nossa disposição unidades produtoras das<br />

diferentes formas de energia, o que não é facilmente<br />

replicável noutros países.<br />

Este programa simultaneamente aproveita e potencia<br />

a visibilidade de Portugal nesta nova era da energia,<br />

reconhecidamente um caso de referência internacional<br />

no domínio das energias renováveis, independentemente<br />

das polémicas e manifestos, o que<br />

sustenta e justifica o aparecimento de um programa<br />

desta natureza em Portugal, contribuindo, assim,<br />

para a projecção de uma imagem de modernidade e<br />

inovação, acentuada pelo facto de no ‘portfolio’ internacional<br />

de MBA, não se encontrar um programa<br />

com características similares.<br />

No desenho deste projecto e na concretização do<br />

acordo com Columbia, há o contributo decisivo e que<br />

importa destacar de Manuel Pinho, que aceitou dirigir<br />

o programa, mostrando, como tantas vezes acontece,<br />

que no exterior se reconhece com mais facilidade,<br />

capacidades e competências que desbaratamos<br />

localmente. ■<br />

AFRASE<br />

“A crise financeira, a não ser<br />

contida rapidamente, pode<br />

transformar-se em crise política.”<br />

—Joaquim Pina Moura, ex-ministro das Finanças e da Economia<br />

Alertando para a necessidade de um “novo racional político”,<br />

o ministro de Guterres e actual presidente da<br />

Iberdrola Portugal considera ainda, que “as dificuldades<br />

presentes precisam de mais Europa”. ➥ P5<br />

Francisco Murteira Nabo<br />

Bastonário da Ordem dos Economistas<br />

Decisões inadiáveis<br />

O que se temia aconteceu: por razões de natureza eleitoral<br />

ou dificuldades dentro do Governo e/ou Parlamento –<br />

dado que as eleições na Alemanha ocorrerão no próximo<br />

dia 9 de Maio – Ângela Merkel exigiu à Comissão Europeia<br />

medidas mais rigorosas para apoiar o plano de ajudas financeiras<br />

da União Europeia à Grécia, desencadeando uma<br />

crise nos mercados financeiros mediterrânicos de enorme<br />

gravidade, em especial na Grécia, e por contágio em Portugal<br />

e na Espanha, além evidentemente de poder induzir<br />

uma crise de consequências imprevisíveis para o futuro do<br />

euro e para a coesão da Europa.<br />

Rapidamente o custo da dívida subiu acima dos 900 e<br />

300 pontos base respectivamente para a Grécia e Portugal,<br />

levando a agência Standard & Poor’s a baixar o ‘rating’ da<br />

Grécia para o nível de ‘junk’, (lixo), ou títulos especulativosdealtorisco,eodePortugalpara“A-”.Esteadiamento<br />

da Alemanha em apoiar as ajudas financeiras europeias à<br />

Grécia é tanto mais incompreensível porquanto se sabe serem<br />

os bancos, e outras instituições financeiras alemãs, os<br />

maiores credores da Grécia, com uma exposição da ordem<br />

dos 400 mil milhões de euros.<br />

Na hora em que escrevo esta crónica – 10 horas de<br />

ontem, dia 28 – apenas se sabe que Ângela Merkel se<br />

reunirá de imediato com o BCE, o FMI e a OCDE para<br />

apreciar a situação emergente ao nível europeu e que,<br />

em Portugal, o primeiro-ministro se reunirá de urgência<br />

com o principal líder da oposição e com o Presidente<br />

da República.<br />

Em Portugal será inevitável um maior<br />

comprometimento a curto prazo, pelo<br />

menos do maior partido da oposição,<br />

com o PEC, seja ele o actual ou outro.<br />

Sejam quais forem as decisões que entretanto possam<br />

ser tomadas nestas reuniões o que parece claro face à crise<br />

é que já não será possível, por um lado, adiar só para 10 de<br />

Maio uma decisão sobre o apoio alemão às ajudas financeiras<br />

à Grécia, como se anunciou, sob pena do agravamento e<br />

do alastramento da crise a toda a Europa e, por outro, já<br />

será inevitável em Portugal um muito maior comprometimento<br />

a curto prazo, pelo menos do maior partido da oposição,<br />

com PEC, seja ele o actual ou outro, desde que conduza<br />

à criação de claras condições políticas que levem ao<br />

sucesso da sua implementação.<br />

É agora bem visível que foram os países do sul da Europa<br />

que, em termos de competitividade, mais ficaram expostos<br />

à globalização das economias e à adopção de uma moeda<br />

única europeia, não sendo justo continuar a pedir-lhes<br />

que, sozinhos, consigam restaurar as suas finanças públicas<br />

e, simultaneamente, tomar medidas que promovam<br />

um crescimento económico, que conduza a um alinhamento<br />

mínimo com os seus parceiros europeus.<br />

No caso concreto de Portugal é agora bem mais visível a<br />

importância que terão no futuro o mar, o atlântico sul e os<br />

mercados da lusofonia na nossa estratégia de crescimento.<br />

É altura de a implementar e não apenas de a enunciar,<br />

como temos vindo a fazer. ■<br />

O NÚMERO<br />

6%<br />

A taxa de juro (’yield’) das<br />

Obrigações do Tesouro a 10 anos<br />

chegou ontem a superar a fasquia<br />

dos 6%, o valor mais alto desde<br />

1997, embora tenha fechado<br />

o dia nos 5,809%. A crescerem<br />

há nove sessões consecutivas,<br />

só desde o início da semana<br />

as ‘yields’ das OT a 10 anos,<br />

já subiram mais de 16,5%. ➥ P8


A FACE VISÍVEL<br />

Miguel Coutinho<br />

miguel.coutinho@economico.pt<br />

Nasceu ontem o Bloco Central dos Aflitos. A criança está bem, na medida do possível<br />

Nasceu ontem às 11.30 da manhã, o novo Bloco Central. O recém-nascido encontra-se bem, na medida<br />

do possível, e não adoptou o apelido dos pais – assim, chamar-se-á Bloco Central dos Aflitos e não dos<br />

Interesses. Apesar de um pouco atarantados, os pais – PS e PSD –, estão a ponderar convidar os<br />

mercados internacionais e os especuladores, responsáveis por esta imprevisível união, para padrinhos<br />

da criança. Segundo apurámos, estes terão colocado como condição para aceitar o convite a<br />

responsabilidade pela educação da criança que será, desde a mais tenra idade, absolutamente<br />

espartana. Os pais estarão, ainda, proibidos de mimar a criança com luxos dispensáveis e estão<br />

intimados a habituá-la a viver com o que tem e não com o que gostaria de ter.<br />

90 minutos bem empregues<br />

José Sócrates e Pedro Passos<br />

Coelho estiveram bem na forma<br />

concertada como prometeram<br />

resposta a um “ataque<br />

especulativo sem fundamento”<br />

ao euro e à dívida soberana<br />

portuguesa. Ambos fizeram o que<br />

era suposto: colocar o interesse<br />

nacional à frente dos interesses<br />

PUB<br />

circunstanciais de cada um.<br />

Parece, também, evidente que<br />

face à tibieza europeia numa<br />

defesa inequívoca do euro e das<br />

economias mais frágeis da zona<br />

euro, Portugal tem de fazer<br />

otrabalhodecasa–eestepassa<br />

por uma maior ambição<br />

e assertividade das medidas<br />

concretas de redução da despesa<br />

pública. Passos Coelho tem o<br />

mérito de ter tomado a iniciativa<br />

e de ter revelado disponibilidade<br />

para construir uma solução.<br />

Sócrates tem a possibilidade de<br />

conduzir o país num momento<br />

de particular dificuldade. Os 90<br />

minutos que durou a reunião em<br />

São Bento parecem ter sido<br />

bem empregues.<br />

Paulo Alexandre Coelho<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 3<br />

EDITORIAL<br />

Será suficiente?<br />

Primeiro os pontos positivos.<br />

José Sócrates e Pedro Passos<br />

Coelho fizeram ontem o inevitável,<br />

mas que ainda há uns<br />

meses parecia impossível. Puseram<br />

de lado as divergências<br />

políticas e, em nome do País,<br />

deram um sinal de que estariam<br />

juntos para defender a<br />

economia portuguesa.<br />

A mensagem passou em Portugal,<br />

mas neste caso em concreto,<br />

mais importante, passou<br />

no exterior, dando resposta<br />

a uma das dúvidas levantadas<br />

na véspera pela<br />

Standard&Poor’s.<br />

Aperguntaqueagorasecolocaéadesaberseoqueontem<br />

foi anunciado será suficiente?<br />

E à primeira vista a<br />

resposta é não.<br />

O Governo não anunciou medidas<br />

adicionais, antes se limitou<br />

a voltar a anunciar o<br />

que já tinha prometido. Não é<br />

assim de estranhar que os<br />

economistas ouvidos hoje<br />

pelo Diário <strong>Económico</strong> peçam<br />

mais ao Executivo. Pedem<br />

mais contenção na despesa.<br />

Os próximos dias serão decisivos<br />

para a economia nacional<br />

e é notório que enquanto não<br />

se vislumbrar uma decisão<br />

definitiva para a Grécia, os<br />

mercados não nos darão descanso.Ficaaesperançadeque<br />

a ausência de medidas de ontem<br />

seja uma questão táctica e<br />

que o Governo esteja a guardar<br />

para outro momento as<br />

respostas que os mercados<br />

possam vir a exigir. ■<br />

Fica a esperança de que<br />

a ausência de medidas<br />

de ontem seja uma questão<br />

táctica e que o Governo esteja<br />

a guardar para outro<br />

momento as respostas que os<br />

mercados possam vir a exigir.


4 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

DESTAQUE<br />

DESTAQUE CRISE FINANCEIRA<br />

Governo e PSD<br />

prometem acordo<br />

para reforçar PEC<br />

Sócrates e Passos Coelho estão a negociar mais medidas<br />

para o PEC. Os mercados esperam, com os nervos em franja.<br />

Margarida Peixoto<br />

margarida.peixoto@economico.pt<br />

Foi preciso mais de um mês e um<br />

corte na notação da dívida da República<br />

para que o primeiro-ministro<br />

e o líder do PSD chegassem<br />

a acordo sobre a necessidade de<br />

passar à prática o Programa de<br />

Estabilidade e Crescimento (PEC).<br />

Ontem, José Sócrates e Pedro Passos<br />

Coelho prometeram trabalhar<br />

em conjunto para acrescentar<br />

mais medidas de austeridade ao<br />

pacotejáprevisto.ODiário<strong>Económico</strong><br />

sabe que em cima da<br />

mesa estão mais restrições nas<br />

despesas, no endividamento e nas<br />

obras públicas.<br />

Da reunião de ontem entre<br />

Passos Coelho e Sócrates saiu,<br />

para já, pouco mais do que um sinal<br />

político de confiança enviado<br />

ao país e ao exterior. “O Governo<br />

e o principal partido da oposição<br />

decidiram trabalhar em conjunto<br />

para responder em primeiro lugar<br />

ao ataque especulativo e sem<br />

fundamento ao euro e à dívida<br />

soberana”, garantiu o primeiroministro,<br />

à saída do encontro,<br />

perante dez câmaras, dez fotógrafos<br />

e dezenas de jornalistas,<br />

entre os quais sete meios de comunicação<br />

estrangeiros.<br />

Passos Coelho, por seu lado,<br />

deu um passo atrás no discurso de<br />

oposição ao PEC que tem feito desde<br />

que foi eleito e fez questão de<br />

dissipar as dúvidas sobre a capacidade<br />

do Governo de implementar<br />

as medidas de austeridade: “Manifestei<br />

a disponibilidade do PSD<br />

para neste momento em que precisamos<br />

de uma resposta pronta<br />

não deixar dúvidas de que estas<br />

medidas possam entrar em vigor”,<br />

disse o líder dos social-democratas,<br />

sinalizando assim que o PSD<br />

não vai bloquear na Assembleia a<br />

aprovação das medidas.<br />

Contudo, o PSD não inverteu o<br />

tom do discurso sem garantir nada<br />

em troca. “Estamos muito disponíveis<br />

para considerar e ouvir propostas<br />

do PSD e de outros partidos”,<br />

reconheceu José Sócrates.<br />

“O primeiro-ministro mostrou<br />

abertura para considerar medidas<br />

de reforço no PEC que se venham a<br />

afigurar necessárias para se garantir<br />

a trajectória descendente do défice<br />

orçamental”, sublinhou Passos<br />

Coelho sem dizer quais.<br />

O primeiro acordo alcançado<br />

foi a necessidade de antecipar já<br />

para este ano três medidas que só<br />

estavam previstas para 2011 – as<br />

alterações às regras do subsídio de<br />

desemprego, a introdução de mais<br />

condições para aceder a prestações<br />

sociais e mais fiscalização na atribuição<br />

destes apoios.<br />

Mas isto não chega. “O PSD está<br />

a preparar mais medidas” para<br />

apresentar, confirmou Miguel Relvas,<br />

secretário-geral do partido ao<br />

Diário <strong>Económico</strong>, acrescentando<br />

quesãodecontençãodadespesa<br />

mas que ainda não estão fechadas.<br />

Segundo apurou o Diário <strong>Económico</strong>,<br />

os social-democratas estão<br />

em negociações com o Governo<br />

para decidir quais serão aquelas<br />

que se somarão ao PEC. Em cima<br />

da mesa estão mais restrições à<br />

despesa (eventualmente a definição<br />

de um tecto para a despesa total)<br />

e ao endividamento, em troca<br />

da viabilização dos limites aos benefícios<br />

e deduções fiscais. Também<br />

está a ser considerado um<br />

maior aperto nas obras públicas.<br />

Para já, o Governo decidiu não<br />

avançar com as auto-estradas que<br />

ainda não tenham sido lançadas,<br />

mas não colocou qualquer data<br />

para o arranque, nem alterou o calendário<br />

das que já têm troços concessionados.PeranteoacordoentreoGovernoeoPSD,PauloPortas,líderdo<br />

CDS, já marcou posição: “No PEC o<br />

O ministro alemão<br />

da Economia,<br />

Rainer Bruederle,<br />

vai encontrar-se<br />

comoGoverno<br />

português em<br />

Lisboa, no final da<br />

semana, para<br />

discutir a crise<br />

financeira.<br />

Paul Krugman<br />

defendeu que “o<br />

desequilíbrio das<br />

contas públicas de<br />

Portugal não é,<br />

nem de perto, tão<br />

severo com o<br />

problema grego”.<br />

Governo não quis conversar com o<br />

CDS. Mantenho sempre a mesma<br />

atitude”, disse, propondo a suspensãoimediatadoTGVerescisões<br />

por mútuo acordo na Função<br />

Pública, entre outras medidas. Já o<br />

BE e o PCP condenaram o acordo<br />

do Governo com a direita. “Vai<br />

exigir às vítimas da crise o pouco<br />

que têm”, criticou Francisco Louçã,<br />

líder do Bloco. “Perante este<br />

verdadeiro roubo feito a Portugal, o<br />

papel que PS e PSD (com o apoio<br />

do Presidente da República) se<br />

preparam para assumir é de participarem<br />

nessa operação”, defendeu<br />

Jerónimo de Sousa, secretário-geral<br />

do PCP.<br />

Holofotes virados para Portugal<br />

A descida do ‘rating’ da República<br />

e as constantes comparações da<br />

economia portuguesa à grega – à<br />

beira de entrar em incumprimento<br />

– viraram os holofotes todos<br />

para Portugal. Ontem, a linguagem<br />

da Comissão não foi diferente<br />

da usada na avaliação do PEC,<br />

mas havia uma declaração pronta<br />

sobre as áreas onde há maior<br />

preocupação. “As receitas não fiscais,<br />

as despesas de capital e as<br />

transferências sociais”, explicou<br />

Amadeu Altafaj, porta-voz de Olli<br />

Rehn.Nuncaocomissáriosetinha<br />

pronunciado de forma tão<br />

clara sobre as rubricas onde suspeita<br />

que o OE/2010 vai falhar.<br />

Jürgen Stark, membro do comité<br />

executivo do Banco Central<br />

Europeu, já tinha dito que não vê<br />

“qualquer relação entre Portugal e<br />

a Grécia” e Paul Krugman defendeu<br />

no seu blog que “o desequilíbrio<br />

das contas públicas de Portugal<br />

não é, nem de perto, tão severo<br />

com o problema grego”. Ainda assim,<br />

o Nobel da Economia sublinhou<br />

que “o país foi palco de uma<br />

bolha imobiliária e o mercado<br />

pensa agora que os bancos portugueses<br />

estão em sarilhos”.<br />

Outro problema a considerar é<br />

a possibilidade da ajuda à Grécia<br />

ter de ser maior do que o inicialmente<br />

previsto. O director do FMI<br />

elevou a fasquia das necessidades<br />

gregas para 120 mil milhões de<br />

euros a três anos. Se o FMI mantiver<br />

a parcela de um terço, sobram<br />

80 mil milhões para a UE, dos<br />

quais Portugal teria de suportar<br />

dois mil milhões de euros, o equivalente<br />

a 1,2% do PIB português.<br />

(Ver pág. 12). ■ Com L.R.<br />

“ Transmiti a<br />

disponibilidade<br />

do PSD para neste<br />

momento em que<br />

precisamos de dar<br />

uma resposta<br />

pronta não deixar<br />

dúvidas de que<br />

estas medidas<br />

[as do PEC] possam<br />

entrar em vigor.<br />

O primeiroministro<br />

mostrou<br />

abertura para<br />

considerar medidas<br />

de reforço no PEC<br />

quesevenham<br />

a afigurar<br />

necessárias.<br />

Quaisquer que<br />

sejam as diferenças<br />

políticas, não<br />

nos impedirão de<br />

oferecer a Portugal<br />

um quadro de<br />

estabilidade. Não<br />

se conte com falta<br />

de condições para<br />

que os objectivos<br />

sejam atingidos.”<br />

Economistas nacio<br />

Antecipar medidas do PEC é um<br />

bom começo, mas insuficiente.<br />

Luís Reis Pires<br />

luis.pires@economico.pt<br />

PedroPassosCoelho<br />

A Standard & Poor’s (S&P) conseguiu<br />

o que ainda ninguém tinha<br />

conseguido: pôs o Governo a<br />

negociar com a oposição as medidas<br />

de consolidação e a discutir<br />

o melhor caminho para acalmar<br />

os mercados e evitar um cenário<br />

de incumprimento. O resultado<br />

da reunião de ontem é<br />

um bom primeiro passo, mas insuficiente,<br />

dizem os economistas<br />

contactados pelo Diário <strong>Económico</strong>,<br />

que pedem mais medidas,<br />

sobretudo do lado da despesa.<br />

“Ainda bem [que Governo e<br />

oposição já se começaram a en-<br />

tender]”, diz Silva Lopes, economista<br />

e ex-ministro das Finanças,<br />

para quem o resultado da<br />

reunião de ontem entre José Sócrates<br />

e Pedro Passos Coelho “é<br />

um bom indício”. Mas a antecipação<br />

de algumas medidas previstas<br />

no PEC é apenas “um primeiro<br />

passo”, que precisa de<br />

continuidade. (ver págs. 6 e 7)<br />

“AgoraéprecisooGovernoouvir<br />

as propostas do PSD, porque admito<br />

que haja para lá algumas<br />

coisas legítimas e que podem ser<br />

aproveitadas”, remata.<br />

Já João César das Neves, economista<br />

e professor da Universidade<br />

Católica, concorda que a<br />

abertura do Governo para negociar<br />

e o sentido de Estado do<br />

maior partido da oposição são<br />

bons sinais, mas acrescenta que


MANIFESTO<br />

ENTENDAM-SE<br />

Perante a gravidade da crise que se abateu sobre Portugal, o Diário<br />

<strong>Económico</strong> decidiu lançar um apelo a uma concertação política em<br />

nome do país. Foram inúmeros os comentários dos leitores que<br />

subscreveram esse repto. O manifesto continua aberto a quem deseje<br />

participar no email: ➥ PORPORTUGAL@ECONOMICO.PT<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 5<br />

ANÁLISE<br />

Épreciso<br />

mais Europa<br />

JOAQUIM PINA MOURA<br />

Economista e ex-ministro das Finanças<br />

A evolução da situação financeira<br />

nacional e europeia é preocupante.<br />

Os sucessivos ‘downgrade’ das<br />

variáveis mais críticas (dívida pública<br />

e endividamento global; défice<br />

orçamental; ‘ratings’ em<br />

queda; “afundamentos” sucessivos<br />

nalguns mercados de capitais)<br />

evidenciam uma cascata de factoresadversosque,emboracentrados<br />

na Grécia, estão a produzir<br />

um indesejável “efeito de contágio”<br />

noutros espaços da zona euro,<br />

nomeadamente em Portugal.<br />

Parece necessária uma resposta<br />

com um “novo racional económico<br />

e financeiro” largamente já<br />

contemplado nos PEC apresentados<br />

e aprovados pela Comissão<br />

Europeia. Mas parece também<br />

necessário um “novo racional político”<br />

para enfrentar a crise financeira<br />

que, a não ser contida<br />

rapidamente, se pode transformar<br />

em crise política a nível europeu<br />

e nacional. As dificuldades<br />

presentes precisam de mais Europa;<br />

mais articulação das políticas<br />

económicas e financeiras; mais<br />

determinação na concretização<br />

das medidas anunciadas para isolar<br />

e superar o “efeito de contágio”<br />

que fragiliza não apenas tal<br />

ou tal país da União Europeia, mas<br />

aUEnoseuconjunto.■<br />

nais pedem ao Governo mais cortes na despesa<br />

“Agora é preciso<br />

o Governo ouvir<br />

as propostas<br />

do PSD, porque<br />

admito que haja<br />

para lá algumas<br />

coisas legítimas<br />

e que podem<br />

ser aproveitadas”,<br />

dizSilvaLopes.<br />

“Há uma coisa<br />

que já foi feita<br />

no passado e que<br />

se calhar devíamos<br />

começar a pensar,<br />

que é pagar<br />

osubsídio<br />

de férias em títulos<br />

de dívida”, admite<br />

Mira Amaral.<br />

“é pena que tenha acontecido<br />

desta maneira [foi preciso um<br />

corte no ‘rating’ da República] e<br />

não antecipadamente”. César<br />

das Neves sublinha ainda que, a<br />

partir de agora, é obrigatório<br />

“abordar a situação com muito<br />

mais seriedade” e mexer mais<br />

“na despesa”, porque só assim os<br />

mercados vão dar tréguas a Portugal.<br />

“E é preciso esperar que a<br />

Europacomeceaagircomoum<br />

todo, porque há uma grande<br />

parte disto que não tem a ver<br />

connosco”, conclui.<br />

Atacar o problema do lado da<br />

despesa é uma receita consensual<br />

entre os economistas contactados.<br />

Mas Mira Amaral, economista<br />

e ex-ministro da Indústria,<br />

acredita que “há uma medidadoladodareceitadaqual[o<br />

LEITORES DO ECONÓMICO RESPONDEM AO MANIFESTO<br />

Governo] não se vai safar”, que é<br />

“a subida do IVA”. Mira Amaral<br />

também vê a antecipação de algumas<br />

medidas do Programa de<br />

Estabilidade e Crescimento<br />

(PEC) com bons olhos, mas diz<br />

que “não chega” e são precisas<br />

novas medidas, “mais profunda”,<br />

porque os mercados querem<br />

coisas mais visíveis e concretas.<br />

“Há uma coisa que já foi feita no<br />

passado e que se calhar devíamos<br />

começar a pensar, que é pagar o<br />

subsídio de férias em títulos de<br />

dívida”, sugere.<br />

Uma medida que, a avançar,<br />

causarianovafrentedecombate<br />

entre o Governo e os funcionários<br />

públicos, que ainda continuam<br />

a contestar o congelamento<br />

dos salários este ano e a garantiadequenãohaveráganhos<br />

Paulo Alexandre Coelho<br />

“ OGoverno<br />

e o principal<br />

partido da oposição<br />

decidiram trabalhar<br />

em conjunto para<br />

responder em<br />

primeiro lugar ao<br />

ataque especulativo<br />

e sem fundamento<br />

aoeuroeàdívida<br />

soberana.<br />

Decidimos<br />

dialogar, entre<br />

Governo e PSD,<br />

por forma a que<br />

o desenvolvimento<br />

da situação seja<br />

acompanhado e<br />

para trocar pontos<br />

de vista.<br />

Estamos muito<br />

disponíveis para<br />

considerar e ouvir<br />

propostas do PSD e<br />

de outros partidos.<br />

José Sócrates<br />

reais nos próximos. Depois da<br />

grevegeralde4deMarço,os<br />

funcionários públicos vão voltar<br />

a manifestar-se a 29 de Maio<br />

juntamente com os professores.<br />

Mas a situação é cada vez mais<br />

grave e, independentemente dos<br />

protestos da Função Pública, é<br />

preciso apertar mais uns furos no<br />

cinto.<br />

“Agora é fazer tudo o que for<br />

necessário para evitar o incumprimento”,<br />

afirma João Duque,<br />

economista e presidente do<br />

ISEG, para quem o resultado da<br />

reunião de ontem é “insuficiente”.<br />

“É um bom sinal, porque o<br />

Governo está finalmente a negociar”,<br />

diz, mas “é preciso mais”.<br />

Duque que também admite que,<br />

se for necessário, se pague o 13º<br />

mês com títulos de dívida, avan-<br />

A crise financeira<br />

que, a não ser contida<br />

rapidamente, pode<br />

transformar-se<br />

em crise política.<br />

ça outra proposta: “Pode fazerse,<br />

por exemplo, uma reestruturação<br />

da própria dívida”.<br />

O facto de os políticos só agora<br />

darem os passos necessários<br />

para concertarem posições é<br />

visto pelos economistas como<br />

um esforço que “já chega tarde”.<br />

“Comoéquesóagorasecomeça<br />

a olhar para isto?”, questiona<br />

João Duque. “Parece que as pessoas<br />

não sabem como funcionam<br />

os mercados”, remata em tom de<br />

crítica.<br />

Sejam quais forem as novas<br />

medidas, a única coisa certa é<br />

que têm que chegar rápido,<br />

porque Portugal vai ter duas<br />

emissões de Bilhetes do Tesouro<br />

em Maio (dias 5 e 19) e não<br />

pode dar-se ao luxo de pagar<br />

juros de 6%. ■


6 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

DESTAQUE<br />

MANIFESTO<br />

ENTENDAM-SE<br />

Cristina Oliveira da Silva<br />

cristina.silva@economico.pt<br />

Se as medidas que o Governo<br />

apresentou ontem aos parceiros<br />

sociais forem avante, mais de um<br />

terço dos desempregados terá de<br />

aceitar ofertas de emprego que<br />

paguem um salário igual ao subsídio<br />

de desemprego.<br />

Actualmente, para além de<br />

outros critérios que se mantêm<br />

(despesas e tempo de deslocação,<br />

por exemplo), os desempregados<br />

há menos de seis meses só são<br />

obrigados a aceitar emprego<br />

quando o salário oferecido for superior<br />

em 25%. Já os desempregados<br />

há mais de seis meses têm<br />

de aceitar salários superiores em<br />

10%. Agora, no que diz respeito<br />

apenas ao salário, o Governo propõe<br />

alterar esta situação e quer<br />

que os desempregados há mais de<br />

um ano sejam obrigados a aceitar<br />

uma remuneração igual ou superior<br />

ao valor do subsídio. Ora,<br />

tendo em conta os actuais desempregados,<br />

são quase 207 mil os<br />

inscritos nos centros de emprego<br />

(ou seja 36,2% do total, peso pouco<br />

superior ao registado em 2009)<br />

há mais de um ano que terão de<br />

aceitar esta opção, sob pena de, à<br />

segunda recusa, perderem a inscrição<br />

e o subsídio de desemprego<br />

(caso o recebam). Já os restantes<br />

365 mil desempregados, nessa situação<br />

há menos de um ano, terão<br />

de aceitar uma oferta que pague<br />

mais 10% do que o subsídio.<br />

Seovalormédiodaprestação<br />

se mantiver em 532 euros (como<br />

em 2009), isto significa que os<br />

desempregados terão de aceitar<br />

salários iguais a este valor se estiverem<br />

desempregados há mais de<br />

um ano ou, caso contrário, superiores<br />

a 585,2 euros. Mas esta<br />

nova regra não chega para compensar<br />

o valor médio das ofertas<br />

de emprego, que, no ano passado,<br />

ficou em 523 euros.<br />

O documento de trabalho<br />

apresentado ontem ainda não é<br />

final e espera pela posição de patrões<br />

e sindicatos mas já aponta<br />

para a redução do subsídio máximo<br />

que os desempregados podem<br />

receber, apesar de manter a regra<br />

de que o subsídio equivale a 65%<br />

do salário de referência. Mas a<br />

proposta do Governo sugere que<br />

ninguém possa, “em qualquer<br />

caso”, receber uma prestação<br />

Toda a gente fala e sabe<br />

que durante anos a fio a<br />

vaidade lusa era quem mais<br />

ordenava. E o que fizeram<br />

os governantes? Nada.<br />

Zero.<br />

Agora aguentem-se.<br />

Quanto a entendimentos<br />

estamos conversados. Onde<br />

houver dois portugueses há<br />

discussão. Ninguém quer<br />

ser o índio.<br />

FERNANDO, LISBOA<br />

Chegou a hora da verdade.<br />

Somos tão fracos quanto a<br />

Grécia. Vivemos há muitos<br />

anos acima das nossas<br />

“superior a 75% do valor líquido<br />

da remuneração de referência”<br />

(composta por um conjunto de 12<br />

salários). Actualmente, este tecto<br />

era mais alto uma vez que se fixava<br />

em 100% do valor líquido da<br />

remuneração de referência. Ainda<br />

assim, o Diário <strong>Económico</strong> sabe<br />

queonovolimitesóseráaplicado<br />

a salários médio-altos, apesar de<br />

ainda não estar definido onde começa<br />

este limiar.<br />

Estas alterações não impedem<br />

quesecontinueamanterumsubsídiomínimode419,22eurose<br />

um máximo de 1258 euros.<br />

A ministra do Trabalho defendeu<br />

ontem que as propostas do<br />

Executivo são “equilibradas” e<br />

que podem apoiar o regresso rápido<br />

ao mercado de trabalho,<br />

adiantando ainda que a intenção<br />

não é reduzir o valor do subsídio.<br />

O corte no subsídio e as regras<br />

mais restritas na recusa de emprego<br />

já tinham sido anunciadas<br />

no Programa de Estabilidade e<br />

Crescimento. Ontem, o primeiroministro<br />

falou em antecipar a<br />

aplicação das novas medidas já<br />

para este ano, apesar de essa ter<br />

sido uma intenção sempre demonstrada<br />

pela ministra Helena<br />

André. José Sócrates também disse<br />

que entraria em vigor já em<br />

2010 medidas como a auditoria e a<br />

introdução de condição de recursos<br />

nas prestações sociais. Juntamente<br />

com outras iniciativas já<br />

aprovadas, esta é uma forma de o<br />

Executivo dar um sinal de empenho<br />

na redução do défice (ver página<br />

7).<br />

Segurança Social corta<br />

subsídio mais cedo<br />

No documento ontem distribuído<br />

aos parceiros, o Governo sugere<br />

“encurtar” os prazos que hoje são<br />

aplicados no corte da prestação de<br />

desemprego, nomeadamente<br />

quando há recusa de ofertas de<br />

emprego. E assume o mesmo critério<br />

para faltas de comparência. Só<br />

faltasaberseo Executivoquerapenas<br />

acelerar o processo administrativo<br />

ou se também quer restringirasfaltas.Actualmente,sódetermina<br />

o fim da inscrição do desempregadoasegundafaltadecomparência<br />

no centro de emprego ou no<br />

local de trabalho para o qual tenha<br />

sido encaminhado, bem como o<br />

segundo incumprimento de apresentação<br />

quinzenal. ■<br />

possibilidades. Acabaramse<br />

os tempos das vacas<br />

gordas e dos benefícios<br />

sociais e pensões chorudas.<br />

Temos mesmos de apertar<br />

os cintos e bem<br />

apertadinhos!<br />

MANUEL DE FREITAS, VISEU<br />

Desempregados forçados a<br />

aceitar oferta igual ao subsídio<br />

A medida aplicar-se-ia a um terço dos actuais desempregados. Governo<br />

também quer limitar o valor dos subsídios de desemprego mais elevados.<br />

Cortes no subsídio<br />

de desemprego<br />

O Governo ainda não decidiu a<br />

partir de que limiar poderá<br />

aplicar o novo tecto de subsídio<br />

de desemprego. No entanto, se a<br />

decisão abarcar salários<br />

superiores a mil euros, estes<br />

sentirão a redução da prestação.<br />

Um trabalhador que formule a<br />

sua remuneração de referência<br />

(que conta com um conjunto de<br />

12 salários) através de um<br />

ordenado bruto de cerca de 1.040<br />

euros, tem hoje direito a um<br />

subsídio de 676 euros. Se o seu<br />

salário líquido for de 842 euros, o<br />

beneficiário terá um corte no<br />

valor da prestação, já que o<br />

subsídio ultrapassa 75% do<br />

ordenado líquido (cerca de 632<br />

euros). Já quem ganha o salário<br />

mínimo (475 euros) nunca seria<br />

afectado pela mudança, não<br />

sendo também essa a intenção<br />

do Executivo. Estas pessoas<br />

contam com um salário líquido de<br />

422,75 euros (descontando<br />

apenas para a Segurança Social)<br />

e recebem um subsídio de 308,75<br />

euros. O valor mantém-se já que<br />

75% do salário líquido ultrapassa<br />

aquele montante (317 euros).<br />

AS OUTRAS PROPOSTAS<br />

● O Governo quer flexibilizar<br />

a acumulação de rendimentos<br />

de trabalho com prestações,<br />

“nomeadamente” de desemprego<br />

parcial, o que abre a porta<br />

à introdução deste regime<br />

no caso de empregos a tempo<br />

inteiro, tal como a UGT sugeria.<br />

● Para combater a fraude,<br />

o Governo propõe que os<br />

trabalhadores tenham de se<br />

inscrever na Segurança Social<br />

antes de começarem a trabalhar.<br />

● Metade das entrevistas de<br />

emprego que ocorram em áreas<br />

consideradas prioritárias (a partir<br />

de indicadores de recusa de<br />

emprego) serão acompanhadas<br />

por técnicos de emprego.<br />

● Os Gabinetes de Inserção<br />

Profissional terão metas<br />

quantificáveis de inserção<br />

profissional e colocações.<br />

● Prioridade à integração<br />

de beneficiários de baixas<br />

prestações em contratos<br />

de emprego-inserção<br />

(trabalho social).<br />

● Maior eficácia na aplicação<br />

de sanções.<br />

● Designação de 200 gestores<br />

de ofertas.<br />

● Todas as medidas adoptadas<br />

serão avaliadas no prazo<br />

de um ano pela Comissão<br />

de Acompanhamento.<br />

O manifesto do DE está<br />

correcto. Penso que<br />

realmente os dois maiores<br />

partidos (PS e PSD) devem<br />

chegar o mais rapidamente<br />

aumacordosérioequese<br />

deixem de “guerras” de<br />

politiquice que não leva a<br />

lado nenhum. Tenho<br />

TRÊS PERGUNTAS A...<br />

ANTÓNIO CARLOS SANTOS<br />

Antigo secretário de Estado<br />

dos Assuntos Fiscais<br />

“Não é impensável<br />

um cenário<br />

mais exigente”


esperança que depois da<br />

mudança do presidente do<br />

PSD, agora, o PS e PSD se<br />

vão entender. Caso não<br />

façam esse esforço, então<br />

o País estará MUITO MAL.<br />

F. PINTO, S. J. MADEIRA<br />

Oqueénecessário,em<br />

O coordenador do grupo de peritos<br />

para o estudo da política fiscal, não<br />

afasta medidas mais exigentes na<br />

despesa. E dúvida que o aumento<br />

do IVA seja eficaz.<br />

Como avalia as medidas do PEC<br />

no lado da despesa?<br />

As medidas pretendem contribuir<br />

para a redução do défice, com<br />

contidos impactos sociais. O<br />

congelamento salarial na<br />

Administração Pública é uma<br />

medida conjuntural de curto prazo.<br />

Não é impensável ser necessário<br />

um cenário mais exigente, quer no<br />

lado da redução da despesa, em<br />

especial da corrente, e da<br />

contenção de despesa por<br />

primeiro lugar, é manter a<br />

calma e evitar alarmismos<br />

hipócritas. Um<br />

entendimento entre PS e<br />

PSD era bem-vindo. Mas o<br />

problema não está<br />

exactamente nos partidos.<br />

Está na imensa maioria de<br />

neoliberais<br />

Paulo Alexandre Coelho<br />

Teixeira dos Santos, participou ontem na habitual reunião semanal do<br />

Presidente da República com o primeiro ministro, no Palácio de Belém, que<br />

durou cerca de uma hora e quarenta minutos. A participação de um<br />

ministro nos encontros regulares entre Cavaco Silva e José Sócrates não é<br />

comum, e ocorreu no mesmo dia em Cavaco Silva promulgou o Orçamento<br />

do Estado para 2010, na última quinta-feira. O OE entra hoje em vigor.<br />

adiamento ou anulação de<br />

projectos de investimento menos<br />

urgentes ou justificáveis.<br />

Enadespesafiscal?<br />

Apesar da significativa redução da<br />

despesa fiscal, que é apresentada<br />

como alternativa à subida de taxas<br />

de imposto, sou ainda favorável à<br />

introdução de limites à despesa<br />

fiscal (como a definição de um<br />

tecto global e de um tecto de<br />

crescimento relativamente ao PIB)<br />

a considerar em cada Orçamento.<br />

E o aumento do IVA, por<br />

exemplo, em 1 ponto?<br />

Mesmo que fosse mais simples, as<br />

anteriores subidas de taxas do IVA<br />

permitem pôr em dúvida que essa<br />

(independentemente dos<br />

partidos) que passam a<br />

vida a destilar veneno. O<br />

que mudou de há dois<br />

meses para cá que<br />

justifique o alarmismo<br />

actual? Isto é sobretudo<br />

especulação. E<br />

especulação que visa mais<br />

soluçãofosseamaiseficaz.Mas<br />

mais justa não seria certamente. O<br />

IVA é, por definição, um imposto<br />

regressivo. Só quem tenha<br />

desistido de utilizar a fiscalidade<br />

como instrumento de<br />

redistribuição, um imperativo<br />

constitucional, apostará nessa<br />

solução. A subida de 1 % da taxa<br />

normal reportada a 2009 valeria<br />

cercade350milhõesdeeuros,<br />

dependendo o valor final do IVA<br />

arrecadado do nível de evasão e<br />

fraude que um aumento de taxa<br />

propiciaria. Nas experiências<br />

anteriores de subidas de taxas, a<br />

receita foi normalmente inferior ao<br />

valor estimado. ■ L.S<br />

o euro que a pequenina<br />

economia portuguesa. E a<br />

especulação assim como<br />

vem também vai,<br />

independentemente do<br />

que façamos e do que<br />

preguem os neoliberais.<br />

Esta situação vai-se<br />

manter até à aprovação<br />

Mais valias<br />

comtaxade20%<br />

O Governo decidiu<br />

✔ aumentar a taxa de<br />

tributação das mais-valias de<br />

10% para 20% e acabar com a<br />

isenção para as acções detidas<br />

há menos de um ano. A<br />

proposta de lei foi aprovada no<br />

Conselho de Ministros de há<br />

uma semana e irá agora para o<br />

Parlamento. O ministro<br />

explicou que o regime prevê<br />

que todas as mais-valias<br />

realizadas este ano ficam já<br />

sujeitas às novas regras. O<br />

cálculo será feito através do<br />

saldo entre as mais valias e as<br />

menosvaliaseosprimeiros<br />

500 euros estão isentos.<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 7<br />

SEIS MEDIDAS DO PEC DÃO OS PRIMEIROS PASSOS<br />

Faz hoje uma semana que o<br />

Governo deu o pontapé de saída<br />

na implementação do Programa de<br />

Estabilidade e Crescimento (PEC)<br />

com a aprovação de três medidas<br />

no Conselho de Ministros:<br />

tributação das mais-valias,<br />

portagens nas SCUT e taxa de<br />

45% no IRS. Ontem, pressionado<br />

pelo pânico que se instalou nos<br />

mercados, o Governo reuniu com<br />

o PSD e viu-se obrigado a avançar<br />

commaistrês.Destavez,José<br />

Sócrates explicou que para 2010<br />

foi antecipada a entrada em vigor<br />

das novas regras do subsídio de<br />

desemprego (ver texto ao lado),<br />

as auditorias às prestações sociais<br />

e da nova lei de condição de<br />

recursos. No entanto, uma das<br />

principais medidas da área fiscal<br />

e também das mais difíceis de<br />

aprovar - o tecto nas deduções à<br />

colecta - ainda não viu a luz do dia.<br />

SCUT portajadas<br />

a 1 de Julho<br />

O Governo vai introduzir<br />

✔ portagens nas autoestradas<br />

onde até agora o<br />

utilizador não tinha de pagar<br />

nada. A medida está prevista<br />

no PEC e na semana passada,<br />

com a sua aprovação no<br />

Conselho de Ministros, ficou<br />

definida a entrada em vigor.<br />

São três as concessões<br />

rodoviárias que passarão a ter<br />

portagens: Costa de Prata<br />

(entre Mira e Porto), Grande<br />

Porto (área urbana da capital<br />

nortenha) e Norte Litoral (entre<br />

oPortoeFronteiracoma<br />

Galiza). As outras quatro SCUT<br />

mantêm-se sem portagens.<br />

da ajuda à Grécia<br />

em 10 de Maio.<br />

REALISTA, PORTO<br />

Não embarquemos<br />

em falsas soluções,<br />

de remedeio, porque<br />

não é disso que os<br />

portugueseseosseus<br />

Avaliar financeiramente<br />

os que recebem apoios<br />

Os beneficiários de<br />

✘ apoios sociais do regime<br />

não contributivo - ou seja, do<br />

Rendimento Social de Inserção,<br />

dos abonos de família, entre<br />

outros-vãopassaraterde<br />

provar que não têm<br />

rendimentos suficientes para<br />

ficarem excluídos daquele<br />

apoio. E por rendimentos não<br />

se entende apenas o salário,<br />

mas também, por exemplo, o<br />

património. A nova lei de<br />

condição de recursos, que está<br />

prevista no PEC, vai já avançar<br />

esteanoefazpartedolotede<br />

três medidas que o Governo diz<br />

ter antecipado para 2010.<br />

Auditorias e fiscalizações<br />

às prestações sociais<br />

Todas as prestações<br />

✘<br />

sociais vão ser objecto<br />

de auditoria e fiscalização. A<br />

intenção do Governo é verificar<br />

se os beneficiários das ajudas<br />

do Estado reúnem de facto as<br />

condições de acesso aos<br />

apoios. A medida foi<br />

apresentada pelo Governo<br />

como sendo uma das que será<br />

antecipada para este ano, com<br />

o objectivo de sinalizar o<br />

empenho do Governo na<br />

redução do défice. No plano de<br />

combate à fraude, o Ministério<br />

de Helena André prevê 40 mil<br />

acções de fiscalização ao RSI,<br />

mais 2,8% que em 2009.<br />

Mais ricos pagam<br />

IRS de 45%<br />

Depois de na legislatura<br />

✔ anterior ter criado o<br />

novo escalão de IRS de 42%, o<br />

Governo avança agora com<br />

uma nova taxa: 45% para<br />

rendimentos superiores a 150<br />

mil euros. A medida foi<br />

aprovada no Conselho de<br />

Ministros da passada quinta-<br />

-feira e, sendo uma matéria<br />

fiscal, ainda terá de passar pela<br />

Assembleia da República.<br />

A medida apesar de render 30<br />

milhões aos cofres do Estado,<br />

é a que menos vai ajudar<br />

a reduzir o défice. A nova taxa<br />

aplica-se aos rendimentos<br />

obtidos em 2010.


8 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

MANIFESTO<br />

ENTENDAM-SE<br />

Rui Barroso e<br />

Tiago Figueiredo Silva<br />

rui.barroso@economico.pt<br />

O mercado continua a castigar as<br />

Obrigações do Tesouro a dez anos,<br />

a menos de um mês do Estado ter<br />

de reembolsar 6,9 mil milhões de<br />

euros de dívida nacional. A taxa<br />

(‘yield’) exigida pelos investidores<br />

para deterem dívida portuguesa a<br />

dez anos subiu ontem pela nona<br />

sessão consecutiva.<br />

Pouco antes das declarações de<br />

entendimento entre o Governo e o<br />

PSD sobre as medidas a tomar<br />

para reduzir o défice, a ‘yield’ das<br />

obrigações nacionais chegou<br />

mesmo a superar a fasquia dos<br />

6%, o valor mais alto desde 1997.<br />

No entanto, o ritmo na escalada<br />

dos juros da República diminuiu<br />

durante a tarde, com a taxa a situar-se<br />

nos 5,809%. Desde o início<br />

da semana os juros da dívida a<br />

dez anos encareceram 16,5%.<br />

Mas, numa altura em que o Estado<br />

se prepara para ir ao mercado<br />

emitir Bilhetes do Tesouro a<br />

seis meses para encaixar entre<br />

500 a 750 milhões de euros, o<br />

credores necessitam.<br />

O que os portugueses e os<br />

seus credores necessitam<br />

é que o Estado seja<br />

produtivo, isto é, seja<br />

eficaz e eficiente, que<br />

concentre as suas tarefas<br />

apenas naquilo que devem<br />

ser as suas obrigações,<br />

Juros da República romperam os<br />

6% pela primeira vez em 13 anos<br />

Mercado de dívida viveu sessão volátil. Juros das Obrigações a dez<br />

anos superaram os 6% durante a sessão. Fecharam o dia nos 5,809%.<br />

ESCALADA NOS JUROS<br />

Evolução das ‘yields’ das<br />

Obrigações do Tesouro nacionais<br />

a dois e dez anos em 2010.<br />

6,0<br />

3,5<br />

Dez anos<br />

Dois anos<br />

1,0<br />

31 Dez 09<br />

Fonte: Bloomberg<br />

28 Abr 10<br />

libertando-se rapidamente<br />

de todas as outras tarefas,<br />

e execute bem essas<br />

tarefas, com as melhores<br />

práticas e melhoria<br />

contínua, combatendo<br />

tudo o que é desperdício e<br />

tudo o que é fraude e fuga<br />

fiscal, sem piedade mas<br />

mercado deu uma trégua ligeira à<br />

dívida com maturidade mais curta.<br />

Os juros das OT a dois anos interromperam<br />

um ciclo de 11 sessões<br />

seguidas de fortes subidas,<br />

descendo dos 4,915% para os<br />

4,833%. Apesar do aligeirar de<br />

ontem da ‘yield’ das OT a dois<br />

anos, só desde o início da semana,<br />

os juros destes títulos subiram<br />

mais de 60%, o que causa preocupação<br />

nos analistas.<br />

“Os riscos de ‘default’ estão a<br />

aumentar e o FMI precisa de reagir<br />

rapidamente. A Grécia e, em<br />

breve, Portugal simplesmente<br />

não conseguirão aguentar as taxas<br />

actuais, independentemente<br />

de quão dramáticos sejam os cortes<br />

na despesa pública”, defenderam<br />

ontem os especialistas do<br />

banco escandinavo SEB Enskilda.<br />

“O trabalho das autoridades é<br />

tentar contrariar esta tendência.<br />

Oproblemaéquesetemdeemitir<br />

dívida para refinanciar a dívida<br />

existente”, referiu o analista da IG<br />

Markets, Duarte Leite de Castro.<br />

De acordo com dados da entidade<br />

que gere o crédito público, o<br />

Estado terá de reembolsar em<br />

com forte sentido de<br />

responsabilidade e<br />

exemplo.<br />

ROSA PRATAS<br />

Concordo plenamente, mas<br />

aculpaédetodos<br />

portanto o esforço deve<br />

ser repartido por todos. Já<br />

PATRÕES LOUVAM “ENTENDIMENTO” ENTRE GOVERNO E PSD E APELAM A “GRANDE CONSENSO PATRIÓTICO”<br />

“É urgente construir um consenso nacional que possibilite e credibilize as medidas difíceis que têm de ser<br />

tomadas. Por isso, a AEP e a AIP-CE registam com muita satisfação o sinal de entendimento e colaboração que<br />

acaba de ser dado”, disseram as associações em comunicado que apela à contenção do investimento público.<br />

DR<br />

5,627 mil milhões de euros os detentores<br />

de OT que chegam à maturidade<br />

a 20 de Maio e em 1,286<br />

mil milhões os investidores da sériedeBTquevencea21deMaio.<br />

Custo de protecção sobre Portugal<br />

tem maior descida do mundo<br />

Já o mercado de ‘credit-default<br />

swaps’ deu sinais animadores<br />

ontem. O custo pago pelos investidores<br />

para se protegerem<br />

de um eventual incumprimento<br />

da República foi o que mais<br />

desce no mundo, segundo dados<br />

da consultora CMA. A cotação<br />

caiu 15,90% para os<br />

324,55 pontos. Ainda assim, de<br />

acordo com a CMA os preços<br />

indicam que o mercado está a<br />

incorporar uma probabilidade<br />

de ‘default’ de 24,52%.<br />

A Grécia também viu o preço<br />

dos seguros sobre a sua dívida<br />

descer, apesar do mercado continuar<br />

a não dar tréguas aos juros<br />

das obrigações helénicas. A<br />

‘yield’ das obrigações a dois<br />

anos subiu para os 15,9%. Já a<br />

taxa dos títulos a dez anos atingiu<br />

os 9,971%. ■<br />

ouvi alguns “doutores<br />

catedráticos” da nossa<br />

praça apontarem baterias<br />

só para alguns, cuidado,<br />

isso é criar divisões sociais<br />

quando o País precisa de<br />

união e esforço.<br />

RICARDO<br />

COLUNA VERTEBRAL<br />

Mercado<br />

JOÃO PAULO GUERRA<br />

A expressão “o mercado funciona”<br />

como “o mercado regula”<br />

perdeu todo o sentido embora<br />

tenha ganho um enorme significado.<br />

O mercado não funciona<br />

eportantonãoregula.Oque<br />

funciona, e à grande, é a especulação.<br />

E nas mãos dos especuladores,<br />

os destinos de países<br />

e de povos parecem barquinhos<br />

de papel lançados ao mar no<br />

Cabo das Tormentas.<br />

À crise provocada pela delinquência<br />

financeira segue-se a<br />

crise provocada pelos especuladores.<br />

Ninguém o quer reconhecer<br />

mas o que está verdadeiramente<br />

em crise é o capitalismo.Depoisdeenterrardevez<br />

toda e qualquer preocupação de<br />

índole social, depois de arrasar<br />

conquistas sociais históricas, o<br />

capitalismo submerge numa<br />

imensa crise porque não consegue<br />

satisfazer todos os patamares<br />

de ganância sem que ele<br />

próprio se afunde.<br />

Há poucos meses, dos “capitalistas<br />

selvagens” aos “socialistas<br />

modernos” – que dificilmente<br />

se distinguem dos capitalistas<br />

do século XIX – todos<br />

diziamquenadavoltariaaser<br />

como dantes em matéria de direitos<br />

sociais ou seja, de direitos<br />

humanos de âmbito social: Ninguém<br />

será mantido em escravidão<br />

ou servidão; todos têm direito<br />

ao trabalho, à protecção<br />

contra o desemprego, a remuneração<br />

justa e satisfatória, ao<br />

repouso e ao lazer, a um padrão<br />

de vida capaz de assegurar a<br />

saúde e bem-estar. Mas agora<br />

ninguém se entende porque os<br />

vencedores dessa guerra contra<br />

direitos humanos não conseguem<br />

chegar a acordo quanto à<br />

partilha do saque. O “capitalismo<br />

selvagem” passou os limites<br />

da selvajaria.<br />

E depois as receitas são sempre<br />

as mesmas, sejam quais forem<br />

os agentes ou as causas das<br />

crises: espremem-se mais um<br />

pouco os que vivem do trabalho<br />

assalariado. Nunca como hoje se<br />

percebe tão bem o que queria<br />

dizer Almeida Garrett ao falar<br />

do número de pobres necessário<br />

para fazer um rico. ■<br />

joaopaulo.guerra@economico.pt


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10 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

MANIFESTO<br />

ENTENDAM-SE<br />

ABERTURA NA TERÇA-FEIRA<br />

7493,94 pontos<br />

As oito horas e meia de caos na bolsa<br />

Num dia de verdadeira montanha-russa, o PSI 20 termina a recuar quase 2% e regista a sessão mais<br />

“<br />

Tiago Figueiredo Silva<br />

e Rui Barroso<br />

tiago.silva@economico.pt<br />

A sessão de ontem da praça lisboeta<br />

foi o equivalente a comprar<br />

um bilhete para andar numa das<br />

“montanhas-russas” espalhadas<br />

pelo mundo. Ao longo das oito<br />

horas de negociação, o PSI 20 enfrentou<br />

um sobe-e-desce como<br />

há muito não se via. O despertar<br />

não podia ter sido mais abrupto,<br />

com o índice a resvalar uns históricos<br />

6,54%. Mas a hora de almoço<br />

abriu o apetite dos investidores.<br />

A esperança de que fossem<br />

revelados novos detalhes no planodeajudaàGréciaeoentendimentoentrePSePSDlevaramo<br />

PSI 20 a subir 1%. No entanto, o<br />

desfecho da sessão viria a ditar a<br />

estocada final, com a bolsa nacional<br />

a registar uma queda de<br />

1,89%, numa sessão em que 11<br />

empresas tocaram mínimos de,<br />

pelo menos, mais de um ano.<br />

Além do caos e da incerteza<br />

terem sido as características do-<br />

Entendam-se?! É preciso<br />

ter lata. Devia ser antes um<br />

ultimato ao Governo:<br />

Resolvam. E se não são<br />

capazes demitam-se.<br />

Também podem fugir - aliás<br />

nem sequer seriam os<br />

primeiros. Já outros o<br />

fizeram antes, ainda que<br />

Os dois dias “loucos” vividos pelo PSI 20<br />

As últimas duas sessões do índice de referência nacional tem sido uma<br />

verdadeira “loucura”. O desempenho do PSI 20 oscilou ao “sabor” das<br />

notícias relativas ao ‘rating’ nacional e à crise de dívida na Grécia.<br />

Depois de na terça-feira ter registado a sessão mais “negra” do último<br />

ano e meio, ontem, o sobe-e-desce foi uma constante. Contas feitas, o<br />

PSI 20 acumula uma perda de 7,15% nas últimas duas sessões.<br />

minantes, a sessão entrou para os<br />

livros de história do PSI 20, pelo<br />

facto de nunca se terem negociado<br />

tantas acções como ontem.<br />

Contas feitas, trocaram de mãos<br />

mais de 271 milhões de acções<br />

num montante de 508 milhões<br />

de euros. Na prática, isto significa<br />

que num só dia foram transaccionados<br />

quase cinco vezes<br />

mais títulos do que a média de<br />

volume verificada desde o arranquedoano.<br />

O recorde anterior do dia<br />

mais movimentado de sempre<br />

remontavaa16deFevereirode<br />

2007, com a revisão em alta da<br />

OPA lançada pela Sonaecom sobre<br />

a PT a fazer disparar o volume<br />

de negócios para os 266,5<br />

milhões de títulos. O principal<br />

contributo para o volume histórico<br />

veio do BCP. O banco liderado<br />

por Carlos Santos Ferreira,<br />

que chegou a afundar 17% para<br />

negociar num novo mínimo recorde<br />

de 0,55 euros. Negociou<br />

150 milhões de títulos que representaram<br />

mais de metade do<br />

para cargos dourados na<br />

esfera internacional, depois<br />

de deixarem o lodo e a<br />

podridão para trás. E<br />

também não vamos lá com<br />

um governo presidencial.<br />

Não esquecer o grande<br />

contributo que o actual PR<br />

deu com a história da “boa<br />

É noticiado<br />

que a S&P se<br />

prepara para<br />

cortar o ‘rating’<br />

de Portugal.<br />

Para já não acredito<br />

que a volatilidade<br />

acabe. No final<br />

do dia a S&P cortou<br />

o ‘rating’ de Espanha,<br />

portanto espera-se<br />

queapressão<br />

continue” hoje.<br />

Duarte Leite de Castro<br />

IG Markets<br />

moeda”. Para não falar que<br />

agora, como antes, à frente<br />

dos outros estará o seu<br />

próprio interesse.<br />

ISA<br />

Não existem Portugueses<br />

de Esquerda ou de Direita.<br />

Existem apenas<br />

S&P baixa<br />

‘rating’ de<br />

Portugal em dois<br />

níveis para A-.<br />

ABERTURA<br />

DE ONTEM<br />

-4,33%<br />

nos 6.843<br />

pontos.<br />

S&P coloca<br />

dívida grega<br />

em ‘junk bond’.<br />

total transaccionado no PSI 20.<br />

“Háfugadeinvestidorese,<br />

dado o elevado volume, são os<br />

institucionais que estão a sair”,<br />

justificou o analista da IG<br />

Markets, Duarte Leite de Castro,<br />

ao Diário <strong>Económico</strong>. O CEO da<br />

corretora Dif Broker foi mais longe<br />

ao considerar que “este dia<br />

histórico apenas é comparável,<br />

em termos de volume, aos<br />

‘crashs’ de 1998 e 1998, com a<br />

crise da América Latina, dia em<br />

que a bolsa abriu a baixar quase<br />

20%”. Pedro Lino refere que “assistimos<br />

a quedas superiores a<br />

12% de acções principais, o que<br />

indicia que o pânico tomou conta<br />

dos investidores”.<br />

Além do pânico, que se agudizou<br />

depois da Standard &<br />

Poor’s ter cortado o ‘rating’ de<br />

Espanha (ver pág. 13), a volatilidade<br />

poderá ser o melhor adjectivo<br />

para caracterizar o dia<br />

de ontem. Reflexo disso, a diferença<br />

entre o mínimo e o máximodoPSI20duranteodia,que<br />

atingiu os 8,9%, o sexto dife-<br />

Portugueses! A obrigação<br />

de quem assume a<br />

responsabilidade de<br />

governar é a de garantir<br />

que Portugal sobreviva<br />

independente e soberano. É<br />

OBRIGAÇÃO deles garantir<br />

que todos aqueles que<br />

querem trabalhar o possam<br />

Depois do fecho do mercado,<br />

a S&P cortou os ‘ratings’ dos bancos<br />

portugueses. O líder do PSD anunciou<br />

que iria reunir-se de emergência<br />

com José Sócrates e o ministro das<br />

Finanças garantiu que o país iria<br />

fazer o que fosse necessário para<br />

eliminar o défice. Bolsa caiu 5,36%.<br />

rencial mais elevado de sempre.<br />

“Após as vendas de acções e<br />

com a estabilização dos mercados<br />

europeus, muitos investidores<br />

quevenderamosseustítulosvoltaram<br />

a recomprar, originando<br />

esta volatilidade histórica”, referiu<br />

Pedro Lino. Já o ‘trader’ da<br />

GoBulling, Bruno Costa, disse<br />

que “a volatilidade reflecte quase<br />

sempre a aversão ao risco esperada,<br />

pelo que as novas intervenções<br />

das agências de ‘rating’ e as<br />

promessas de mais cortes no curto-prazo<br />

para outros países agitouosentimentodomercado”.<br />

A somar a isto, o PSI 20 é o<br />

segundo índice mais volátil nos<br />

últimos 20 e nos últimos 30<br />

dias, sendo apenas superado<br />

pela inevitável bolsa grega. Tendo<br />

em conta os especialistas, a<br />

volatilidade veio para ficar.<br />

“Para já não acredito que a volatilidade<br />

acabe. No final do dia a<br />

S&P cortou o ‘rating’ de Espanha,<br />

portanto espera-se que a<br />

pressão continue” hoje, perspectiva<br />

Leite de Castro. ■


sem ter na sua sombra o<br />

medo de falhar. Vamos lá<br />

Portugueses. Tempos<br />

difíceis todos conhecemos<br />

desde tenra idade. É a<br />

nossa realidade.<br />

PEDRO<br />

A culpa é só do governo.<br />

José Sócrates e Passos Coelho<br />

indicaram um entendimento para<br />

responder à crise. O Governo anunciou<br />

a antecipação de medidas do PEC.<br />

portuguesa<br />

movimentada da sua história.<br />

OS TÍTULOS MAIS NEGOCIADOS NA SESSÃO DE ONTEM<br />

Carlos Santos<br />

Ferreira<br />

Presidente do<br />

BCP<br />

O banco liderado por Carlos<br />

Santos Ferreira foi ontem a<br />

cotada mais transaccionada.<br />

150,56 milhões<br />

António Mexia<br />

presidente da<br />

EDP<br />

A eléctrica ocupa o último lugar<br />

do pódio das cotadas mais<br />

negociadas na sessão de ontem.<br />

27,5 milhões<br />

Não é da oposição. Quem<br />

manda pode. Sócrates<br />

sabe muito bem tomar<br />

medidas sozinho quando<br />

visa a classe média, por<br />

exemplo. O que fez nos<br />

últimos tempos contra o<br />

défice? Nada. Ainda<br />

perseguiram a Manuela<br />

Paula Nunes<br />

FECHO DE ONTEM<br />

-1,89% para<br />

7.016,9 pontos<br />

S&P baixa<br />

classificação<br />

da dívida<br />

de Espanha<br />

Paulo Azevedo<br />

presidente da<br />

Sonae SGPS<br />

Pelas mãos dos investidores<br />

foram trocados quase 30 milhões<br />

de acções da Sonae SGPS<br />

29,1 milhões<br />

Ricardo<br />

Salgado<br />

presidente do<br />

BES<br />

Além do rival BCP, o BES também<br />

representa o sector ao ser a<br />

quarta cotada mais negociada.<br />

12,45 milhões<br />

Ferreira Leite só porque<br />

falou de défice. Como<br />

cidadão deste país também<br />

sou afectado, mas só<br />

lamento as pessoas<br />

embarcarem em fantasias.<br />

Pagam todos a factura de<br />

uma má governação... É<br />

uma tristeza um país não<br />

Vender, comprar ou apostar<br />

nas quedas?<br />

Rui Barroso<br />

e Tiago Figueiredo Silva<br />

rui.barroso@economico.pt<br />

Antes de se dar início à negociação<br />

em bolsa nos últimos dias, os<br />

mercados deveriam conter a seguinte<br />

mensagem: “Esta sessão é<br />

susceptível de ferir a carteira dos<br />

investidores mais susceptíveis”.<br />

O nervosismo do PSI 20 está em<br />

máximos e as acções nacionais<br />

estãonoolhodofuracãodos<br />

mercados. Os especialistas não se<br />

arriscam a prever o fim da volatilidade,<br />

mas, dependendo do perfil<br />

e dos objectivos dos investidores,<br />

há decisões que podem servir<br />

de paliativo aos portefólios dos<br />

investidores.<br />

1<br />

DEVO VENDER AS ACÇÕES<br />

NACIONAIS?<br />

Tudo depende do seu horizonte<br />

de investimento. Os investidores<br />

de médio e longo prazo poderão<br />

ter o factor tempo a ajudar a diluir<br />

as perdas das últimas sessões. No<br />

entanto, convém sempre estipular<br />

o limite máximo de perdas que<br />

está disposto a assumir e desfazer-se<br />

das posições quando os<br />

activos atingirem o valor mínimo<br />

pré-definido, colocando ‘stop<br />

losses’, por exemplo. Outro factor<br />

ateremcontaéaalturaemque<br />

entrou no mercado. Se ainda está<br />

a ganhar dinheiro com as suas<br />

posições e não tiver nervos de aço<br />

para enfrentar o ‘stress’ dos mercadostemsempreaopçãoderealizar<br />

mais-valias. Mas, acima de<br />

tudo, “os investidores não devem<br />

entrar em pânico e devem ter<br />

sempre em consideração os objectivos<br />

iniciais que levaram ao<br />

investimento”, referiu o CEO da<br />

Dif Broker, Pedro Lino.<br />

2<br />

AS ACÇÕES FICARAM EM<br />

SALDOS COM AS QUEDAS?<br />

Mesmo com as quedas da bolsa<br />

nacional, o PSI 20 não está em<br />

saldos. “Em termos de valor, o<br />

PSI20 perdeu cerca de 50% da recuperação<br />

efectuada desde Março<br />

de 2009, o que o coloca com um<br />

rácio de preço face aos resultados<br />

(PER – rácio dos mais usados na<br />

controlar suas contas. Falta<br />

de responsabilidade...<br />

AMÂNDIO MARTINS, SEIXAL<br />

Portanto, a bola está do<br />

lado dos governantes. A<br />

forma de resolver a<br />

situação (a sério!) vai<br />

obrigar a retirar muitos<br />

avaliação de atractividade dos activos)<br />

na ordem dos 12.73 (2010) e<br />

10.20 (2011), o que continua ligeiramente<br />

acima da média dos países<br />

mais desenvolvidos na Europa,<br />

podendo condicionar a atractividade<br />

no curto-prazo”, explica<br />

o ‘trader’ da GoBulling, Bruno<br />

Costa. Apesar disto, pode haver<br />

investidores que entendam que<br />

há acções na bolsa a negociar<br />

abaixo do seu potencial. Mas<br />

quem quiser arriscar e tirar partido<br />

das descidas tem de ter sempre<br />

presente que não deve investir<br />

capital que lhe seja necessário no<br />

futuro. “Creio que para o longo<br />

prazoestaéumaboaentrada,<br />

mas o investidor não pode aplicar<br />

capital que irá necessitar”, alerta<br />

Pedro Lino. Outra opção é aproveitar<br />

os momentos de fraqueza<br />

para entrar aos poucos nos mercados,<br />

por exemplo, em empresas<br />

que tenham potencial para crescer<br />

nos próximos anos. No entanto,<br />

“para quem não quer ter<br />

‘stress’ o melhor é mesmo esperar”,<br />

referiu o analista da IG<br />

Markets, Duarte Leite de Castro.<br />

3<br />

QUAIS OS SECTORES<br />

A EVITAR?<br />

A turbulência das bolsas tem origem<br />

na dívida soberana. Os ana-<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 11<br />

Até que ponto está<br />

disposto a enfrentar o<br />

‘stress’ dos mercados?<br />

Não investir dinheiro<br />

que seja necessário<br />

no futuro, estabelecer<br />

as perdas máximas<br />

que consegue<br />

suportar e ter sempre<br />

presente os objectivos<br />

de investimento<br />

são regras de ouro<br />

para fintar o ‘stress’<br />

da bolsa.<br />

benefícios sociais por que<br />

os sindicatos tanto<br />

trabalharam... Depois terão<br />

de começar de novo. Mas<br />

esta transição súbita vai<br />

levar a que eles se queixem<br />

e muito, claro! Greves e<br />

mais greves estão no<br />

horizonte.<br />

listas referem que o aumento dos<br />

custos de financiamento do Estado<br />

também se reflectirão no<br />

sector financeiro, um dos mais<br />

fustigadosembolsacomacrise.<br />

Para além disto, as maiores<br />

casas de investimento internacionais<br />

recomendam evitar títulos<br />

com níveis de endividamento<br />

elevado.<br />

4<br />

QUAIS AS ALTERNATIVAS<br />

À BOLSA NACIONAL?<br />

Apesar da bolsa nacional registar<br />

perdas desde o início do<br />

ano, há mercados que estão a<br />

conseguirbrindarosinvestidores<br />

com ganhos . “O que<br />

está sob pressão é o Sul da Europa.<br />

Os resultados empresariais<br />

das maiores empresas têm<br />

sido bons e vêm confirmar um<br />

cenário de alguma recuperação<br />

económica no mundo”. As<br />

bolsas dos EUA levam ganhos<br />

de 6,8% desde o início do ano<br />

eaalemãsobemaisde2%.<br />

Outra opção passa por investir<br />

em fundos com classes de activos<br />

de menor risco, como<br />

obrigações empresariais ou de<br />

países sem desequilíbrios orçamentais<br />

preocupantes. Para<br />

os mais conservadores, que<br />

prefiram sacrificar as perspectivas<br />

de retorno pela segurança,<br />

há ainda os depósitos.<br />

5<br />

É POSSÍVEL GANHAR<br />

COMASQUEDASDABOLSA?<br />

É. Através da utilização de instrumentos<br />

derivados que permitem<br />

tomar posições curtas,<br />

ou seja, que lucram com a descida<br />

dos activos (acções ou índices)<br />

como ‘contracts for<br />

differences’ (CFD), ‘exchange-traded<br />

funds’ (ETF) ou futuros.<br />

No entanto, estes instrumentos<br />

são apenas recomendados<br />

para investidores<br />

experientes e, em alguns casos,<br />

permitem o recurso à alavancagem,<br />

o que potencia os<br />

ganhos ou as perdas. O recurso<br />

a estas técnicas pode ainda ser<br />

uma solução para os investidores<br />

que queiram proteger o<br />

portefólio, apostando nas descidas<br />

para compensar as eventuais<br />

perdas que os activos em<br />

carteira possam sofrer. ■


12 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

DESTAQUE<br />

MANIFESTO<br />

ENTENDAM-SE<br />

Luís Rego, em Bruxelas<br />

luis.rego@economico.pt<br />

Com o contágio da situação grega<br />

a atingir Madrid, depois de<br />

Lisboa, os europeus e o FMI viram-se<br />

obrigados ontem a pisar<br />

a fundo no acelerador das negociações<br />

para ultimar os detalhes<br />

de uma ajuda, que poderá chegar<br />

a 120 mil milhões de euros,<br />

libertando Atenas de recorrer ao<br />

mercado de capitais durante os<br />

próximos três anos.<br />

Esta soma foi ontem avançada<br />

pelo presidente do Fundo Monetário<br />

Internacional, Dominique<br />

Strauss-Kahn, numa reunião em<br />

Berlim com a chanceler alemã,<br />

Angela Merkel e líderes de várias<br />

organizações económicas mundiais.<br />

Neste cenário, de “100 e 120<br />

mil milhões” avançado em Berlim,<br />

os Estados europeus assumiriam<br />

uma fatia de dois terços - 67<br />

a 80 mil milhões, o que é mais do<br />

dobro dos 30 mil milhões já acordados.<br />

De acordo com a repartição<br />

acordada (chave do capital do<br />

BCE), Portugal teria de montar<br />

um empréstimo de 1,7 a dois mil<br />

milhões, ou seja entre 1 a 1,2% do<br />

Aconteceu na Grécia e vai<br />

acontecer cá.<br />

PEDRO C.<br />

Por favor! Deixem governar.<br />

Acabem com qualquer tipo<br />

de quezília. É altura do<br />

povo verificar quem está<br />

com Portugal e quem está<br />

AjudaàGréciapodechegar<br />

aos 120 mil milhões<br />

Europeus e FMI aceleram negociações em Atenas para travar risco de contágio.<br />

“Precisamos de<br />

um bom programa<br />

e de uma decisão<br />

rápida”, disse<br />

Trichet.<br />

“O Governo grego<br />

tem uma grande<br />

responsabilidade<br />

nacional e também<br />

perante a Europa e<br />

já a assumimos<br />

completamente”,<br />

disse George<br />

Papandreou.<br />

“A razão de preparar<br />

medidas<br />

de apoio é assegurar<br />

a estabilidade<br />

financeira e não a<br />

ajuda à Grécia, que<br />

se meteu sozinha<br />

nesta situação<br />

difícil”, disse Weber.<br />

contra. Vamos todos só<br />

votar no PSD e PS. Vamos<br />

acabar democraticamente<br />

com quem não quer ajudar<br />

a salvar Portugal. Não às<br />

greves. Sim à requisição<br />

civil para todas as greves.<br />

Prisão com trabalhos<br />

forçados para os<br />

seu PIB em 2010. Uma decisão<br />

que seria tomada na cimeira de líderes<br />

convocada de urgência para<br />

Bruxelas para 10 de Maio. O FMI<br />

não assume as contas, mas os valores<br />

foram tornados públicos<br />

pelo líder do grupo parlamentar<br />

do Partido Verde, Jürgen Trittin e<br />

por Thomas Opperman, responsável<br />

do SPD, também presentes<br />

nesse encontro.<br />

Os mercados acalmaram ontem<br />

ligeiramente, mas a taxa de<br />

juro para as obrigações a dois anos<br />

à Grécia está agora a 16%, o dobro<br />

dasemanapassadaeamaiordo<br />

mundo, pior que Argentina ou<br />

Venezuela. A descida do ‘rating’<br />

da S&P à Espanha (ver texto ao<br />

lado) fez soar novos alarmes.<br />

Strauss-Khan adverte que “se<br />

não estancarmos [o problema] na<br />

Grécia, [a crise] pode ter consequências<br />

no resto da UE”. Para<br />

Merkel “é completamente claro<br />

que as negociações […] têm de<br />

acelerar agora”. E até o sempre<br />

prudente líder do BCE, Jean-<br />

Claude Trichet, diz que “precisamosdeumbomprogramaede<br />

uma decisão rápida”. Angel Gurría,<br />

o secretário-geral da OCDE<br />

instigadores da<br />

Democracia. Todos unidos.<br />

Porque o Povo Unido<br />

jamais será vencido. Vamos<br />

mostrar ao mundo que<br />

somos capazes de imitar os<br />

nossos conquistadores. De<br />

mãos dadas tudo se<br />

consegue. Hoje é difícil.<br />

Tobias Schwarz / Reuters<br />

A chanceler Angela Merkel foi ontem a anfitrião<br />

das principais organização internacionais. À<br />

mesa estiveram Angel Gurria, director-geral da<br />

OCDE, Robert Zoellick, presidente do Banco<br />

Mundial, Dominique Strauss-Kahn, director-geral<br />

do FMI para analisar os problemas da Grécia.<br />

também presente em Berlim,<br />

prefere uma visão macabra: “O<br />

contágio é como o Ébola - quando<br />

nos damos conta, temos de cortar<br />

uma perna para sobreviver”.<br />

Os mercados não baixam a<br />

guarda até ver a cor do dinheiro.<br />

“Se dissessem que temos um programaplurianualde120milmilhões<br />

já aprovados nos parlamentos,<br />

essa podia ser o tipo de mensagem<br />

que quebrava o ciclo vicioso”,<br />

diz Nick Kounis, economistachefedoFortis.Eesteatrasona<br />

decisão alemã, até o final da próxima<br />

semana, pode comprometer<br />

emissõesnãosódaGréciamas<br />

também de Portugal, explica.<br />

Mais de 60% dos alemães são<br />

contra a ajuda à Grécia mas cresce<br />

uma nova campanha na oposição<br />

em Berlim para incluir a<br />

banca privada na ajuda. O ministro<br />

de Finanças, Wolfgang<br />

Schäuble diz que essa ideia “é<br />

compreensível, mas como se implementa<br />

sem falar de uma reestruturação<br />

da dívida, o que desestabilizaria<br />

ainda mais a situação?”,<br />

questionou garantindo<br />

que “por isso é que essa questão<br />

não está na mesa em Atenas”. ■<br />

Amanhã é tarde. Obrigado<br />

a todos para o bem de<br />

todos.<br />

ANTÓNIO MATOS, SANTARÉM<br />

Que desta reunião formem<br />

um Governo/acordo de<br />

salvação nacional e que o<br />

Presidente de todos os<br />

ANÁLISE<br />

Os amigos<br />

e as ocasiões<br />

FRANCISCO SEIXAS DA COSTA<br />

Embaixador de Portugal em França<br />

Na imprensa francesa tem-se<br />

feito eco dos mais recentes ataques<br />

especulativos contra Portugal<br />

e não deixa de assinalar<br />

duas evidências: a radical diferença<br />

entre a situação portuguesaeagregae,emalgunscasos,<br />

o facto dos nossos índices<br />

não estarem muito distantes dos<br />

da França.<br />

Ninguém tinha dúvidas de<br />

que, se a situação grega evoluísse<br />

de forma negativa, Portugalseriaopróximo‘target’<br />

dos especuladores. Alguns talveznãocontassemcomum<br />

grau tão acentuado de indiferença<br />

por parte da Alemanha –<br />

o grande beneficiário do mercado<br />

interno e o país que sustenta<br />

o seu poder europeu à<br />

custa do euro, cujas drásticas<br />

condições macro-económicas<br />

impôs e que hoje são o referente<br />

pelo qual são medidos os<br />

desvios nacionais. Será que a<br />

Europa existe mesmo?<br />

As agência de ‘rating’ repercutem<br />

a perplexidade colectiva<br />

perante a hesitação e falta de<br />

solidariedade germânica. A<br />

perversidade está no facto de,<br />

ao tomarem decisões de ‘upgrading’<br />

de risco, agravarem ainda<br />

mais a situação, conduzindo os<br />

mercados a cobrarem mais pelos<br />

empréstimos. O seu lamentável<br />

impressionismo na avaliação<br />

relativa das situações nacionais<br />

confirma-as como os melhores<br />

cúmplices dos piores especuladores<br />

internacionais. Alguma<br />

novidade? ■<br />

As agência de ‘rating’<br />

repercutem<br />

a perplexidade<br />

colectiva perante<br />

a hesitação e falta<br />

de solidariedade<br />

germânica.


portugueses obrigue a<br />

decretarem medidas de<br />

corte radical na despesas e<br />

não me venham dizer que<br />

os cortes nos salários e<br />

mordomias das elites são<br />

uma gota de água no<br />

imenso problema que<br />

temos pela frente. Seria no<br />

Mónica Silvares<br />

monica.silvares@economico.pt<br />

Não há duas sem três. Assim reza<br />

o ditado que foi ontem, mais uma<br />

vez, confirmado. Depois da Grécia<br />

e de Portugal, chegou a vez de<br />

Espanha ver o seu ‘rating’ revisto<br />

em baixa pela agência de notação<br />

financeira Standard & Poor’s.<br />

As razões são as mesmas: a debilidade<br />

do crescimento, que<br />

“enfraquece a posição orçamental”,<br />

o forte nível de endividamento<br />

do sector privado, que<br />

atinge já os 178% do PIB, um<br />

mercado de trabalho pouco flexível,<br />

uma fraca capacidade exportadora<br />

e ainda, a incapacidade de<br />

PUB<br />

mínimo moralizador e<br />

incentivante.<br />

ANTÓNIO CARLOS, MINDE<br />

É, não vale a pena gritar<br />

nem entrar em fúteis<br />

histerias, os portugueses<br />

nunca lhes perdoariam (a<br />

estas duas figuras e aos<br />

cumprir a meta de consolidação<br />

orçamental.<br />

De acordo com o relatório da<br />

S&P, o défice orçamental em Espanha<br />

deverá exceder os 5% do<br />

PIB em 2013, um valor muito superior<br />

aos 3% estimados pelo<br />

Executivo socialista de José Luis<br />

Zapatero e exigido pela Comissão<br />

Europeia. A agência de ‘rating’<br />

explica o seu pessimismo: no<br />

médio prazo, o principal parceiro<br />

comercial de Portugal será confrontado<br />

com um “desempenho<br />

mais fraco das receitas e pressões<br />

de despesa mais elevadas”. Mais<br />

uma vez, um crescimento económico<br />

débil está na origem destas<br />

preocupações que já tinham sido<br />

partidos que representam)<br />

a bancarrota pois bem ou<br />

mal, foram os partidos que<br />

eles representam quem<br />

mais tempo esteve a (des)<br />

governar Portugal. Não se<br />

distraiam com comissões<br />

de inquéritos estéreis,<br />

exijam a mudança de<br />

País ‘Rating’ (’outlook’)<br />

Espanha AA (negativo)<br />

Portugal A- (negativo)<br />

Grécia<br />

Fonte: Standard & Poor’s<br />

BB+ (negativo)<br />

expressas no dia anterior para a<br />

economia portuguesa.<br />

Quanto à trajectória da dívida,<br />

a S&P também se mostra mais<br />

pessimista do que o Executivo espanhol,<br />

apontando para um desequilíbrio<br />

de 85% do PIB, em<br />

2013, que manterá a rota ascendente<br />

até meados da década. Por<br />

outro lado, o aumento dos custos<br />

de endividamento levam a agência<br />

de ‘rating’ a temer a “redução”<br />

da margem de manobra do<br />

Executivo “para cumprir as metas<br />

orçamentais este ano e no<br />

próximo”. É precisamente esta<br />

capacidade reduzida e os riscos<br />

de que a situação se possa agravar<br />

ainda mais que levam a S&P a<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 13<br />

Espanha teve um corte no ‘rating’<br />

Depois de Portugal e Grécia, agora é Espanha que viu o ‘rating’ da S&P descer um nível para AA.<br />

ÚLTIMAS DECISÕES<br />

Emdoisdias,aS&Previuem<br />

baixa o ‘rating’ de três países.<br />

alguns ministros<br />

claramente políticos e<br />

troquem-nos por gente da<br />

economia credível, aceitem<br />

as sugestões dos outros<br />

partidos que foram eleitos<br />

e de Cavaco Silva esperase<br />

muito mais que palavras<br />

de ocasião. Vamos<br />

mobilizar-nos mas temos<br />

de sentir que vai valer a<br />

pena e que ninguém tenha<br />

ilusões que se o não<br />

fizermos, alguém nos<br />

obrigará a fazer e aí sem<br />

glória nem história que nos<br />

valha.<br />

JOTA, FUNCHAL<br />

manter o ‘outlook’ negativo.<br />

Esta revisão em baixa do ‘rating’<br />

não teve para já um reflexo<br />

na notação dos bancos espanhóis<br />

– embora nenhuma entidade<br />

possa ter um ‘rating’ superior ao<br />

da República –, mas a S&P lembra<br />

que o ‘outlook’ negativo “na<br />

grande maioria das instituições<br />

financeiras espanholas, reflecte<br />

as potenciais pressões de crédito<br />

e de desempenho que podem resultar<br />

de um ambiente económico<br />

desfavorável prolongado”.<br />

O excesso de concentração de<br />

risco no sector imobiliário e a<br />

qualidade dos activos são riscos<br />

que a S&P promete continuar a<br />

vigiar de perto. ■


14 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

ECONOMIA<br />

Progressões automáticas<br />

nas Chefias do Estado<br />

terminam hoje<br />

Orçamento do Estado coloca um ponto final no tratamento mais favorável<br />

aos dirigentes face à maioria dos funcionários públicos.<br />

Denise Fernandes<br />

denise.fernandes@economico.pt<br />

A partir de hoje, com a entrada<br />

em vigor do Orçamento do Estado<br />

para 2010, os novos dirigentes<br />

da função pública deixam de<br />

ter direito às chamadas “progressões<br />

automáticas” na carreira.<br />

Segundo esclareceu o Ministério<br />

das Finanças, a lei orçamental<br />

coloca de imediato um<br />

ponto final no tratamento mais<br />

favorável das chefias públicas<br />

face à generalidade dos trabalhadores<br />

do Estado quanto às<br />

subidas na escala salarial.<br />

Porém, os actuais trabalhadores<br />

destacados para cargos de<br />

chefiamantêmodireitoàprogressão<br />

automática, mas apenas<br />

até à renovação da sua comissão<br />

de serviço, conforme refere a lei<br />

orçamental.<br />

O fim das progressões automáticas<br />

da função pública foi<br />

uma das primeiras medidas<br />

anunciadas pelo Governo de José<br />

Sócrates, em 2005, tendo sido<br />

concretizada para a generalidade<br />

dos funcionários públicos em<br />

2008, com a entrada em vigor do<br />

novo sistema de avaliação de desempenho<br />

(SIADAP). Até aqui,<br />

bastavatertrêsanosdeserviço<br />

para se subir na escala salarial.<br />

Ao contrário da maioria dos<br />

funcionários, que em 2008 passaram<br />

a depender do seu desempenho<br />

para poderem progredir<br />

na carreira e com regras<br />

mais apertadas, os dirigentes<br />

públicos mantiveram o direito às<br />

progressões automáticas. Ou<br />

seja, o desempenho, bom ou<br />

mau, não contava, no caso dos<br />

dirigente. Isto só não acontecia<br />

numa situação extrema em que<br />

os dirigentes obtinham dois<br />

anos consecutivos de avaliação<br />

negativa, pois nesse caso tinham<br />

as suas funções cessadas. Uma<br />

regra de 2008 que vai continuar<br />

a vigorar.<br />

Automatismo era “incentivo”<br />

ao exercício do cargo<br />

Os dirigentes públicos são avaliados<br />

actualmente pelo SIADAP<br />

2 e, enquanto trabalhadores no<br />

local de origem, são avaliados<br />

pela ponderação curricular e é<br />

no lugar de origem que sobem<br />

na escala salarial.<br />

A manutenção da progressão<br />

automática no lugar de origem<br />

foi justificada na altura pelo Governo<br />

como sendo um “incentivo<br />

ao exercício de cargo dirigente”,<br />

já que o tempo de serviço<br />

do trabalhador destacado<br />

para um cargo de chefia não<br />

conta para efeitos de avaliação<br />

de desempenho.<br />

“Apartirdeagora,comaentrada<br />

em vigor da lei do Orçamento<br />

do Estado, [os dirigentes<br />

serão avaliados] sem o mecanismo<br />

automatizante de progressão<br />

NÚMERO TOTAL<br />

5.551 dirigentes<br />

No final do ano passado<br />

existiam 5.551 dirigentes na<br />

administração central. Tendo<br />

em conta os dados do Boletim<br />

do Observatório do Emprego<br />

Público, este valor significa uma<br />

redução de 5,3% face a 2008.<br />

PUB<br />

que operava no momento do regresso<br />

ao serviço de origem”,<br />

esclarece o Ministério das Finanças<br />

ao Diário <strong>Económico</strong>.<br />

Dirigentes entram nas quotas<br />

Assim, os dirigentes públicos<br />

são avaliados como chefes (pelo<br />

SIADAP2),maspassamaserreposicionados<br />

na tabela remuneratórianoâmbitodoSIADAP3,<br />

sistema que define as regras para<br />

todos os trabalhadores do Estado,<br />

entrando assim para as quotas<br />

de desempenho globais.<br />

Num ano, apenas 5% dos trabalhadores<br />

pode obter a classificação<br />

máxima (“excelente”) e esta<br />

menção dá direito a prémios de<br />

desempenho anuais equivalentes<br />

a um salário base.<br />

Mas como passam então a<br />

progredir na carreira as chefias<br />

do Estado? Tal como todos os<br />

trabalhadores, a subida na escala<br />

salarial passa a depender das últimas<br />

avaliações de desempenho.<br />

O dirigente só sobe se houver<br />

orçamento para o efeito e se<br />

tiver obtido duas menções máximas,<br />

consecutivas; ou três<br />

menções imediatamente inferiores<br />

às máximas, consecutivas;<br />

ou cinco menções imediatamente<br />

inferiores às anteriores.<br />

A progressão é obrigatória (não<br />

depende do orçamento disponível)<br />

nos casos em que o dirigente<br />

público tenha acumulado 10<br />

pontos nas avaliações do seu desempenho,<br />

sendo que a nota<br />

máxima equivale a três pontos.<br />

Poderá ainda progredir, por opção<br />

gestionária.<br />

Recorde-se que, recentemente,<br />

o secretário de Estado do Orçamento,<br />

Emanuel dos Santos,<br />

admitiu que a corrida às reformas<br />

na função pública (ver texto<br />

ao lado) está a criar problemas de<br />

falta de pessoal em alguns sectores,comoéocasoda“classedirigente”.<br />

No ano passado, o Estado<br />

perdeu 310 dirigentes face a<br />

2008, depois de os cargos de<br />

chefias já terem sido significativamente<br />

emagrecidos com a reforma<br />

do Estado. No final do ano<br />

passado existiam, segundo dados<br />

oficiais, 5.551 dirigentes na<br />

administração central. ■<br />

COMO SE PROGRIDE?<br />

● Os dirigentes, tal como<br />

os restantes trabalhadores,<br />

passam a subir na escala salarial<br />

em função da sua avaliação<br />

de desempenho.<br />

● O chefe deixa de progredir<br />

automaticamente de três em<br />

três anos. Só poderá subir<br />

na escala salarial se houver<br />

orçamento e se tiver obtido duas<br />

notas máximas consecutivas;<br />

ou três notas imediatamente<br />

inferiores à máxima; ou cinco<br />

notas imediatamente inferiores<br />

aestaúltima.<br />

● A progressão é obrigatória<br />

(não depende do orçamento)<br />

caso tenha obtido dez pontos<br />

na avaliação, sendo que a nota<br />

máxima equivale a três pontos.<br />

Pode ainda progredir por opção<br />

de gestão, se houver dinheiro<br />

para isso.<br />

A tutela da Administração Pública<br />

cabe ao secretário de Estado<br />

Gonçalo Castilho dos Santos.


EURO<br />

face ao dólar<br />

1,3168<br />

PETRÓLEO<br />

valor em dólares<br />

85,75<br />

TAXA EURIBOR<br />

a seis meses<br />

0,964<br />

João Paulo Dias<br />

AGENDA DO DIA<br />

● INE divulga inquéritos de<br />

conjuntura às empresas e aos<br />

consumidores, em Abril.<br />

● Eurostat publica confiança dos<br />

consumidores na zona euro e<br />

indicador do clima económico.<br />

● Estados Unidos revelam novos<br />

pedidos de subsídio de desemprego.<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 15<br />

Corrida às reformas<br />

fica por aqui<br />

Penalização de 6% nas pensões<br />

antecipadas entra hoje em vigor<br />

com o Orçamento.<br />

Denise Fernandes<br />

denise.fernandes@economico.pt<br />

A corrida à aposentação no Estado,<br />

que foi desencadeada pelas<br />

medidas anunciadas a 26 de Janeiro,<br />

com o Orçamento do Estado,<br />

deverá ficar por aqui. É que, a<br />

partir de hoje, os funcionários<br />

públicos que pedirem a reforma<br />

antecipada à Caixa Geral de Aposentações<br />

(CGA) serão mais penalizados.<br />

O aumento das penalizações<br />

na reforma antecipada, de 4,5%<br />

ao ano para 0,5% ao mês (6% ao<br />

ano) entra hoje em vigor, com a<br />

lei do Orçamento do Estado, tal<br />

como tinha sido anunciado.<br />

Quem pediu a aposentação antes<br />

desta data conseguiu escapar a<br />

esta subida na penalização das<br />

reformas antecipadas, mesmo<br />

que a sua reforma ainda não tenha<br />

sido aprovada pela CGA.<br />

Só no primeiro trimestre do<br />

ano, mais de 15.800 funcionários<br />

públicos pediram a reforma à<br />

CGA, o triplo do registado no<br />

mesmo período do ano passado e<br />

ficando a 30% do total de novas<br />

pensões previstas pela CGA para<br />

todo o ano de 2010. Os últimos<br />

dados divulgados pelo Ministério<br />

das Finanças revelam que, só no<br />

mêsdeMarço,onúmeroderequerimentos<br />

de aposentação<br />

mais do que quadruplicou face ao<br />

mesmo mês de 2009.<br />

Com a entrada em vigor hoje<br />

da lei orçamental, também o cálculo<br />

da pensão será alterado,<br />

passando a contar para a primeira<br />

parcela a última remuneração<br />

de 2005, actualizada em linha<br />

com a inflação, e não o último salário<br />

da vida activa. Segundo o<br />

Ministério das Finanças, cerca de<br />

um terço dos funcionários públicos<br />

será afectado pela alteração<br />

na fórmula de cálculo.<br />

Por outro lado, para atenuar o<br />

corte nas pensões antecipadas, é<br />

dada, a partir de hoje, uma bonificação<br />

a quem tem carreiras<br />

mais longas. Por cada três anos a<br />

mais que os 30 de serviço necessários<br />

para pedir a reforma, aos<br />

55 anos de idade, o trabalhador<br />

tem direito a uma redução da penalização<br />

de 6%.<br />

Os funcionários públicos que<br />

se reformaram, este ano, antes da<br />

idade legal exigida (62 anos e seis<br />

meses), perderam, em média, 155<br />

euros mensais no valor da sua<br />

pensão,talcomoanunciouo<br />

Diário <strong>Económico</strong>. O corte médio<br />

das pensões antecipadas atribuídas<br />

entre Janeiro e Abril deste<br />

ano foi de 12,9%, contra 13,9%<br />

emtodooanopassado.Eestes<br />

dados não integram ainda a<br />

maioria dos pedidos feitos no primeirotrimestredoano,jáque<br />

entreopedidoeaaprovaçãoda<br />

reforma,oprazomédioédetrêsa<br />

quatro meses.<br />

A corrida às reformas está a<br />

provocar problemas em alguns<br />

sectores, como é o caso da Saúde,<br />

em que mais de 600 médicos já<br />

pediram a reforma desde o início<br />

do ano. A ministra Ana Jorge já<br />

reconheceu o problema e anunciou<br />

medidas para travar a saída<br />

de médicos do Serviço Nacional<br />

de Saúde. A solução passa por<br />

permitir que os médicos aposentados<br />

por antecipação possam<br />

voltar ao activo durante três<br />

anos, passando o tempo de serviço<br />

a contar para o segundo momento<br />

da aposentação.<br />

Também o Programa de Estabilidade<br />

e Crescimento, apresentado<br />

a 8 de Março, trouxe más<br />

notícias para os funcionários públicos,<br />

o que reforçou a corrida às<br />

reformas. Em linha com o OE, o<br />

Governo anunciou a antecipação<br />

para 2012 ou 2013 da convergência<br />

da idade da reforma com o<br />

sector privado, para os 65 anos. ■<br />

Só no primeiro<br />

trimestre do ano,<br />

mais de 15.800<br />

funcionários públicos<br />

pediram a reforma.<br />

O triplo face<br />

ao mesmo período<br />

do ano passado.


16 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

VISÃO EMPRESARIAL<br />

O ‘downsizing’ é habitualmente entendido como forma de recuperar organizações em declínio, reduzir custos ou melhorar competências.<br />

Porém, pode ocorrer em períodos de prosperidade e valorizar as empresas. É o que dia 11 estará em debate na AEP.<br />

Empresários e gestores<br />

debatem a redução de estruturas<br />

dentro das empresas.<br />

‘Downsizing’ vai estar<br />

em debate na AEP<br />

António Pires de Lima e António<br />

Saraiva serão oradores.<br />

A Associação Empresarial de Portugal<br />

(AEP) promove na tarde do<br />

próximo dia 11, no seu edifício de<br />

serviços, em Leça de Palmeira,<br />

Matosinhos, uma conferência em<br />

que estará em equação o ‘downsizing’.<br />

Empresários, gestores e<br />

consultores darão conta das suas<br />

experiências e pontos de vista sobre<br />

uma opção de gestão que vem<br />

incorporando a resposta de muitas<br />

empresas portuguesas a situações<br />

ditadas, principalmente, pela globalização,<br />

movimentos de fusão e<br />

aquisição e inovação tecnológica.<br />

Entre outros, participarão na<br />

conferência os CEO da Unicer e<br />

da Metalúrgica Luso-Italiana,<br />

António Pires de Lima e António<br />

Saraiva, respectivamente, e especialistas<br />

de diversas áreas (direito,<br />

recursos humanos, finanças,<br />

etc.). Na oportunidade, Yves<br />

Turquin, presidente da consultora<br />

Transitar, apresentará o estudo<br />

“Please go; please stay – as novas<br />

regras do ‘downsizing’ e da retenção<br />

de talentos”.<br />

O propósito da conferência,<br />

gratuita mediante inscrição prévia,<br />

é confrontar os participantes<br />

com as razões e motivações para o<br />

‘downsizing’. Serão também partilhadas<br />

boas práticas levadas a<br />

cabo em Portugal e noutros países<br />

nesta matéria, casando inovação,<br />

produtividade e responsabilidade<br />

social.<br />

Entende-se por ‘downsizing’ a<br />

redução consciente e permanente<br />

de trabalhadores numa tentativa<br />

de melhorar a eficiência e/ou eficácia<br />

de uma empresa. É um termo<br />

frequentemente associado a<br />

‘rightsizing’ ou “reestruturação”<br />

eumaopçãodegestãoquenosúltimos<br />

anos vem afectando traba-<br />

lhadores de todos os sectores de<br />

actividade, com diferentes formações<br />

e a desempenhar funções das<br />

mais variadas e de qualquer nível<br />

salarial.<br />

O ‘downsizing’ é habitualmente<br />

entendido como uma forma<br />

de recuperar organizações em<br />

declínio, para reduzir custos ou<br />

melhorar competências. No entanto,<br />

pode ocorrer em períodos<br />

de prosperidade e ser factor de valorização<br />

das empresas. É habitual,<br />

por isso, merecer o aplauso<br />

de gestores e accionistas e a crítica<br />

de trabalhadores e sindicatos. A<br />

verdade, porém, é que as notícias<br />

sobre as empresas envolvidas em<br />

processos destes são normalmentebemrecebidaspelasbolsas.<br />

Nesta conferência da AEP, os<br />

participantes serão chamados a<br />

reflectir sobre estes tópicos e a debater<br />

as tendências actuais do<br />

‘downsizing’.<br />

Mais informações em www.<br />

aeportugal.com ou através do telf.<br />

229981753. ■<br />

Direcção da AEP<br />

Formação e Conhecimento<br />

AEP coopera com organizações empresariais de Moçambique<br />

A Associação Empresarial de<br />

Portugal (AEP) assina amanhã com<br />

as duas principais organizações<br />

representativas do empresariado<br />

moçambicano outros tantos<br />

protocolos de cooperação.<br />

Aprofundar o relacionamento<br />

institucional entre a AEP e a CTA –<br />

Confederação das Associações<br />

Económicas de Moçambique e a<br />

Associação Industrial de Moçambique<br />

(AIMO), por um lado, e desenvolver as<br />

relações económicas bilaterais,<br />

promovendo as exportações e o<br />

investimento de empresas<br />

portuguesas naquele país africano e<br />

apoiando a internacionalização de<br />

empresas moçambicanas em<br />

mercados onde Portugal está<br />

Há boas práticas<br />

no âmbito<br />

do ‘downsizing’<br />

que recomendam<br />

inovação,<br />

produtividade<br />

e responsabilidade<br />

social.<br />

presente, por outro, são os objectivos<br />

essenciais das parcerias.<br />

Para tanto, são prioridades das três<br />

instituições o “diagnóstico das<br />

necessidades mais prementes para o<br />

desenvolvimento da economia local”,<br />

a identificação das “possibilidades<br />

de investimento conjunto” entre<br />

empresas dos dois países e a<br />

detecção de “oportunidades de<br />

internacionalização conjunta”. A<br />

primeiratarefavaiser,porisso,a<br />

criação de um sítio na Internet para<br />

informação recíproca e divulgação<br />

de oportunidades de negócio entre<br />

a comunidade empresarial lusomoçambicana.<br />

A formalização destes protocolos<br />

ocorre na altura em que o Presidente<br />

da República de Moçambique,<br />

Armando Guebuza, visita<br />

oficialmente o nosso país. Da<br />

respectiva comitiva fazem<br />

parte dezenas de empresários<br />

moçambicanos e os presidentes<br />

da CTA, Salimo Abdula, e da AIMO,<br />

Carlos Simbine. Serão eles, a par de<br />

José António Barros, presidente da<br />

AEP, os subscritores dos protocolos.<br />

Os dois acordos de cooperação serão<br />

assinados durante um seminário<br />

sobre a “Nova dinâmica nas relações<br />

económicas e empresariais” entre<br />

Portugal e Moçambique que amanhã,<br />

à tarde, tem lugar em Lisboa.<br />

No encerramento da sessão<br />

participarão os presidentes Cavaco<br />

Silva e Armando Guebuza.<br />

Paulo figueiredo<br />

SUPLEMENTOS DO JORNAL OFICIAL DA UE<br />

CONCURSOS PÚBLICOS<br />

Contacto:<br />

AEP – Associação Empresarial de Portugal<br />

Av. Dr. António Macedo 4450-617<br />

Leça da Palmeira<br />

Tel: (351) 22 998 1580 Fax: (351) 22 998 1774<br />

www.aeportugal.pt<br />

147<br />

TÍTULO: NL-Haren: Mobiliário de escritório<br />

NÚMERO DO DOCUMENTO: 114902-2010<br />

DESIGNAÇÃO DA ENTIDADE: Gemeente Haren<br />

OBJECTO DO CONTRATO: Mobiliário de escritório. Assentos, cadeiras<br />

e produtos afins e peças associadas. Secretárias e mesas. Aparadores<br />

e estantes.<br />

DATA LIMITE PARA RECEPÇÃO DE PROPOSTAS: 28.5.2010 - 12:00<br />

148<br />

TÍTULO: SE-Haninge: Vestuário profissional, vestuário de trabalho especial<br />

e acessórios<br />

NÚMERO DO DOCUMENTO: 116246-2010<br />

DESIGNAÇÃO DA ENTIDADE: Haninge kommun<br />

OBJECTO DO CONTRATO: Vestuário profissional, vestuário de trabalho<br />

especial e acessórios.<br />

DATA LIMITE PARA RECEPÇÃO DE PROPOSTAS: 31.5.2010<br />

149<br />

TÍTULO: E-Rubí: Materiais de construção e artigos afins<br />

NÚMERO DO DOCUMENTO: 116253-2010<br />

DESIGNAÇÃO DA ENTIDADE: Ayuntamiento de Rubí<br />

OBJECTO DO CONTRATO: Materiais de construção e artigos afins.<br />

DATA LIMITE PARA RECEPÇÃO DE PROPOSTAS: 31.5.2010 - 13:00<br />

150<br />

TÍTULO: E-Granada: Contentores e baldes para lixo e resíduos<br />

NÚMERO DO DOCUMENTO: 116295-2010<br />

DESIGNAÇÃO DA ENTIDADE: Diputación de Granada<br />

OBJECTO DO CONTRATO: Contentores e baldes para lixo e resíduos.<br />

DATA LIMITE PARA RECEPÇÃO DE PROPOSTAS: 31.5.2010 - 12:00<br />

151<br />

TÍTULO: D-Lüneburg: Máquinas-ferramentas<br />

NÚMERO DO DOCUMENTO: 119650-2010<br />

DESIGNAÇÃO DA ENTIDADE: HWK Braunschweig-Lüneburg-Stade<br />

OBJECTO DO CONTRATO: Máquinas-ferramentas.<br />

DATA LIMITE PARA RECEPÇÃO DE PROPOSTAS: 6.2010 - 09:00<br />

152<br />

TÍTULO: UK-Wakefield: Peixe em conserva ou em lata e outras preparaçõesouconservasàbasedepeixe<br />

NÚMERO DO DOCUMENTO: 114869-2010<br />

DESIGNAÇÃO DA ENTIDADE: Yorkshire Purchasing Organisation<br />

OBJECTO DO CONTRATO: Peixe em conserva ou em lata e outras<br />

preparações ou conservas à base de peixe. Atum em lata. Salmão em<br />

lata.<br />

DATA LIMITE PARA RECEPÇÃO DE PROPOSTAS: 2.6.2010 - 14:00<br />

153<br />

TÍTULO: UK-Beverley: Cerveja<br />

NÚMERO DO DOCUMENTO: 116416-2010<br />

DESIGNAÇÃO DA ENTIDADE: East Riding of Yorkshire Council<br />

OBJECTO DO CONTRATO: Cerveja. Vinhos. Aguardentes.<br />

DATA LIMITE PARA RECEPÇÃO DE PROPOSTAS: 2.6.2010 - 12:00<br />

154<br />

TÍTULO: F-Nancy: Candeeiros<br />

NÚMERO DO DOCUMENTO: 114850-2010<br />

DESIGNAÇÃO DA ENTIDADE: SDIS de Meurthe-et-Moselle<br />

OBJECTO DO CONTRATO: Candeeiros.<br />

DATA LIMITE PARA RECEPÇÃO DE PROPOSTAS: 1.6.2010 - 12:00<br />

155<br />

TÍTULO: F-Avinhão: Mobiliário de escritório<br />

NÚMERO DO DOCUMENTO: 117890-2010<br />

DESIGNAÇÃO DA ENTIDADE: Ville d’Avignon<br />

OBJECTO DO CONTRATO: Mobiliário de escritório. Cadeiras. Secretárias<br />

e mesas. Aparadores. Cárters.<br />

DATA LIMITE PARA RECEPÇÃO DE PROPOSTAS: 1.6.2010 - 11:30


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18 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

POLÍTICA<br />

Professores alegam<br />

ilegalidades no concurso<br />

e recorrem ao PGR<br />

Fenprof garante que inclusão da avaliação cria situações de discriminação,<br />

sobretudo para professores que estavam de licença. Especialistas apoiam.<br />

Catarina Madeira<br />

catarina.madeira@economico.pt<br />

A Federação Nacional dos Professores<br />

(Fenprof) vai recorrer ao<br />

Procurador-geral da República<br />

para tentar suspender a norma<br />

que impõe a avaliação como critério<br />

a ter em conta no concurso<br />

dos professores contratados, que<br />

decorreu até sexta-feira passada.<br />

A Fenprof entende que a inclusão<br />

da avaliação como critério<br />

pode ser inconstitucional porque<br />

gera discriminações. Mário Nogueira,<br />

secretário-geral da<br />

Fenprof, garantiu ontem que a<br />

queixa será entregue ao PGR esta<br />

semana, considerando “que a<br />

avaliação nos concursos é legal,<br />

mas desencadeia um conjunto de<br />

ilegalidades que proporcionalmente<br />

são mais gravosas”. Uma<br />

opinião partilhada por especialistas<br />

em direito do trabalho.<br />

Mário Nogueira alega que os<br />

professores que não obtiveram a<br />

avaliação quantitativa (que é exigida<br />

no concurso) – alguns porque<br />

se encontravam de licença de<br />

maternidade, isenção de componente<br />

lectiva ou porque estavam<br />

colocados nos Açores, onde esta<br />

avaliação não decorreu – serão<br />

prejudicados. Foi também com<br />

base neste argumento que o sindicato,<br />

(que representa quase<br />

60% dos professores) recorreu<br />

também aos tribunais, apresentando<br />

providências cautelares no<br />

Tribunal Administrativo de<br />

Coimbra e Beja e duas intimações,<br />

em Lisboa e Porto.<br />

Especialistas em direito do<br />

trabalho contactados pelo Diário<br />

O concurso contestado<br />

Nototal,sãocercade30mil<br />

professores que estão abrangidos<br />

pelo concurso que agora está a<br />

suscitar polémica. São apenas os<br />

professores contratados<br />

(professores a contrato a termo).<br />

O concurso refere-se ao biénio<br />

2010/2011. Os professores que<br />

concorrem às vagas abertas pelas<br />

escolas são organizados com base<br />

numa lista hierárquica que, além<br />

de ter em conta factores como o<br />

“Existem<br />

ilegalidades e<br />

situações de<br />

legalidade<br />

duvidosa (...).<br />

Estamos perante<br />

uma situação em<br />

que a PGR pode<br />

intervir”, explicou<br />

Mário Nogueira.<br />

“São várias as<br />

situações de<br />

tratamento<br />

desigual de<br />

docentes que se<br />

encontram na<br />

mesma situação”,<br />

sublinha Ana<br />

Drago, deputada<br />

do Bloco.<br />

tempo de serviço e as<br />

habilitações profissionais, leva em<br />

conta a avaliação. Esta dá uma<br />

bonificação de um a dois pontos<br />

(caso a nota seja “Muito Bom” ou<br />

“Excelente”) na candidatura, além<br />

de ser factor preferencial de<br />

desempate. Contudo, há escolas<br />

que decidiram dar a mesma nota<br />

a todos os professores, como por<br />

exemplo na Madeira, onde todos<br />

tiveram “Bom”.<br />

<strong>Económico</strong> acreditam que a<br />

queixa da Fenprof pode ter fundamento,<br />

já que as consequências<br />

da inclusão da avaliação no<br />

concurso podem violar alguns<br />

princípios da Constituição, a começar<br />

pelo princípio da igualdade<br />

(artigo 13º). “Pode levantar<br />

questões de incompatibilidade<br />

constitucional”, avalia Luís Gonçalves<br />

da Silva, professor na Faculdade<br />

de Direito da Universidade<br />

de Lisboa. “Caso não se verifique<br />

nenhuma norma transitória<br />

ou um regime específico que<br />

salvaguarde uma situação como a<br />

maternidade”, conclui. Apesar<br />

da legislação contemplar um regime<br />

específico, Mário Nogueira<br />

argumentaquealeiremeteparaa<br />

avaliação futura ou para a do ano<br />

anterior.“Oraafuturanãoéconhecidaeadoanopassadonão<br />

foi quantitativa”, acrescenta.<br />

Pedro Romano Martinez, presidente<br />

do Instituto do Direito do<br />

Trabalho da Faculdade de Direito<br />

da Universidade de Lisboa, defende<br />

que, “se alguns professores<br />

não podem cumprir um dos critérios<br />

e, por isso, não concorrem<br />

em pé de igualdade, pode estar<br />

em causa o princípio da igualdade”<br />

e sublinha que “a questão da<br />

maternidadeéamaisóbvia”e<br />

“põe em causa, não só o princípio<br />

da igualdade, mas também a protecção<br />

da maternidade consagrado<br />

na Constituição”.<br />

Os sindicatos esperam agora<br />

queasituaçãoseresolvaentrea<br />

JustiçaeoParlamento.Nasemana<br />

passada, o PS rejeitou agendar<br />

a votação de um diploma do PCP<br />

para impedir avaliação no concurso<br />

de professores, que reunia<br />

o consenso de toda a oposição.<br />

Ontem o Bloco de Esquerda entregou<br />

no Parlamento um projecto<br />

com a mesma finalidade. E segunda-feira,<br />

a própria Fenprof,<br />

que chegou a declarar “guerra” à<br />

ministra, marcou uma concentração<br />

em S. Bento, pedindo para<br />

ser recebida pelo primeiro-ministro<br />

(texto ao lado).<br />

A Fenprof garante que recebeu<br />

agarantiadaministradequea<br />

avaliação não teria efeitos, mas<br />

Isabel Alçada garante, por sua<br />

vez,quenãodeuessagarantia.■<br />

TRÊS PERGUNTAS A...<br />

LUÍS MIGUEL MONTEIRO<br />

Especialista em direito do trabalho<br />

“Não pode haver<br />

prejuízo por uma<br />

razão que não<br />

lhes seja imputada”<br />

Luís Miguel Monteiro, especialista<br />

em direito do trabalho, defende que<br />

pode estar em causa o princípio da<br />

igualdade e o da protecção da<br />

maternidade.<br />

Aoteremcontaaavaliação,<br />

que alguns professores não<br />

puderam concluir, o concurso<br />

viola o princípio da igualdade?<br />

Se a avaliação é tida como um<br />

critério e alguns professores não<br />

puderam cumprir esse critério<br />

deveria haver um regime de<br />

excepção. As pessoas não podem<br />

ser prejudicadas se não tiverem<br />

completado a avaliação por uma<br />

razão que não lhes seja imputada.<br />

Éocasodasdocentesem<br />

licença de maternidade ou<br />

colocados nos Açores, onde a<br />

avaliação exigida não foi feita?<br />

A questão da licença de<br />

maternidadeéamaisevidente,<br />

porque põe em causa o princípio da<br />

igualdade mas também da<br />

protecção da maternidade.<br />

O que pode ser feito?<br />

Um dos mecanismos de correcção é<br />

a atribuição da nota máxima a<br />

todos os professores nestas<br />

condições, o que não parece justo.<br />

Também se pode aplicar a mesma<br />

regra aplicada aos funcionários<br />

públicos ausentes, por exemplo por<br />

requisição, substituindo a avaliação<br />

de desempenho por uma avaliação<br />

curricular. ■<br />

PRIMEIRA GREVE DOS FUNCIO<br />

Protestos<br />

Professores concentra-se junto à<br />

residência oficial de Sócrates<br />

após semana de greves.<br />

Inês David Bastos<br />

Inês.bastos@economico.pt<br />

É já na próxima segunda-feira - e<br />

depois de uma semana marcada<br />

porgreves-queosprofessores<br />

vão concentrar-se junto à residência<br />

oficial do primeiro-ministro<br />

em protesto contra a inclusão<br />

da avaliação no concurso<br />

de professores. Esta concentração<br />

- que faz parte de um pacote<br />

de protestos estipulado pela<br />

Fenprof - vem elevar o tom da<br />

contestação social, que esta semana<br />

ficou marcada pela greve<br />

dos transportes públicos (sobretudo<br />

na CP), dos CTT (que se prolonga<br />

até dia 7 de Maio) e ontem


Vinte dias para decidir casamento ‘gay’<br />

O acórdão do Tribunal Constitucional que considera conforme<br />

à Constituição o diploma que consagra o casamento entre pessoas<br />

do mesmo sexo foi ontem publicado em Diário da República. A partir dessa<br />

data, o Presidente da República tem 20 dias para promulgar ou vetar o<br />

diploma. Em 17 páginas, o Tribunal Constitucional considera que “a extensão<br />

do casamento a pessoas do mesmo sexo” não colide com o reconhecimento<br />

e protecção da família como “elemento fundamental da sociedade”.<br />

NÁRIOS ‘PÁRA’ PARLAMENTO, COM ADESÃO PERTO DOS 96%<br />

dos funcionários parlamentares.<br />

Os professores decidiram<br />

ainda juntar-se no próximo sábado<br />

à concentração do Dia do<br />

Trabalhador (1º de Maio), bem<br />

como à manifestação da Administração<br />

Pública, marcada para<br />

o final de Maio.<br />

CTTeParlamento<br />

A greve dos carteiros dos CTT registou<br />

ontem, ao segundo dia, e<br />

de acordo com as contas do sindicato,<br />

uma adesão de 81%. Mas a<br />

empresa garante que se ficou pelos<br />

10,3%, tendo apenas aderido<br />

“43 carteiros de um universo de<br />

416 carteiros. Vítor Narciso, do<br />

Sindicato Nacional dos Trabalhadores<br />

dos Correios e Telecomunicações,<br />

em declarações à Lusa,<br />

disse que a adesão à greve foi de 81<br />

por cento, ressalvando, contudo,<br />

AGENDA DO DIA<br />

● Conselho de Ministros na Rua<br />

Professor Gomes Teixeira, às 10h00.<br />

● Comissão de Inquérito<br />

Governo/TVI, com audições de Luís<br />

Pacheco de Melo, José Eduardo<br />

Moniz e Zeinal Bava.<br />

● Presidente de Moçambique,<br />

Armando Guebuza, na AR.<br />

em S. Bento elevam contestação social<br />

FUNCIONÁRIOS<br />

96%<br />

Segundo as contas do Sindicato<br />

dos Funcionários Parlamentares,<br />

menos de 20 dos 374<br />

trabalhadores se apresentaram<br />

ao serviço.<br />

CORREIOS<br />

De 10% a 81%<br />

Ao segundo dia de greve,<br />

sindicatos falam em adesão de<br />

81%, mas os CTT falam que se<br />

ficou, apenas, pelos 10,3% e que<br />

o correio foi encaminhado com<br />

normalidade.<br />

que esta percentagem ainda não<br />

contabiliza os grevistas do distrito<br />

de Braga. Mas os CTT garantiram<br />

que o correio estava a ser “encaminhado<br />

com normalidade”.<br />

Também os funcionários da Assembleia<br />

da República estiveram<br />

ontem em greve (ver foto em<br />

cima), com uma adesão a rondar<br />

os 96%, segundo as contas do<br />

sindicato que os representa. Os<br />

funcionários parlamentares protestam<br />

contra o novo vínculo<br />

contratual.<br />

Em banho-maria parece ter ficado<br />

a anunciada greve das transportadoras.<br />

“Há uma luzinha ao<br />

fundo do túnel”, disse ontem António<br />

Lóios, presidente da assembleia-geral<br />

da Associação Nacional<br />

das Transportadoras Portuguesas<br />

(ANTP). Declarações que<br />

surgem depois das reuniões que a<br />

direcção da ANTP manteve segunda<br />

e terça-feira com o Governo.<br />

Certo é que após estas reuniões,<br />

a direcção da ANTP decidiu<br />

“manifestar total disponibilidade<br />

para continuar as negociações<br />

com o Governo e encontrar soluções<br />

para as reivindicações”.<br />

António Lóios salientou ainda<br />

que “as transportadoras não querem<br />

esticar a corda”. E acrescentou:<br />

“Tenho um ‘feeling’, daquilo<br />

que conheço do gabinete do Sr.<br />

Ministro [das Obras Públicas e<br />

Transportes], que vamos resolver<br />

isto rapidamente”. As principais<br />

reivindicações da ANTP dizem<br />

respeito à aplicação em Portugal<br />

da directiva comunitária que permite<br />

a redução de oito cêntimos<br />

no preço do litro do gasóleo e o<br />

não pagamento de portagens nas<br />

SCUT. ■ com S.S.P.<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 19<br />

Paulo Alexandre Coelho<br />

Deumtotalde374<br />

funcionários<br />

parlamentares, menos<br />

de 20 apresentaram-se<br />

ontem ao serviço na<br />

Assembleia da República.<br />

Aprimeiragreve<br />

dos funcionários<br />

da Assembleia da<br />

República desde o<br />

nascimento de Democracia<br />

teve ontem, segundo<br />

o sindicato, uma adesão<br />

perto dos 96%, o que<br />

forçouaoadiamento<br />

de debates e audições.<br />

OParlamento<br />

praticamente ‘parou’. Na<br />

origem dos protestos estão<br />

as novas regras de<br />

contratação resultantes<br />

da entrada em vigor<br />

do regime de contrato<br />

de trabalho em funções<br />

públicas ao invés do<br />

vínculo por nomeação,<br />

que era o que vigorava<br />

até ao momento. “Não<br />

podemos ser funcionários<br />

do Governo”, justifica João<br />

Amaral, dirigente do<br />

sindicato dos funcionários<br />

parlamentares. A greve<br />

levouaoadiamentodo<br />

debate com a ministra da<br />

Educação, Isabel Alçada,<br />

que levava ao Parlamento<br />

a proposta sobre o Estatuto<br />

do Aluno.<br />

CALENDÁRIO<br />

● Professores - mobilizados pela<br />

Fenprof - vão juntar-se Sábado<br />

à concentração do Dia<br />

do Trabalhador.<br />

● Segunda-feira, dia 3 de Maio,<br />

professores concentram-se junto<br />

à Residência Oficial do Primeiroministro<br />

para pedir uma reunião<br />

com José Sócrates.<br />

● Dia 29 de Maio, juntam-se<br />

à manifestação da Administração<br />

Pública, mas com um trajecto<br />

alternativa, uma vez que começam<br />

junto ao Ministério de Educação.<br />

● Professores intentaram quatro<br />

providências cautelares.


20 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

POLÍTICA<br />

MEDICAMENTO<br />

Médico Jorge Torgal substitui Vasco Maria<br />

no Infarmed a partir de 1 de Junho<br />

O presidente do Infarmed, Vasco Maria, vai ser substituído a 1 de Junho<br />

por Jorge Torgal, antigo director do Instituto de Higiene e Medicina<br />

Tropical. Vasco Maria anunciou ontem que não aceitava o convite da<br />

ministra para continuar e horas depois Ana Jorge anunciava o nome do<br />

médico e professor de Saúde Pública na Faculdade de Ciências Médicas,<br />

que tem no currículo ainda o cargo de curador da fundação<br />

GlaxoSmithKline, que exerceu até ao Verão passado.<br />

Feira do Livro<br />

testa concorrência<br />

entre Leya<br />

e Porto Editora<br />

Mercado livreiro terá crescimento até 7%. Feira<br />

arranque hoje com um leque de novidades.<br />

Miguel Costa Nunes<br />

miguel.costanunes@ecoomico.pt<br />

A Feira do Livro de Lisboa arranca<br />

hoje com 236 pavilhões, incluindo<br />

16 diferenciados do grupo<br />

Leya e igual número de<br />

‘stands’ da Porto Editora - os dois<br />

colossos do país. O aumento do<br />

número de expositores este ano<br />

leva Paulo Teixeira Pinto, presidente<br />

da Associação Portuguesa<br />

de Editores e Livreiros (APEL), a<br />

garantir que há um crescimento<br />

do mercado livreiro em Portugal<br />

na ordem dos 5% a 7%.<br />

As principais novidades da presente<br />

edição que termina a 16 de<br />

Maio são o prolongamento horário<br />

até às 23h30, uma ‘happyhour’<br />

com descontos de 50% na<br />

última hora da Feira de segunda a<br />

quinta-feira, e mais animação<br />

cultural destinada a preencher<br />

sobretudo os finais de dia.<br />

“Acredito que as vendas este<br />

ano podem subir, porque a Feira<br />

vai ter mais horas e estará aberta<br />

entre as 12h30 e as 23h30. Ao<br />

contrário de anos anteriores em<br />

que fechava às 20h00”, diz José<br />

Meneses, director de comunicação<br />

da Leya. Por seu lado, Manuel<br />

Valente, director editorial da Porto<br />

Editora coloca o enfoque das<br />

boas expectativas para esta Feira<br />

do Livro no reforço de ‘stands’ e<br />

na melhoria da imagem: “A nossa<br />

expectativa é boa, porque temos<br />

uma presença reforçada este ano,<br />

com mais ‘stands’: passámos de<br />

12 para 16. E fizemos um reforço<br />

com três palcos para animação<br />

cultural e sessões de autógrafos.<br />

Marcelo Rebelo<br />

de Sousa<br />

apresenta hoje, às<br />

18h00,<br />

na Feira do Livro,<br />

aobradeAura<br />

Miguel “As Razões<br />

de Bento XVI”.<br />

ALeyavaiternestaFeirado<br />

Livro a visita de 150 autores, com<br />

especial relevo para alguns já<br />

neste fim-de-semana, como Alice<br />

Vieira, António Lobo Antunes,<br />

Daniel Sampaio, Gonçalo Tavares,<br />

Inês Pedrosa, Tiago Rebelo,<br />

Henrique Monteiro, Judite de<br />

Sousa, Júlio Isidro ou Margarida<br />

Rebelo Pinto. E reclama um crescimento<br />

das vendas de 20% no<br />

ano passado face a 2008. “Sendo<br />

que a Feira de 2009 teve menos<br />

dias e menos horas que a de<br />

2008”, sublinha José Meneses.<br />

No espaço da Porto Editora,<br />

Manuel Valente congratula-se<br />

com o facto de ter já neste fimde-semana<br />

escritores estrangeiros<br />

de renome como Luis Sepúlveda,<br />

Ricardo Menéndez Salmón<br />

ou Paul Hoffman, “todos com livros<br />

com muito bons resultados”.<br />

“Já somos um grupo maior<br />

do que o grupo Leya e temos uma<br />

facturação anual de 92 milhões<br />

de euros, que foi o resultado consolidado<br />

em 2009”, acrescenta<br />

Valente para testemunhar a diferenciação<br />

face ao outro gigante<br />

da edição livreira em Portugal.<br />

Novidades e imagem<br />

“A nossa expectativa é boa, tendo<br />

em conta que já amadurecemos o<br />

formato, vamos ter pavilhões<br />

abertos e as pessoas já se habituaram<br />

à nossa Praça Leya, em que<br />

privilegiamos o contacto directo.<br />

Além disso, tendo em conta os<br />

anos anteriores, temos razões<br />

para estar optimistas. E esperamse<br />

boas condições climatéricas,<br />

portanto também uma boa participação<br />

e boas vendas”, diz José<br />

Mendes. O responsável do grupo<br />

Leya destaca ainda a apresentação,<br />

hoje pelas 18h00, do livro de<br />

Aura Miguel, “As Razões de Bento<br />

XVI”, que será apresentado por<br />

Marcelo Rebelo de Sousa. E novidades<br />

como as sessões de autógrafos<br />

com Manuel Alegre e Pepetela<br />

a realizar amanhã. Mas também<br />

as “Noites de Poesia”, às sextas-feiras,<br />

um “Karaoke de Leitura”,<br />

em que os visitantes poderão<br />

ler, enquadrados por um orientador<br />

literário, e actividades infantisdeanimaçãoeoficinasdeartes<br />

plásticas. “Teremos dezenas de<br />

Zeinal Bava, CEO da PT, é hoje ouvido<br />

na comissão parlamentar de inquérito.<br />

lançamentos de livros de autoajuda<br />

nas áreas de finanças pessoais,<br />

culinária, etiqueta, etc.”,<br />

acrescenta José Mendes.<br />

A Porto Editora fez um ‘rebranding’<br />

da marca e alterações<br />

no logótipo, na sequência de um<br />

estudo. Mas garante, nas palavras<br />

de Manuel Valente, que<br />

“isso não significa uma aproximação<br />

à Leya”. “Todos os estu-<br />

INQUÉRITO PT/TVI<br />

Zeinal Bava e Moniz são hoje ouvidos<br />

na comissão e Bloco questiona Taguspark<br />

A Comissão de Inquérito ao negócio PT/TVI prossegue hoje os trabalhos<br />

com a audição de Zeinal Bava, CEO da PT, Moniz, ex-director geral da<br />

TVI, e Pacheco de Melo, administrador da PT. Entretanto, ontem, o Bloco<br />

de Esquerda enviou um requerimento à administração do Taguspark a<br />

questionar se esta conhece o documento intitulado “Algumas ideias<br />

para a negociação no assunto Tagus”, que foi encontrado no âmbito do<br />

processo Figo/Taguspark e publicado num jornal.<br />

dos de opinião que fizemos nos<br />

davamcomoaeditoramaisprofissional<br />

e mais séria e credível.<br />

Mas também como a mais conservadora<br />

e, por isso, quisemos<br />

modernizar o logo e adoptar o<br />

azul como cor base [a Leya usa o<br />

encarnado]. Por isso, promovemos<br />

este ‘rebranding’ juntamente<br />

com a campanha na televisão<br />

e outra iniciativas”, acres-<br />

Infografia: Marta Carvalho | marta.carvalho@economico.pt<br />

centa. Valente destaca ainda<br />

dois outros aspectos: o de terem<br />

criado um corredor e uma praça<br />

própria da Porto Editora – “que<br />

dá uma individualidade muito<br />

forte”–eodapresençanesta<br />

Feira de edições de autores portugueses<br />

relevantes, como<br />

Francisco José Viegas, a falecida<br />

Rosa Lobato Faria ou João Pedro<br />

Marques. ■


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22 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

MUNDO<br />

O LIBERAL-DEMOCRATA NICK CLEGG FOI A GRANDE SURPRESA NO PRIMEIRO DEBATE TELEVISIVO<br />

59%<br />

Nick Clegg<br />

Sondagens YouGov identificaram vencedores de cada um dos debates.<br />

‘Gaffe’ afunda Gordon Brown<br />

antes do último debate televisivo<br />

O primeiro-ministro chamou “fanática” e “intolerante” a uma eleitora e depois pediu desculpa.<br />

Bárbara Silva<br />

barbara.silva@economico.pt<br />

Se o arrependimento matasse, o<br />

primeiro-ministro britânico,<br />

Gordon Brown, estaria muito<br />

mais do que “mortificado” neste<br />

momento. A uma semana das<br />

eleições de 6 de Maio, o líder do<br />

Partido Trabalhista cometeu uma<br />

‘gaffe’ que poderá traduzir-se<br />

numa pesada derrota nas urnas. A<br />

mais recente sondagem do instituto<br />

YouGov dava ontem aos Trabalhistas<br />

28% das intenções de<br />

voto, atrás do Partido Conservador,<br />

que domina com 33% e dos<br />

Liberais-Democratas, com 29%.<br />

A polémica surgiu quando Brown<br />

se esqueceu que tinha um microfone<br />

da Sky News na lapela e depois<br />

de falar com uma eleitora<br />

(Gilliam Duffy, de 65 anos) chamou-a<br />

de “fanática” e “intolerante”,<br />

numa conversa com os<br />

assessores já dentro do carro. No<br />

breve encontro com o primeiroministro,<br />

a viúva não poupou<br />

Brown e fez perguntas incómodas.<br />

Depois de confrontado, o<br />

primeiro-ministro disse estar envergonhado<br />

e deslocou-se a casa<br />

de Gillian Duffy para pedir desculpa<br />

pessoalmente.<br />

Depois do incidente, no ‘site’<br />

de apostas Betfair as probabilida-<br />

29%<br />

David Cameron<br />

des de Brown ganhar as eleições<br />

diminuíram para 46-1.<br />

A somar às ‘gaffes’ e ao terceiro<br />

lugar nas sondagens, Gordon<br />

Brown enfrentará hoje pela últimavezosseusopositores-o<br />

conservador David Cameron e o<br />

liberal-democrata Nick Clegg -<br />

num debate televisivo sobre temas<br />

económicos. Nos primeiros<br />

dois debates, sobre saúde, segurança<br />

e política externa, Brown<br />

foi o pior classificado em termos<br />

de performance.<br />

Nos últimos dias, os temas<br />

económicos tornaram-se centrais<br />

na campanha eleitoral no Reino<br />

Unido, depois de um estudo do<br />

‘think thank’ independente Institute<br />

for Fiscal Studies ter acusado<br />

os três principais partidos britânicos<br />

de conspiração, ao esconder<br />

dos eleitores a verdadeira dimensão<br />

dos respectivos planos de<br />

austeridade para equilibrar do<br />

país, onde o PIB cresceu 0,2% no<br />

primeiro trimestre de 2010. (ver<br />

caixa)<br />

Em reacção ao estudo, o Partido<br />

Trabalhista rejeitou de imediato as<br />

críticas, com o ministro das Finanças,<br />

o chanceler Alistair Darling, a<br />

sublinhar que deixou “bem claro”<br />

que será necessário cortar 43,8 mil<br />

milhões de euros na despesa pública<br />

para controlar o défice (11%<br />

A mais recente<br />

sondagem do<br />

instituto YouGov<br />

dava ontem aos<br />

Trabalhistas 28%<br />

das intenções de<br />

voto, atrás do Partido<br />

Conservador, que<br />

domina com 33%<br />

e dos Liberais-<br />

Democratas,<br />

com 29%.<br />

21%<br />

Gordon Brown<br />

Ho New / Reuters<br />

do PIB) e aumentar os impostos<br />

num total de 22 mil milhões de euros.<br />

O secretário da Indústria, Peter<br />

Mandelson, reforçou dizendo<br />

que“oReinoUnidoiráenfrentaro<br />

pior clima financeiro dos últimos<br />

dez anos”. No entanto, Mandelson<br />

disse que é “ridículo” comparar o<br />

país com a Grécia , depois do responsável<br />

dos liberais-democratas<br />

para a pasta das Finanças, Vince<br />

Cable, ter dito à Reuters que o Reino<br />

Unido poderia cair numa crise<br />

financeira semelhante se o próximo<br />

governo não reduzir a dependência<br />

face à banca. Numa entrevista<br />

ao “The Times”, o líder liberal-democrata<br />

Nick Clegg acusou<br />

o Partido Trabalhista, há 13 anos no<br />

poder, pela situação económica no<br />

Reino Unido. “Estamos numa situação<br />

muito diferente da Grécia.<br />

A economia britânica está a crescer<br />

e a ganhar força”, disse Mandelson,<br />

em defesa do governo de<br />

Gordon Brown.<br />

Por seu lado, o líder dos conservadores,<br />

David Cameron, disse<br />

num comício que “a Grécia é um<br />

exemplo do que acontece quando<br />

se pede mais dinheiro do que<br />

aquele que se pode pagar”. “Graças<br />

a Deus que não estamos no<br />

euro”, sublinhou o chanceler do<br />

Tesouro sombra dos Conservadores,<br />

George Osborne. ■<br />

NO SEGUNDO DEBATE, SOBRE POLÍTICA EX<br />

36%<br />

David Cameron<br />

Milhões de euros de<br />

cortes por explicar<br />

De acordo com o estudo do Institute<br />

forFiscalStudies,oPartidoConservador<br />

está a planear, caso vença as<br />

eleições, os maiores cortes na despesa<br />

pública no espaço de cinco<br />

anos (até 2015) desde a Segunda<br />

Guerra Mundial, enquanto as medidas<br />

de contenção dos Trabalhistas e<br />

dos Liberais igualam a crise dos<br />

anos 70. De acordo com os dados do<br />

Tesouro britânico, o próximo governo<br />

terá de fazer ajustes anuais de 82<br />

mil milhões, face ao ano fiscal 2010-<br />

2011. Tendo em conta as promessas<br />

eleitorais até agora, os Conservadores<br />

terão de fazer cortes monumentais<br />

e planeiam consegui-lo diminuindo<br />

drasticamente a despesa pública<br />

(com uma redução de sete mil<br />

milhões de euros já este ano). Por<br />

explicar estão cortes de 60 mil milhões.<br />

Os Trabalhistas anunciaram<br />

aumentos dos impostos na ordem<br />

dos 19,5 mil milhões de euros, mas o<br />

IFS estima que o Labour terá de<br />

acrescentar mais oito mil milhões a<br />

este valor e identifica 51 mil milhões<br />

em cortes não identificados. Aos Liberais<br />

Democratas falta-lhes justificar<br />

reduções orçamentais de 40 mil<br />

milhões de euros.


Americanos perdem confiança na Saúde<br />

Apesar da aprovação da reforma do sistema de Saúde dos EUA, os<br />

norte-americanos acreditam cada vez menos no sistema. Segundo uma<br />

sondagem da Thomson/Reuters ontem divulgada, o índice que mede a<br />

confiança dos cidadãos dos EUA na sua capacidade de pagar e receber<br />

cuidados médicos recuou em Março. “De modo chocante, os americanos<br />

esperam que a situação piore muito nos próximos três meses”, disse<br />

Gary Pickens, director de pesquisa da agência.<br />

TERNA, O CONSERVADOR DAVID CAMERON DOMINOU<br />

32%<br />

Nick Clegg<br />

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29%<br />

Gordon Brown<br />

Stefan Rousseau/Pool<br />

AGENDA DO DIA<br />

● Terceiro debate entre os líderes<br />

dos três maiores partidos britânicos.<br />

● Início da Assembleia de Paz de<br />

todas as tribos do Afeganistão.<br />

● Publicado relatório de 2010 da<br />

Liberdade de Imprensa.<br />

● MNE russo fala perante o Conselho<br />

da Europa.<br />

QUATRO PERGUNTAS A...<br />

GEMMA TETLOW<br />

Senior Research Economist<br />

do Institute for Fiscal Studies (IFS)<br />

“Reino Unido tem<br />

margem de manobra<br />

para estabilizar<br />

finanças”<br />

OInstituteforFiscalStudies<br />

publicou um estudo que causou<br />

polémica a uma semana das<br />

eleições no Reino Unido,<br />

acusando os três principais<br />

partidos de esconderem<br />

informações sobre política<br />

económica para ganharem votos<br />

a 6 de Maio.<br />

Concorda com a comparação<br />

entre o Reino Unido e a Grécia?<br />

Há claras diferenças entre os dois<br />

países. O Reino Unido ainda tem<br />

margem de manobra para<br />

conseguir estabilizar as suas<br />

finanças. No entanto, terá<br />

de diminuir a dependência<br />

face ao sector financeiro.<br />

Como reage às afirmações<br />

dos três principais partidos<br />

britânicos, que negaram<br />

as conclusões do IFS?<br />

Trata-se de um estudo<br />

independenteeaverdade<br />

é que ainda há muito por explicar<br />

“Todos os partidos<br />

falamemaumento<br />

de impostos. Os<br />

trabalhistas mais, os<br />

conservadores menos”.<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 23<br />

nos planos de austeridade<br />

económica para os próximos anos.<br />

Têm de fornecer mais detalhes.<br />

A nossa intenção ao fazer este<br />

estudo foi esclarecer os eleitores,<br />

para que não se vejam<br />

confrontados com aumentos<br />

inesperados dos impostos.<br />

Tendo em conta a situação<br />

económica, será inevitável<br />

sobrecarregar os contribuintes<br />

britânicos?<br />

Todos os partidos falam em aumentar<br />

os impostos. Os Trabalhistas mais,<br />

os Conservadores menos.<br />

Porque é que os partidos<br />

omitiram estas informações?<br />

As questões económicas serão<br />

o maior desafio do próximo<br />

governo britânico, por isso<br />

é impressionante a reticência<br />

dos três principais partidos<br />

em explicar como enfrentarão<br />

essa tarefa. Não querem revelar<br />

todos os detalhes para<br />

não perderem eleitores. ■


24 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

MUNDO<br />

RADAR MUNDO<br />

1<br />

Suíça<br />

5<br />

A Suíça quer acabar com a sua<br />

imagem de local de refúgio para<br />

as fortunas que os ditadores do<br />

terceiro mundo roubam aos seus<br />

países. O parlamento do país vai<br />

votar um projecto de lei que tem<br />

como objectivo evitar que os fundos<br />

desviados por chefes de Estado<br />

não voltem a cair em mãos<br />

criminosas, caso estes sejam bloqueados<br />

pelas autoridades.<br />

Ao falar em conferência de<br />

imprensa, a ministra dos Negócios<br />

Estrangeiros Micheline<br />

Calmy-Rey apelou às duas câmaras<br />

do parlamento para que aprovem<br />

a nova lei já em Junho, para<br />

que “casos como os de Mobotu<br />

[antigo ditador do antigo Zaire,<br />

actual Congo] e de Duvalier [exditador<br />

do Haiti] não se voltem a<br />

repetir”. A governante adiantou<br />

que a proposta recebeu fortes<br />

apoios de todos os partidos, pelo<br />

quedeveráseraprovadaassim<br />

que a votação tenha lugar.<br />

Os especialistas notam que as<br />

vítimas do sismo, que devastou<br />

o Haiti, deverão ser das primeiras<br />

beneficiadas com a lei, já que<br />

esta irá permitir à Suíça dar aos<br />

grupos humanitários que ope-<br />

6 1<br />

Dinheiro de ditadores<br />

perde refúgio suíço<br />

4<br />

ram no país pelo menos 3,5 milhões<br />

de euros que estão congelados<br />

nas contas bancárias do<br />

país e que são reclamados pelo<br />

antigo ditador do país, Jean-<br />

Claude ‘Baby Doc’ Duvalier.<br />

Ajudar países mais fracos<br />

Calmy-Rey adiantou que o governo<br />

suíço considerou ser “urgente”<br />

proceder à criação de<br />

uma legislação contra o desvio<br />

2<br />

3<br />

de fundos por parte de ditadores,<br />

depois de terem sido detectados<br />

vários casos em que os Estados<br />

lesados não estavam em<br />

condições de avançar eles próprios<br />

com processos penais, devido<br />

à fraqueza dos seus sistemas<br />

judiciais.<br />

Anovalei,queprevêarestituição<br />

dos bens de origem ilícita,iráseraplicadaemtrêsetapas.<br />

Num primeiro momento, o<br />

tribunal administrativo suíço<br />

poderá congelar ou confiscar<br />

dinheiro que seja alvo de disputas<br />

nos bancos nacionais, mesmo<br />

se o país não puder processar<br />

o seu líder deposto. O governo<br />

terá assim uma base legal que<br />

evitará o recurso a regras de excepção,<br />

que têm demasiadas<br />

cláusulas de segurança e não<br />

garantemarecuperaçãododinheiro<br />

roubado pelos ditadores.<br />

O projecto prevê ainda vários<br />

mecanismos para uma restituição<br />

rápida dos montantes desviados,<br />

de modo a melhorar as<br />

condições de vida nos países de<br />

origem das quantias, sendo usado<br />

para financiar programas de<br />

interesse público. ■<br />

2 Tailândia<br />

Novos confrontos com “camisas vermelhas” causam um morto<br />

Os protestos dos manifestantes<br />

‘camisas vermelhas’ em Banguecoque<br />

voltaram a ter um<br />

desfecho fatal. Um militar perdeu<br />

a vida e 18 pessoas ficaram<br />

feridas quando as forças de segurança<br />

do país abriram fogo<br />

durante confrontos numa grande<br />

estrada nos subúrbios da capital<br />

tailandesa. Segundo as autoridades,<br />

a vítima perdeu a<br />

vida quando os militares abriram<br />

fogo por engano sobre um<br />

grupo de motociclistas também<br />

eles militares e que se dirigiam<br />

O Parlamento suíço<br />

está pronto a votar<br />

uma lei que prevê<br />

a devolução aos países<br />

de origem do dinheiro<br />

que seja roubado<br />

pelos seus antigos<br />

governantes.<br />

Os confrontos causaram 18 feridos.<br />

para as posições do exército. O<br />

casoestáasertratadocomoum<br />

acidente, embora existam suspeitas<br />

de que militares se estejam<br />

a aliar aos ‘camisas vermelhas’.<br />

O incidente teve lugar<br />

porque centenas de manifestantes<br />

se estavam a tentar concentrar<br />

numa das áreas da capital<br />

usando motas e camiões,<br />

mas os caminhos para a zona<br />

estavam bloqueados pelas forças<br />

de segurança. Após o tiroteio,<br />

os ‘camisas vermelhas’ recuaram<br />

para a sua base. ■<br />

3 Japão<br />

Tóquio estabelece<br />

primeira base<br />

militar no exterior<br />

As forças armadas nipónicas<br />

estão a construir no Djibouti<br />

(África) a sua primeira base<br />

militar no estrangeiro desde<br />

1945. Tóquio tenta assim<br />

proteger os seus navios<br />

comerciais contra os piratas<br />

da Somália, que atacam as<br />

rotas do Índico, onde passam<br />

90% das exportações<br />

japonesas. ■<br />

4 Polónia<br />

Varsóvia reforça maior IPO da Europa<br />

A procura das acções da maior<br />

seguradora polaca PZU, que se<br />

vai estrear na Bolsa em Maio,<br />

tem sido forte. Tão forte que o<br />

governo de Varsóvia decidiu<br />

privatizar mais 5% do capital da<br />

empresa, aumentando para os<br />

2,12 mil milhões de euros o valor<br />

da parcela da empresa que<br />

será colocada em bolsa.<br />

“Devido ao forte interesse na<br />

oferta, queremos que a participação<br />

a ser oferecida vá até aos<br />

30%”, afirmou o ministro das<br />

5 Venezuela<br />

Chávez rende-se ao Twitter<br />

56.241<br />

Finanças polaco, Aleksandr<br />

Grad. Fontes bancárias adiantaram<br />

que o interesse dos investidores<br />

institucionais na PZU<br />

também é “muito elevado”.<br />

O governo polaco, em conjunto<br />

com a seguradora holandesa<br />

Eureko são os maiores accionistas<br />

da PZU, e ontem estabeleceram<br />

nos 312,5 zlotys (79,5<br />

euros) o preço a que cada acção<br />

da empresa irá ser vendida, um<br />

valor próximo da tranche mais<br />

baixa das expectativas. ■<br />

É o número de seguidores que o presidente venezuelano Hugo Chávez<br />

conseguiu no dia em que se estreou no Twitter, na conta<br />

@chavezcandanga. Na sua primeira mensagem, Chávez disse que “vou<br />

pró Brasil. E muito contente a trabalhar pela Venezuela. Venceremos!”.<br />

U.S. Coast Guard/Handout/Reuters<br />

6 EUA<br />

Mancha de petróleo pode ser queimada<br />

As autoridades norte-americanas<br />

estão dispostas a tomar<br />

medidas drásticas para conter<br />

a mancha de petróleo, que<br />

ameaça as reservas naturais ao<br />

largo da Florida, depois da<br />

plataforma ‘Deepwater Horizon’<br />

se ter afundado na semana<br />

passada e começado a despejar<br />

para o oceano o equivalente<br />

a mil barris de petróleo<br />

por dia.<br />

Segundo a Guarda Costeira<br />

dos Estados Unidos, está a ser<br />

seriamente estudada a possi-<br />

Hatoyama quer proteger rotas<br />

comerciais japonesas.<br />

bilidade de deitar fogo ao crude,<br />

de modo a destruí-lo antes<br />

que chegue à costa, uma vez<br />

que os esforços para travar a<br />

fuga não estão a ter sucesso e<br />

esta ameaça tornar-se no<br />

maior derrame de petróleo da<br />

história dos EUA.<br />

Segundo a contra-almirante<br />

Mary Landry da Guarda<br />

Costeira, a mancha será selada<br />

por bóias especiais de contenção<br />

à superfície da água,<br />

sendo depois “queimada de<br />

modo controlado”. ■


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RELATÓRIO E CONTAS 2009<br />

SUMÁRIO EXECUTIVO<br />

A TF Turismo Fundos SGFII, S.A. (Turismo Fundos) tem por missão “Contribuir para as políticas públicas visando o fortalecimento da competitividade<br />

do turismo nacional, intervindo sobre a componente imobiliária das empresas do sector”.<br />

A actividade da sociedade em 2009 desenvolveu-se no âmbito de uma envolvente caracterizada pela crise económica internacional e pelos seus<br />

impactos no turismo europeu e nacional. O número de turistas na Europa sofreu uma quebra de 4%, tendo Portugal fechado o ano com uma descida<br />

de 3,1% face a 2008, quebra muito infl uenciada pelo mercado britânico. Esta quebra foi apenas parcialmente mitigada com o aumento do turismo<br />

interno e com os acréscimos no número de turistas espanhóis e franceses. Os proveitos totais da hotelaria portuguesa registaram um decréscimo<br />

de cerca de 9%.<br />

No plano interno, 2009 foi um ano de mudança na Turismo Fundos - mudança ao nível do volume dos fundos sob gestão e mudança ao nível dos<br />

recursos humanos da empresa.<br />

Com efeito, no contexto das medidas anti-crise criadas pelo Governo, a Turismo Fundos foi incumbida de gerir o novo Fundo Imobiliário Especial de<br />

Apoio às Empresas (FIEAE), tendo, assim, quase duplicado o valor dos fundos sob gestão. Este novo fundo, ao contrário dos demais sob gestão da<br />

Sociedade, abrange todos os sectores de actividade, incluindo, para além do turismo, os sectores industriais e de serviços.<br />

Com o reforço deste fundo em € 50 milhões, já aprovado em Dezembro, os valores globais sob gestão da Sociedade ultrapassarão os € 250<br />

milhões.<br />

Foi no âmbito do FIEAE que ocorreu o maior número de operações: deram entrada 129 projectos, dos quais, até<br />

Dezembro de 2009, foram 34 aprovados e 23 rejeitados. As operações aprovadas totalizaram € 137,3 milhões, envolvendo 7.400 postos de<br />

trabalho.<br />

A actividade no âmbito dos dois Fundos de Investimento Imobiliário Turísticos centrou-se essencialmente no acompanhamento da carteira patrimonial,<br />

tendo ocorrido três alienações e um reforço de investimento.<br />

Para fazer face ao alargamento de âmbito e aumento de actividade da Sociedade, foi reforçado o seu quadro técnico.<br />

Também o Conselho de Administração e a Comissão Executiva da Sociedade foram alargados, com a nomeação de dois novos membros com<br />

funções executivas.<br />

Do ponto de vista fi nanceiro assinala-se que o resultado líquido da Sociedade aumentou cerca de 53% relativamente ao ano anterior, alcançando<br />

€ 357.994.<br />

O Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Turístico registou uma evolução negativa do seu valor de 1%, fruto de ajustamentos desfavoráveis no<br />

valor de alguns imóveis, enquanto que o Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Turístico II alcançou uma valorização positiva de 3%.<br />

O balanço global que o Conselho de Administração faz da actividade da Sociedade é muito positivo, consciente de que os fundos que a sociedade<br />

tem sob gestão têm contribuído decisivamente para o desenvolvimento da competitividade das empresas.<br />

É devido, assim, um agradecimento a todos os colaboradores da Turismo Fundos pelo trabalho desenvolvido ao longo do ano de 2009, decisivo<br />

para os resultados alcançados.<br />

NOTA INTRODUTÓRIA<br />

A SOCIEDADE<br />

A TF Turismo Fundos - SGFII, S.A., criada em 28 de Setembro de 1995 como resultado da parceria entre o Turismo de Portugal, ip (ex-Fundo de<br />

Turismo), a Caixa Geral de Depósitos e o Banco Espírito Santo, tem por objecto exclusivo a administração, gestão e representação de fundos de<br />

investimento imobiliário, fechados ou abertos.<br />

MISSÃO DA TURISMO FUNDOS<br />

A TF Turismo Fundos - SGFII, S.A. (Turismo Fundos) tem por missão “Contribuir para as políticas públicas visando o fortalecimento da competitividade<br />

do turismo nacional, intervindo sobre a componente imobiliária das empresas do sector”.<br />

Esta intervenção materializa-se na gestão de fundos de investimento imobiliários que visam:<br />

► Contribuir para reforço da capacidade fi nanceira e empresarial das empresas, nomeadamente do sector do turismo, e para o reforço da sua<br />

competitividade;<br />

► Potenciar a melhoria e aumento da oferta hoteleira nacional, estimulando o reforço da imagem de marca dos grupos hoteleiros nacionais;<br />

► Contribuir para a redução da excessiva concentração geográfi ca e sazonal da actividade turística.<br />

OS FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO<br />

Os fundos de investimento imobiliário constituem poderosos instrumentos fi nanceiros vocacionados para apoiar as pequenas e médias empresas.<br />

As operações consistem na aquisição e subsequente arrendamento dos imóveis afectos à actividade das empresas, permitindo a separação entre<br />

a propriedade dos activos imobiliários e a respectiva gestão.<br />

A decisão sobre operações de aquisição e de arrendamento de imóveis tem por base critérios de rigor e rendibilidade, sendo o imóvel avaliado na<br />

óptica do rendimento.<br />

ESTRUTURA ACCIONISTA<br />

O capital social da Turismo Fundos é de 375.000 € (trezentos e setenta e cinco mil euros) e a sua estrutura accionista é a seguinte:<br />

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL<br />

ÓRGÃOS SOCIAIS<br />

Rua Ivone Silva, nº. 6 – 8º Dtº. – 1050 – 124 Lisboa – Telefone: 21 781 57 20 – Fax: 21 781 57 39 Capital Social: 350.000 Euros – Conservatória do registo Comercial de Lisboa, sob o número único de matrícula e de pessoa colectiva 503 511 668<br />

Assembleia Geral<br />

Presidente Dr. Rui M. D. Sousa da Silveira<br />

Vice-Presidente Dr. Nuno M. A. Queiroz de Barros<br />

Secretário Dr. Pedro M. R. Araújo Martinez<br />

Conselho de Administração<br />

Presidente Dra. Maria José Martins Catarino<br />

Vogal Prof. Jorge Manuel R. Umbelino<br />

Vogal Dr. Rui Manuel M. Coelho Valente<br />

Vogal Dra. Ana M. J. L. C. Mendes Godinho<br />

Vogal Prof. Célia M. C. M. da Costa Cabral<br />

Vogal Dr. Alcides Saraiva de Aguiar<br />

Vogal Dr. Marco Paulo Salvado Neves<br />

Comissão de Vencimentos<br />

Presidente Dr. Nuno Manuel Oliveira Santos<br />

Vogal Dr. Pedro M. R. Araújo Martinez<br />

Vogal Dr. Rui M. D. Sousa da Silveira<br />

TURISMO FUNDOS<br />

(Euros)<br />

Nº de<br />

valor acções %<br />

Turismo de Portugal, ip 199.500 39.900 53,2%<br />

CGD 125.500 25.100 33,5%<br />

BES 50.000 10.000 13,3%<br />

375.000 75.000 100%<br />

Órgão de Fiscalização (Conselho Fiscal)<br />

Presidente Dr. Serafi m Ribeiro Amorim<br />

Vogal Dr. Licínio Cruz Dias Calado<br />

Vogal ROC efectivo – PWC & Associados, SROC, representada pelo Dr. António Alberto Henriques Assis<br />

Vogal ROC suplente – Dr. José Manuel H. Bernardo<br />

A gestão corrente da sociedade está a cargo da Comissão Executiva, que reúne semanalmente, composta por cinco administradores: Dr. Rui Manuel<br />

M. Coelho Valente, Dra. Ana M. Mendes Godinho, Prof. Célia M. da Costa Cabral, Dr. Alcides Saraiva de Aguiar, e Dr. Marco Salvado Neves.<br />

Os administradores não executivos acompanham regularmente a actividade da sociedade, através das reuniões mensais do Conselho de Administração.<br />

Apresenta-se, de seguida, o organigrama da Sociedade:<br />

Comissão de<br />

Vencimentos<br />

Assessoria<br />

Jurídica<br />

Direcção de Análise e<br />

Investimento<br />

Assembleia Geral<br />

Conselho de Administração<br />

Comissão<br />

Executiva<br />

Conselho Fiscal<br />

Recursos<br />

Contabilidade<br />

Financeira<br />

Humanos<br />

QUADRO DE PESSOAL<br />

Em 2009, a estrutura de pessoal era composta pelos seguintes colaboradores: Assistente de Direcção e Administração, dois Adjuntos da Direcção de<br />

Análise e Investimento, Adjunto da Direcção Administrativa e Financeira, Director Administrativo e Financeiro e Directora de Análise e Investimento.<br />

ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO<br />

A ECONOMIA INTERNACIONAL<br />

Com início em 2008, e prolongando-se por todo o ano de 2009, verifi cou-se uma extrema turbulência nos mercados fi nanceiros com consequências<br />

severas para a economia real, que se agravaram com a queda de alguns dos principais bancos de investimento americanos. As condições económicas<br />

mundiais deterioraram-se rapidamente como consequência da queda de confi ança tanto dos consumidores como da indústria, que se seguiu. Por<br />

outro lado, as condições de crédito cada vez mais apertadas e os efeitos adversos resultantes da redução do valor dos activos, incluindo os imobiliários,<br />

contribuíram decisivamente para que a maior parte das economias mais desenvolvidas tenham entrado em recessão em 2009 – alastrando<br />

pouco a pouco para as economias emergentes.<br />

Por todo o mundo, a infl ação reduziu, infl uenciada pela queda dos preços das commodities, com o preço do petróleo a atingir níveis mínimos históricos.<br />

Os principais bancos centrais coordenaram esforços para restabelecer a liquidez, e as taxas de juro registaram, também, níveis mínimos.<br />

A UNIÃO EUROPEIA<br />

Os primeiros sinais de abrandamento económico na Zona Euro surgiram no fi nal de 2007. A crise verifi cada nos mercados fi nanceiros internacionais<br />

teve como resultado uma diminuição da confi ança dos consumidores e das empresas. A esta quebra, veio adicionar-se o efeito da subida do preço<br />

dos bens energéticos e a apreciação do euro na primeira metade de 2008.<br />

Secretariado<br />

Direcção Administrativa e<br />

Financeira<br />

RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS DO EXERCÍCIO DE 2009<br />

Após as difi culdades experimentadas durante o ano de 2008, a Comissão Europeia elaborou um “Plano de Relançamento da Economia Europeia”,<br />

aprovado em Dezembro de 2008 em reunião dos chefes de Estado e de Governo da EU. Este Plano de Relançamento proposto assentava em dois<br />

pilares – o estímulo orçamental em até 1,5% do PIB, mantendo-se em pleno respeito do PEC e o reforço da competitividade da Europa a longo prazo<br />

(Estratégia de Lisboa), através de investimentos inteligentes. Neste contexto, foi ainda reconhecida a necessidade de serem adoptadas pelos Estados<br />

Membros medidas extraordinárias e transitórias de apoio ao emprego e às empresas.<br />

A ECONOMIA PORTUGUESA<br />

A economia portuguesa apresentou uma performance que não deixa de refl ectir a crise internacional vivida. Em 2009, o PIB caiu 2,7% relativamente<br />

a 2008 e a infl ação anual média foi de -0,8%.<br />

A política económica seguida pelo Governo não deixou de refl ectir claramente as recomendações do Conselho Europeu acima descritas, levando a<br />

um signifi cativo aumento do défi ce orçamental mas consagrando diversas medidas de apoio à recuperação da procura e de aumento da liquidez<br />

disponível para as empresas, dada a forte condicionante por parte do sector bancário. É neste âmbito que foi criado o Fundo Imobiliário Especial de<br />

Apoio às Empresas, com uma dotação inicial de € 100 Milhões (com reforço adicional de € 50 milhões entretanto já aprovado) – fundo cuja entidade<br />

gestora é a Turismo Fundos, e que adiante se encontra descrito em maior pormenor.<br />

O SECTOR DO TURISMO<br />

Em 2009, Portugal posicionou-se no 17º lugar dos destinos mais competitivos do mundo para a atracção de investimento nos sectores do Turismo e Viagens,<br />

segundo o Índice de Competitividade Viagens e Turismo (Travel & Tourism Competitiveness Index), elaborado pelo World Economic Forum,<br />

Mas 2009 foi um ano difícil para a actividade turística em termos mundiais e, também, em Portugal.<br />

Em termos estatísticos, o número de turistas na Europa sofreu uma quebra de 4%, tendo Portugal fechado o ano com uma descida de 3,1% face a<br />

2008, quebra muito infl uenciada pelo mercado britânico (em que à crise se veio juntar uma forte desvalorização da libra).<br />

Em compensação, Portugal assistiu a um aumento do número de turistas espanhóis e franceses, em 2009, numa procura que tem vindo a crescer<br />

nos últimos anos.<br />

Também o aumento do turismo interno permitiu contrariar o comportamento adverso do mercado do Reino Unido, tendo atingido 36,3% da ocupação<br />

da hotelaria.<br />

Os destinos regionais que sentiram mais quebras foram a Madeira e o Algarve, fruto de uma grande dependência dos mercados do Reino Unido e<br />

da Alemanha, mercados especialmente afectados pela crise fi nanceira.<br />

O ano turístico encerrou em Portugal com 13 milhões de hóspedes e 36,7 milhões de dormidas.<br />

Ao nível dos proveitos totais da hotelaria portuguesa houve um decréscimo de cerca de 9%, o que se refl ectiu nos resultados operacionais das<br />

empresas turísticas, que tinham tido nos anos de 2007 e 2008 resultados excepcionais.<br />

PERSPECTIVAS PARA 2010<br />

A OMT prevê a retoma da actividade turística já em 2010, antevendo para a Europa um crescimento na ordem de +1.3%.<br />

A esta previsão não são alheias as recentes declarações do FMI segundo o qual a recuperação global está a ocorrer de uma forma mais rápida do<br />

que era esperado.<br />

Também o mais recente estudo do World Travel Trends Report divulgado pela ITB e realizado pela IPK International, defende que a quebra registada<br />

pelos destinos europeus em 2009 deverá ser mais moderada em 2010, podendo alguns destinos registar taxas de crescimento positivo.<br />

2010 promete ser um ano de transformação e oferece alguns desafi os:<br />

► A crise de emprego ainda não acabou, particularmente nas economias mais desenvolvidas e muitos postos de trabalho estão ainda em risco;<br />

► O crescimento das economias da maior parte dos mercados emissores ainda é frágil;<br />

► O preço do petróleo continua volátil;<br />

Mas também oportunidades:<br />

► Retoma económica e da confi ança do consumidores;<br />

► Taxas de juro e infl ação permanecem em níveis historicamente baixos, prevendo-se que subam a um ritmo moderado no curto prazo;<br />

► A fl exibilidade demonstrada pelo sector do turismo em responder de forma rápida e efi caz aos desafi os surgidos fortaleceu esta indústria, estando<br />

hoje melhor preparada;<br />

Por outro lado, e no caso de Portugal, as fortes medidas de apoio à actividade turística desencadeadas pelo Governo irão continuar, nomeadamente<br />

ao nível da promoção e do fi nanciamento, constituindo uma oportunidade para que as empresas se reestruturem e encontrem soluções que respondam<br />

às novas realidades e desafi os.<br />

Prevê-se que em 2010 continue a forte tendência de reservas de última hora e que o preço constitua cada vez mais um factor decisivo na escolha<br />

por parte dos consumidores.<br />

Os mercados emissores escandinavos, apesar da debilidade económica, demonstram alguma vitalidade. Nas primeiras semanas de Janeiro registouse<br />

um aumento considerável de reservas para destinos de praia para o próximo Verão, enquanto companhias aéreas e operadores anunciam novas<br />

rotas e novos conceitos de férias.<br />

Ainda não é possível afi rmar com certeza a solidez desta evolução, mas há uma expectativa positiva quanto à recuperação da actividade turística<br />

em Portugal.<br />

A EVOLUÇÃO DO MERCADO DOS FUNDOS IMOBILIÁRIOS EM PORTUGAL<br />

Em 2009, o mercado dos fundos de investimento imobiliário continuou a expandir-se, quer em termos de valor líquido sob gestão (VLG) quer em<br />

termos de número de fundos. O VLG cresceu 11%, fi xando-se em €11.776 milhões, e o número de fundos aumentou, em termos líquidos, em 20<br />

veículos (um acréscimo de 9%), perfazendo um total de 251.<br />

Assistiu-se a uma desaceleração do crescimento do número de fundos constituídos, embora se tenha mantido uma taxa de crescimento elevada<br />

(9% em 2009 versus 13% em 2008).<br />

Contrariamente, o VLG em 2009 registou um aumento superior ao verifi cado em 2008, que tinha sido apenas de 2%.<br />

Os fundos existentes são geridos por 34 sociedades gestoras. As sete maiores sociedades gestoras são responsáveis pela gestão de 62,4% do<br />

volume líquido sob gestão correspondendo a um total de €7.348 milhões. Os dez maiores fundos representam 38,4% do volume sob gestão, isto<br />

é €4.526 milhões.<br />

14.000,00<br />

12.000,00<br />

10.000,00<br />

8.000,00<br />

6.000,00<br />

4.000,00<br />

2.000,00<br />

0,00<br />

milhões de euros<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009<br />

total de fundos fundos abertos fundos fechados fundos especiais<br />

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009<br />

total de fundos fundos abertos fundos fechados fundos especiais<br />

Fonte: CMVM<br />

Em Dezembro de 2009, a Turismo Fundos detinha uma quota de mercado de 0,9% dos fundos imobiliários sujeitos a supervisão da CMVM, correspondente<br />

a um VLG de €110 milhões (uma vez que o FIEAE está excluído) num total de €11.776 milhões. Com esta quota, a Turismo Fundos<br />

posicionava-se no 19º lugar (em 34) do ranking global.<br />

Ranking Sociedade Gestora Valor<br />

Quota de<br />

Mercado<br />

1 Fundimo 1.578 € 13,4%<br />

2 Interfundos 1.201 € 10,2%<br />

3<br />

(…)<br />

ESAF 1.189 € 10,1%<br />

18 Fundiestamo 177 € 1,5%<br />

19 TF Turismo Fundos 110 € 0,9%<br />

20<br />

(…)<br />

TDF 91 € 0,8%<br />

Fonte: CMVM<br />

ACTIVIDADE DA TURISMO FUNDOS EM 2009<br />

I. A SOCIEDADE<br />

Em Maio de 2009, a Turismo Fundos foi incumbida de gerir o novo Fundo Imobiliário Especial de Apoio às Empresas (FIEAE), tendo, assim, quase<br />

duplicado o valor dos fundos sob gestão. Este novo fundo, ao contrário dos demais sob gestão da Sociedade, abrange todos os sectores de actividade<br />

incluindo, para além do turismo, os sectores industriais e de serviços.<br />

Estas alterações substanciais implicaram a necessidade de reforçar os recursos humanos da Sociedade.<br />

Assim, em Maio de 2009, a Sociedade viu a sua Administração reforçada em mais dois elementos e a estrutura de pessoal foi alargada, tendo sido<br />

contratado um Adjunto da Direcção de Análise e Investimento (especialmente dedicado a este fundo) e um Adjunto da Direcção Administrativa e<br />

Financeira.<br />

Atendendo à natureza transitória do FIEAE e ao volume de projectos entrados – 129 – optou-se por recorrer aos serviços de consultores externos<br />

para avaliação económica e fi nanceira das empresas proponentes.<br />

Foi igualmente reforçado o apoio jurídico, tendo-se contratado duas sociedades de advogados para conseguir dar resposta em tempo útil às necessidades<br />

das empresas que recorreram a este novo instrumento fi nanceiro.<br />

A actuação do Conselho de Administração em 2009 teve presente as linhas de orientação, objectivos e metas aprovados no âmbito das Orientações<br />

Estratégicas defi nidas para o período 2008-2010, tendo sido aprovadas operações relativas a imóveis turísticos no valor total de € 54,7 milhões.<br />

No âmbito dos Fundos Imobiliários Turísticos salienta-se a aprovação de uma operação no Algarve (Martinhal Resort, sito em Sagres), alinhada<br />

estrategicamente com o Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), e a alienação de dois imóveis cujo prazo de arrendamento tinha terminado e<br />

em que os inquilinos não exerceram a opção de compra, dando cumprimento também ao defi nido nas Orientações Estratégicas.<br />

Foi feito um acompanhamento regular e sistemático das carteiras de imóveis dos Fundos Imobiliários Turísticos, quer na prevenção de eventuais<br />

incumprimentos, quer na monitorização do respectivo estado físico, promovendo a realização de visitas quando tal foi considerado pertinente.<br />

1


PUB<br />

Também no âmbito do FIEAE, e no que respeita aos imóveis afectos à actividade turística, as operações concretizadas e aprovadas estiveram de<br />

acordo com as Orientações Estratégicas, tratando-se de projectos inovadores e que contribuem para a competitividade do sector, estando alinhados<br />

estrategicamente com o PENT.<br />

Neste contexto, foi adquirido o imóvel Douro Palace, localizado em Baião, um hotel de qualidade superior que contribui para o desenvolvimento e<br />

afi rmação do Pólo de Desenvolvimento turístico Douro e aprovadas operações relativas à aquisição de:<br />

► dois imóveis no Algarve -, um Centro de wellness e um kartódromo - que contribuem para a diversifi cação da oferta do destino Algarve;<br />

► dois imóveis na Madeira, dos quais se destaca o Choupana Hills, que constitui um hotel claramente diferenciador, contribuindo para a requalifi -<br />

cação e reposicionamento deste destino tradicional;<br />

► um imóvel na Serra da Estrela – Varanda dos Carqueijais, destinando-se a aplicação dos fundos resultantes da operação à realização por parte<br />

da Turistrela de investimentos nos equipamentos da Serra da Estrela, nomeadamente na recuperação dos edifícios da Torre e na construção de<br />

uma piscina no Hotel Serra da Estrela, investimentos importantes para a afi rmação deste pólo de desenvolvimento turístico.<br />

Em termos globais, em 2009, os fundos imobiliários sob gestão da Turismo Fundos adquiriram 13 imóveis, no valor global de 28.977.532 €. Adicionalmente,<br />

efectuaram-se benfeitorias num imóvel já detido no valor total de 2.412.797 €.<br />

Em 2009, foram alienados 3 imóveis pelos fundos imobiliários turísticos.<br />

Em 31 de Dezembro de 2009, os fundos imobiliários geridos pela Turismo Fundos detinham 44 imóveis.<br />

Segue uma resenha sobre a actividade de cada um dos fundos sob gestão da Turismo Fundos.<br />

II. FIIFT<br />

Durante o ano de 2009, a actividade do Fundo centrou-se na rentabilização da carteira imobiliária, tendo em atenção as condições dos mercados<br />

fi nanceiros, imobiliário e turístico. Em 2009 não foi adquirido nenhum imóvel e foram alienados dois imóveis. Assim:<br />

► Em Maio o Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Turístico vendeu o imóvel “Hotel Porta do Sol”, localizado em Caminha;<br />

► Em Julho o Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Turístico vendeu o imóvel “Hotel Ibis Viseu”, localizado em Viseu.<br />

Em 31 de Dezembro de 2009, o património imobiliário do Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Turístico, constituído por 13 imóveis, ascendia,<br />

considerando o seu valor contabilístico total, a 28.106.286 €, correspondendo a uma diminuição, em relação ao ano transacto, de cerca de 15%.<br />

Em 2009 a yield média bruta do património imobiliário do Fundo foi de 4,68%, tendo-se assistido a uma inversão da tendência de crescimento<br />

verifi cada nos últimos três anos, conforme evidenciado no gráfi co a seguir apresentado:<br />

A conjuntura de contracção económica e as consequentes difi culdades de exploração das unidades hoteleiras originaram algumas situações de<br />

incumprimento no pontual pagamento das rendas. Face a esta situação a Turismo Fundos reavaliou a situação de arrendamento de alguns imóveis,<br />

tendo estudado e posto em prática planos de pagamento de rendas a fi m de manter viável a exploração hoteleira de alguns imóveis e evitar situações<br />

de incumprimento graves e consequentes acções de despejo.<br />

Também como refl exo da conjuntura económico-fi nanceira e da crise no mercado imobiliário verifi cou-se, relativamente a alguns imóveis, uma redução<br />

do respectivo valor venal, com consequente impacto (negativo) nos resultados líquidos e no valor global líquido do fundo.<br />

III. FIIFT II<br />

O Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Turístico II centrou a sua actividade durante o período em análise na rentabilização da carteira imobiliária,<br />

tendo em atenção as condições dos mercados fi nanceiros, imobiliário e turístico. Ao longo do ano de 2009 não foi adquirido nenhum imóvel, tendo-se<br />

realizado um reforço de investimento num imóvel propriedade do Fundo. Foi ainda alienado um imóvel e aprovada uma operação. Assim:<br />

► Em Julho de 2009 o Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Turístico II reforçou o investimento no imóvel “Memmo Baleeira Hotel”, localizado<br />

em Sagres;<br />

► Em Outubro de 2009 o Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Turístico II alienou o imóvel “Kartódromo de Almancil”, localizado em Almancil.<br />

► Em Dezembro de 2009 o Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Turístico II aprovou a operação de compra e de arrendamento subsequente<br />

do imóvel “Martinhal Resort”, localizado em Sagres.<br />

Em 31 de Dezembro de 2009 o património imobiliário do Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Turístico II, constituído por 18 imóveis, ascendia,<br />

considerando o seu valor contabilístico total, a 65.113.468 €, representando um crescimento, face ao ano transacto, de cerca de 2%.<br />

Em 2009 a yield média ponderada bruta do património imobiliário do Fundo foi de 5,15%, tendo-se assistido a uma inversão da tendência de crescimento<br />

verifi cada nos últimos três anos, conforme evidenciado no gráfi co a seguir apresentado:<br />

A conjuntura de contracção económica e as consequentes difi culdades de exploração das unidades hoteleiras originaram algumas situações de<br />

incumprimento no pontual pagamento das rendas. Face a esta situação a Turismo Fundos reavaliou a situação de arrendamento de alguns imóveis,<br />

tendo estudado e posto em prática planos de pagamento de rendas a fi m de manter viável a exploração hoteleira de alguns imóveis e evitar situações<br />

de incumprimento graves e consequentes acções de despejo.<br />

IV. O FUNDO IMOBILIÁRIO ESPECIAL DE APOIO ÀS EMPRESAS (FIEAE)<br />

Como já referido, em Maio de 2009 foi criado, pelo Decreto-lei n.º 104/2009, no âmbito do PME Consolida, o novo Fundo Imobiliário Especial de<br />

Apoio às Empresas, cuja gestão foi atribuída à Sociedade.<br />

O FIEAE teve uma dotação inicial de €100 milhões (€50 milhões subscritos pelo Turismo de Portugal e €50 milhões subscritos pelo IAPMEI), tendo<br />

em Dezembro sido aprovado um reforço de €50 milhões, atendendo ao volume de procura deste instrumento fi nanceiro.<br />

O Regulamento de operações foi aprovado em 5 de Junho de 2009.<br />

O FIEAE encontra-se especialmente vocacionado para a aquisição de imóveis integrados no património de empresas como forma de dotação destas<br />

de recursos fi nanceiros imediatos e visa permitir que as empresas mobilizem os seus activos imobiliários para acesso a disponibilidades fi nanceiras<br />

imediatas, assegurando, simultaneamente, que essa mobilização não constitui um entrave ao desenvolvimento das suas actividades com continuado<br />

recurso a esses activos.<br />

O objectivo é o de permitir o saneamento, estabilização e consolidação fi nanceira das empresas, bem como a sua modernização, eventual redimensionamento<br />

e a criação, manutenção e qualifi cação do emprego.<br />

O FIEAE tem como destinatários empresas economicamente viáveis, ainda que enfrentando eventuais difi culdades fi nanceiras, cuja situação esteja<br />

regularizada com a Segurança Social e com o Fisco. O FIEAE exclui empresas do sector imobiliário.<br />

Durante o ano de 2009 deram entrada 129 projectos no FIEAE, dos quais, até Dezembro de 2009, foram 34 aprovados e 23 rejeitados. As operações<br />

aprovadas totalizaram 137,3 M€, envolvendo 7.400 postos de trabalho. Até ao fi nal do ano, foi possível celebrar 13 escrituras das 34 operações<br />

aprovadas.<br />

V.O PLANO DE ACÇÃO CONTRA A CORRUPÇÃO<br />

Dando cumprimento às orientações emanadas pelo Conselho da Prevenção da Corrupção, o Conselho de Administração aprovou o Plano de Acção<br />

contra a Corrupção em Dezembro de 2009.<br />

EVOLUÇÃO FINANCEIRA<br />

I. TURISMO FUNDOS<br />

Em 2009 os fundos sob gestão aumentaram 94%, de cerca de €108 milhões para cerca de €209 milhões. Este aumento deveu-se, essencialmente,<br />

ao novo fundo gerido pela Turismo Fundos – o FIEAE, cujo valor global líquido ascendeu, em 31 de Dezembro de 2009, a cerca de € 99,7 milhões.<br />

Importa contudo salientar que o FIEAE não é um fundo imobiliário strictu sensu, na medida em que foi constituído por legislação própria e não é<br />

supervisionado pela CMVM, pelo que se este fundo não for considerado, os fundos sob gestão aumentaram 2%, de cerca de €108 milhões para<br />

cerca de €110 milhões.<br />

A capacidade não utilizada de gestão de fundos reduziu-se ligeiramente (€695 milhões a 31 de Dezembro de 2009 versus €743 milhões um ano<br />

antes), apesar de se manter elevada.<br />

No exercício de 2009, como nos anos anteriores, o resultado líquido voltou a crescer e de forma mais acentuada, como efeito da gestão de mais<br />

um fundo.<br />

O resultado líquido do exercício aumentou cerca de 53% relativamente ao ano anterior, passando de 233.423 €, em 2008, para 357.994 €, em<br />

2009. Esta situação resulta do efeito conjugado do:<br />

► aumento dos proveitos, em cerca de 114%, devido ao crescimento, em cerca de 105%, da rubrica comissões, que representa 90% do total dos<br />

proveitos e ao crescimento da rubrica outros resultados de exploração, que representa 6% do total dos proveitos;<br />

► crescimento registado nos custos de exploração, que conheceram um acréscimo de cerca de 156%, como resultado, essencialmente, do aumento<br />

dos gastos gerais administrativos (299%) e dos custos com pessoal (71%).<br />

2<br />

Evolução do Património Imobiliário<br />

1999-2009<br />

6,75%<br />

6,56%<br />

6,31%<br />

5,99%<br />

5,31%<br />

5,40%<br />

5,50%<br />

4,71%<br />

4,68%<br />

4,48%<br />

4,18%<br />

33.129.22432.897.314<br />

32.218.450<br />

30.507.588<br />

28.375.672 28.708.211 29.233.954<br />

27.423.577<br />

28.106.286<br />

23.500.116<br />

19.950.180<br />

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009<br />

património yield bruta<br />

6,64%<br />

5,95%<br />

5,04%<br />

Evolução do Património Imobiliário<br />

2001 - 2009<br />

65.113.468 €<br />

6,32%<br />

5,51%<br />

5,15%<br />

4,59% 4,51% 4,80%<br />

63.756.386 €<br />

56.070.626 €<br />

53.336.784 €<br />

43.241.954 €<br />

38.200.442 €<br />

23.370.857 € 35.993.884 €<br />

9.964.186 €<br />

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009<br />

património yield bruta<br />

TURISMO FUNDOS<br />

(Euros)<br />

Variação<br />

Homóloga<br />

2008 2009<br />

Fundos sob gestão 107.844.713 209.434.500 94%<br />

FIIFT 36.221.255 35.702.733 -1%<br />

FIIFT II 71.623.458 74.026.202 3%<br />

FIEAE 99.705.565 n/a<br />

Fundos próprios 1.151.206 1.204.630 5%<br />

Capacidade de gestão 851.206.000 904.629.720 6%<br />

Uma vez que se assistiu a um aumento do resultado líquido e dos capitais próprios, a rendibilidade dos capitais próprios cifrou-se em 22,91% em<br />

2009, observando um acréscimo face ao valor de 16,86% ocorrido em 2008.<br />

O activo líquido, no montante de 1.953.591 €, registou um aumento face ao ano de 2008, de cerca de 31%.<br />

Os capitais próprios da sociedade ascendem a 1.562.624 €, representando 79,99% do activo líquido total, verifi cando-se elevados níveis de liquidez e<br />

solvabilidade, apesar do decréscimo deste rácio face ao ano anterior, 92,91%. O aumento dos capitais próprios em 2009 foi de 13%, como resultado<br />

da variação positiva das rubricas reservas, resultados transitados e resultados líquidos.<br />

O resultado corrente foi de 347.914,52 €, o qual acrescido dos outros resultados de exploração e de alienação de outros activos no valor de 135.412,53<br />

€ e deduzido da dotação para impostos sobre os lucros de 125.333,21 € determinou um resultado líquido do exercício de 357.993,84 €. Assim, em<br />

relação a 2008, verifi cou-se um aumento de cerca de 8% do resultado corrente e de 53% do resultado líquido.<br />

II. FIIFT<br />

PRINCIPAIS INDICADORES<br />

III. FIIFT II<br />

PRINCIPAIS INDICADORES<br />

IV. FIEAE<br />

PRINCIPAIS INDICADORES<br />

PROPOSTA DE APLICAÇÃO DOS RESULTADOS<br />

Nos termos da alínea f) do nº 5 do artigo 66º do Código das Sociedades Comerciais, propõe-se a seguinte aplicação do resultado do exercício no<br />

valor de 357.993,84 €:<br />

Reserva Legal 35.799,38 €<br />

Resultados Transitados 142.194,46 €<br />

Dividendos 180.000,00 €<br />

EVOLUÇÃO PREVISÍVEL DA SOCIEDADE<br />

Face ao reconhecido papel que os fundos de investimento imobiliário podem desempenhar como instrumentos de alavancagem fi nanceira, é de<br />

prever, na actual conjuntura que haverá um aumento do número e valor global das operações de investimento, quer ao nível do sector do turismo,<br />

quer ao nível dos outros sectores.<br />

No âmbito das prioridades estratégicas oportunamente consagradas em Assembleia Geral, o Conselho de Administração prosseguirá a identifi cação<br />

de projectos turísticos inovadores, ao mesmo tempo que continuará atento a projectos de requalifi cação em destinos consolidados, a par dos que<br />

contribuam para a dinamização dos Pólos de Desenvolvimento Turístico e afi rmação dos Produtos Turísticos Estratégicos identifi cados no PENT.<br />

No âmbito do FIEAE, o Conselho de Administração norteará a sua actuação pelos princípios defi nidos no DL nº 104/2009 e no Regulamento de<br />

Operações.<br />

Antevê-se, a concretização de cerca de 35 novos investimentos, no montante global aproximado de € 130 milhões, repartidos entre o FIIFT, o FIIFT<br />

II e o FIEAE, estando previsto o levantamento de fundos adicionais para o efeito durante o ano de 2010.<br />

A Turismo Fundos continuará a apostar na diferenciação, inovação e capacidade dos seus recursos humanos, privilegiando os critérios de rigor e<br />

rendibilidade, esperando-se que 2010 seja um ano de reforço da componente de acompanhamento.<br />

DECLARAÇÃO E FACTOS RELEVANTES APÓS O TERMO DO EXERCÍCIO<br />

A sociedade gestora não tem acções próprias e durante o exercício em análise não adquiriu nem alienou acções próprias.<br />

Durante o exercício em análise não foram concedidas autorizações para negócios entre a sociedade e os administradores, abrangidos pelo artigo<br />

397º do Código das Sociedades Comerciais.<br />

O Conselho de Administração não tem conhecimento da ocorrência de factos relevantes após o termo do exercício.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

O Conselho de Administração agradece aqueles que colaboraram com a empresa ao longo deste ano de actividade, querendo destacar:<br />

• Os seus colaboradores directos pelo trabalho desenvolvido;<br />

• O Conselho Fiscal, pelo acompanhamento atento da actividade da empresa;<br />

• Os Accionistas, pela forma como distinguiram e apoiaram a empresa;<br />

• As Autoridades de Supervisão pelo apoio prestado.<br />

Lisboa, 2 de Março de 2010<br />

FIIFT II<br />

(Euros)<br />

TURISMO FUNDOS<br />

(Euros)<br />

Variação<br />

2008 2009 Homóloga<br />

Resultado Líquido 233.423 357.994 53%<br />

Proveitos 839.657 1.797.546 114%<br />

juros e rendimentos similares 41.537 38.205 -8%<br />

rendimentos de serviços e comissões 791.116 1.623.928 105%<br />

FIIFT 268.832 270.623 1%<br />

FIIFT II 522.284 547.826 5%<br />

FIEAE 805.479 n/a<br />

resultados de activos financeiros para venda 930 -100%<br />

resultados de alienação de outros activos 3.095 19.750 538%<br />

outros resultados de exploração 2.979 115.663 3783%<br />

Custos 512.876 1.314.219 156%<br />

juros e encargos similares 2.998 6.453 115%<br />

encargos com serviços e comissões 36.455 38.219 5%<br />

custos com pessoal 212.868 364.057 71%<br />

gastos gerais administrativos 220.009 877.817 299%<br />

amortizações do exercício 38.072 27.674 -27%<br />

resultados de activos financeiros para venda 1.454 -100%<br />

outros resultados de exploração 1.019 -100%<br />

Impostos 93.358 125.333 34%<br />

TURISMO FUNDOS<br />

(Euros)<br />

Variação<br />

2008 2009 Homóloga<br />

Activo líquido 1.490.276 1.953.591 31%<br />

Capitais próprios 1.384.630 1.562.624 13%<br />

RCP 16,86% 22,91% 36%<br />

Capitais próprios/Activo líquido 92,91% 79,99% -14%<br />

FIIFT<br />

(Euros)<br />

Variação<br />

2008 2009 Homóloga<br />

VGLF 36.221.255 35.702.733 -1%<br />

UP 7,24 7,14 -1%<br />

Proveitos 2.297.289 2.317.675 1%<br />

Custos 1.257.668 2.836.198 126%<br />

Resultado Líquido 1.039.621 -518.523 -150%<br />

2008 2009<br />

VGLF 71.623.458 74.026.202 3%<br />

UP 67,75 70,02 3%<br />

Proveitos 5.716.147 4.450.579 -22%<br />

Custos 1.958.779 2.047.835 5%<br />

Resultado Líquido 3.757.368 2.402.744 -36%<br />

FIEAE<br />

(Euros)<br />

2008 2009<br />

O Conselho de Administração<br />

Maria José Martins Catarino<br />

(Presidente)<br />

Jorge Manuel Rodrigues Umbelino<br />

(Vogal)<br />

Rui Manuel Martins Coelho Valente<br />

(Vogal Executivo)<br />

Ana Manuel Jerónimo Lopes Correia Mendes Godinho<br />

(Vogal Executivo)<br />

Célia Maria Castanheira de Moura Costa Cabral<br />

(Vogal Executivo)<br />

Alcides Saraiva de Aguiar<br />

(Vogal)<br />

Marco Paulo Salvado Neves<br />

(Vogal)<br />

Variação<br />

Homóloga<br />

Variação<br />

Homóloga<br />

VGLF 99.705.565 n/a<br />

UP 997,06 n/a<br />

Proveitos 556.885 n/a<br />

Custos 851.321 n/a<br />

Resultado Líquido -294.435 n/a


PUB<br />

TF TURISMO FUNDOS-SGFII, S.A.<br />

BALANÇO EM BASE INDIVIDUAL (NCA), EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009<br />

31-Dez-09 31-Dez-08<br />

Nota<br />

Activo Bruto<br />

Imparidade e<br />

Amortizações<br />

Activo Líquido Activo Líquido<br />

Nota 31-Dez-09 31-Dez-08<br />

Activo Passivo<br />

Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais 11 410,00 410,00 250,00 Passivos por impostos correntes<br />

18 55.496,21 25.843,28<br />

Disponibilidades à vista sobre instituições de crédito 12 34.647,98 34.647,98 6.901,68 Outros passivos<br />

19 335.471,58 79.803,24<br />

Aplicações em instituições de crédito 14 926.488,67 926.488,67 952.500,00<br />

Outros activos tangíveis 15 526.464,12 65.999,59 460.464,53 459.901,40 Total de Passivo 390.967,79 105.646,52<br />

Activos intangíveis 16 1.210,00 1.210,00 369,81<br />

Outros activos 17 531.580,17 531.580,17 70.353,35 Capital<br />

Capital<br />

20 375.000,00 375.000,00<br />

Outras reservas e resultados transitados 21 829.629,72 776.206,25<br />

Resultado do exercício<br />

357.993,84 233.423,47<br />

TOTAL DO ACTIVO<br />

Total de Capital 1.562.623,56 1.384.629,72<br />

2.020.800,94 67.209,59 1.953.591,35 1.490.276,24 TOTAL DE PASSIVO + CAPITAL<br />

1.953.591,35 1.490.276,24<br />

Outros dados:<br />

(95) RESPONSABILIDADES POR PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS<br />

(952) Valores administrados pela instituição: Valor global líquido do FIIFT em 31/12/2009 de 35.702.732,55 € / Valor global líquido do FIIFT II em 31/12/2009 de 74.026.201,78 € / Valor global líquido do FIEAE em 31/12/2009<br />

de 99.705.564,58 €<br />

O Ténico Oficial de Contas nº 3458 O Conselho de Administração<br />

TF TURISMO FUNDOS - SGFII, S.A.<br />

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS EM BASE INDIVIDUAL (NCA), EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009<br />

(euros)<br />

Nota 31-Dez-09 31-Dez-08<br />

Juros e rendimentos similares 4 38.205,34 41.537,10<br />

Juros e encargos similares 4 -6.453,22 -2.997,70<br />

Margem Financeira 31.752,12 38.539,40<br />

Rendimentos de serviços e comissões 5 1.623.928,47 791.116,37<br />

Encargos com serviços e comissões 5 (38.219,18) (36.454,66)<br />

Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 6 (524,27)<br />

Resultados de alienação de outros activos 19.750,00 3.095,00<br />

Outros resultados de exploração 7 115.662,53 1.959,76<br />

Produto Bancário 1.752.873,94 797.731,60<br />

Custos com pessoal 8 (364.056,61) (212.868,49)<br />

Gastos gerais administrativos 10 (877.816,55) (220.009,15)<br />

Amortizações do exercício 15 e 16 (27.673,73) (38.072,44)<br />

Resultado antes de impostos 483.327,05 326.781,52<br />

Impostos<br />

Correntes<br />

Diferidos<br />

18 (125.333,21) (93.358,05)<br />

Resultado após impostos 357.993,84 233.423,47<br />

Do qual: Resultado líquido após impostos de operações descontinuadas - -<br />

Resultado líquido 357.993,84 233.423,47<br />

Resultado por acção 4,80 3,11<br />

TF TURISMO FUNDOS-SGFII, S.A.<br />

DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÕES NOS CAPITAIS PRÓPRIOS<br />

DOS PERÍODOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008<br />

Outras reservas Reserva de<br />

Prémios Reserva e Resultados reavaliação Lucro do<br />

Capital de emissão legal transitados de justo valor exercício Total<br />

Saldos em 31 de Dezembro de 2007 375.000 - 234.513 492.524 390 209.170 1.311.596<br />

Distribuição do resultado líquido de 2007:<br />

- Constituição reserva legal 20.917 (20.917) -<br />

- Incorporação em resultados transitados 28.253 (28.253) -<br />

Distribuição de dividendos (160.000) (160.000)<br />

Reservas de reavaliação (390) (390)<br />

Resultado do exercício 233.423 233.423<br />

Saldos em 31 de Dezembro de 2008<br />

Distribuição do resultado líquido de 2008<br />

375.000 - 255.430 520.777 - 233.423 1.384.630<br />

- Constituição reserva legal 23.342 (23.342) -<br />

- Incorporação em resultados transitados 30.081 (30.081) -<br />

Distribuição de dividendos (180.000) (180.000)<br />

Reservas de reavaliação -<br />

Resultado do exercício 357.994 357.994<br />

Saldos em 31 de Dezembro de 2009 375.000 - 278.772 550.858 - 357.994 1.562.624<br />

(€)<br />

(euros)<br />

TF TURISMO FUNDOS-SGFII, S.A.<br />

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA - EXERCÍCIO DE 2009 (€)<br />

Notas TOTAL 2009 TOTAL 2008<br />

ACTIVIDADES OPERACIONAIS<br />

Recebimentos de Juros e Proveitos Equiparados 14.216,67 39.829,16<br />

Recebimento Comissão de Gestão FIIFT 270.794,94 268.360,95<br />

Recebimento Comissão de Gestão FIIFT II 586.208,15 519.878,02<br />

Recebimento Comissão de Gestão FIEAE 364.383,56<br />

Recebimento Avaliações FIEAE 139.181,28<br />

Pagamentos a Credores (335.858,44) (224.890,09)<br />

Pagamentos de IRS-Tdi (81.891,79) (32.882,15)<br />

Pagamentos de IVA/IMI (10.351,08) -<br />

Pagamentos de Imposto de Selo (25,00) (5,00)<br />

Pagamentos de Contribuições para a Segurança Social (50.829,71) (40.610,50)<br />

Pagamentos de Remunerações (216.223,02) (117.493,75)<br />

Pagamentos CGA/ADSE (12.188,18)<br />

Pagamento/Recebimento do imposto sobre o rendimento (95.680,28) (108.536,63)<br />

Pagamentos Consultores/Avaliadores FIEAE (403.969,05)<br />

Outros recebimentos/pagamentos relativos à actividade operacional -<br />

Fluxos das actividades operacionais (1)<br />

ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO<br />

Recebimentos provenientes de:<br />

167.768,05 303.650,01<br />

Imobilizações incorpóreas - -<br />

Imobilizações corpóreas - 3.095,00<br />

Reembolso Aplicações Financeiras<br />

Pagamentos respeitantes a:<br />

1.014.000,00 4.882.740,74<br />

Imobilizações incorpóreas - -<br />

Imobilizações corpóreas - -<br />

Subscrição Aplicações Financeiras (964.000,00) (5.041.282,09)<br />

Fluxos das actividades de investimento (2)<br />

ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO<br />

Recebimentos provenientes de:<br />

50.000,00 (155.446,35)<br />

Empréstimos obtidos - -<br />

Aumentos de capital, prestações suplementares e prémios de emissão - -<br />

Subsídios e doacções - -<br />

Venda de acções próprias - -<br />

Cobertura de prejuízos<br />

Pagamentos respeitantes a:<br />

- -<br />

Empréstimos obtidos - -<br />

Amortização de contratos de locação financeira e AOV (33.801,75) (17.897,91)<br />

Juros e custos equiparados - -<br />

Dividendos (156.060,00) (138.720,00)<br />

Reduções de capital e prestações suplementares - -<br />

Aquisição de acções próprias - -<br />

Fluxos das actividades de financiamento (3) (189.861,75) (156.617,91)<br />

VARIAÇÃO DE CAIXA E SEUS EQUIVALENTES (4)=(1)+(2)+(3)<br />

EFEITO DAS DIFERENÇAS DE CÂMBIO<br />

27.906,30 (8.414,25)<br />

CAIXA E SEUS EQUIVALENTES NO INÍCIO DO PERÍODO 3.9 7.151,68 15.565,93<br />

CAIXA E SEUS EQUIVALENTES NO FIM DO PERÍODO 3.9 35.057,98 7.151,68<br />

NOTAS À DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ANO DE 2009<br />

NOTA INTRODUTÓRIA<br />

A TF Turismo Fundos-SGFII, S.A., criada em 28 de Setembro de 1995 como resultado da parceria entre o Turismo de Portugal, ip (ex-Fundo de Turismo),<br />

a Caixa Geral de Depósitos e o Banco Espírito Santo, tem por objecto exclusivo a administração, gestão e representação de fundos de investimento<br />

imobiliário, fechados ou abertos, podendo designadamente adquirir e alienar quaisquer valores e exercer os direitos directa ou indirectamente<br />

relacionados com os bens do fundo.<br />

NOTA 1 – BASES DE APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E COMPARABILIDADE<br />

De acordo com o Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho, as sociedades cujos valores mobiliários estiverem<br />

admitidos à negociação num mercado regulamentado de qualquer Estado membro, devem elaborar as suas contas consolidadas em conformidade<br />

com as Normas Internacionais de Contabilidade, com início em 1 de Janeiro de 2005. O referido regulamento estabelece ainda que, as sociedades cujos<br />

valores mobiliários não estejam admitidos à negociação num mercado regulamentado, os Estados membros podem permitir ou exigir que as contas<br />

individuais das sociedades e as suas contas consolidadas sejam elaboradas em conformidade com as normas internacionais de contabilidade.<br />

O Banco de Portugal, no uso da sua competência, determinou, através do Aviso n.º 1/2005, a regulamentação e aplicação das referidas normas e<br />

estabeleceu o modelo de reporte para as entidades sujeitas à sua supervisão. Na carta-circular n.º 102/2004/DSB, de 23 de Dezembro de 2004, o<br />

Banco de Portugal determina a adopção do modelo contabilístico para as instituições sujeitas à sua supervisão e que não se encontrem abrangidas<br />

pelo artigo 4º do Regulamento n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu.<br />

A instrução 9/2005, que altera a instrução 23/2004, vem defi nir a elaboração da informação relativa à situação analítica individual elaborada em<br />

conformidade com as NCA.<br />

Em conformidade, as demonstrações fi nanceiras foram preparadas com base nos registos contabilísticos, segundo a regulamentação emitida pelo<br />

Banco de Portugal, no uso da sua competência que lhe é conferida pelo n.º 1 do artigo 115º do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades<br />

Financeiras, aprovado pelo Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro e pelo artigo 13º do Decreto-Lei n.º 35/2005, de 17 de Fevereiro.<br />

As demonstrações fi nanceiras da sociedade relativamente a 31 de Dezembro de 2009 foram preparadas no pressuposto da continuidade das<br />

operações, a partir dos registos contabilísticos e respectivo suporte documental, mantidos de acordo com os princípios consagrados nas Normas<br />

de Contabilidade Ajustadas (NCA) e demais disposições emitidas pelo Banco de Portugal, na sequência da competência que lhe foi atribuída pelo<br />

Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro, tendo sido aprovadas para emissão pelo Conselho de Administração em 23 de Fevereiro de 2010 e<br />

estando sujeitas à aprovação da Assembleia Geral, convocada para o efeito, em 23 de Março de 2010.<br />

No exercício de 2009, as demonstrações fi nanceiras anuais a 31 de Dezembro de 2009 foram preparadas com base nas Normas de Contabilidade<br />

Ajustadas, na sequência da Carta-circular n.º 102/2004/DSB, de 23 de Dezembro de 2004 pelo que são comparáveis com as demonstrações<br />

fi nanceiras anuais a 31 de Dezembro de 2008 que foram preparadas com base nestas mesmas Normas.<br />

NOTA 2 – GESTÃO DO RISCO FINANCEIRO<br />

A actividade da Sociedade, dada a sua natureza, encontra-se exposta a uma variedade de riscos fi nanceiros que requerem a sua análise, avaliação,<br />

aceitação e gestão de um certo nível de risco ou combinações de risco. Assumir o risco é a essência da actividade fi nanceira e o risco operacional é<br />

uma consequência inevitável desta. O objectivo da Sociedade consiste portanto em obter equilíbrio apropriado entre o risco que assume e o proveito<br />

da sua actividade, minimizando potenciais efeitos adversos da sua performance fi nanceira.<br />

A actividade desenvolvida pela Sociedade compreende essencialmente a gestão de activos de Fundos de Investimento Imobiliários.<br />

2.1 Risco de Crédito<br />

A Sociedade não se encontra signifi cativamente exposta ao risco de crédito, uma vez que esta actividade não lhe é permitida. O risco de crédito é<br />

aplicável apenas às suas aplicações fi nanceiras.<br />

Na perspectiva da actividade dos fundos, e enquanto gestora dos mesmos, o risco de crédito dos activos que compõem a carteira dos mesmos é<br />

avaliado de acordo com a política de investimento defi nida nos prospectos dos fundos.<br />

2.2 Risco de Mercado<br />

O risco de mercado pelas características específi cas da actividade da Sociedade e pela composição do seu balanço, raramente é aplicável. A Sociedade<br />

não assume riscos de mercado relevantes, contudo o risco de mercado dos activos, que compõem a carteira dos fundos, está essencialmente<br />

associado ao risco de fl utuações da taxa de juro, por via das actualizações das rendas e do risco da taxa de ocupação dos imóveis que são factores<br />

importantes no desempenho da actividade dos fundos e que, em situações de mercado adversas, provocam um aumento da exposição dos fundos<br />

3


PUB<br />

a riscos não controlados directamente, o que tem impacto na valorização dos activos dos fundos e desta forma um efeito indirecto na Sociedade por<br />

via da comissão de gestão cobrada aos Fundos.<br />

2.2.1 Risco Cambial<br />

A sociedade detém exclusivamente activos e passivos denominados em euros, pelo que o seu risco cambial é nulo.<br />

2.2.2 Risco de Taxa de Juro<br />

O risco de taxa de juro associado a fl uxos de caixa corresponde ao risco dos fl uxos de caixa futuros de um instrumento fi nanceiro variarem devido a<br />

alterações nas taxas de juro de mercado.<br />

Uma vez que os proveitos da Sociedade advêm do desempenho dos fundos por si geridos, e tendo em consideração que as alterações nas taxas de<br />

juro de mercado têm um impacto na performance dos fundos, o risco a que a Sociedade está exposta traduz-se num impacto indirecto por via da<br />

comissão de gestão que é cobrada.<br />

2.3 Risco de Liquidez<br />

A Sociedade assume deliberadamente uma posição prudente e conservadora em matéria de gestão de liquidez, procurando manter em níveis<br />

confortáveis os principais indicadores.<br />

No que diz respeito à análise ao risco de liquidez, para além das obrigações de solvabilidade a que se encontra sujeito por força da regulamentação<br />

prudencial do Banco de Portugal, a Sociedade recorre ainda ao conceito de Gap de liquidez, que lhe permite o planeamento das responsabilidades<br />

de tesouraria, rentabilizando a utilização dos fundos sem provocar oscilações signifi cativas na sua solvabilidade. Compondo o Balanço pelos prazos<br />

de vencimento das operações activas, obtém-se uma posição desagregada (positiva) segundo os prazos residuais de vencimento das operações.<br />

NOTA 3 PRINCIPAIS PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS E CRITÉRIOS VALORIMÉTRICOS<br />

As Normas de Contabilidade Ajustadas refl ectem os princípios de reconhecimento contabilístico e de avaliação das IAS/IFRS, com excepção de algumas<br />

matérias, as quais o Banco de Portugal continua a regulamentar os procedimentos de contabilização e avaliação. São elas:<br />

(i) O crédito a clientes está sujeito à constituição de provisões específi cas e genéricas, que não poderão ser inferiores ao mínimo de referência nos<br />

termos do Aviso do Banco de Portugal nº 3/2005;<br />

(ii) Os activos tangíveis continuarão a ser valorizados ao custo de aquisição, salvo quando se realizem reavaliações extraordinárias, legalmente<br />

autorizadas, caso em que as mais-valias serão registadas em reservas legais de reavaliação; e<br />

(iii) O impacto ao nível das responsabilidades por pensões de reforma, resultante da aplicação da IAS 19 com referência a 31 de Dezembro de 2005,<br />

situação não aplicável à Sociedade.<br />

Em 2009, apesar da entrada em vigor do IAS 1 revisto, a Sociedade não procedeu à elaboração da Demonstração de Rendimento Integral, por não<br />

ser aplicável.<br />

Normas Contabilísticas recentemente emitidas<br />

A Sociedade optou por não aplicar as normas contabilísticas e interpretações recentemente emitidas, mas sem aplicação obrigatória em 2009.<br />

Actualmente, a Sociedade encontra-se a avaliar estas normas, mas é entendimento do Conselho de Administração que as mesmas não têm impacto<br />

relevante ou aplicação nas demonstrações fi nanceiras da Sociedade.<br />

Os custos e proveitos são reconhecidos de acordo com o princípio de especialização do exercício, sendo registados quando se vencem, independentemente<br />

do momento do seu pagamento ou recebimento.<br />

As demonstrações fi nanceiras foram preparadas de acordo com o princípio do custo histórico, com excepção dos activos e passivos registados ao<br />

justo valor, nomeadamente os activos fi nanceiros disponíveis para venda.<br />

3.1. ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA<br />

Os activos fi nanceiros disponíveis para venda são inicialmente reconhecidos pelo seu justo valor, e subsequentemente, as respectivas variações são<br />

reconhecidas em reservas, até que os investimentos sejam desreconhecidos ou seja identifi cada uma perda de imparidade, momento em que o valor<br />

acumulado dos ganhos e perdas potenciais registado em reservas é transferido para resultados. O justo valor é baseado em cotações de mercado.<br />

3.2. OUTROS ACTIVOS TANGÍVEIS<br />

As imobilizações corpóreas são registadas pelo seu custo de aquisição. As amortizações são calculadas por duodécimos com base no método das quotas<br />

constantes. As taxas de amortização utilizadas são as máximas fi scalmente aceites como custo, as quais refl ectem a vida útil esperada dos bens:<br />

3.3. OUTROS ACTIVOS INTANGÍVEIS<br />

Os custos incorridos com a aquisição de software são capitalizados, assim como as despesas adicionais necessárias à sua implementação. Estes<br />

custos são amortizados de forma linear ao longo da vida útil esperada destes activos a qual se situa normalmente entre 3 a 6 anos.<br />

3.4. LOCAÇÕES<br />

As operações de locação são classifi cadas como locação fi nanceira ou locação operacional em função da sua substância, cumprindo os critérios<br />

defi nidos no IAS 17 – Locações. São classifi cadas como locações fi nanceiras as operações em que os riscos e benefícios inerentes à propriedade de<br />

um activo são transferidos para o locatário. Todas as restantes operações de locação são classifi cadas como locações operacionais.<br />

Os pagamentos efectuados pela Turismo Fundos, devido a contratos de locação operacional são registados em custos nos períodos a que dizem<br />

respeito.<br />

3.5. BENEFÍCIOS AOS EMPREGADOS<br />

Remunerações variáveis aos empregados<br />

As remunerações variáveis (prémios de desempenho) aos colaboradores são decididas pelo Conselho de Administração sob proposta da Comissão<br />

Executiva e registadas directamente na rubrica de custos com o pessoal.<br />

3.6. RECONHECIMENTO DE RENDIMENTO DE COMISSÕES<br />

Comissão de Gestão<br />

Conforme previsto nos respectivos Regulamentos de Gestão dos Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Turístico e do Fundo de Investimento<br />

Imobiliário Fechado Turístico II é calculada mensalmente uma comissão de gestão sobre o valor do património líquido de cada Fundo, apurado com<br />

referência ao último dia de cada mês. A comissão de gestão é destinada à cobertura de todas as despesas de gestão, com excepção das despesas<br />

com compra, venda e arrendamento por conta do Fundo.<br />

Relativamente ao Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Turístico o cálculo da comissão de gestão obedece ao seguinte critério: se o valor do património<br />

líquido do Fundo for inferior a nove milhões novecentos e setenta e cinco mil e novecentos e cinquenta e oito euros, a comissão de gestão será de 1,75%<br />

ao ano; se o valor do património líquido se situar entre nove milhões novecentos e setenta e cinco mil e novecentos e cinquenta e oito euros e catorze<br />

milhões novecentos e sessenta e três mil novecentos e trinta e sete euros, a comissão de gestão será de 1,25% ao ano; quando o valor do património<br />

líquido for superior a dezanove milhões novecentos e cinquenta e um mil novecentos e dezasseis euros a comissão de gestão será de 0,75% ao ano.<br />

No que concerne ao Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Turístico II, o cálculo da comissão de gestão obedece ao seguinte critério: se o valor do<br />

património líquido do Fundo for inferior a setenta e cinco milhões de euros, a comissão de gestão será de 0,75% ao ano, se o valor do património líquido<br />

se situar entre setenta e cinco milhões de euros e cento e cinquenta milhões de euros, dividir-se-á este valor em duas partes: uma, igual a setenta e cinco<br />

milhões de euros à qual se aplicará a taxa de 0,75% ao ano; outra igual ao excedente a que se aplicará uma taxa de 0,5% ao ano, quando o património<br />

líquido do Fundo for superior a cento e cinquenta milhões de euros, dividir-se-á este valor em duas partes: uma, igual a cento e cinquenta milhões de<br />

euros à qual se aplicará a taxa de 0,625% ao ano; outra igual ao excedente, a que se aplicará uma taxa de 0,25% ao ano.<br />

O cálculo da comissão de gestão do Fundo Imobiliário Especial de Apoio às Empresas incide sobre o capital subscrito à taxa anual de 1,75%.<br />

Os rendimentos de comissões obtidos à medida que os serviços são prestados, são reconhecidos em resultados no período a que se referem, independentemente<br />

do momento do seu pagamento ou recebimento.<br />

3.7. IMPOSTO SOBRE LUCROS<br />

Os impostos sobre os lucros compreendem os impostos correntes e os impostos diferidos. Os impostos sobre os lucros são reconhecidos em resultados,<br />

excepto quando estão relacionados com itens que são reconhecidos directamente nos capitais próprios, caso em que são também registados por<br />

contrapartida dos capitais próprios. Os impostos reconhecidos nos capitais próprios, decorrentes da reavaliação de investimentos disponíveis para<br />

venda, são reconhecidos em resultados no momento em que forem reconhecidos os ganhos e perdas que lhes deram origem.<br />

Os impostos correntes são os que se esperam que sejam pagos com base no resultado tributável apurado de acordo com as regras fi scais em vigor<br />

e utilizando a taxa de imposto aprovada.<br />

Os impostos diferidos são calculados sobre as diferenças temporárias entre os valores contabilísticos dos activos e passivos e a sua base fi scal,<br />

utilizando as taxas de imposto aprovadas e que se espera virem a ser aplicadas quando as diferenças temporárias se reverterem.<br />

Os impostos diferidos passivos são reconhecidos para todas as diferenças temporárias tributáveis, das diferenças resultantes do reconhecimento<br />

inicial de activos que não afectam quer o lucro contabilístico quer o fi scal.<br />

Os impostos diferidos activos são reconhecidos apenas na medida em que seja expectável que existam lucros tributáveis no futuro capazes de<br />

absorver as diferenças temporárias dedutíveis.<br />

A sociedade encontra-se sujeita a tributação em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) e à correspondente derrama.<br />

De acordo com a legislação em vigor, as declarações fi scais da Sociedade estão, na generalidade dos casos, sujeitas a correcção por parte das<br />

autoridades fi scais durante um período de quatro anos contado a partir do exercício a que respeitam.<br />

As declarações fi scais da Sociedade relativas aos exercícios de 2005 a 2009 encontram-se ainda pendentes de revisão pelas autoridades fi scais.<br />

A Administração da Sociedade entende que as correcções resultantes de revisões/inspecções por parte das autoridades fi scais àquelas declarações<br />

fi scais de impostos não deverão ter um efeito signifi cativo nas Demonstrações Financeiras em 31 de Dezembro de 2009.<br />

3.8. RECONHECIMENTO DE JUROS<br />

Os resultados referentes a juros de activos fi nanceiros disponíveis para venda são reconhecidos na rubrica de juros e proveitos similares, utilizando<br />

a taxa efectiva.<br />

3.9. CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA<br />

Para efeitos da demonstração dos fl uxos de caixa, a rubrica de caixa e seus equivalentes engloba os valores registados no balanço com maturidade<br />

até 1 ano a contar da data de aquisição/contratação, onde se incluem os valores em caixa e as disponibilidades em outras instituições de crédito.<br />

NOTA 4 – MARGEM FINANCEIRA<br />

O valor desta rubrica é composto por:<br />

NOTA 5 – RESULTADOS DE SERVIÇOS E COMISSÕES<br />

Pelo exercício da actividade de gestão e representação do Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Turístico, do Fundo de Investimento Imobiliário<br />

Fechado Turístico II e do Fundo Imobiliário Especial de Apoio às Empresas, a sociedade cobra mensalmente uma comissão de Gestão para os dois<br />

primeiros e trimestralmente para o último, respectivamente, correspondendo à maioria dos proveitos realizados da sociedade.<br />

O valor desta rubrica é composto por:<br />

NOTA 6 – RESULTADOS DE ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA<br />

O valor desta rubrica é composto por:<br />

4<br />

Equipamento Anos de Vida Útil<br />

Mobiliário e material 8<br />

Máquinas e ferramentas 1<br />

Equipamento informático 3 - 4<br />

Instalações interiores 5 - 10<br />

Material de transporte 4<br />

31-12-2009<br />

(€)<br />

31-12-2008<br />

Rendimentos de serviços e comissões<br />

Comissão de Gestão 1.623.928 791.116<br />

Encargos com serviços e comissões<br />

1.623.928 791.116<br />

Outras comissões pagas 38.219 36.455<br />

38.219 36.455<br />

TOTAL 1.585.709 754.662<br />

31-12-2009<br />

(€)<br />

31-12-2008<br />

Proveitos<br />

Instrumentos de capital - Cxg Tesouraria 930<br />

0 930<br />

Custos<br />

Instrumentos de capital - Cxg Moeda 1.454<br />

0 1.454<br />

TOTAL 0 -524<br />

31-12-2009<br />

(€)<br />

31-12-2008<br />

Juros e rendimentos similares<br />

Juros de aplicações em inst. de crédito 38.205 41.537<br />

Juros e encargos similares<br />

38.205 41.537<br />

Outros juros e encargos similares 6.453 2.998<br />

6.453 2.998<br />

TOTAL 31.752 38.539<br />

NOTA 7 – OUTROS RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO<br />

O valor desta rubrica é composto por:<br />

A rubrica de Outros ganhos e rendimentos operacionais, no valor de 116.491 € (2008: 2.979 €), corresponde ao valor pago pelos arrendatários relativamente<br />

ao reembolso do valor das avaliações de imóveis, visível na NOTA 9 – GASTOS GERAIS ADMINISTRATIVOS, na sub-rubrica “Avaliadores Externos”.<br />

NOTA 8 – CUSTOS COM PESSOAL<br />

O valor dos custos com pessoal é composto por:<br />

31-12-2009<br />

(€)<br />

31-12-2008<br />

Remunerações 312.642 180.514<br />

Orgãos de gestão e de fiscalização 157.971 47.389<br />

Empregados 154.671 133.125<br />

Encargos sociais obrigatórios 44.419 28.575<br />

Outros encargos sociais obrigatórios 2.243 1.948<br />

Outros custos com pessoal 4.752 1.831<br />

TOTAL 364.057 212.868<br />

Em 2009, para fazer face ao aumento da actividade da Sociedade, foi reforçado o seu quadro técnico, tendo também sido nomeados dois novos<br />

membros para o Conselho de Administração.<br />

A rubrica “Outros encargos sociais obrigatórios” inclui os encargos incorridos com o seguro de acidentes de trabalho e a medicina no trabalho. A<br />

rubrica de “Outros custos com pessoal” inclui os encargos com o seguro de saúde dos empregados.<br />

Durante o exercício de 2009 o número médio de empregados ao serviço da sociedade foi de 8.<br />

NOTA 9 – POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO E REMUNERAÇÕES ATRIBUÍDAS AOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃO<br />

A Comissão de Vencimentos defi niu a remuneração a atribuir aos administradores da sociedade, procurando que a mesma refl icta o desempenho de<br />

cada um dos membros em cada ano do mandato e assente numa política que premeie os administradores com funções executivas pelo desempenho<br />

da sociedade a longo prazo, prosseguindo a satisfação dos interesses societários e a criação de valor para os accionistas.<br />

No âmbito das suas competências, a Comissão de Vencimentos estabeleceu os parâmetros de remuneração dos membros da administração com<br />

funções executivas, atendendo, especialmente, à complexidade, exigência e responsabilidade inerentes às funções a desempenhar, à situação<br />

económica da sociedade e à consonância com as remunerações praticadas no mercado para funções idênticas em sociedades congéneres.<br />

Realça-se que o Presidente da Comissão Executiva e as duas Administradoras propostas pelo Turismo de Portugal, I.P. exercem o mesmo cargo na<br />

sociedade TC Turismo Capital-SCR, S.A., não auferindo aquele remuneração na TF Turismo Fundos-SGFII, S.A..<br />

Os membros do Conselho de Administração não executivos, que acumulam funções com as de membros do Conselho Directivo do Turismo de<br />

Portugal, não auferem qualquer remuneração<br />

Em face da entrada em vigor do novo Regime Jurídico do Gestor Público, aprovado pela Lei nº 71/2007, de 27 de Março, designadamente do disposto<br />

no seu art.º 31º, as condições remuneratórias foram revistas pela comissão de vencimentos.<br />

Nos termos estatutários, os accionistas da sociedade podem deliberar, em cada assembleia-geral ordinária de aprovação das contas do exercício,<br />

a atribuição casuística de prémios de gestão aos administradores, os quais terão por referência os resultados obtidos, podendo ser fi xados percentualmente<br />

sobre os resultados líquidos do exercício e só serão entregues após a afectação dos montantes necessários à constituição ou reforço<br />

das reservas legais ou contratuais.<br />

Seguindo uma política de contenção, desde 2005 que não são atribuídos prémios de gestão aos administradores e a última actualização da remuneração<br />

fi xa dos administradores com funções executivas e dos membros do órgão de fi scalização foi feita em 1 de Maio de 2008.<br />

Não existe qualquer tipo de plano de atribuições de acções ou de opções de aquisição de acções por parte dos membros dos órgãos de administração<br />

e de fi scalização.<br />

Da mesma forma, não houve qualquer remuneração paga sob a forma de participação nos lucros, bem como qualquer indemnização paga a exadministradores,<br />

executivos ou não executivos, relativamente à cessação das suas funções, não existindo qualquer tipo de acordo ou política defi nida<br />

quanto aos termos de eventuais compensações a pagar a administradores da sociedade nestes casos.<br />

Não existe também nenhum regime complementar de pensões ou de reformas para os administradores da sociedade.<br />

Os administradores não auferem, a título de remuneração, qualquer benefício não pecuniário relevante.<br />

Pelo facto dos membros não executivos do Conselho de Administração não terem responsabilidades na operacionalização das estratégias defi nidas,<br />

não são remunerados.<br />

As remunerações atribuídas durante o exercício de 2009 são conforme segue:<br />

NOTA 10 – GASTOS GERAIS ADMINISTRATIVOS<br />

O valor desta rubrica é composto por:<br />

A rubrica “Outros custos” inclui os encargos incorridos com serviços externos.<br />

A rubrica de Gastos Gerais Administrativos apresentou um crescimento de 220.009 € em 2008, para 877.817 € em 2009. Esta evolução deve-se,<br />

essencialmente: (i) à rubrica de Consultores e auditores externos, que engloba os custos de consultoria para avaliação dos projectos do FIEAE, e (ii)<br />

Avaliadores externos, que contempla em 2009 as avaliações dos imóveis do FIEAE.<br />

NOTA 11 – CAIXA E DISPONIBILIDADES EM BANCOS CENTRAIS<br />

A rubrica de caixa apresenta em 31 de Dezembro de 2009 um saldo de € 410,00 sendo que a 31 de Dezembro de 2008 apresentava um saldo<br />

de € 250,00.<br />

NOTA 12 – DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO<br />

Esta rubrica, a 31 de Dezembro de 2009 e 31 de Dezembro de 2008, é analisada como se segue:<br />

NOTA 14 – APLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO<br />

Esta rubrica no fi nal do exercício de 2009 é analisada como se segue:<br />

31-12-2009<br />

(€)<br />

31-12-2008<br />

Outros proveitos operacionais<br />

Outros ganhos e rendimentos operacionais 116.491 2.979<br />

Outros custos operacionais<br />

116.491 2.979<br />

Impostos indirectos 358 79<br />

Impostos directos 470 940<br />

828 1.019<br />

TOTAL 115.663 1.960<br />

Remunerações €<br />

Fixa Variável<br />

Conselho de Administração<br />

- Presidente (TP, ip) - -<br />

- Vogal em nome próprio - -<br />

- Presidente da Comissão Executiva em nome próprio - -<br />

- Vogal Executivo em nome próprio 62.284<br />

- Vogal Executivo em nome próprio 62.305<br />

- Vogal Executivo (CGD, S.A.) - -<br />

- Vogal Executivo (BES, S.A.) 20.585 -<br />

145.174 -<br />

Conselho Fiscal<br />

- Presidente em nome próprio 5.894 -<br />

- Vogal em nome próprio 5.409 -<br />

11.303 -<br />

31-12-2009<br />

(€)<br />

31-12-2008<br />

Água, energia e combustíveis 6.458 4.357<br />

Material de consumo corrente 8.817 5.677<br />

Publicidade e publicações 28.795 3.868<br />

Material de Higiene e Limpeza 281 118<br />

Outros Fornecimentos 724 32<br />

Rendas e alugueres 17.909 9.438<br />

Comunicações e expedição 10.695 6.853<br />

Deslocações e representação 26.078 15.639<br />

Conservação e reparação 20.718 17.935<br />

Transportes 144<br />

Formação de Pessoal 1.720 1.073<br />

Seguros 4.506 4.886<br />

Avenças e honorários 75.440 40.612<br />

Judiciais, contencioso e notariado<br />

Outros serviços especializados<br />

1.138 4.426<br />

Consultores e auditores externos 439.140 3.319<br />

Avaliadores externos 193.213 52.672<br />

Criação/Registo Marca 2.640<br />

Serviço BPnet 1.272 723<br />

CGD Cargo de Vogal de CA<br />

Outros serviços de terceiros<br />

23.134 20.839<br />

Arquivo e Depósito 802 557<br />

Contabilidade 7.644 12.074<br />

Controlo Interno 4.200 2.423<br />

Outros custos 4.989 9.847<br />

TOTAL 877.817 220.009<br />

(€)<br />

31-12-2009 31-12-2008<br />

Depósitos à ordem 34.648 6.902<br />

31-12-2009<br />

(€)<br />

31-12-2008<br />

Aplicações em inst. de crédito no país<br />

Depósitos a prazo 900.000 950.000<br />

Juros 26.489 2.500<br />

926.489 952.500<br />

As aplicações sobre instituições de crédito dizem respeito a depósitos a prazo com vencimento entre 3 meses a 1 ano, a taxas correntes de mercado.


Este suplemento faz parte integrante do Diário <strong>Económico</strong> Nº 4880 não<br />

pode ser vendido separadamente | 29 Abril 2010<br />

INOVAÇÃO<br />

&TECNOLOGIA<br />

Gadget<br />

Samsung<br />

lança o E60,<br />

oprimeiro<br />

‘e-reader’ para<br />

Portugal.<br />

P. IV<br />

Katty Xiomara<br />

Criadora de<br />

moda quer um<br />

‘desktop’ táctil<br />

(e não vive<br />

sem iPhone).<br />

P. VII<br />

4G<br />

Eles já trabalham na<br />

futura geração móvel<br />

Motorola, Cisco e Alcatel-Lucent são três das empresas que estão a desenvolver<br />

a tecnologia LTE que deve chegar ao mercado em 2011. Saiba tudo o que vai mudar.<br />

P. II<br />

Como dois arquitectos<br />

reinventaram as caixas do Ikea<br />

Os portugueses Diogo Aguiar e Teresa Otto transformaram 420 caixas de plástico num bar.<br />

A ideia inovadora está a ter destaque na imprensa internacional. P. VII


II<br />

INOVAÇÃO&TECNOLOGIA HOME PAGE<br />

Redes móveis<br />

àvelocidadedaluz<br />

chegam em 2011<br />

Chamam-lhe LTE ou 4ª geração móvel. O que traz de novo? Velocidades<br />

de dados mais rápidas e novos serviços para telemóveis, PC e televisão.<br />

Dentro de dois anos, vai<br />

ser possível ver no telemóvel<br />

um vídeo do Youtube<br />

sem falhas, fazer o<br />

‘download’ de um filme<br />

em cerca de um minuto<br />

e ter Mobile TV em<br />

tempo real. É esta a utopia<br />

do Long Term Evolution (LTE ), que já está<br />

em fase de testes e que deverá substituir, em<br />

breve,aactualredemóvel3G(3ªgeração).<br />

Fabricantes e operadores de telecomunicações<br />

têm-se desdobrado em parcerias e testes-piloto,<br />

num esforço de implementação<br />

desta tecnologia. Apesar dos avanços, e tecnicismos<br />

à parte, para o consumidor final ainda<br />

não é claro quais as vantagens que esta evolução<br />

pode trazer. “As aplicações que mais vão<br />

beneficiarcomoLTEsãoasligadasàtransmissão<br />

de grande quantidade de informação,<br />

como o vídeo”, e ainda a partilha de redes sociais,dizAlexandreRodrigues,directordaMotorola<br />

Portugal, ao Diário <strong>Económico</strong>. Para a<br />

fabricante, o LTE já é uma realidade em mercadoscomoaÁsiaouoMédioOriente.<br />

Além dos dispositivos pessoais para o utilizador<br />

– como o telemóvel, computador e televisão–oLTEvaipermitiràsredesmóveispraticamente<br />

o mesmo que a fibra óptica permite<br />

à rede fixa: telemedicina, sistemas de telepresença,<br />

monitorização remota de casa, controlo<br />

dos sistemas de segurança própria e uma<br />

nova forma de lidar com o entretenimento e a<br />

Internet. Em Portugal a Anacom, regulador<br />

das telecomunicações, ainda não regulou as<br />

frequências para o LTE, algo que deverá acontecer<br />

no final deste ano. A expectativa de Alexandre<br />

Rodrigues é que a implementação, nos<br />

paíseseuropeus,aconteçasóem2011.<br />

Também a Cisco já está a realizar testes com<br />

dez operadores em todo o mundo. “É expectável<br />

que surjam novos conceitos de equipamentosmóveisqueconjuguemaimplementaçãode<br />

uma aplicação específica com novas capacidades<br />

de comunicação sem fios”, diz Vírginia Teixeira,<br />

engenheira electrotécnica da Cisco. Telemóveis,PDA,PC,consolasdejogose‘e-readers’<br />

sãoalgunsdosequipamentosquevãoconhecer<br />

novos horizontes com o LTE. Contudo, a mas-<br />

1.Oqueéo‘LongTerm<br />

Evolution’ (LTE)?<br />

O ‘Long Term Evolution’ (em português,<br />

Evolução a Longo Prazo) é uma tecnologia<br />

móvel, também conhecida como 4G, de elevada<br />

performance. Ou seja, permite velocidades<br />

mais rápidas e uma maior capacidade<br />

da rede móvel. As velocidades atingem<br />

um máximo de 326 MB no ‘download’ (transferência<br />

de dados de um servidor para um<br />

PC ou MP3) e 86 no ‘upload’ (transferência<br />

de dados de um PC para um servidor).<br />

Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira – 29.04.2010<br />

Oquefaz<br />

hoje...<br />

com 3G<br />

- ‘High-definition’ (HD)<br />

em separado para<br />

cada televisão.<br />

- ‘Streaming’ (forma de<br />

distribuir informação<br />

multimédia em rede)<br />

no telemóvel com<br />

‘delay’ (atraso de<br />

alguns segundos).<br />

- Telepresença ou<br />

telemedicina na rede fixa.<br />

- 1 hora para fazer<br />

download’ de 1 GB<br />

- ‘Upload’ de uma<br />

fotografia com 2MB<br />

em 11 segundos.<br />

...efaráa<br />

partir de 2011<br />

com LTE<br />

- Transmissão de<br />

três vídeos de HD<br />

para uma televisão.<br />

- 3D e televisão no móvel<br />

com ‘streaming’ em<br />

tempo real.<br />

-Visualizaçãodevídeos<br />

e ‘download’ de ficheiros<br />

no carro.<br />

- Telepresença ou<br />

telemedicina<br />

na rede móvel.<br />

- Cerca de dois minutos<br />

para fazer ‘download’<br />

de 1 GB.<br />

- ‘Upload’ de uma<br />

fotografia de 2MB em<br />

menos de um segundo.<br />

2. O que diferencia<br />

esta tecnologia do 3G?<br />

O LTE será a tecnologia do futuro<br />

para as redes móveis. Uma maior<br />

velocidade, rapidez e eficiência<br />

do espectro vão permitir responder<br />

ao crescimento de tráfego de dados<br />

previsto. O facto de suportar diversas<br />

larguras de banda tem especial<br />

importância numa altura em que<br />

a banda larga móvel tem tido<br />

um crescimento exponencial.<br />

sificação da tecnologia vai depender da “disponibilização<br />

e qualidade dos terminais móveis”.<br />

António Beato Teixeira, presidente da Alcatel-Lucent<br />

Portugal, garante que “como estaremos<br />

equipados com alta velocidade, em modo<br />

móvel e com o aumento da qualidade dos ecrãs,<br />

vamos poder fazer dos conteúdos, texto, imagens,sonsevídeosaquiloquenosapetecer,sem<br />

esforçonemespecializaçãotécnica”.<br />

Econcretizaestanovarealidade:“vaipermitir<br />

que olhemos para a fachada de um museu<br />

numa cidade e consultar imediatamente quais<br />

as obras mais importantes, os horários, ter<br />

acesso a uma visita virtual ou comprar um bilhete”.<br />

O responsável destaca ainda, fora das<br />

comunicações móveis, o ‘connected car’ (carro<br />

com Internet): “possui capacidades inovadoras<br />

ao nível do entretenimento, informação e serviços<br />

de segurança, controlo da domótica do<br />

lar, navegação por GPS e monitorização do estadodoveículoedasestradas.”<br />

A demonstração foi feita em Aveiro, na passadasemana,emparceriacomaTMN.Aoperadora<br />

anunciou que estava a fazer testes do LTE<br />

em ambiente real e que os clientes já poderão<br />

aceder a conteúdos 3D no telemóvel, no PC ou<br />

na televisão. Fonte oficial da Optimus diz que<br />

ainda este ano dará início aos testes. “Com o<br />

LTE os utilizadores vão sentir menos latência<br />

(segundos que uma página demora a abrir) e<br />

qualidadedeserviçomaiscontrolada”.<br />

Também os dados vão passar a circular<br />

num volume muito maior. Se hoje acedemos à<br />

Internet, ao e-mail e a redes sociais através do<br />

telemóvel com o LTE poderemos fazê-lo com<br />

uma rapidez semelhante à do computador.<br />

“A tecnologia LTE será a base de suporte<br />

para serviços de dados e aplicações mais ricas<br />

e mais interactivas”, diz fonte oficial da Vodafone,<br />

que defende que “um dos factores que<br />

condiciona o lançamento desta tecnologia<br />

num período mais curto é a disponibilização<br />

do mercado de equipamentos que a suportem”.<br />

A empresa já começou os testes há vários<br />

meses e garante que “caso estejam reunidas<br />

as condições regulatórias e tecnológicas<br />

consideramos possível que os serviços possam<br />

ser comercialmente lançados dentro de<br />

um a dois anos”. Por Cátia Simões<br />

Long Term Evolution… em versão descomplicada<br />

3. Quando entrará<br />

na fase comercial?<br />

Os especialistas acreditam que esta<br />

tecnologia arrancará em força já em<br />

2011. Até agora as operadoras, como<br />

a TMN e a Vodafone, têm avançado<br />

com testes-piloto. A primeira foi a<br />

escandinava Telia Sonera, 14 de<br />

Dezembro de 2009 nas cidades de<br />

Estocolmo e Oslo. E a Samsung já criou<br />

um telemóvel que opera as duas redes<br />

em simultâneo.


HOME PAGE INOVAÇÃO&TECNOLOGIA III<br />

Paulo Alexandre Coelho Paula Nunes<br />

Alexandre<br />

Rodrigues<br />

MOTOROLA<br />

“LTE para o consumidor<br />

final significa a<br />

possibilidade de receber e<br />

transmitir mais conteúdos<br />

quando e onde quiser.”<br />

Virgínia Teixeira<br />

CISCO<br />

“Há uma maior facilidade<br />

na utilização dos<br />

terminais. Podemos passar<br />

de um serviço de um<br />

terminal para o outro sem<br />

precisar de interromper a<br />

aplicação e podem surgir<br />

novas aplicações que até<br />

agora não resultariam.”<br />

António Beato<br />

Teixeira<br />

ALCATEL-LUCENT<br />

“Ver vídeo em alta<br />

definição ou 3D passa<br />

a ser possível e isso vai<br />

trazer benefícios para<br />

o cidadão na informação,<br />

entretenimento e trabalho,<br />

no apoio médico remoto<br />

ou aulas com vídeo<br />

conferência.”<br />

Quinta-Feira – 29.04.2010 Diário <strong>Económico</strong>


IV<br />

INOVAÇÃO&TECNOLOGIA MENU<br />

Páre, sente-se<br />

e ‘ligue’ um livro<br />

A Samsung lança em Junho o primeiro ‘e-reader’ em Portugal.<br />

A Editora Babel vai disponibilizar livros em formato digital.<br />

Quem gosta de livros já<br />

deve ter experimentado<br />

ler um exemplar num ‘ereader’<br />

(leitor digital).<br />

Dizem os especialistas<br />

que a leitura de um livro<br />

em formato digital ainda<br />

não é consensual: ou se<br />

odeia ou se adora. Mas a verdade é que a moda<br />

dos ‘e-books’ está a chegar a Portugal e os fabricantes<br />

de electrónica de consumo já começaramarevelarosseustrunfos.<br />

A Samsung Electrónica Portuguesa lança<br />

emJunhooE60,oprimeiro‘e-reader’damarca<br />

a chegar ao mercado português. Com um ecrã<br />

táctil de 6 polegadas, a Samsung garante que o<br />

visor é iluminado como se fosse luz natural, o<br />

que lhe dá uma aparência semelhante à do papel<br />

impresso ao mesmo tempo que protege os<br />

olhos. Além disso, o ‘e-reader’ da Samsung consome<br />

pouca energia, o que significa que quatro<br />

horas de carga dão para uma semana de utilização,<br />

dependendo sempre do uso diário.<br />

Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira – 29.04.2010<br />

PARA E-BOOKS<br />

EM PORTUGUÊS<br />

Biblioteca Nacional<br />

Digital permite o acesso<br />

gratuito à cópia digital de<br />

15 mil livros, publicações<br />

periódicas e outros.<br />

Projecto Gutenberg,<br />

criado em 1971, é a mais<br />

antiga biblioteca digital.<br />

Conta com 30 mil livros.<br />

European é conhecida<br />

como a biblioteca digital<br />

da UE. O projecto iniciouse<br />

com cerca de 2 milhões<br />

de livros.<br />

Google Books é outro<br />

arquivo digital de obras e<br />

textos.<br />

WikiSource tem perto 85<br />

mil textos em português<br />

que podem ser descarregadas<br />

em formato PDF.<br />

Para incentivar as vendas, a Samsung fez uma<br />

parceria com a editora Babel para disponibilizarconteúdosparao‘e-reader’.Quemcomprar<br />

o E60 terá acesso privilegiado aos mais recentes<br />

títulos desta editora, bastando para tal acederemaoservidoreadquirirolivro.<br />

Além disso, o Samsung E60 permite escrever<br />

directamente no visor, assinalar as selecções<br />

de leitura, calendários e notas de agenda<br />

com uma caneta electromagnética. Para Paulo<br />

Costa, director de vendas da unidade de negócio<br />

de IS da Samsung, “o livro em papel nunca<br />

irá acabar, nem é isso que pretendemos ao disponibilizarmos<br />

este equipamento. Pretendemos,issosim,tornaraleituraacessívelatodose<br />

em qualquer lugar.” Mas este ‘e-reader’ tem alguns<br />

concorrentes de peso. A Amazon. que lançou<br />

o Kindle. está a investir na plataforma que<br />

permite carregar conteúdos em diversas línguas,<br />

incluindo em português. Também a Sony<br />

está na corrida e o seu e-reader PRS-600 Reader<br />

Touch Edition já está à venda na loja online<br />

www.pixmaina.com/pt. Por SaraPiteiraMota<br />

CONCORRENTES<br />

Amazon Kindle<br />

O‘e-reader’daAmazonfoioprimeiroa<br />

surgir no mercado. A última versão, o<br />

DX, tem um ecrã de 9,7 polegadas e<br />

rede ‘wireless’. A Amazon já disponibilizaoequipamentoparaterritórionacional<br />

e alguns livros em português.<br />

Também será possível aceder, em breve,<br />

a jornais e revistas nacionais.<br />

PVP: a partir de € 190<br />

Sony PRS-600<br />

Com um ecrã sensível ao toque de<br />

seis polegadas tem capacidade para<br />

armazenar até 350 livros. A bateria<br />

tem autonomia para cerca de duas<br />

semanas e tem como mais-valia o<br />

facto de permitir fazer anotações à<br />

margem.<br />

PVP: sob consulta<br />

7 560 Éonúmerodeutilizadoresqueosis-<br />

Éonúmerodeequipamentoselectrónicosque<br />

cadaportuguêscomprou,emmédia,em2009.<br />

temaSkypetemnomundointeiro.


Este suplemento faz parte integrante do Diário <strong>Económico</strong> n.º 4880 e não pode ser vendido separadamente<br />

PROJECTOS<br />

ESPECIAIS<br />

29 de Abril de 2010<br />

NOVAS ENERGIAS Luke<br />

De onde virá<br />

a energia<br />

do futuro?<br />

● Conheça as tecnologias<br />

que estão em investigação<br />

● São as energias renováveis<br />

amigas do ambiente?<br />

● Licenciamentos em Portugal são<br />

os mais lentos da União Europeia<br />

MacGregor/Reuters


II Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

DESTAQUE<br />

NOVAS<br />

ENERGIAS<br />

DE<br />

José Manuel Perdigoto<br />

Director-Geral<br />

Direcção-Geral da Energia e Geologia<br />

“A alteração à<br />

legislação está a ser<br />

feita com o objectivo<br />

de um mercado<br />

mais flexível.<br />

Não pode haver um<br />

estrangulamento<br />

à criatividade.”<br />

Paulo Ferrão<br />

Director Geral MIT Portugal<br />

“Há poucos<br />

incentivos para as<br />

empresas investirem<br />

na investigação em<br />

energias renováveis.<br />

Projectos como<br />

o InovGrid são<br />

importantes para<br />

para chamar as<br />

empresas para junto<br />

das universidades.”<br />

ENERGIA<br />

INOVADORA<br />

“NÃO PODE HAVER um estrangulamento à criatividade<br />

nas energias renováveis”, afirma o director da DGEG.<br />

Irina Marcelino<br />

irina.marcelino@economico.pt<br />

De um processo de produção quase directo,<br />

que só tinha de ir da central para a rede e da<br />

rede para a casa dos consumidores, o futuro da<br />

produção de energia vai ser muito mais complexo.<br />

A electricidade, que surge em nossa casa<br />

sem pensarmos de onde vem, assim como os<br />

sistemas de aquecimento e arrefecimento, virão<br />

de muitas mais fontes: do vento (do meio do<br />

mar), do sol, do rio, do oceano, da madeira e até<br />

do lixo. Os nossos carros serão, um dia, eléctricos,<br />

usarão biocombustível ou andarão com recurso<br />

ao hidrogénio. Mas para que esse dia chegue,<br />

ainda há muitas coisas que têm de ser acertadas.<br />

E se, durante anos, nada ou quase nada se investiu<br />

em novas tecnologias, esquecidas à conta<br />

dos baixos preços dos combustíveis fósseis - há,<br />

no entanto, quem ainda discuta o fim do petróleo<br />

- , hoje as empresas e governos correm para<br />

descobrir a tecnologia ou o combustível mais<br />

completo. Mas não só. Futuramente terão de se<br />

desenvolver novas formas de ligação, armazenamento<br />

e distribuição de energia. E os próprios<br />

consumidores terão possibilidade de controlar<br />

toda a energia que consomem. Aliás, já<br />

começam a ter.<br />

A EDP Inovação, por exemplo, lançou um projecto<br />

neste sentido, o InovGrid (ver página 4<br />

deste suplemento), que visa dotar a rede eléctrica<br />

de informação e equipamentos capazes<br />

de automatizar a gestão das redes, melhorar a<br />

qualidade de serviço, diminuir os custos de<br />

operação e, principalmente, promover a eficiência.<br />

“Antes de pensar na geração de energia,<br />

teremos de colocar um enorme foco na<br />

eficiência energética”, afirmou fonte oficial da<br />

EDP Inovação ao Diário <strong>Económico</strong>. A empresa<br />

do Grupo EDP está, actualmente, envolvida<br />

em vários projectos de inovação em parceria<br />

com os segmentos de inovação de várias áreas<br />

de negócio do Grupo EDP. Grupo que, aliás,<br />

investiu em 2009 qualquer coisa como 41 milhões<br />

de euros em I&D. Entre os projectos está<br />

o Ondas de Portugal - cuja Companhia de<br />

Energia Oceânica foi adquirida pela EDP e<br />

pela Efacec, tendo uma infraestrutura montada<br />

em Aguçadoura - o projecto WindFloat,<br />

que tem em investigação projectos de eólicas<br />

‘offshore’, o Centro Demonstração CPV (tecnologiasdefotovoltaicoconcetrado),ojáreferido<br />

InovGrid e ainda o projecto de rede de<br />

carregamento de veículos eléctricos, um tema<br />

que, acredita a empresa, será “um vector de<br />

crescimento da EDP”. Até porque os próprios<br />

carros serão um factor de estabilidade para a<br />

PRIORIDADES NA INVESTIGAÇÃO<br />

■ A construção de eólicas nas<br />

cidades, as eólicas ‘offshore’,<br />

adaptação das torres eólicas ao meio<br />

ambiente, as células fotovoltaicas, as<br />

pilhas de combustível, o hidrogénio, o<br />

bioetanol ou o combustível feito a<br />

partir de algas, os veículos eléctricos,<br />

a energia das ondas. Além do<br />

software de gestão de sistemas que<br />

integração todas estas energias.<br />

Estas são algumas das tendências<br />

que marcarão o futuro da<br />

investigação no sector energético,<br />

que se quer mais amigo do ambiente<br />

e menos dependente dos<br />

combustíveisfósseis.Éoquedefende<br />

o ‘Research Prioritiies for Renewable<br />

Energy Technology by 2020<br />

and beyond’, feito pela EUREC,<br />

associação europeia<br />

de investigadores científicos<br />

em energias. I.M.<br />

rede, através do conceito V2G: os veículos<br />

compram energia à rede quando necessitam<br />

ou está barata e vendem-na quando não precisam<br />

ou esta está mais cara.<br />

Mas há muito mais inovação em Portugal. Quer<br />

nas empresas, quer nas universidades. Paulo<br />

Ferrão, director do MIT Portugal, lembra alguns<br />

casos de empresas e projectos inovadores<br />

na área da energia, nomeadamente da Efacec,da<br />

empresa Bruno Janz, o ISA e o próprio<br />

InovGrid, “importante para para chamar as empresas<br />

para junto das universidades.”<br />

No que respeita precisamente às universidades,<br />

Paulo Ferrão afirma existirem muitos casos de<br />

investigação em nichos ligados às renováveis. E<br />

acredita que Portugal terá algo a dizer no desenvolvimento<br />

de equipamentos, nomeadamente<br />

para as eólicas ‘offshore’ ou na energia fotovoltaica.<br />

Já Gustavo Fernandes, da Martifer Solar, destaca<br />

a importância da energia fotovoltaica: “Portugal<br />

tem excelente potencial”, referiu, também<br />

na conferência do Diário <strong>Económico</strong>, acrescentando:<br />

“Há centenas, senão milhares, de investigadores<br />

a trabalhar nesta área.”<br />

Teresa Ponce de Leão, presidente do Laboratório<br />

Nacional de Energia e Geologia (LNEG, o<br />

ex-INETI) afirma no entanto que “é um facto<br />

de que toda a investigação, mesmo a nível europeu,<br />

é pequena face às necessidades.”<br />

A Comissão Europeia já começou, entretanto, a<br />

incentivar as redes de conhecimento e trabalho<br />

conjunto, como é o caso da European Energy<br />

Research Alliance ou as European Industrial<br />

Initiatives, “que dependendo da maturidade<br />

tecnológica podem assumir o padrão de parcerias<br />

publico-privados ou programação conjunta<br />

a ser financiada parcialmente pela comissão”,<br />

recorda a responsável, que afirma ainda que<br />

Portugal seguiu a onda, criando pólos de competitividade<br />

e ‘clusters’ tecnológicos.<br />

E para potenciar a investigação, brevemente<br />

em Portugal será feita uma alteração à legislação<br />

com o objectivo de se ter um mercado<br />

mais flexível que permita o acesso a potências<br />

mais baixas por tecnologias inovadoras, disse,<br />

na semana passada, José Manuel Perdigoto, director<br />

geral da Direcção Geral de Energia e<br />

Geologia, na conferência Energias Renováveis,<br />

realizada pelo Diário <strong>Económico</strong>. “Não<br />

pode haver um estrangulamento à criatividade,<br />

tal como existe hoje”, afirmou, lembrando<br />

que é “necessário um sistema mais flexível,<br />

nomeadamente a atribuição de potência para<br />

as novas tecnologias.”<br />

Quanto a apoios financeiros para a investigação,<br />

José Manuel Perdigoto afirmou esta a preparar-se<br />

algumas linhas. E descartou quem critica<br />

o apoio público que é dado às renováveis:<br />

“todas as tecnologias que se lançam têm de ser<br />

incentivadas. O gás natural, quando foi lançado,<br />

foi financiado em termos de infraestruturas. O<br />

incentivo é necessário. É preciso perceber que<br />

vai haver retorno a médio-longo prazo.” Para o<br />

responsável, porém, é certo que, um dia, o apoio<br />

findará. E que os preços junto do consumidor<br />

final irão aumentar. “É nesse cenário que as tecnologias<br />

se tornarão rentáveis”, destacou.<br />

Uma coisa é certa: o paradigma energético, intensificado<br />

pela finitude dos hidrocarbonetos e<br />

os problemas ambientais, mudou. ■<br />

1<br />

3<br />

4


2<br />

OLIXODEREGRESSOASUACASA<br />

É mesmo assim: o lixo sai de sua casa para<br />

um dia voltar, através de uma lâmpada.<br />

Tudo porque a central incineradora Valorsul,<br />

em São João da Talha, transforma parte<br />

do lixo que queima em energia. E muita. São<br />

normalmente produzidos diariamente 1150<br />

MWh. No entanto, são exportados apenas<br />

1000 MWh, que daria para iluminar uma<br />

cidade com 100 mil habitantes. A diferença<br />

entre a energia produzida e a exportada<br />

corresponde à energia para consumo<br />

da própria Valorsul. Em 2009, a central<br />

de tratamento de resíduos sólidos urbanos<br />

produziu 343GWh, tendo injectado para<br />

a rede nacional 294 Gwh. Em breve,<br />

a Valorsul receberá o lixo de mais<br />

15 concelhos (19 no total).<br />

1. O lixo chega e é deitado num poço. Uma<br />

garra metálica pega nele e deita-o no forno;<br />

2. A sala de controlo da garra metálica;<br />

3. A luz que sai do forno onde o lixo está<br />

a ser queimado reflecte -se na cara<br />

de um colaborador;<br />

4. É nesta sala que o forno é controlado.<br />

Fotos: Ana Brígida<br />

ENTREVISTA<br />

TERESA PONCE DE LEÃO,<br />

Presidente do Laboratório<br />

Nacional de Energia e Geologia<br />

“Esperam-se<br />

grandes<br />

desenvolvimentos<br />

na eólica ‘offshore’”<br />

Há quanto tempo se devia ter começado a investigar<br />

tecnologias de produção de energia limpa<br />

para que hoje se usasse só este tipo de energia?<br />

Há muita incerteza e muitas variáveis neste<br />

processo de maximização da exploração das<br />

energias limpas que não permitem quantificar<br />

com exactidão quanto tempo se deveria ter dedicado<br />

à investigação. Mas estes desafios de<br />

longo prazo implicam estratégias de longo prazo<br />

que têm que ser sustentáveis e a aposta na<br />

capacitação tecnológica tem que seguir os padrões<br />

da sustentabilidade. Há inúmeros factores<br />

com implicações directas na valia das tecnologias,<br />

em particular com a análise de ciclo de<br />

vida, isto é, quanto custa uma tecnologia em<br />

termos económicos, sociais e ambientais desde<br />

o início, à produção da tecnologia, o seu fabrico,<br />

manutenção e até ao seu fim de vida.<br />

Quais são as cinco tecnologias actualmente em<br />

investigação em que deposita as suas esperanças?<br />

Aqui também não se deve falar de tecnologias<br />

isoladas, mas a curto prazo esperam-se grandes<br />

desenvolvimentos na eólica ‘offshore’, nas tecnologias<br />

do solar concentrado (térmico e fotovoltaico),<br />

novas técnicas de estimação de potencial<br />

de vento, geotermia estimulada e novas<br />

técnicas de estimação de potencial geotérmico<br />

e sua exploração, bio-energia e não consumo<br />

(redução das necessidades de consumo para<br />

igual conforto - ‘smart cities’).<br />

Pode dar exemplos portugueses de investigações<br />

a decorrer?<br />

T.Urban - microturbina eólica para ambiente urbano,<br />

bio-refinarias, novas baterias e ‘fuel cells’,<br />

novas técnicas de estimação do potencial geotérmico,<br />

integração de renováveis na rede eléctrica<br />

incluindo exploração dos veículos eléctricos<br />

como fonte de armazenamento de energia.<br />

Quais são os problemas com que ainda se debatem<br />

?<br />

As renováveis em geral têm uma enorme incerteza<br />

associada ao recurso natural. Em particular<br />

a energia do vento é aquela que, pelas suas característica<br />

e potencial instalado, coloca mais<br />

problemas em termos de garantia de produção,<br />

sem provocar falhas de abastecimento nem reduzir<br />

os padrões mínimos de segurança de funcionamento<br />

das redes eléctricas. As tecnologias<br />

de armazenamento seja conseguido através de<br />

bombagem de água para albufeiras, seja através<br />

de armazenamento térmico sobre a forma de<br />

vapor ou de novos materiais são fundamentais<br />

e uma área onde as instituições de investigação<br />

devem apostar.<br />

O nível de aposta em novas tecnologias é suficiente<br />

em Portugal? Porquê?<br />

O governo português aposta nesse rumos e tem<br />

sido pelo facto reconhecido internacionalmente.<br />

Está dependente da evolução tecnológica mas podemos<br />

dizer que o esforço é muito ambicioso.<br />

Quanto canaliza o LNEG para a investigação?<br />

A actividade do LNEG é investigar em<br />

energia e geologia para a sustentabilidade.<br />

O nosso orçamento de funcionamento, que<br />

financia a actividade foi em 2009 de 11milhões<br />

de euros que representam os custos<br />

directos. A este montante acresce 16,5 milhões<br />

de euros de salários dos investigadores<br />

e funcionários para apoio à investigação.<br />

■ I.M.<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> III


IV Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

Vitor Vieira, da AlgaFuel, já ganhou vários prémios de inovação, entre os quais o Prémio Europeu de<br />

Inovação 2009, com a Secil.<br />

Hidrogénio<br />

discutido em<br />

Torres Vedras<br />

■ Apesar das grande<br />

evolução recente, o<br />

hidrogénio ainda não é<br />

consensual. “O impacto<br />

ambiental depende da fonte<br />

que é usada para produzir<br />

hidrogénio”, destaca um<br />

estudodaEUREC.Em<br />

Portugal já há projectos a<br />

ser desenvolvidos com<br />

hidrogénio, nomeadamente<br />

pelo Instituto Superior<br />

Técnico, cujo protótipo<br />

automóvel consegiu<br />

percorrer 1257km com 1 litro<br />

de hidrogénio na Shell Eco<br />

Marathon de 2009. Este<br />

protótipo irá estar, aliás, na<br />

conferência “Hidrogénio e<br />

Sustentabilidade”, a realizar<br />

em Torres Vedras nos dias<br />

29 e 30 de Abril.<br />

Especialistas nacionais e<br />

mundiais estarão presentes<br />

para falar. E será discutido o<br />

papel que s regiões, os<br />

municípios, as pequenas<br />

comunidades têm nesta<br />

alteração de modelo.O<br />

programa tota está em<br />

http://h2ecocommunity.com<br />

/Programa.aspx.<br />

Energia<br />

inteligente<br />

em Évora<br />

Évora tornou-se na primeirda cidade portuguesa<br />

a aderir ao projecto Inovcity, mas não será a<br />

única. Desde o dia 6 de Abril que mais de 30 mil<br />

clientes de Baixa Tensão (entre clientes domésticos,<br />

pequeno comércio e indústria) vão produzir<br />

e distribuir electricidade.<br />

“Uma verdadeira revolução no modo como as<br />

pessoas têm acesso à energia”, afirmou, na apresentação<br />

do Inovgrid, o CEO da EDP, António<br />

Mexia. “As redes chamadas inteligentes têm um<br />

impacto decisivo não só na sua gestão própria<br />

com maior eficácia, mas também naquilo que é<br />

a capacidade de oferecer novos serviços às pessoas”.<br />

O secretário de Estado da Energia e Inovação,<br />

Carlos Zorrinho, afirmou, por outro lado,<br />

que o projecto “vai permitir aos fornecedores<br />

perceberem qual o tipo de consumo dos seus<br />

utilizadores.”<br />

O projecto InovGrid, desenvolvido pela EDP<br />

Distribuição, com o apoio de parceiros nacionais<br />

de produção industrial, de tecnologia e investigação<br />

como a EDP Inovação, a Lógica, o Inesc Porto,<br />

a Efacec a Janz e a Contar, quer “repensar toda<br />

a arquitectura de controlo da rede de distribuição<br />

eléctrica”, transformando-a num ‘enabler’<br />

para o crescimento da quota das energias renováveis,<br />

transformando-a numa rede ‘peer-topeer’,<br />

mais descentralizado, como explicou ao<br />

Diário <strong>Económico</strong> fonte oficial da EDP Inovação.<br />

O aparelho que substitui o velho contador chama-se<br />

Energy Box, ou Terminal Inteligente de<br />

Rede, e através dele será possível contar a energia<br />

consumida e a energia produzida que será<br />

vendida à rede. Este contador permitirá ainda<br />

aceder à informação sobre o consumo e corrigir<br />

hábitos menos eficientes.<br />

Évora é, assim, e segundo o CEO da EDP, António<br />

Mexia, “uma experiência única a nível europeu”<br />

na implementação do conceito que a EDP<br />

está a preparar enquanto líder de um consórcio.<br />

A troca dos contadores tradicionais não teve<br />

custos para os consumidores e o objectivo é<br />

que, em 2020, metade das casas portuguesas estejam<br />

equipadas com contadores inteligentes<br />

de electricidade. ■I.M.<br />

Biocombustível<br />

feito com<br />

microalgas<br />

Vencedora do Prémio Europeu de Inovação<br />

Ambiental no passado mês de Dezembro, a AlgaFuel<br />

é uma empresa portuguesa de bioengenharia<br />

que começou num laboratório de universidade<br />

há 12 anos.<br />

Hoje, as “soluções tecnológicas” baseadas em<br />

microalgas desenvolvidas por si servem empresas<br />

de vários quadrantes e com várias necessidades<br />

específicas.<br />

Vitor Verdelho Vieira, CDO da AlgaFuel, explicou<br />

ao Diário <strong>Económico</strong> da seguinte forma o<br />

que faz a AlgaFuel: ”a A4F AlgaFuel é uma empresa<br />

de bioengenharia na área da produção de<br />

microalgas, desenvolvendo soluções específicas<br />

para grandes clientes”. Tal é o caso da cimenteira<br />

Secil, “claramente, a nível mundial, a<br />

empresa que detém a tecnologia mais avançada<br />

na área da biotecnologia de bioalgas utilizando<br />

o gás de combustão de uma indústria de cimento”,<br />

tendo, Secil e Algafuel, juntas, ganho o Prémio<br />

Europeu de Inovação Ambiental, em Dezembro<br />

de 2009. Para a AlgaFuel, a Secil é “uma<br />

empresa visionária que entendeu ter no CO2<br />

não um problema mas sim um recurso”, já que o<br />

próprio CO2 é a principal matéria prima para a<br />

produção de microalgas.<br />

As soluções de bioengenharia que a AlgaFuel<br />

desenvolve podem ter vários fins, entre eles os<br />

biocombustíveis. As microalgas, aliás, têm uma<br />

produtividade oito a dez vezes superior aos biocombustíveis<br />

como os que se produzem a partir<br />

da soja ou o girassol, e acumulam duas a três vezes<br />

mais lípidos que qualquer uma das melhores<br />

plantas terrestres. Outra das suas vantagens<br />

é a captura de dióxido de carbono. E a AlgaFuel<br />

tem vários clientes que se preocupam com esta<br />

questão - normalmente provenientes de indústrias<br />

com grandes emissões. .<br />

A AlgaFuel começou por ser um projecto desenvolvido<br />

por empreendedores da Necton.<br />

Fundada em 1997, a Necton teve a sua origem<br />

Escola Superior de Biotecnologia da Universidade<br />

Católica. Desde 2008, e depois de um<br />

‘spin-out’ da empresa-mãe, que são duas empresas<br />

distintas. ■I.M.<br />

Leguminosas<br />

que capturam<br />

CO2<br />

É mais uma inovação portuguesa, com certeza.<br />

Nos anos 70 David Crespo desenvolveu um<br />

sistema de sementes e leguminisase,noanos<br />

90, criou, com os seus filhos, a Fertiprado, hoje<br />

presente em Portugal, Espanha e Itália. Entre<br />

2002 e 2006, o Instituto Superior Técnico,<br />

identificou o potencial do sistema utilizado<br />

pela empresa no âmbito do programa “Extensity<br />

- Sistemas de Gestão Ambiental e de Sustentabilidade<br />

na Agricultura Extensiva.<br />

Ainda em 2006 a EDP tornou-se na primeira empresa<br />

a financiar sequestro de carbono em terrenos<br />

agrícolas, tendo remunerado a empresa agrícola<br />

Terraprima pelo sequestro de 7 mil toneladasporanonoperíodoentre2006e2012naexploração<br />

piloto Quinta da França e em outras<br />

sete explorações distribuídas pelo país, num total<br />

de 1.500 hectares.<br />

Carbono capturado<br />

NoanopassadofoiaprovadopeloFundoPortuguês<br />

de Carbono um projecto submetido<br />

pela Terraprima para instalação de 42 mil hectares<br />

de novas pastagens no país. Este projecto<br />

será responsável pelo sequestro de qualquer<br />

coisa como 910 mil toneladas de CO2 até 2012.<br />

Nele, os agricultores são remunerados pelo<br />

carbono sequestrado, tendo ocorrido, até agoram,<br />

a adesão de mais de 300 agricultores, com<br />

uma área semada de 14 mil hectares,<br />

Se Portugal implementasse 300 mil hectares<br />

destas pastagens, seriam fixadas anualmente 1,5<br />

milhões de toneladas de CO2, da ordem de metade<br />

do défice de Portugal no Protocolo de<br />

Quioto, defende a empresa Terraprimam que<br />

acrescenta: “existem em Portugal mais de um<br />

milhão e meio de hectares onde este sistema<br />

pode ser implementado.”<br />

O processo de sequestro é simples: as pastagens<br />

baseadas em leguminosas servem para aumentar<br />

a matéria orgânica no solo e ajudam a fixar<br />

carbono. “Se retemos mais carbono no solo, retiramos<br />

dióxido de carbono da atmosfera, contribuindo<br />

para a redução de gases de efeito de<br />

estufa.” ■I.M.<br />

Paula Nunes


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VI Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

De Janeiro a Março de 2010, verificou-se um crescimento da produção de 4% de energia<br />

geotérmica nos Açores. A geotermia representa 18,5% da produção total da empresa<br />

de electricidade dos Açores. Na ilha de São Miguel é superior: ronda os 39%.<br />

Christine Lins,<br />

Secretária Geral do Conselho Europeu<br />

para a Energia Renovável (EREC)<br />

A União Europeia<br />

“tem de acelerar<br />

a sua ambição<br />

e criar um só<br />

mercado energético<br />

europeu baseado<br />

em energias<br />

renováveis”.<br />

“O novo sistema<br />

deverá ser<br />

suportado por um<br />

mercado interno<br />

que funcione bem<br />

e no qual sejam os<br />

investidores, e não<br />

os consumidores,<br />

a estar expostos ao<br />

risco do preço do<br />

combustível.”<br />

Como chegar a um mercado<br />

energético 100% renovável<br />

A TOTALIDADE ou a quase totalidade da electricidade, dos transportes poderá,<br />

um dia, vir de fontes renováveis, diz um estudo apresentado no Parlamento Europeu.<br />

Irina Marcelino<br />

irina.marcelino@economico.pt<br />

E se, em 2050, toda a energia for de origem renovável?<br />

Este foi o exercício feito pela European<br />

Renewable Energy Council (EREC), que apresentou<br />

este mês no Parlamento Europeu o ‘paper’<br />

“Rethinking 2050: A 100% Renewable<br />

Energy for the European Union”. A ser feito<br />

este investimento, dentro de 40 anos as emissões<br />

de gases com efeitos de estufa, como é o<br />

caso do dióxido de carbono (CO2), terá diminuído<br />

qualquer coisa como 90% face a 1990.<br />

Nessa altura, diz também o estudo, a indústria<br />

das energias renováveis empregará na UE 2,7<br />

milhões de pessoas em 2020 e 4,4 milhões em<br />

2030, em comparação às 550 mil pessoas que<br />

(já) empregava em 2009.<br />

O estudo acredita também que a quota de electricidade<br />

proveniente de fontes renováveis será<br />

de 41% em 2050”.<br />

A forma como as energias renováveis irão ser<br />

distribuídas, constituirá uma oportunidade de<br />

transformar o nosso sistema económico e social<br />

num modelo mais rico e mais justo”, disse<br />

Maria da Graça Carvalho, ex-ministra portuguesa,<br />

que apresentou o estudo no Parlamento<br />

Europeu.<br />

Christine Lins, secretária geral da EREC disse,<br />

em entrevista ao Diário <strong>Económico</strong>, que ainda<br />

hoje o sector energético europeu é como no passado:<br />

“centralizado, um sistema eléctrico nacional<br />

com tecnologias antigas e mercados energéticos<br />

pouco desenvolvidos.” E que para chegar<br />

aos objectivos de 2020 a União Europeia “tem de<br />

acelerar a sua ambição e criar um só mercado<br />

energético europeu baseado em energias renováveis”,<br />

além de que deve apostar na conectivi-<br />

dade entre fontes energéticas e na sua eficiência.<br />

A responsável da EREC disse ainda que há muito<br />

investimento a fazer até 2020, nomeadamente<br />

na substituição de centrais térmicas de produção<br />

de eléctrica. “Aproximadamente 330 GW<br />

de nova capacidade energética tem de ser construída<br />

até 2020, o que representa 42% da capacidade<br />

europeia actual”, refere. “O novo sistema<br />

energético deverá ser suportado por um mercado<br />

interno eléctrico que funcione bem e no qual<br />

sejam os investidores, e não os consumidores, a<br />

estar expostos ao carbono e ao risco do preço<br />

do combustível.”<br />

Entre os conselhos de novas políticas energéticas<br />

dados pela EREC, está a liberalização total<br />

domercadoeofimdossubsídios a energias<br />

fósseis e nucleares.<br />

Mas até 2050 há muito, para não dizer imenso,<br />

por fazer. Basicamente, são necessárias, diz a<br />

EREC, quatro décadas para que se passe de um<br />

panorama em que a maioria da produção energética<br />

ainda se baseia, na sua grande maioria,<br />

nas energias não renováveis, como o petróleo<br />

ou o carvão, para um panorama de 100% de<br />

energias renováveis. Neste panorama, aliás, os<br />

painéis fotovoltaicos serão os que mais capacidade<br />

eléctrica instalada terão (962 GW), seguidos,<br />

de longe, pela energia eólica (462 GW) e<br />

ainda pelas hídricas (194 GW) - de onde se exclui<br />

a energia que estas guardarão, proveniente<br />

de fontes renováveis.<br />

A instituição crê ainda numa redução considerável<br />

do consumo energético da população europeia<br />

até 2050. Uma redução que parece não<br />

estar a acontecer, com o consumo a subir nos<br />

três primeiros meses do ano, pelo menos em<br />

Portugal e em Espanha.<br />

Quanto ao sector dos transportes, “não há nenhum<br />

outro com um tão elevado nível de dependência<br />

de uma só fonte de energia”, refere<br />

Christine Lins, que defende: “Uma reforma dos<br />

transportes é agora mais urgente do que nunca”.<br />

Os transportes da União Europeia dependem<br />

em 98% dos derivados do petróleo, apesar<br />

de, a nível mundial, serem os maiores produtores<br />

e consumidores de biocombustíveis (não de<br />

bioetanol, refira-se). Christine Lins defende que<br />

são precisas “medidas que incrementem a eficiência,<br />

aumentem a utilização de biocombustíveis<br />

e de biogás, assim como a aposta em novas<br />

tecnologias como os veículos eléctricos, o hidrogénio<br />

renovável e os carros híbridos” são algumas<br />

das apostas que contribuirão para o decréscimo<br />

da procura do petróleo.<br />

Finalmente, no que respeita ao aquecimento/arrefecimento,<br />

a EREC acredita que a biomassa<br />

terá uma palavra a dizer.<br />

Para que tudo se concretize, diz Christine Lins,<br />

temdehaver“vontadepolítica”.Istoapesarda<br />

receptividade positiva do Parlamento Europeu,<br />

nomeadamente de sectores mais conservadores<br />

como os da portuguesa Maria da Graça Carvalho,<br />

que faz parte do grupo parlamentar PPE.<br />

Chrstine Lins conclui, dizendo que “todas as<br />

tecnologias existentes, da oceânica, eólica, painéis<br />

fotovoltaicos, energia solar concentrada,<br />

solar termal, bioenergia, geotérmica e hídrica,<br />

juntamente com as estratégias de eficiência<br />

energética, precisam de ser adoptadas massivamente”,<br />

conclui. ■<br />

João Paulo Dias


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VIII Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

Ralph Orlowski/Bloomberg<br />

HÍDRICAS<br />

A ser construída,<br />

será a terceira maior<br />

barragem do mundo.<br />

Mas implicará<br />

o desalojamento<br />

de índios e a destruição<br />

de fauna e flora únicas.<br />

A sua construção, no<br />

rio Xingu, Brasil, já está<br />

envolto em polémica.<br />

Enquanto o presidente<br />

brasileiro Lula da Silva<br />

a defende, tem contra<br />

pelo menos 13 tribos<br />

índias, algumas ONG e<br />

ainda James Cameron,<br />

o realizador<br />

de “Avatar”.<br />

ENTREVISTA FRANCISCO FERREIRA, Vice-presidente da Quercus<br />

“As renováveis têm uma<br />

vantagem ambiental muito forte”<br />

AS ENERGIAS RENOVÁVEIS são, afinal, amigas do ambiente? O vice-presidente<br />

da associação ambientalista Quercus, explica por que razão considera que sim.<br />

Irina Marcelino<br />

irina.marcelino@economico.pt<br />

É certo que o paradigma mudou. Mas as energias<br />

chamadas verdes porque não emitem tanto<br />

Co2 como os combustíveis fósseis, também têm<br />

influência negativa no ambiente, como é o caso<br />

de algumas grandes hídricas. Na semana passada<br />

defendeu, aliás, que o Governo renuncie à<br />

construção de quatro barragens do Alto Tâmega<br />

pelos “prejuízos demasiado avultados para<br />

os escassos benefícios decorrentes da construção<br />

destas quatro barragens.”<br />

São as energias renováveis de facto amigas do<br />

ambiente?<br />

Não se pode afirmar de forma alguma que as<br />

energias renováveis não tenham impactes no<br />

ambiente. O recurso a fontes renováveis pode<br />

implicar gastos de energia mais ou menos significativos<br />

na construção dos equipamentos, consumir<br />

importantes recursos materiais, pode ter<br />

fortes implicações na natureza, destruindo habitats<br />

ou afectando a paisagem. Porém, as energias<br />

renováveis têm uma vantagem ambiental muito<br />

forte, dado que, comparativamente com o uso<br />

tradicional dos combustíveis fósseis, não apenas<br />

utilizam um recurso que continuará a estar disponível,<br />

como as emissões de gases com efeito<br />

de estufa ou de outros poluentes associadas à<br />

sua operação são nulas ou quase nulas.<br />

Pode exemplificar?<br />

Com a utilização de energias renováveis é possível<br />

melhorar a qualidade do ar das cidades e<br />

também combater as alterações climáticas. Entre<br />

as diferentes fontes de energia renovável há<br />

Francisco Ferreira<br />

Vice-presidente da Quercus<br />

“Com a utilização de energias<br />

renováveis é possível melhorar<br />

a qualidade do ar das cidades<br />

e também combater<br />

as alterações climáticas.”<br />

impactes muito diferenciados pelo que podemos<br />

falar de origens mais amigas do ambiente,<br />

como a água quente solar, por exemplo, do que<br />

outras, como as grandes barragens. Uma análise<br />

de ciclo de vida e uma visão integrada e global<br />

das fontes de energia renovável é fundamental<br />

para uma caracterização mais séria – é necessário<br />

avaliar em cada caso quais são as vantagens/benefícios<br />

e desvantagens/custos de cada<br />

CONSUMO<br />

DE ELECTRICIDADE<br />

AUMENTA<br />

Não se sabe ao certo<br />

porquê, mas o consumo<br />

de electricidade subiu<br />

no primeiro trimestre<br />

de 2010, apesar da crise,<br />

dos programas que<br />

aconselham à poupança<br />

(na factura e na carteira).<br />

As previsões da evolução<br />

de consumo para este ano<br />

são,deacordocomaRede<br />

Electrica Nacional,<br />

de 5,4% face a 2009.<br />

Só no primeiro trimestre,<br />

a subida foi de 6,4%.<br />

solução ou projecto em termos ambientais, incluindo<br />

a componente económica e social.<br />

Como se pode, então, conjugar a protecção do<br />

ambiente com a produção energética?<br />

Em muitos casos os impactes ambientais associados<br />

podem perfeitamente ser minimizados<br />

ou no limite compensados.<br />

Até no caso das barragens?<br />

Em algumas grandes barragens, valores como o<br />

da conservação da natureza ou da paisagem, entre<br />

outros, merecem ser equacionados e podem<br />

e devem inviabilizar o projecto. Note-se que em<br />

muitos casos a decisão sobre alguns investimentos<br />

em energias renováveis não tem conseguido<br />

ter uma visão integrada que se exigia numa política<br />

de desenvolvimento sustentável. Mais ainda,<br />

as decisões têm sido tomadas num quadro<br />

sem uma estratégia coerente e pensada para o<br />

futuro da energia - e não apenas da electricidade<br />

- para Portugal, aprovando-se projectos cujos<br />

custos de natureza social e económica e obviamente<br />

também de natureza ambiental são e serão<br />

demasiado elevados. Quando o ênfase nas<br />

energias renováveis é maior do que na redução<br />

de consumo e eficiência energética, quando a<br />

nossa potência instalada prevista é muito maior<br />

do que efectivamente precisaríamos, quando<br />

sectores chave como os transportes se pensa resolver<br />

principalmente através do veículo eléctrico<br />

e não duma política integrada de transportes,<br />

a conjugação da protecção do ambiente com as<br />

necessidades energéticas torna-se mais difícil. ■


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X Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

Energia<br />

oceânica<br />

em Peniche<br />

■ A energia das ondas tem<br />

sido das mais faladas. A<br />

Martifer já teve um<br />

projecto (FLOW), mas “as<br />

condicionantes de<br />

mercado, e ainda algumas<br />

lacunas em termos<br />

legislativos” fez com que a<br />

empresa optasse por<br />

outros negócios. “O<br />

projecto não está<br />

esquecido, aguarda,<br />

contudo, condições que<br />

envolvam menos riscos”,<br />

disse fonte oficial ao Diário<br />

<strong>Económico</strong>. A EDP também<br />

entrou, com a Efacec, nesta<br />

energia e o ministério da<br />

Economia disse estar em<br />

“fase de finalização a<br />

negociação do contrato de<br />

concessão para viabilizar<br />

uma zona - piloto para<br />

testes ao norte da Peniche<br />

que contribua para o<br />

desenvolvimento desta<br />

tecnologia.” I.M.<br />

Consumo de electricidade verde<br />

é o dobro das energias fósseis<br />

O CONSUMO ELÉCTRICO nacional com base em energias renováveis, como a eólica,<br />

atingiu o dobro da energia fóssil no primeiro trimestre deste ano.<br />

Irina Marcelino<br />

irina.marcelino@economico.pt<br />

A produção e instalação de energias renováveis<br />

em Portugal avançam com segurança.<br />

O abastecimento de energia eléctrica em Portugal<br />

é cada vez mais garantido pelas fontes limpas.<br />

Só no primeiro trimestre de 2009 Portugal<br />

consumiu 5.262 GWh de energias renováveis, o<br />

dobro do que consumiram de electricidade feitaporcarvão,gásefuel,deacordocomdados<br />

fornecidos pela rede Eléctrica Nacional ao Diário<br />

<strong>Económico</strong>. Mas nem sempre isto foi assim.<br />

Segundo as mesmas estatísticas, as energias<br />

fósseis continuam a ser responsáveis pela maioria<br />

do abastecimento eléctrico em Portugal<br />

(23.708 GWh em 2009 num total de 49.869<br />

GWh global). E a sua evolução ao longo dos<br />

anos tem vindo a decrescer, sim, mas ligeiramente,<br />

apesar de, entre 2007 e 2008, ter crescido<br />

(23.425 GWh para 23.797 GWh).<br />

O saldo importador neste primeiro trimestre foi<br />

negativo em 150 GWh, o que significa que o país<br />

está a exportar mais e a importar menos, sendo<br />

as energias renováveis as grandes responsáveis<br />

por essa evolução.<br />

Já em relação à produção renovável, os dados<br />

são muito optimistas: no primeiro trimestre de<br />

2009, cerca de 73% do consumo foi garantido<br />

por energias limpas, entre as quais se contam as<br />

grandes hídricas, as eólicas, as mini hídricas,<br />

térmica renovável e a fotovoltaica. O valor, contudo,<br />

não é normal: na verdade, foram as condições<br />

meteorológicas (muito vento e chuva) dos<br />

três primeiros meses do ano que o permitiram.<br />

Dentro da produção em regime especial é a<br />

energia eólica que mais tem crescido, isto ape-<br />

O território nacional é limitado,<br />

assim como o seu mercado. E têm<br />

surgido alguns pequenos<br />

problemas ambientais na altura<br />

de licenciar parques eólicos.<br />

sar de as fontes renováveis em Portugal serem<br />

marcadas pelas grandes hídricas. No entanto, o<br />

Governo está também a apostar noutro tipo de<br />

energias: “Existe expectativa em relação à diminuição<br />

dos custos associados ao aproveitamento<br />

da energia solar para produção de electricidade<br />

pelo que o seu desenvolvimento será<br />

impulsionado através das licenças de demonstração<br />

já atribuídas e de inovadores programas<br />

de micro e mini-geração”, disse ao Diário <strong>Económico</strong><br />

fonte oficial do ministério da Economia.<br />

E o mercado mexe-se<br />

Num mercado cujos ‘players’ são fabricantes,<br />

promotores, operadores e consórcios, algumas<br />

empresas portuguesas estão a olhar para fora<br />

do país com a intenção de expandirem o seu negócio.<br />

O território nacional é limitado, assim<br />

como o seu mercado. E têm surgido, de acordo<br />

com algumas empresas, alguns problemas ambientais<br />

na altura de licenciar os seus parques<br />

eólicos.<br />

Tal foi o caso da Iberwind (ver entrevista na página<br />

ao lado), cujos problemas com licenciamentos<br />

geraram “atrasos significativos na entrada<br />

em exploração de alguns parques, com<br />

O ministro espanhol da indústria espera obter um acordo antes do dia 1 de Julho sobre o novo marco<br />

regulatório para as energias renováveis. Em estudo está a redução das taxas que o governo paga para<br />

a produção de energias alternativas. No ano passado o regime especial recebeu 6.215 milhões de euros.<br />

consequente aumento dos seus custos de financiamento.”<br />

Também a Martifer disse ao Diário<br />

<strong>Económico</strong> ter havido alguns obstáculos e processos<br />

mais demorados, que já “estão ultrapassados.<br />

Vamos começar a instalar os primeiros<br />

MW do projecto Ventinveste (400MW) este<br />

ano”, disse fonte oficial da empresa.<br />

Os problemas parecem estar, de facto, resolvidosouemviasdeoser.ParaNavarroMachado,<br />

CEO da Iberwind, “o enquadramento regulamentar<br />

do licenciamento de parques eólicos é<br />

actualmente mais claro e eficiente do que era<br />

no passado, o que facilita e acelera o processo<br />

de licenciamento”. Também Dulce Pássaro, ministra<br />

do Ambiente, disse ao Diário <strong>Económico</strong><br />

que se estão a licenciar “os projectos que respeitam<br />

a legislação em vigor, nomeadamente na<br />

área do ambiente”. E acrescenta: “todos os projectos,<br />

no âmbito dos respectivos procedimentos<br />

de licenciamento e autorização, têm de<br />

cumprir requisitos ambientais aplicáveis, pelo<br />

que seguem a tramitação legalmente estabelecida.Sóficamparadososinviáveis,oqueéuma<br />

franca minoria dos casos em projectos de energias<br />

renováveis. Por exemplo, no caso de parques<br />

eólicos a aprovação anda nos 95% quanto<br />

a projectos e nos 86% quanto a potência.”<br />

Já o ministério da Economia afirmou ter conhecimento<br />

“que as empresas promotoras estão a<br />

trabalhar com o ministério do Ambiente e do<br />

Ordenamento do Território no sentido de viabilizarem,<br />

do ponto de vista ambiental, a concretização<br />

dos seus projectos.”<br />

Navarro Pedro, contudo, deixa o alerta: “O crescente<br />

aumento da densidade de parques eólicos<br />

e a maior dificuldade de encontrar locais viáveis<br />

para a sua instalação permite prever uma<br />

cada vez maior dificuldade em licenciar com<br />

sucesso novos projectos.”<br />

Daí que as empresas portuguesas estejam a<br />

apostar nos mercados externos. A Martifer, por<br />

exemplo, está a apostar nas eólicas em Espanha,<br />

Itália, França, Belgica, Grécia, República Checa<br />

e Estados Unidos. Na área industrial também<br />

eólica está a Alemanha, Polónia, Roménia, Brasil,<br />

Estados Unidos e África do Sul. E na energia<br />

solar, estão em Cabo Verde.<br />

A EDP Renováveis, por seu turno, tem estado<br />

imparável. Ainda esta semana acordou com a<br />

Vestas um contrato global para o fornecimento<br />

de aerogeradores relativos a um máximo de 2,1<br />

GW de capacidade eólica, sendo este o maior<br />

contrato para o fornecimento de turbinas anunciado<br />

a nível mundial nos últimos dois anos. ■<br />

Lucy Nicholson / Reuters


ENTREVISTA ARNALDO NAVARRO MACHADO, CEO Iberwind<br />

“Estamos a estudar outros países europeus”<br />

A Iberwind está a estudar colocar painéis solares nos seus parques eólicos.<br />

A estratégia da Iberwind passa sempre pela<br />

energia eólica?<br />

A actual estratégia da Iberwind passa fundamentalmente<br />

pela energia eólica. Isto não significa<br />

contudo que a Iberwind não esteja a estudar<br />

hipóteses de um melhor aproveitamento<br />

dos actuais parques eólicos e das suas infra-estruturas,<br />

promovendo a conjugação da energia<br />

eólica com outras formas de energia, como por<br />

exemplo a solar.<br />

Quanto produzem actualmente?<br />

Actualmente somos o maior produtor eólico<br />

em território português com uma potência instalada<br />

de 680 MW, tendo os nossos parques em<br />

média cerca de 2 500 horas equivalentes de vento<br />

por ano, pelo que produzimos cerca de 1,7<br />

TWh de energia eléctrica anualmente (aproximadamente<br />

3% do consumo eléctrico Nacional).<br />

Quanto esperam produzir futuramente?<br />

Depende da forma como forem elaborados os<br />

próximos concursos para a atribuição de pontos<br />

de ligação, bem como do enquadramento<br />

regulamentar do regime de sobre-equipamento<br />

que se encontra em fase final de elaboração.<br />

O mercado português é o único onde estão?<br />

Desde 2009 que temos estado a estudar outros<br />

mercados em diversos países europeus. Contudo<br />

neste momento ainda só estamos a operar<br />

em Portugal.<br />

Quais foram os vossos resultados no ano passado<br />

e que resultados se prevê para este ano?<br />

PUB<br />

Arnaldo Navarro Machado,<br />

CEO Iberwind<br />

“A actual estratégia da Iberwind<br />

passa fundamentalmente pela<br />

energia eólica. Isto não significa<br />

que não esteja a estudar hipóteses<br />

de um melhor aproveitamento<br />

dos actuais parques eólicos e das<br />

suas infra-estruturas, promovendo<br />

a conjugação da energia eólica<br />

com outras formas de energia”<br />

Em 2009 o nosso EBITDA ajustado (i.e. Resultado<br />

antes de Amortizações, Depreciações, Juros<br />

e Impostos) foi de 117.6 milhões de euros estando<br />

previsto para 2010 a obtenção de um<br />

EBITDA ajustado de 129.5 milhões de euros.<br />

Este crescimento no EBITDA ajustado resulta,<br />

essencialmente, da entrada em exploração de<br />

quatro novos parques eólicos (com uma potência<br />

instalada de 156 MW) ao longo de 2009. Importa<br />

salientar que o valor do investimento associado<br />

ao desenvolvimento dos 31 parques eólicos<br />

do nosso portfolio ascendeu a aproximadamente<br />

1,2 mil milhões de euros.<br />

A Iberwind tem tido algum problema a nível<br />

ambiental no licenciamento dos seus projectos<br />

em Portugal?<br />

Ao longo do processo de licenciamento ambiental<br />

dos 31 parques eólicos que compõem o<br />

nosso portfolio, existiram em alguns casos problemas<br />

significativos durante o seu licenciamento<br />

ambiental, nomeadamente com condicionalismos<br />

ecológicos e restrições de ordenamento<br />

do território.<br />

O que vos fez perder?<br />

Os problemas de licenciamento geraram atrasos<br />

significativos na entrada em exploração de<br />

alguns parques eólicos com consequente aumento<br />

dos seus custos de financiamento. Noutros<br />

casos, as alterações impostas nos ‘layouts’<br />

dos parques pelas condicionantes ambientais<br />

implicam perdas de produção durante todo o<br />

período de exploração do parque eólico. ■ I.M.<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> XI<br />

Quotas de mercado<br />

dos promotores<br />

de eólicas em<br />

Dezembro de 2009<br />

Parques ligados à rede<br />

Empresa Quota (%)<br />

Iberwind 19,8<br />

Enernova 15,8<br />

Generg 12,3<br />

EEVM 8,3<br />

Electrabel 6,1<br />

EDF EN Portugal 4,6<br />

ENEOP2 4,4<br />

Tecniera 3,4<br />

Acciona 3,3<br />

Iberdrola 2,6<br />

Outros<br />

INEGI<br />

19,4


XII Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

Portugal já é<br />

consciente dos<br />

seus recursos<br />

■ Para Sá da Costa,<br />

Portugal teve muito tempo<br />

“adormecido”, pelo que<br />

está satisfeito com o facto<br />

do Executivo ter “acordado<br />

para os aproveitamento<br />

dos nossos recursos<br />

renováveis com força e<br />

pujança”, apesar de<br />

lamentar “alguns entraves<br />

que podem prejudicar<br />

alguns projectos,<br />

atrasando-os”. Sá da Costa<br />

critíca as queixas de<br />

algumas organizações<br />

ambientais, já depois de<br />

pareceres positivos da<br />

Comissão Europeia e elogia<br />

os apoios dados pelo<br />

Governo à instalação de<br />

colectores solares,<br />

informando que em 2007,<br />

se instalaram 30 mil m2,<br />

em 2008, 80 mil, e 250 mil<br />

m2, em 2009. R.C.<br />

ENTREVISTA ANTÓNIO SÁ DA COSTA, presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis<br />

“SomososmaislentosdaUE<br />

nos licenciamentos”<br />

CERCA DE 3/4 DA ELECTRICIDADE consumida no país é renovável, diz a APREN.<br />

Raquel Carvalho<br />

raquel.carvalho@economico.pt<br />

António Sá da Costa disse ao Diário <strong>Económico</strong><br />

acreditar que, daqui a 25 anos, Portugal possa<br />

estar a produzir a 100% energia a partir de fontes<br />

renováveis. O país está na linha da frente na<br />

produção de electricidade por via eólica, mas o<br />

presidente da Associação de Energias Renováveis<br />

(APREN), diz sermos os mais lentos em<br />

termos de licenciamento de parques.<br />

Como se encontra actualmente a produção<br />

de electricidade a partir de fontes renováveis?<br />

Este ano, 3/4 da electricidade que consumimos<br />

está a ser de origem renovável. 2010 tem sido um<br />

ano particularmente bom. A electricidade de<br />

origem renovável com maior expressão é a hídrica.<br />

Estamos com mais de 40%, uma percentagem<br />

acima da média. Mas a energia renovável<br />

mais constante ao longo do ano é a eólica. Portugal<br />

produziu desde o início do ano 20,4% de<br />

electricidade a partir do vento. Devido à contracção<br />

do consumo e às boas performances das<br />

outras fontes, como a biomassa e a energia solar,<br />

é provável que consigamos ultrapassar o limite<br />

que o Governo impôs de 45% da energia produzida<br />

ser de origem renovável até ao final do ano.<br />

Portugal está desenvolvido comparativamente<br />

a outros países no que respeira à energia eólica?<br />

Todos os anos, a percentagem de electricidade<br />

eólica tem vindo a aumentar. Em 2009 este valor<br />

foi de 15% e em 2008 tinha sido de 11,8%. Até<br />

ao final do ano, rondará os 18% a 20%. Números<br />

que permitem a Portugal destacar-se de outros<br />

países. O ano passado ultrapassamos a Espanha<br />

em seis décimas, sendo que em 2008 estávamos<br />

a perder cerca de duas décimas. Este ano já nos<br />

descolamos cerca de 2% e estamos a aproximarmo-nos<br />

dos dinamarqueses, líderes mundiais<br />

e que se encontram nos 22%. Se há cinco<br />

anos atrás se dissesse que 75% da electricidade<br />

era renovável e que destes 20% eram de origem<br />

eólica ninguém na REN acreditava.<br />

Qual é, neste momento, a diferença entre projectos<br />

de energias renováveis (especialmente eólicas)<br />

licenciados e concretizados?<br />

Temos mais de 3600 MW instalados. Do final<br />

do licenciamento à entrada em funcionamento,<br />

demora-se um ano e pouco e neste momento<br />

temos em construção cerca de 400 MW. Até ao<br />

final do ano, deveremos atingir os 4000 MW.<br />

Os pontos de ligação que estão concretizadas<br />

deverão estar todos realizados em 2014 ano em<br />

que deveremos chegar aos 5600 MW.<br />

É verdade que muitos projectos estão parados<br />

por razões ambientais? Tem ideia de quantos?<br />

Parados não estão porque os promotores que<br />

param os projectos são penalizados. Diria é que<br />

há projectos que estão a ir muito devagarinho<br />

no que diz respeito ao licenciamento porque<br />

surgem muitas restrições de natureza ambiental<br />

que obrigam a fazer estudos e mais estudos e<br />

alterações de localizações dos aerogeradores, e<br />

como os projectos são financiados não gerador<br />

a gerador, mas sim pelo seu conjunto, só quando<br />

se chega ao final o promotor pode começar a<br />

construir. E por isso há projectos que estão num<br />

ritmo mais lento do que seria desejável. Aliás,<br />

Portugal, apesar de estar na linha da frente<br />

quanto à produção de electricidade via energia<br />

eólica, é o pior país da União Europeia em termos<br />

de lentidão dos licenciamentos dos parques<br />

e outros projectos de cariz renovável.<br />

“A energia renovável com mais<br />

expressão no país é a hídrica<br />

que se situa actualmente nos 40%.<br />

Mas a mais constante ao longo<br />

do ano é a eólica que se encontra<br />

actualmente nos 20,4%”,<br />

informa Sá da Costa.<br />

Sá da Costa é formado em Engenharia Civil pelo IST,<br />

onde foi docente no Departamento de Hidráulica e<br />

Recursos Hídricos. Detém o grau de PhD e Master of<br />

Science pelo MIT em Recursos Hídricos e foi fundador<br />

e director do Grupo Enersis, de 1998 a 2008.<br />

E o que acha disso?<br />

As pessoas que estão a atrasar estes projectos<br />

ainda não perceberam bem o alcance e a dimensão<br />

para o país e para o ambiente, da estratégia<br />

definida pelo Governo quanto à produção<br />

de electricidade por fontes renováveis. Queremos<br />

substituir a electricidade de origem fóssil,<br />

por electricidade de origem renovável e temos<br />

que continuar a estratégia e manter o esforço de<br />

aumentar a percentagem e não tenho dúvidas<br />

que daqui a 20 ou 25 anos, teremos 100% de<br />

energia a partir de fontes renováveis.<br />

Qual é o valor que está neste momento parado<br />

em projectos licenciados mas não concretizados<br />

por razões ambientais?<br />

A potência está toda atribuída e se pensarmos<br />

que estão atribuídos 5600 MW e estão em operação<br />

3600 MW, 2/3 da potência está já construída.<br />

O outro terço que falta está no processo<br />

de licenciamento e construção, e que deverá<br />

Paula Nunes


estar todo em operação nos próximos três<br />

anos.<br />

Qual é a forma de produção de energia mais limpa<br />

e amiga do ambiente que existe?<br />

Na minha opinião é a hídrica. Considero que produzir<br />

energia através da água é uma das maneiras<br />

mais interessantes de se fazer. É que se nós obtivermos<br />

electricidade a partir de centrais hídricas<br />

em que tenhamos albufeira e capacidade de bombagem<br />

é uma fonte renovável, controlável, e que<br />

está armazenada. Além disso, tem uma gama de<br />

funcionamento para diferentes caudais com uma<br />

eficiência muito alta, ou seja, consegue satisfazer<br />

as flutuações pequenas e estrutura modelar e para<br />

mim continua a ser de longe a melhor.<br />

É também essa a fonte renovável que acha ter<br />

mais capacidade e futuro em Portugal?<br />

As centrais hidroeléctricas são intemporais e<br />

têm um período de vida longo. É neste momento<br />

a forma de obter energia renovável mais desenvolvida<br />

em Portugal seguramente e será cerca<br />

de 33% a sua quota na electricidade consumida.<br />

A seguir vem a eólica, com cerca de 30%,<br />

mas uma das fontes mais abundante e que não<br />

está suficientemente explorada, mas que terá<br />

um peso muito grande daqui a 20 anos é a solar.<br />

Provavelmente atingirá nessa altura o peso que<br />

a eólica tem agora, e em contra-partida a eólica,<br />

em 2020, deverá ter atingido a saturação. Teremos<br />

atingido o limite de utilização e não vai<br />

crescer de forma significativa.<br />

Estou convencido que em 2020 poderemos ter<br />

um número entre os 7 e os 10% de electricidade<br />

de origem solar, sendo que agora a percentagem<br />

é muito residual, estando nos 0,4%, o que<br />

se explica pelo facto da tecnologia não ter estado<br />

nos últimos anos madura. Agora, já está comercialmente<br />

sustentável e quando chegar a<br />

PUB<br />

sua instalação em massa, daqui a seis anos, será<br />

mais competitiva em termos de preço, relativamente<br />

à eólica. E como há muito menos potência<br />

instalada, a sua capacidade é maior.<br />

Em 2020, a hídrica entrará também em saturaçãoeocrescimento<br />

será menor. 80% do seu potencial<br />

terá já sido atingido e os 20% que faltam<br />

terão um desenvolvimento menor.<br />

A biomassa está limitada pela disponibilidade<br />

da matéria prima mas vão surgir novas tecnolo-<br />

Segundo um estudo da APREN e<br />

da Deloitte, os custos evitados pelo<br />

sector da electricidade renovável<br />

foi, em 2008, de 1500 milhões<br />

de euros e chegarão aos<br />

2330 milhões de euros em 2015.<br />

gias como a geotermia e a energia das ondas,<br />

havendo margem de progressão para que a<br />

energia das ondas continue a crescer.<br />

Como vê o futuro deste sector?<br />

A estratégia passa por diminuir as importações<br />

de combustíveis fósseis e aumentar as exportações<br />

de electricidade. Podemos começar a exportar<br />

porque a produção será sempre maior<br />

do que o gasto. Se existirem ligações eléctricas<br />

fortes entre França e Espanha, factor onde existe<br />

um estrangulamento, podemos começar a<br />

exportar electricidade verde para a Europa,<br />

atravésdaredeeléctrica,jáapartirde2020.<br />

Há novas tecnologias que estejam a ser investigadas<br />

e que considere de grande esperança para<br />

o mundo das energias renováveis?<br />

A electricidade a partir das ondas está a começar<br />

a dar passos bastante importantes. Também<br />

acredito que a eólica offshore pode ter grande<br />

peso, caso resolva as questões técnicas. Pode vir<br />

a substituir a eólica on-shore, e, se existirem<br />

tecnologias muito avançadas pode mesmo atingir<br />

a percentagem de 33%.<br />

Acho que Portugal não aproveita convenientemente<br />

a geotermia e temos capacidade para<br />

aproveitar o calor da terra para aquecer ou arrefecer<br />

o ambiente, por exemplo. Isto poderá trazer<br />

substanciais poupanças na energia eléctrica<br />

nacional. Há muita coisa a mexer e podemos ter<br />

o condicionamento do ambiente através de<br />

energia solar.<br />

Quanto vale o sector para a economia?<br />

O sector da electricidade renovável valia em<br />

2008 1,6% do PIB e no final de 2015 espera-se<br />

que valha 2,5%.<br />

A contribuição directa e indirecta para o PIB<br />

em 2008 foi de mais de 2 mil milhões de euros,<br />

em 2012 será de 3200 milhões de euros e em<br />

2015, 4120 milhões de euros. Estes números são<br />

resultado de um estudo que a APREN fez com a<br />

Deloitte sobre o impacto macro-econónimo do<br />

sector da electricidade renovável.<br />

Os empregos directos e indirectos em 2008<br />

foram de 36100 mil e irão crescer para 68800<br />

até 2015. Em 2008, os custos evitados pelo<br />

sector da electricidade renovável foi quase<br />

de 1500 milhões de euros, chegando em 2015,<br />

aos 2330 milhões de euros. De 2005 a 2015<br />

pouparemos 15300 milhões de euros, dos<br />

quais 13100 milhões são de importações evitadas<br />

e 2200 milhões são custos evitados de<br />

emissões de CO2. ■<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> XIII


XIV Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

20 ITEMS PARA POUPAR ENERGIA<br />

1 Use os equipamentos<br />

de forma eficiente<br />

Compre electrodomésticos classe A. O<br />

consumo é menor em 70% do que os electrodoméstico<br />

classe D. Escolha os que<br />

anunciarem menor consumo anual. Ligue<br />

as máquinas de lavar só quando estiverem<br />

cheias e nas horas mais económicas , se<br />

contratou a tarifa bi-horária.<br />

6Manter portas fechadas<br />

do frigorífico<br />

Mantenha o frigorífico e o congelador com<br />

as portas fechadas, pois tal evita a acumulação<br />

de gelo e a entrada de calor. O frigorífico<br />

deve ter uma temperatura entre 3 e 5ºC e<br />

o congelador entre -18 e -24ºC. É importante<br />

que não esteja sempre a abrir e a fechar as<br />

portas, pelo que tire tudo de uma vez.<br />

11Caldeiras a gás natural<br />

ou ar condicionado central<br />

Para o aquecimento central, as escolhas<br />

económicas são as caldeiras a gás natural ou<br />

o ar condicionado central, sendo estes aparelhos<br />

preferíveis relativamente aos tradicionais<br />

radiadores electricos.<br />

17Carregador universal<br />

É já este ano que estará disponível um novo<br />

carregador univeresal para telemóveis que<br />

permitirá reduzir as cerca de 51 mil toneladas<br />

de carregadores de telemóveis que todos<br />

os anos se tornam obsoletos. Além disso,<br />

vai evitar a emissão anual de 13,6 milhões<br />

de toneladas de gases com efeito estufa.<br />

2Máquina cheia e baixas<br />

temperaturas<br />

Antes de colocar a loiça na máquina, retire os<br />

restos de comida com um guardanapo. Encha a<br />

máquina e seleccione carga completa, pois duas<br />

lavagens com meia carga, gastam mais energia.<br />

Não exceda a dosagem de detergente e escolha<br />

detergentes com boa performance a baixas temperaturas.<br />

Verifique o nível de sal.<br />

7Pequenos gestos<br />

na casa de banho Pode gastar menos<br />

gás e poupar 80 mil<br />

litros de água por<br />

ano se tomar duche<br />

em vez de banho de<br />

imersão. As torneiras<br />

de fluxo reduzido<br />

podem diminuir<br />

para metade a abundância<br />

de água. Fechar<br />

a torneira enquanto<br />

faz a barba<br />

ou lava os dentes<br />

permite poupar água<br />

e energia até 50 por<br />

cento.<br />

<strong>12Evite</strong> o ‘stand by’ e <strong>desligue</strong><br />

sempre os aparelhos<br />

O stand-by é responsável por 11% dos gastos<br />

de electricidade. Por isso, <strong>desligue</strong> a TV, o<br />

DVD e a aparelhagem directamente no aparelho,<br />

e retire da tomada a ficha do computador<br />

e dos periféricos. Desligue os aparelhos da<br />

corrente assim que estiverem carregados e<br />

retire de imediato o carregador da tomada.<br />

18Esquentadores<br />

inteligentes<br />

Prefira esquentadores inteligentes<br />

que abrem e fecham na torneira.<br />

A modulação automática<br />

da chama permite adaptar a chama<br />

às necessidades, poupandose<br />

no consumo de gás.<br />

3Programas económicos<br />

Privilegie sempre os programas económicos<br />

das máquinas e evite programas acima dos 40<br />

graus. Para uma lavagem mais eficiente lave<br />

com regularidade o filtro. Diminua o tempo de<br />

lavagem caso tenha máquina de secar. Prefira<br />

secar ao ar livre e apanhe a roupa meio húmida<br />

pois poupa mais energia ao passar e regule a potência<br />

do ferro consoante o tipo de tecido.<br />

8Ar condicionado<br />

As unidades exteriores de ar condicionado<br />

devem ser instaladas num local<br />

onde haja circulação de ar, sem estar<br />

exposto ao Sol. Feche as portas da<br />

divisão onde o ar condicionado está a<br />

funcionar, para não haver perdas<br />

energéticas. No Verão, mantenha as<br />

persianas o mais fechadas possível<br />

durante as horas de maior calor, para<br />

evitar que o ar condicionado trabalhe<br />

em esforço.<br />

19Carros<br />

ecológicos<br />

Também o seu carro pode ser<br />

amigo do ambiente. A oferta já é<br />

vasta e o retorno do maior gasto<br />

que terá na compra, sentirá na<br />

poupança com o consumo e na<br />

menor contribuição de CO2.<br />

9Vidros duplos<br />

Prefira janelas com vidros duplos,<br />

que isolam do frio e do ruído. A<br />

caixilharia em madeira é melhor<br />

do que o alumínio tradicional. Se<br />

optar por este, a caixilharia deverá<br />

ter corte térmico. No Inverno, cortinas<br />

pesadas ou carpetes ajudam a<br />

conservar o calor no interior da<br />

casa. Desligue as luzes em divisões<br />

vazias ou em zonas de passagem,<br />

como corredores. Tal pode significar<br />

uma redução em 25% do consumo<br />

energético anual.<br />

14Instale contadores<br />

Sabia que pode controlar em sua própria<br />

casa os seus gastos energéticos? O mercado<br />

dispõe de vários contadores, desde os<br />

monofásicos simples, até aos trifásicos<br />

multitarifa capazes de fazer a contagem<br />

energética com grande exactidão.<br />

13Opte por portáteis<br />

Os portáteis consomem menos energia<br />

do que os computadores de secretária.<br />

Desligue o monitor, a impressora e outros<br />

periféricos quando não os tiver a utilizar e<br />

para eliminar os consumos remanescentes<br />

utilize tomadas com interruptor.


4Água<br />

no lava loiça<br />

Sempre que lavar a loiça<br />

à mão, encha o lava loiça<br />

com detergente e água<br />

quente. Gasta menos do<br />

que à torneira. No caso<br />

da roupa, pode terminar<br />

oprogramadelavagem<br />

10 minutos antes, para<br />

que a roupa fique mais<br />

húmida e seja mais fácil<br />

passar. Consegue ainda<br />

poupar energia se <strong>desligue</strong><br />

o ferro uns minutos<br />

antesdeacabardepassar.<br />

15Solares térmicos<br />

nas máquinas de loiça<br />

A instalação de sistemas solares térmicos<br />

podem ser aproveitados nas máquinas<br />

de lavar loiça. Já existem no<br />

mercado máquinas preparadas para<br />

receber água quente solar, sendo esta<br />

uma forma de rentabilizar melhor o<br />

sistema e de poupar energia no aquecimento<br />

da água, tarefa que mais energia<br />

consome no funcionamento das<br />

máquinas de lavar loiça.<br />

20Transportes<br />

amigos do ambiente<br />

Pode optar por andar a pé. Menos<br />

carros nas estradas, menos CO2<br />

na atmosfera. Ir de transportes<br />

públicos para o trabalho é também<br />

uma boa escolha, havendo já<br />

empresas com opções ecológicas.<br />

5Pequenos gestos na cozinha<br />

Desligue a chama-piloto do esquentador quando não o<br />

utiliza. No Verão, baixe a temperatura da água do esquentador<br />

ou caldeira. Ao cozinhar com as panelas tapados,<br />

o gasto será menor. Desligue o bico antes de a comida<br />

estar cozinhada, pois o calor residual será suficiente<br />

para finalizar a cozedura. O mesmo se aplica ao forno.<br />

10Lâmpadas económicas<br />

Face às lâmpadas incandescentes, as fluorescentes,<br />

permitem poupar mais de 80% de energia. Já as<br />

lampadas LED, embora mais caras, acabam por ser<br />

mais económicas., o que compensa o custo de<br />

aquisição. É que têm baixíssimo consumo, uma<br />

vida útil extremamente longa e baixo custo de manutenção.<br />

Além disso, têm dimensões compactas,<br />

luz direcionada, alta resistência a vibração e estão<br />

100% livre de metais pesados.<br />

16Aquecimento ambiente<br />

através de renováveis<br />

Para fazer o aquecimento ambiente, pode utilizarse<br />

um sistema misto solar térmico + biomassa. Este<br />

é mais vantajoso do que um sistema apenas solar<br />

térmico pois beneficia de outra fonte de energia renovável<br />

disponível em qualquer altura, nomeadamente<br />

no período nocturno.<br />

OPINIÃO LEONOR<br />

SARSFIELD COSTA FREITAS,<br />

Sócia da GPA – Gouveia Pereira,<br />

Costa Freitas & Associados<br />

Energia Eólica:<br />

Concursos<br />

eDesafios<br />

A nova Estratégia Nacional para a Energia - ENE<br />

2020 -, aprovada pela Resolução do Conselho de<br />

Ministros nº 29/2010, de 15 de Abril, vem reforçar<br />

a centralização da política energética nacional<br />

para a próxima década nas Energias Renováveis.<br />

Quanto à energia eólica, na qual assenta, actual e<br />

primordialmente, em conjunto com a energia hídrica,<br />

a produção renovável do País, a ENE 2020<br />

prevê, para além da instalação até 2012 da capacidade<br />

eólica já atribuída em concursos anteriores<br />

(2000MW) e a promoção do sobre-equipamento<br />

dos parques eólicos já existentes (instalação de<br />

mais 400MW), a possibilidade de instalação, até<br />

2020, também por concurso, de mais 3000MW de<br />

potência. Esta última atribuição dependerá, prevê<br />

a Resolução, de um conjunto de factores como a<br />

evolução da procura da electricidade, a penetração<br />

dos veículos eléctricos, a capacidade de transferência<br />

de consumos de períodos de ponta para<br />

período de vazio, a viabilidade técnica e custos<br />

das tecnologias eólicas off-shore e ainda os impactos<br />

ambientais associados aos diferentes tipos<br />

de tecnologia.<br />

Dada a abrangência da ENE 2020 e as metas por<br />

esta traçadas, quer quanto ao desenvolvimento de<br />

“clusters energéticos”, quer quanto à criação de<br />

postos de trabalho, será de contar com concursos<br />

de atribuição de potência com critérios de avaliação<br />

diversificados, na linha dos que presidiram ao<br />

concurso de 2005 (para atribuição de 1800MW):<br />

desconto à tarifa e apresentação de projecto de<br />

cluster industrial de apoio ao sector. É natural que<br />

se estabeleçam igualmente outros critérios, como<br />

a combinação com projectos hídricos, com o projecto<br />

do carro eléctrico ou com o desenvolvimento<br />

de tecnologias off-shore.<br />

Esta modalidade de concurso permitiria, em princípio,<br />

ir simultaneamente ao encontro de várias<br />

metas da ENE2020. No entanto, como é expressamente<br />

reconhecido, estará dependente dos factores<br />

acima enumerados. Afigura-se-nos, contudo,<br />

outro factor a ponderar: a adjudicação de potência,<br />

mesmo por concurso, não dispensa o adjudicatário<br />

das obrigações legais e administrativas associadas<br />

ao licenciamento de centrais eólicas.<br />

Ora, os procedimentos necessários ao cumprimento<br />

de tais obrigações envolvem vários organismos,<br />

sujeitos a tutelas distintas, o que origina,<br />

por vezes, falhas de comunicação, decisões contraditórias<br />

e, naturalmente, delongas que podem<br />

pôr em risco a implantação do projecto em tempo<br />

útil e em condições de rentabilidade.<br />

A complexidade que actualmente caracteriza tal<br />

processo de licenciamento pode originar situações<br />

de verdadeiro impasse, ainda menos desejáveis<br />

quando a instalação de parques eólicos se encontra<br />

associada, em regime de interdependência,<br />

à implementação de outros projectos, sujeitos<br />

a diferentes termos e prazos de licenciamento.<br />

A este respeito, veja-se o recentemente divulgado<br />

estudo da European Wind Energy Association: o<br />

tempo médio de licenciamento de um Parque Eólico<br />

em Portugal é de 58 meses (numa média europeia<br />

de 42 meses, havendo países com médias<br />

de 10, 15 e 18 meses).<br />

Importaria assim, na senda das metas da<br />

ENE2020, reformular os processos de licenciamento,<br />

integrando-os de forma eficiente e, sem<br />

descurar a componente ambiental, dotando-os de<br />

maior agilidade, simplicidade e clareza.<br />

Para o efeito, seria também importante a revisão e<br />

uniformização dos diversos diplomas legais que<br />

regulam esta matéria, de modo a clarificar e,<br />

eventualmente, unificar o regime jurídico que dos<br />

mesmos emana.<br />

A aposta está feita e os desafios são conhecidos -<br />

esperamos, por isso, que se criem as condições<br />

efectivas para a sua superação. ■<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> XV


XVI Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

Carros eléctricos vão diminuir<br />

custos energéticos<br />

ANTÓNIO VIDIGAL, DA EDP INOVAÇÃO diz que se todo o parque automóvel<br />

português fosse movido a electricidade, os custos energéticos diminuiriam 38%.<br />

Carlos Caldeira<br />

carlos.caldeira@economico.pt<br />

A população mundial não vai diminuir, vai continuar<br />

a crescer, e o número de serviços para<br />

pessoas também vai aumentar. Mas, a “energia<br />

gasta por serviço pode ser feita de uma forma<br />

muitomaiseficiente,comoéocasodoscarros<br />

eléctricos”, afirmou António Vidigal, CEO da<br />

EDP Inovação, durante a V Conferência Energias<br />

Renováveis do Diário <strong>Económico</strong>.<br />

Aquele gestor, que considerou a aposta no desenvolvimento<br />

das energias renováveis como<br />

uma alavanca para a recuperação económica a<br />

médio e longo prazo, referiu ainda que se o parque<br />

automóvel nacional fosse todo eléctrico, “o<br />

benefício seria enorme. As emissões de CO2<br />

cairiam 12%, os custos energéticos desceriam<br />

38% e a nossa dependência energética face ao<br />

exterior diminuiria 8%”.<br />

Já Fernando Pacheco, vice-presidente da<br />

Iberdrola Portugal, mostrou-se confiante que<br />

“estamos num período de mutação energética.<br />

Haverá algo que eliminará o petróleo como fonte<br />

de energia, só ainda não sabemos bem o que<br />

será”. E realçou a importância da aposta nas renováveis,<br />

que é “um investimento privado, que<br />

só se pode fazer se ficar provada a sua capacidade<br />

económica, rentabilidade e independência<br />

dos ciclos conjunturais”. Por outro lado, salientou<br />

que “estamos a falar de um investimento<br />

muito importante para diminuir o défice externo<br />

do País”.<br />

Por sua vez, Gustavo Fernandes, administrador<br />

Se toda a gente usar carros<br />

eléctricos, as emissões de CO2<br />

cairiam 12%, os custos energéticos<br />

desceriam 38% e a nossa<br />

dependência energética face<br />

ao exterior diminuiria 8%.<br />

da Martifer Solar, realçou o potencial de Portugal<br />

neste tipo de energias, por ser um País com<br />

“muito sol, que é o nosso petróleo e não tem<br />

sido aproveitado.” Gustavo Fernandes defendeu<br />

mesmo que Portugal tem “condições para vir a<br />

exportar energia para o Norte de África e para a<br />

Europa”.<br />

António Vidigal, CEO da EDP Inovação, na conferência do Diário <strong>Económico</strong><br />

sobre Energias Renováveis, que decorreu na semana passada.<br />

Finalmente, Nuno Ribeiro da Silva, presidente<br />

da Endesa Portugal, alertou para a necessidade<br />

de se dar “mais atenção às energias renováveis<br />

e a todos os recursos, sem termos propriamente<br />

de acabar no electrão”, mostrando-se contra a<br />

energia nuclear. E concluiu que “nunca a electricidade<br />

foi tão barata como agora”.<br />

Emissões CO2 a diminuir nos automóveis<br />

Noutro contexto, Helder Barata Pedro, presidente<br />

da ACAP, disse ao Diário <strong>Económico</strong><br />

que, de um modo geral, “a indústria soube<br />

corresponder ao desafio do ambiente, desenvolvendo<br />

novas tecnologias capazes de reduzir<br />

quer as emissões de CO2, quer de poluentes<br />

como os NOx, partículas de fumo, hidrocarbonetos<br />

e monóxido de carbono.” E dá<br />

exemplos concrectos do resultado da estratégia<br />

desta indústria, destcanado que os automóveis<br />

vendidos em Portugal em 2007, 2008<br />

e 2009 apresentaram emissões de CO2 de,<br />

respectivamente, 144 g/km, 139 g/km e 136<br />

g/km. “Verificou-se, pois, uma evolução notável<br />

em termos médios e podemos afirmar<br />

que este esforço é transversal a todas os fabricantes.<br />

É de salientar que, em 1998, foi assinado<br />

um acordo voluntário entre os Construtores<br />

de Automóveis e a União Europeia, o<br />

qual previa já uma redução das emissões de<br />

poluentes dos veículos colocados no mercado.”<br />

■ com R.C.<br />

Paulo Alexandre Coelho


Os carros mais amigos do ambiente<br />

■ MINI CARROS<br />

1 Toyota IQ 1.0 2 Suzuki Alto 1.0 3 Nissan Pixo 1.0<br />

■ PEQUENOS CARROS<br />

1 Ford Fiesta 1.6 TDCi Econetic 2 Subaru Justy 1.0 3 Daihatsu Sirion 1.0 eco top<br />

■ COMPACTOS<br />

1 Honda Insight Hybrid Elegance 2 Volvo C30 1.6D DRIVe DPF Start/Stop 3 Volkswagen Golf 1.4 TSI DSG<br />

■ CLASSE MÉDIA<br />

1 Toyota Prius 1.5 Hybrid 2 Honda Civic 1.3i-DSI Hybrid 3 BMW 316d<br />

■ CLASSE MÉDIA SUPERIOR<br />

1 BMW 520d DPF 2 BMW 520i DPF 3 Ford Mondeo 1.8 TDCi Econetic<br />

■ CARRINHAS DE 6 OU MAIS LUGARES<br />

1 Opel Zafira 1.6 ECOflex Turbo CNG Erdgas 2 Peugeot 308SW 1.6 HDi DPF 3 Renault Grand Scénic III 1.5dCI<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> XVII<br />

Como são<br />

encontrados<br />

os carros<br />

verdes<br />

■ Quercus e Agência do<br />

Ambiente reuniram.se para<br />

o projecto www.topten.pt<br />

para analisar<br />

os automóveis,<br />

electrodomésticos,<br />

lâmpadas e até<br />

impressoras mais amigas<br />

do ambiente. O projecto<br />

Topten.pt foi promovido,<br />

entre 2007 e 2008, pela<br />

EDP Distribuição. Desde<br />

Dezembro de 2008, que é<br />

financiado pelo programa<br />

europeu “Intelligent<br />

Energy – Europe” (IEE)<br />

da Comissão Europeia.<br />

O Topten.pt faz parte<br />

do projecto europeu<br />

Euro-Topten Plus,<br />

que reune 20 parceiros<br />

de 16 países, cada um<br />

partilhando experiências,<br />

a tecnologia dos produtos,<br />

iniciativas de comunicação,<br />

etc. O Euro-Topten Plus<br />

terá a duração de três<br />

anos, entre Janeiro<br />

de 2009 e Dezembro<br />

de 2011. I.M.


XVIII Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

Paula Nunes<br />

A Sociedade de Advogados Rui Pena<br />

& Associados é um exemplo a seguir. Foi<br />

pioneira na instalação de um painél fotovoltaico,<br />

mas também prima pelo facto de ter colocado<br />

um contador que permite a contagem<br />

da produção instantânea para a produção<br />

acumulada, bem como do CO2 evitado.<br />

Empresas<br />

mais amigas<br />

do ambiente<br />

■ As solicitações por parte<br />

de empresas dos mais<br />

variados sectores<br />

relativamente a<br />

equipamentos de energias<br />

renováveis, são crescentes<br />

e a tendência é apara se<br />

manter a procura. Quem o<br />

diz é José de Melo<br />

Bandeira, administradordelegado<br />

da Dalkia, que<br />

assegura que as empresas<br />

procuram projectos que<br />

permitam “a optimização<br />

das instalações existentes<br />

até às novas soluções de<br />

produção de energia<br />

descentralizada, com forte<br />

pendor para soluções<br />

tecnologicamente mais<br />

eficientes e com recurso<br />

a gás”. O responsável diz<br />

haver grande procura por<br />

soluções “com recurso a<br />

renováveis como solares,<br />

biomassa, geotermia e<br />

pilha de combustível”.<br />

Com as soluções que<br />

desenvolve, a Dalkia<br />

“já reduziu, em termos<br />

globais, 6 milhões de<br />

toneladas de CO2 as<br />

emissões dos clientes”,<br />

introduzindo “benefícios<br />

nas suas contas de<br />

exploração”, diz. R.C.<br />

Portucel produz<br />

em 2009, mais<br />

18% de energia<br />

Grupo investe 200 mil euros<br />

na área de energia.<br />

A Soporcel/Portucel, produziu, em 2009, 54%<br />

da energia eléctrica proveniente de biomassa<br />

florestal, em Portugal. O grupo investe na área<br />

da energia, “cerca de 200 milhões de euros com<br />

retornos a longo prazo”, informa fonte oficial.<br />

O grupo estima que, a partir de 2011, as instalações<br />

dos seus complexos fabris “venham a ser<br />

responsáveis por cerca de 5% de toda a energia<br />

eléctrica produzida no país, obtida na sua maioria<br />

a partir de recursos renováveis”, refere.<br />

A Soporcel/Portucel é, actualmente, o maior<br />

produtor nacional de ‘energia verde’ proveniente<br />

de biomassa florestal. Em 2009, o grupo atingiu<br />

uma capacidade de produção bruta de energia<br />

eléctrica de 1148 GWh, registando-se um aumento<br />

de cerca de 18% face ao ano anterior.<br />

“Uma produção total que corresponde ao consumo<br />

médio de 520 mil habitantes e a 2,5% da<br />

produção total nacional”, frisa a empresa, que,<br />

em meados de 2009, concluiu a central de ciclo<br />

combinado a gás natural associada à nova fábrica<br />

de papel de Setúbal, “com uma capacidade<br />

instalada de 80 MW, que vai permitir produzir<br />

anualmente cerca de 600 GWh”, diz fonte do<br />

grupo. De salientar ainda a entrada em funcionamento,<br />

no final do ano, de duas novas centrais de<br />

produção de energia eléctrica a partir de biomassa<br />

nas fábricas de Cacia e de Setúbal. “Com<br />

o arranque destas centrais, cuja capacidade unitária<br />

corresponde a 12,5 MWh, verificou-se um<br />

acréscimo da produção anual de energia renovável<br />

do grupo em 167 GWh, e consequente reforço<br />

da sua posição na área da biomassa”, frisa<br />

fonte do grupo, que, em 2009, começou os trabalhos<br />

de implementação da nova turbina de cogeração<br />

a biomassa, a instalar no complexo industrial<br />

da Figueira da Foz, que deverá entrar em<br />

funcionamento na segunda metade de 2010. A<br />

Sopoprcel/Portucel procedeu ainda à reformulação<br />

das caldeiras de biomassa das co-gerações<br />

das unidades fabris “projectos que permitiram<br />

uma melhoria significativa da eficiência energética<br />

e do desempenho ambiental das mesmas”,<br />

salienta. De frisar os importantes reflexos na redução<br />

das emissões de dióxido de carbono para<br />

a atmosfera destas medidas. “Entre 2005 e 2009,<br />

o grupo obteve uma redução de 29% nas emissões<br />

de CO2 e de 13% no consumo de água, por<br />

tonelada de produto”, destaca. ■R.C.<br />

Marcel de Button,<br />

presidente da<br />

Logoplaste, pousa<br />

orgulhoso junto de<br />

alguns dos 630<br />

painéis fotovoltaicos<br />

que a empresa<br />

instalou há um ano.<br />

Uma autêntica<br />

central que permite à<br />

sede da empresa ser<br />

independente no que<br />

toca à produção de<br />

energia consumida.<br />

A capacidade é de<br />

180 mil Kwh por ano.<br />

Painel<br />

fotovoltaico<br />

econtador<br />

O Grupo<br />

Soporcel/Portucel<br />

produziu em 2009,<br />

54% da energia<br />

eléctrica proveniente<br />

de biomassa florestal<br />

em Portugal. Os<br />

complexos fabris da<br />

empresa podem<br />

mesmo ser<br />

responsáveis por 5%<br />

de toda a energia<br />

eléctrica produzida no<br />

país. Pelo menos é<br />

essa a ambição do<br />

Grupo que conseguiu<br />

entre 2005 e 2009,<br />

reduzir em 29% as<br />

emissões de CO2 para<br />

a atmosfera.<br />

Retorno esperado pela RPA<br />

é de 4 mil euros por ano.<br />

“A substituição de copos de plástico para beber<br />

água por uma caneca por advogado e colaborador,<br />

permitiu à Sociedade de advogados Rui<br />

Pena Arnault & Associados - RPA, poupar mais<br />

de 400 euros/ano”. Quem o diz é Mónica Carneiro<br />

Pacheco, sócia coordenadora da área de<br />

energia, ambiente e recursos humanos da RPA.<br />

Mas outras formas há de poupança de energia,<br />

como instalar sensores de movimento, que levam<br />

que as luzes apenas se acendam quando as<br />

zonas são efectivamente usadas, ou sincronizar<br />

elevadores do edifício para que apenas o mais<br />

próximo do piso de chamada se movimente. Estas<br />

foram regras implementadas pela RPA que<br />

tem ainda por hábito desligar os computadores<br />

durante a noite, tendo substituído os monitores<br />

por monitores com eficiência energética de<br />

classe A.<br />

Mas além dos cuidados internos com a poupança<br />

de energia, a sociedade de advogados, produz<br />

também a sua própria energia. Como? instalando<br />

um painel fotovoltaico produzido pela<br />

Home Energy. “O painel é um conjunto de células<br />

fotovoltaicas ligadas entre si composto por<br />

20 módulos fotovoltaicos e com uma potência<br />

de 4,40 kWp”, informa Mónica Carneiro Pacheco.<br />

O sistema é ainda composto “por um inversor<br />

para transformação da energia DC para AC,<br />

um contador de energia, um quadro de ligação à<br />

rede e cabos de ligação”, explica.<br />

O painel foi instalado em Janeiro e desde Fevereiro<br />

que está a injectar potência na rede. É por<br />

isso, ainda muito cedo para se poder avaliar o<br />

retorno, e fazer um cálculo em termos de poupança.<br />

Porém, a expectativa é que “a poupança<br />

esperadacorrespondaaquiloqueéoretorno<br />

esperado, ou seja cerca de 4 mil euros por ano”.<br />

A sociedade de advogados instalou ainda um<br />

contador. Um sistema que permite a contagem<br />

da produção instantânea para produção acumulada<br />

e do CO2 evitado. “O contador é um dos<br />

elementos do sistema e não indica/controla o<br />

gasto em energia mas a energia produzida (instantânea<br />

e acumulada) e o CO2 evitado”, explica<br />

Mónica Carneiro Pacheco que informa que,<br />

actualmente, “o contador mostra uma produção<br />

acumulada de 1082 kWh e 757 kg de CO2 evitado”.<br />

O investimento total realizado pela sociedade<br />

foi cerca de 21 mil euros. ■R.C.<br />

800 m2 com<br />

630 painéis<br />

fotovoltaicos<br />

Logoplaste reduziu em<br />

30% consumo de energia.<br />

São 800 m2 de painéis fotovoltaicos que a Logoplaste<br />

tem instalados no seu Campus em Cascais.<br />

Ao todo são 630 painéis, responsáveis pela<br />

produção de 110 Kwh de energia, e uma capacidade<br />

anual de 180 mil Kwh “o que chega para<br />

cobrir 25% das necessidades da sede da empresa<br />

onde se encontra toda a gestão e parte administrativa<br />

da actividade da Logoplaste nos 17<br />

países onde está presente”, informa Marcel de<br />

Button, presidente da empresa.<br />

Os painéis estão a funcionar há um ano, tendo<br />

demorado cerca de ano e meio a serem instalados,<br />

“num investimento total de 54 mil euros<br />

com retorno esperado dentro de 12 anos”, esclarece<br />

o responsável, que partilha a ambição de,<br />

“a longo prazo, a empresa querer instalar o mesmo<br />

sistema nas 17 fábricas do país”.<br />

As preocupações ambientais da empresa remontam<br />

a 1996, quando a Logoplaste inaugurou<br />

a sociedade Ponto Verde e a política mantém-se<br />

nos dias de hoje. O ano passado, a empresa procedeu<br />

a alterações na produção de garrafas de<br />

plástico. Tampas mais baixas e redução da espessura,<br />

“o que implica um ganho de peso em<br />

cada embalagem”, diz Marcel de Button. Assim,<br />

se, em 2005, “por cada tonelada transformada,<br />

eram necessários 1017 Kwt de energia, o valor<br />

baixou para 935 Kwh, -8%”, explica o presidente.<br />

Estas alterações tiveram consequências igualmente<br />

positivas nas emissões libertadas de CO2<br />

para a atmosfera. A Logoplaste conseguiu reduzir<br />

em 4,5% a geração indirecta de CO2, ou seja,<br />

60 toneladas, ao mesmo tempo que economizou<br />

1500 toneladas de garrafas, das 30 mil que<br />

produz em média, anualmente, o que representa,<br />

assegura Marcel de Button, “menos 1000<br />

KWh, e uma diminuição de 30% nos gastos<br />

energéticos das fábricas”, o que se justifica com<br />

o facto da alteração ter implicado a utilização de<br />

materiais mais amigos do ambiente. É que até a<br />

forma de secagem das garrafas mudou. “Antes<br />

era a calor e agora é em vácuo, o que permite<br />

uma poupança energética”, afirma o responsável<br />

que acrescenta que, anualmente a Logoplaste<br />

investe em pesquisas na área das energias,<br />

“cerca de 0.5% das vendas da empresa.<br />

Internamente, a empresa tem ainda o cuidado<br />

de utilizar os dois versos da folha para imprimir<br />

e de ter iluminação mais económica. ■R.C.<br />

Fotos cedidas por Andritz AG da autoria de Lars Behrendt


Hospitais podem poupar até 80% com LED<br />

A cogeração pode diminuir a factura energética de um hospital até 30%<br />

Raquel Carvalho<br />

raquel.carvalho@economico.pt<br />

A eficiência energética nos hospitais passa muito<br />

pela redução dos consumos de iluminação,<br />

pela utilização de aparelhos de climatização<br />

mais eficientes e por sistemas de gestão técnica<br />

centralizada.<br />

Para isso, basta saber escolher fornecedores<br />

que implementem tecnologias amigas do ambiente.<br />

E um sistema de iluminação eficiente a<br />

nível energético faz toda a diferença. A redução<br />

do consumo de energia pode chegar aos 80%.<br />

No caso do Novo Hospital Internacional do Algarve,<br />

que alocou à Arquiled o desenvolvimento<br />

de toda a sua iluminação com a tecnologia<br />

LED, a poupança varia “entre 55 e 60%. Cerca de<br />

1200 euros”, informa Rafael Santos, CEO da Arquiled.<br />

O que foi possível porque aquela unidade<br />

de saúde reduziu os custos de exploração.<br />

“Além da evidente poupança energética directa<br />

obtida através da aplicação da tecnologia Led”,<br />

Rafael Santos explica que, no caso do Hospital<br />

Internacional do Algarve, conseguiu-se também<br />

“em aplicações de iluminação interior uma<br />

efectiva redução energética no consumo das<br />

soluções de avac, graças à redução de temperatura<br />

nas fontes de luz”.<br />

De facto, a tecnologia LED tem imensas vantagens<br />

face às fontes tradicionais. O CEO da Arquiled<br />

destaca como vantagens, “a sua maior<br />

eficiência energética, as suas dimensões reduzidas,<br />

a durabilidade, a maior resistência ao choque<br />

e vibrações, os reduzidos custos de manu-<br />

Paula Nunes<br />

O Novo Hospital Internacional<br />

do Algarve poupou com a<br />

iluminação LED, entre 55% e<br />

60%, ou seja, cerca de 1200 euros.<br />

tenção e os baixos consumos de potência”, factores<br />

que contribuem para uma factura mensal<br />

de energia bastante mais reduzida, a par de uma<br />

redução da emissão de gases de efeito de estufa.<br />

É por isso uma vantagem para unidades de saúde<br />

aderirem a esta tecnologia. No caso do Novo<br />

Hospital Internacional do Algarve, o retorno foi<br />

de 19 meses. “Isto se tivermos em conta uma<br />

matriz de utilização de 365 dias/ano 12 horas/dia”,<br />

explica. Nesse caso, “a poupança é de<br />

11.708,51 KWh/ano”.<br />

Rafael Santos informa que “a solução de tecnologia<br />

convencional tinha um custo de cerca de<br />

17.000 euros e a solução de tecnologia led aplicada<br />

custou de investimento inicial cerca de<br />

18.831 euros”, acrescentado que a Arquiled tem<br />

alocado 750 mil euros para o desenvolvimento<br />

de sistemas.<br />

Depois desta parceria, a empresa prevê estender<br />

a colaboração para outras unidades de saúde.<br />

São elas as unidades de saúde da Beira Alta,<br />

da Beira Baixa, Lisboa e Braga, estando a empresa<br />

“a trabalhar em alguns projectos a nível nacional<br />

para hospitais de retaguarda e centros<br />

geriátricos”, diz.<br />

Além de sistemas de iluminação eficientes, os<br />

hospitais ganham também em implementar sistemas<br />

que ajudem a controlar a temperatura<br />

sem gastar muito. Em Portugal, são três os hospitais<br />

que utilizam sistemas de trigeração para<br />

produção de electricidade, calor e frio: o Pedro<br />

Hispano, em Matosinhos, o Garcia da Orta, em<br />

Almada, e o S. Francisco Xavier, em Lisboa.<br />

A grande vantagem da cogeração em hospitais<br />

passa por permitir uma poupança dos custos<br />

energéticos entre os 15% e os 20%. Esta tecnologis<br />

faz aproveitamentos térmicos bastante significativos<br />

em águas quentes sanitárias, sistemas<br />

de climatização e esterilização, no que diz<br />

respeito ao calor, e em sistemas de climatização,<br />

no que diz respeito ao frio. Na grande maioria<br />

das instalações onde existem sistemas de cogeração<br />

obtêm-se reduções na factura energética<br />

de 20 - 30%, o que se traduz em retornos de investimento<br />

da ordem dos 3 anos.<br />

O futuro Hospital de Loures vai ter um sistema<br />

de cogeração que lhe vai permitir uma poupança<br />

de energia entre os 15 e os 20%. É a Dalkia a<br />

empresa que irá explorar este sistema. ■<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> XIX<br />

Uma lâmpada LED.


XX Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

FINANCIAMENTO<br />

APRIVADOS<br />

Santander<br />

financia de 3<br />

a 8 mil euros<br />

■ Para particulares, o<br />

Santander disponibiliza um<br />

montante que varia entre<br />

os3mileos8mileuros,<br />

comprazosde24a96<br />

mesesespreadde2%.<br />

Microgeração<br />

é líder nos<br />

pedidos ao BPI<br />

■ Os clientes particulares<br />

e pequenos negócios que<br />

procuram financiamento<br />

no BPI, querem soluções<br />

para projectos de<br />

microgeração, sobretudo<br />

fotovoltaico.<br />

Financiamento para<br />

renováveis a crescer<br />

NOVO ENQUADRAMENTO REGULATÓRIO tornou mais<br />

dinâmico sector das renováveis em Portugal.<br />

Raquel Carvalho<br />

raquel.carvalho@economico.pt<br />

Portugal está muito activo no que respeita ao financiamento<br />

em regime de ‘project finance’<br />

para projectos de energias renováveis. De acordo<br />

com fonte do BESI, “a procura tem-se mantido<br />

elevada ao longo dos últimos anos”, sendo<br />

este “já claramente um dos principais sectores<br />

de actividade dentro da área do ‘project finance’<br />

em Portugal”, garante aquele banco. A opinião é<br />

partilhada pelo Santander que afirma ser esta<br />

uma época de “dinâmica, de existência de muitos<br />

projectos de energias renováveis em fase de<br />

financiamento e é previsível que a tendência se<br />

mantenha pelos menos até meados de 2013”, garante<br />

fonte do banco.<br />

O mercado está em grande movimentação e o<br />

BESI esclarece já não serem só os projectos eólicos<br />

e as centrais hídricas a dominarem o negócio.<br />

“O sector apresenta agora uma maior diversidade,<br />

tendo surgido vários projectos de energia<br />

solar e sendo esperada também alguma actividade<br />

em torno da biomassa”, diz o banco.<br />

No entanto, convém lembrar que o mercado<br />

português foi um dos precursores desta forma<br />

de financiamento para operações ligadas aos<br />

portfolios essencialmente eólicos. Quem o afirma<br />

é o Millenniumbcp.<br />

Portugal chegou em 2009, aos 3.500MW de potência<br />

instalada, o que, segundo fonte do Millenniumbcp,<br />

“são notáveis para um país da dimensão<br />

do nosso, colocando-nos nos primeiros<br />

lugares a nível mundial em indicadores como<br />

MW renovável a dividir por habitante ou por<br />

Km2”. O banco elogia a capacidade da banca e<br />

dos promotores, mas diz que “nada disto teria<br />

sido possível sem o enquadramento regulatório<br />

correcto que o Governo delineou em 2005”.<br />

Segundo aquele banco, “nos próximos anos, o<br />

mercado de ‘project finance’ na área de renováveis<br />

deverá continuar a beneficiar dos enquadramentos<br />

regulatórios, e deverá ser suportado<br />

pela recuperação dos preços de electricidade<br />

fruto da antecipada aproximação dos preços do<br />

gás aos preços do petróleo”, sendo de esperar<br />

“interesse em novas transacções”.<br />

De facto, este é um sector atractivo e pode<br />

apontar-se responsabilidade deste facto, “além<br />

dos regimes tarifários em vigor, aos custos de<br />

investimento associados e ao grau de domínio<br />

das tecnologias”, diz o Millenniumbcp. Mas não<br />

só. No contexto de crise económica que a Europa<br />

atravessa, Luis Teles, responsável da Direcção<br />

de Structured Finance do Banif Investment<br />

Bank, garante que “o sector das energias renováveis<br />

demonstra uma atractividade interessante<br />

e uma matriz de riscos robusta que permi-<br />

te estruturar um financiamento em project finance<br />

sem recurso aos accionistas”. É por isso<br />

que os principais players do mercado se mantém<br />

activos, mesmo depois de se sentir alguma<br />

retracção da oferta de financiamentos de longo<br />

prazo, com o eclodir da crise nos mercados financeiros,<br />

no segundo semestre de 2007. O Santander<br />

admite que a crise financeira e escassez<br />

de liquidez teve um efeito negativo na capacidade<br />

de alguns bancos para participar nas transacções.<br />

Mas o pior já passou e no momento actual,<br />

“com o sentimento de recuperação da economia<br />

e um extenso pipeline acumulado de projectos,<br />

a evolução do sector nos próximos 2/3<br />

anos deverá ser muito positiva caso o enquadramento<br />

regulatório se mantenha estável”, diz o<br />

banco. A CaixaBi afirma mesmo que, “depois de<br />

algum marasmo, o apetite do mercado por activos<br />

no sector das energias renováveis está no-<br />

O sector das renováveis está cada<br />

vez mais atractivo, o que se deve,<br />

em parte, às iniciativas do governo<br />

de promoção do sector e<br />

ao lançamento de novas licenças.<br />

vamente ascendente”, acrescentando o banco<br />

que “o primeiro trimestre de 2010 marcou o início<br />

de uma nova fase do mercado, caracterizada<br />

por uma procura crescente de projectos no sector<br />

das energias renováveis”.<br />

Em Portugal, os projectos eólicos e fotovoltaicos<br />

são os que requerem mais pedidos de investimentos,<br />

sendo também os que têm mais perspectivas<br />

de futuro. Segundo Luís Teles,. “os investidores<br />

e o sistema financeiro privilegiam as<br />

tecnologias já comprovadas e com níveis de eficiência<br />

elevados e risco mais moderados”, explica,<br />

justificando que “as centrais hídricas, eólicas<br />

e de biomassa apresentam os melhores binómios<br />

risco-retorno, pelo que deverão contin<br />

uar a evidenciar fortes níveis de investimento”.<br />

Luis Teles antevê “forte investimento em energia<br />

solar, termo e fotovoltaico, antecipando um<br />

desenvolvimento tecnológico acelerado. ■<br />

COMO ACTUAM OS BANCOS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE “PROJECT FINANCE”<br />

Santander 1 BPI 2 BES 3<br />

■ O Santander disponibiliza o ■ Os clientes do BPI tanto são ■ Além das preocupações com<br />

leasing para compra de empresas e promotores de o preço das operações e da<br />

equipamentos de energias projectos de média e grande necessidade de assegurar o<br />

renováveis. Existem soluções dimensão, através das<br />

apoio a longo prazo, do maior<br />

de financiamento a 100% do Direcções de Empresas e de número de bancos possível, as<br />

investimento, operações de Project Finance, como clientes empresas procuram estruturas<br />

locação financeira simples, particulares e pequenos de financiamento flexíveis para<br />

que se destinam a particulares negócios. O Banco tem estado poderem ser tidas em conta as<br />

e empresas com prazos de muito activo com<br />

especificidades de cada projecto<br />

pagamento alargados até 10 participações em projectos em matéria de perfis de<br />

anos. Acessoriamente, o fotovoltaicos, de biomassa e, desembolso e reembolso das<br />

banco tem um pacote de mais recentemente,<br />

facilidades de crédito, definições<br />

seguros de apoio.<br />

termossolares.<br />

dos rácios do projecto, etc.<br />

Em Portugal em 2008 três operações<br />

de financiamento originaram<br />

aproximadamente 262 milhões de euros para<br />

o desenvolvimento de dois parques solares<br />

fotovoltaicos e uma hidroeléctrica.<br />

4<br />

Millenniumbcp<br />

■ O Millennium bcp através<br />

do protocolo “Medida Solar<br />

Térmico 2009”, que promove<br />

a utilização de renováveis em<br />

particulares, financiou um<br />

máximo de 5 mil euros. O<br />

Banco disponibiliza ainda o<br />

Crédito Energias Renováveis,<br />

que se destina a financiar<br />

despesas com a aquisição de<br />

equipamentos passíveis de<br />

transformarem energias<br />

renováveis, até 15 mil euros.


5<br />

Caixa BI<br />

■ O CaixaBI financia projectos<br />

de empresas de áreas tão<br />

diversas como infraestruturas<br />

rodoviárias, energia, ambiente,<br />

gás natural, imobiliário,<br />

transportes, saúde,<br />

telecomunicações, tratamento<br />

e distribuição de água. O banco<br />

encontra-se organizado numa<br />

lógica de direcções e<br />

desenvolve soluções à medida,<br />

de forma a assegurar a melhor<br />

transacção para o cliente.<br />

6<br />

Banif<br />

■ O Banif disponibiliza uma<br />

oferta integrada de produtos e<br />

serviços. Actualmente o banco<br />

está a analisar um vasto pipeline<br />

de projectos eólicos,<br />

fotovoltaicos, termo-solares e de<br />

biomassa, em Portugal, Espanha<br />

e Brasil. O sector é estratégico<br />

para o Grupo e nos próximos<br />

anos será uma área de grande<br />

investimento tanto na vertente<br />

de capital, como na vertente de<br />

assessoria e financiamento.<br />

7<br />

Montepio<br />

■ Ao nível do consumo, o<br />

Montepio dispõe de linhas de<br />

crédito especializadas para<br />

PME que pretendam efectuar a<br />

conversão dos seus consumos<br />

energéticos. Para particulares o<br />

Banco proporciona o acesso a<br />

linhas bonificadas que<br />

possibilitam a migração para<br />

consumos energéticos verdes,<br />

com prazos de maturidade<br />

devidamente ajustados ao<br />

payback do investimento.<br />

Vincent Kessler/Reuters<br />

Índia é líder<br />

no volume<br />

de negócios<br />

Investiram-se 217 mil<br />

milhões de euros em 2009.<br />

O mercado das energias renováveis tem registado<br />

um crescimento significativo nos últimos<br />

anos. Os novos investimentos à escala mundial,<br />

atingiram o ano passado, os 217 mil milhões de<br />

euros. Porém, houve um decréscimo de 9% relativamente<br />

a 2008, onde os investimentos atingiram<br />

os 239 mil milhões de euros.<br />

Segundo a Dealogic, foi a Índia o país que mais<br />

investiu em projectos de energias renováveis<br />

em regime de project finance: foram 40 mil milhões<br />

alocados a 81 projectos e uma subida de<br />

189% face a 2008. No ranking dos dez países<br />

mais activos nesta área, os Estados Unidos ocupam<br />

a segunda posição com 76 operações realizadas,<br />

no valor de 20 mil milhões de euros, mas<br />

um descréscimo de 14% face ao ano anterior. Já<br />

o Brasil subiu 412% ocupando a a terceira posição,<br />

tendo investido 17 mil milhões de euros. No<br />

ranking de 2009, deve destacar-se a Papua Nova<br />

Guiné, que, com apenas duas transacções realizadas,<br />

num valor perto dos 14 mil milhões de<br />

euros, registou a maior subida comparativamente<br />

a 2008, 2941%, estando no 4º lugar. A Espanha<br />

é líder no número de operações realizadas:<br />

101, mas ocupa o 5º posto no que toca ao in-<br />

No total, em 2009 foram<br />

estruturados financiamentos<br />

que ascenderam a dois mihões<br />

de euros.<br />

vestimento feito: 13 mil milhões de euros, tendo<br />

porém registado um decréscimo de 24%.<br />

No que toca a Portugal, os investimentos poderão<br />

totalizar 12 mil milhões de euros até 2012 e<br />

120 mil milhões até 2020.<br />

A aposta em energias renováveis em Portugal<br />

ganhou força em 2005 com o concurso para a<br />

atribuição de licenças de projectos eólicos até<br />

uma potência total de 1600MW, tendo sido definidaametade4500MWatéfinaldadécada.<br />

Em Portugal, em 2008 foram registadas 10 operações<br />

em regime de ‘project finance’ no sector<br />

das renováveis, entre as quais 7 referem-se a<br />

projectos eólicos num total de 1892 MW, cujo financiamneto<br />

se aproximou dos 3 mil milhões<br />

de euros. As restantes três operações de financiamento<br />

originaram aproximadamente 262 milhões<br />

de euros para o desenvolvimento de dois<br />

parques solares fotovoltaicos e uma hidroeléctrica,<br />

num total de 567,7 MW.<br />

As operações que atingiram o financial close<br />

em 2009, um total de 4 para 1.154 MW, trataramse,<br />

na maior parte, do refinanciamento de projectos<br />

já em exploração como foi o caso do<br />

portfólio eólico da Iberwind de 680,7 MW e da<br />

Generg de 442 MW. No total, o ano passado foram<br />

estruturados financiamentos que ascenderam<br />

os dois milhões de eurso.<br />

A nível de project finance em Portugal, destacam-se<br />

as licenças atribuídas do concurso público<br />

para atribuição de pontos de ligação, as<br />

quais estão a chegar agora à fase de financiamento,<br />

bem como o potencial financiamento<br />

em project finance do sobre-equipamento dos<br />

parques mais antigos. ■<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> XXI<br />

657 milhões<br />

para parques<br />

eólicos<br />

■ Um dos projectos que<br />

mais vincaram o panorama<br />

nacional foi o projecto<br />

ENEOP2, que previa<br />

inicialmente a produção de<br />

1200 MW de energia em<br />

parques eólicos a instalar<br />

até 2013, e que foi reduzido<br />

para 480 MW, com<br />

arranque em 2010 e com a<br />

duração de 20 anos. Deste<br />

projecto já foram<br />

concluídas duas operações<br />

de financiamento de 657<br />

milhões de euros.<br />

O ‘pipeline’ de projectos de<br />

energias renováveis em<br />

Portugal foi marcado pelo<br />

impulso dado pelo<br />

concurso de 2005 para a<br />

atribuição de licenças de<br />

projectos eólicos até uima<br />

potência total de 1600 MW,<br />

sendo que foi definida a<br />

meta ddos 4500 MW até<br />

ao final da década. R.C.


XXII Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

O QUE DIZEM<br />

OS BANCOS<br />

1<br />

■ São mais atractivos<br />

os projectos de menor<br />

dimensão por diluirem<br />

os custos associados à<br />

estruturação e montagem<br />

das operações<br />

2<br />

BES<br />

■ É expectável que<br />

o triénio 2010-2013 seja<br />

de grande crescimento<br />

no sector das renováveis.<br />

3<br />

Santander Totta<br />

■ Os projectos de energias<br />

renováveis podem ter<br />

dimensões muito distintas,<br />

mas todos são atractivos.<br />

4<br />

BPI<br />

■ O 1º trimestre do ano<br />

marcou o início de uma<br />

nova fase do mercado: uma<br />

procura crescente.<br />

5<br />

CGD<br />

■ Éovento,ofotovoltaico<br />

e o termo-solar, os mais<br />

activos e os que terão maior<br />

crescimento no futuro.<br />

6<br />

Millennium bcp<br />

■ Antecipa a<br />

concretização de projectos<br />

fotovoltaicosdemenor<br />

dimensão e evolução no<br />

sector da biomassa.<br />

7<br />

Banif<br />

Montepio<br />

■ Em 2010 têm aparecido<br />

projectos mais pequenos,<br />

igualmente rentáveis, mas<br />

com maiores garantias de<br />

rápida cobertura financeira.<br />

Bancos nacionais<br />

activos no ‘project<br />

finance’ a renováveis<br />

O FINANCIAMENTO a projectos de energias renováveis<br />

ganha peso na actividade de ‘project finance’ dos bancos.<br />

Raquel Carvalho<br />

raquel.carvalho@economico.pt<br />

Os cinco maiores bancos nacionais dão cartas<br />

no financiamento em regime de ‘project finance’<br />

em Portugal e no Mundo. São muitos milhares<br />

de euros envolvidos num sector dinâmico e<br />

com boas perspectivas de crescimento. Dai se<br />

explica também que bancos de menor dimensão<br />

estejam de olho nas energias renováveis.<br />

BES<br />

Banco financiou mais de 5 mil milhões de euros<br />

O BESI surge na 8ª posição deste ranking a nível<br />

mundial e na 1ª posição a nível nacional segundo<br />

os dados do Infrastructure Journal, . Se<br />

se considerar a actividade de assessoria financeira<br />

apenas, o BESI ocupava a 1ª posição do<br />

ranking internacional.<br />

Segundo fonte do banco, no cômputo geral da<br />

actividade de ‘project finance’ desenvolvida<br />

pelo BESI, “o sector das energias renováveis<br />

tem actualmente um peso de cerca de 20% e envolve<br />

compromissos de financiamento totais a<br />

nível nacional e internacional superiores a 1400<br />

milhões de euros”.<br />

Até à data, informa a mesma fonte, o banco “esteve<br />

envolvido em operações de ‘project finance’<br />

neste sector cujo montante total de financiamento<br />

ultrapassa os 5 mil milhões de euros, distribuídos<br />

por vários países na Europa, EUA. e<br />

Austrália”.<br />

A actividade de financiamento de projectos de<br />

energias renováveis é assegurada pela equipa<br />

de ‘Project Finance’ constituída actualmente<br />

por 56 pessoas distribuídas por Lisboa, Londres,<br />

Madrid, Nova Iorque, São Paulo, Varsóvia e<br />

Luanda.<br />

Durante 2009, a equipa concretizou 3 operações<br />

na área, sendo de realçar que “o conjunto destas<br />

operações assumiu um peso próximo dos 50%<br />

da actividade total de financiamento da equipa<br />

em Portugal”, refere a mesma fonte.<br />

Este ano, o BESI já se encontra a trabalhar em 5<br />

novas operações neste sector em Portugal, incluindo<br />

parques eólicos e parques solares fotovoltaicos.<br />

E a expectativa é de que “o sector<br />

continue com uma forte dinâmica e potencial<br />

de crescimento”, garante fonte do banco.<br />

SANTANDER<br />

3400 milhões de euros e 61 transacções<br />

Em 2009, o Banco Santander foi líder na Europa<br />

no financiamento de projectos de energias renováveis<br />

em regime de ‘project finance’ com 29<br />

transacções para um volume de participação total<br />

de cerca de 1.400 milhões de Euros. Fonte do<br />

banco assegura que, a nível mundial, o Santander<br />

“foi a segunda instituição financeira mais<br />

activa com 61 transacções e um volume total de<br />

capital aplicado de mais de 3400 milhões de euros”.<br />

Os números falam por si. “As energias renováveis<br />

representaram cerca de 39% da actividade<br />

de ‘project finance’ na Europa e mais de<br />

58% a nível global em 2009”, informa a mesma<br />

fonte, acrescentando que em Portugal, o Santander<br />

tem estado envolvido no financiamento<br />

dos principais projectos eólicos e fotovoltaicos<br />

realizados no país, procurando “cobrir os vários<br />

segmentos do sector, desde os grandes projectos<br />

até às pequenas iniciativas promovidas por<br />

PME, sendo que representam entre 30% a 40%<br />

dos financiamentos em ‘Project Finance’”, diz.<br />

O Santander tem uma equipa de mais de 50 colaboradores<br />

envolvidos no financiamento de<br />

projectos de energias renováveis a nível mundial,<br />

os quais estão espalhados por diversos países.<br />

Contudo, existe uma equipa de execução<br />

global que acompanha todos os projectos e que<br />

está localizada em Madrid Londres e São Paulo,<br />

havendo já uma equipa nos EUA.<br />

Em Portugal, são quatro os profissionais responsáveis<br />

pela originação e execução dos financiamentos<br />

estruturados e dois colaboradores<br />

responsáveis pela gestão das operações em<br />

carteira e mercado de capitais de dívida.<br />

Adicionalmente, a prestar apoio no acompanhamento<br />

das oportunidades geradas pela rede<br />

de empresas do banco, o Santander tem uma<br />

equipa de três colaboradores, distribuídos pelo<br />

país, e que, segundo fonte do banco, “fazem o<br />

interface entre a rede de empresas e a equipa de<br />

‘project finance’”.<br />

BPI<br />

700 milhões em financiamntos<br />

A carteira da direcção de ‘project finance’ do<br />

Banco BPI supera os 3 mil milhões de euros, incluindo<br />

financiamentos num montante superior<br />

a 700 milhões de euros, representando perto<br />

de 23% do total, e totalizando 65 projectos de<br />

energias renováveis, 50% dos quais em Portugal,<br />

40% em Espanha e o restantes noutros países,<br />

incluindo França e Moçambique.<br />

São 30 os profissionais que trabalham nesta<br />

área, dos quais cerca de um quarto se dedica<br />

quase em exclusividade à consultoria e financiamento<br />

de projectos no sector das energias<br />

renováveis.<br />

Desde 2000, quando começou em força a actividade<br />

de financiamento de projectos de energias<br />

renováveis que o banco tem estado muito activo<br />

com participações em projectos fotovoltaicos,<br />

de biomassa e, mais recentemente, termossolares.<br />

“Os principais mercados de actuação<br />

do BPI nesta área têm sido Portugal e Espanha,<br />

com algumas participações menos significativas<br />

noutros países europeus”, explica fonte do<br />

banco que destaca o apoio prestado pelo BPI no<br />

âmbito dos concursos para atribuição de potência<br />

eólica lançados pelo Governo português em<br />

2005, em particular a primeira fase.<br />

Actualmente o banco financia projectos desenvolvidos<br />

pela quase totalidade dos grandes promotores<br />

e grupos empresariais envolvidos em<br />

energias renováveis em Portugal e Espanha.<br />

CAIXABI<br />

Mil milhões por ano de financiamnto<br />

De acordo com a Dealogic, o Grupo CGD ficou<br />

em 1º lugar no ranking de mandatos de ‘project<br />

finance’ em Portugal, ocupando a 3ª posição em<br />

termos ibéricos e a 8ª a nível europeu.<br />

Os investimentos do grupo já ascendeu a seis<br />

mil milhões de euros, dinheiro alocado a projectos<br />

de energia renovável cuja potência istalada<br />

ultrapassa os 3800 MW. No total, são os projectos<br />

eólicos os que têm maior peso, representando<br />

90% do total dos projectos onde o Caixa-<br />

BI está envolvido, sendo os restsntes fotovoltaicos,<br />

solar térmico e hídrico.<br />

A equipa de produto dedicada ao Project e<br />

Structured Finance do CaixaBI está centraliza-<br />

As equipas de<br />

1 Caixa BI<br />

2 Millennium bcp<br />

3 BESI<br />

4 Santander<br />

5 BPI<br />

6 Montepio<br />

7 Banif<br />

6<br />

7


‘Project Finance’ dos bancos<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

Fotos: Paulo Alexandre Coelho e Paulo Figueiredo<br />

da em Lisboa e é constituída por 21 pesssoas,<br />

sendo que 15 pessoas estão na área de estruturação<br />

e assessoria e seis no acompanhamento de<br />

projectos e operações.<br />

Os serviços disponibilizados pelo CaixaBI aplicam-se<br />

aos mais variados sectores, sendo que<br />

das 19 operações fechadas em 2009, em regime<br />

de ‘project finance’, quatro foram do sector<br />

energético. Já em 2008, o banco tinha participado<br />

em 24 operações, com 12 delas a pertencerem<br />

ao sector energético, entre as quais 9 de<br />

energias renováveis. Foram mil milhões de euros<br />

financiados pelo CaixaBI em cada ano.<br />

Já em 2010, o CaixaBI financiou 526 milhões de<br />

euros para o desenvolvimento dos primeiros<br />

480 MW do projecto eólico de 1200 MW.<br />

MILLENNIUM BCP<br />

Renováveis valem 30% no ‘project finance’<br />

O Millennium Investment Banking tem uma<br />

posição de liderança em Portugal e no mundo,<br />

no mercado de project finance na área de renováveis,<br />

tendo estado envolvido em praticamente<br />

todas as transacções de referência. O banco,<br />

segundo refere fonte oficial, “tem tentado promover<br />

a expansão do seu know how a novos<br />

países”. Segundo a mesma fonte, “as energias<br />

renováveis representam cerca de 30% da actividade<br />

do Millennium Investment Banking na<br />

área de ‘project finance’, muito em linha com o<br />

peso do sector eléctrico em ‘project finance’ a<br />

nível europeu”, sublinha o banco, que, nesta<br />

área tem uma equipa de ‘Project Finance’ constituída<br />

por 13 pessoas, fisicamente localizadas<br />

em Lisboa, mas beneficiando da capilaridade da<br />

rede internacional do grupo.<br />

Em 2010, o Millennium Investment Banking coliderou<br />

a operação de financiamento em ‘project<br />

finance’ dos primeiros 480MW associados<br />

à fase A do concurso público para atribuição de<br />

pontos de ligação, atribuídos ao consórcio<br />

ENEOP. Destaque ainda para o envolvimento<br />

como assessores financeiros e como líderes do<br />

‘project finance’ em projectos eólicos na Polónia<br />

e em projectos solares em Espanha.<br />

BANIF<br />

Banif financia projectos em 110 milhões de euros<br />

O ano de 2009 foi de afirmação do Banif Investment<br />

Bank como banco de investimento de<br />

referência em Portugal nas energias renováveis.<br />

Em 2009, “foi o banco que estruturou e financiou<br />

mais transacções em Portugal em projectos<br />

solares fotovoltaicos num total de 24MW e<br />

cerca de 110 milhões de euros de investimento”,<br />

frisa Luís Teles, Responsável da Direcção de<br />

Structured Finance do Banif.<br />

Otrabalhonaáreafoiintensoeoritmovaimanter-se<br />

este ano. De acordo com Luis Teles, “2010<br />

vai ser um ano de concretização de alguns projectos<br />

que estão no pipeline em Portugal”, acreditando<br />

que, “em termos de dimensão será o eólico<br />

o sector mais activo”.<br />

Em termos de crescimento, o banco estima o<br />

mercado do Brasil e Espanha “como focos importantes<br />

de desenvolvimento da actividade<br />

neste sector”. Actualmente o Banif encontra-se<br />

a financiar e/ou analisar um conjunto de cerca<br />

de 11 projectos solares rooftop (cobertas), 2 projectos<br />

termosolares, 8 projectos solares fotovoltaicos,<br />

2 projectos eólicos e 4 projectos de biomassa,<br />

tendo uma equipa de 11 pessoas concentradas<br />

em estruturar financiamentos para projectos<br />

de energias renováveis. Cinco em Lisboa,<br />

duas em Barcelona, Espanha, sendo que as restantes<br />

quatro estão em São Paulo, no Brasil.<br />

MONTEPIO<br />

Três projectos em perspectiva<br />

Apesar de ter menor expressão, o Montepio<br />

não deixa de estar atento às áreas mais atractivas<br />

para a actividade da banca no geral. O banco<br />

apoiou um dos participantes do projecto<br />

ENEOP2, “muito desafiante pela dimensão,<br />

complexidade e diversidade em equação”, refere<br />

João Neves, responsável pela equipa de ‘project<br />

finance’, que até final do ano, será de quatro<br />

elementos. A equipa está a estudar o envolvimento<br />

em três projectos de média dimensão. ■<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> XXIII<br />

DESTAQUE<br />

NOVAS<br />

ENERGIAS<br />

DE


PUB


MENU INOVAÇÃO&TECNOLOGIA V<br />

diadamãe internet<br />

Portátil ‘fashion’<br />

Para mães que gostam de andar sempre na<br />

moda, o site www.iamportable.com oferece<br />

uma série de opções para equipar o portátil,<br />

desde malas a capas, de várias marcas<br />

eparatodososgostosefeitios.Apartir<br />

de 20 euros, pode comprar uma capa<br />

à medida dos gostos da sua mãe e que proteja<br />

o PC. Útil e ‘fashion’ ao mesmo tempo.<br />

Produto: Mala ou ‘sleeve’ para portátil; Marca: várias<br />

PVP: sob consulta<br />

Tradição japonesa<br />

De inspiração oriental, o telemóvel Sony<br />

Ericsson W205 Kimmidoll tem quatro opções<br />

de bonecas, cada uma com um determinado<br />

significado: paz, romance, poder e sorte,<br />

tal como as tradicionais bonecas orientais.<br />

Com um ‘look’ próprio e conteúdos exclusivos,<br />

o equipamento tem uma câmara fotográfica<br />

de 1.3 MP, ‘walkman’, rádio e ‘bluetooth’.<br />

Produto: W205 Kimidoll by TMN; Marca: Sony Ericsson e<br />

TMN; PVP: € 64,90<br />

Uma ‘pen’ para brilhar<br />

Objecto de luxo com utilidade para as mães mais<br />

requintadas? Esta ‘pen’, cravejada a diamantes,<br />

custa cerca de 17 mil euros e foi criada por uma<br />

empresa especializada em dispositivos de luxo.<br />

Baptizada de Ice+, tem 8 GB de memória, a tampa<br />

eabasesãofeitasdeplatinaeocorpoécravejado<br />

com 462 diamantes. O modelo mais modesto,<br />

chamado Stahl, custa perto de 120 euros.<br />

‘Produto: Pen drive’ cravejada a diamantes; Marca: Miistor<br />

(Reino Unido); PVP: € 16.975<br />

8,75 AApplevendeu8,75milhõesdeiPhones<br />

1<br />

O cinema em casa<br />

vistodeuma<br />

nova perspectiva<br />

Verfilmesemcasanãoéomesmoqueiraocinema,<br />

mas a experiência pode ser muito próxima. A Sony<br />

lançou três novos sistemas de ‘home cinema’. O modelo<br />

HT-CT350 (3) é tem capacidade para ler filmes em<br />

3D através de HDMI 1.4. Se tiver uma televisão de 32<br />

polegadas o HT-CT150 (2) é o modelo ideal. Finalmente,<br />

a empresa anunciou o tradicional ‘home cinema’ 5.1,<br />

de modelo HT-SF470 (1), com cinco colunas, HDMI,<br />

sistema de autocalibração e duas barras para o som caso<br />

se opte pela ligação sem fios entre as colunas.<br />

Os três modelos chegam ao mercado em Junho.<br />

Produto: Home Cinema HT-CT350, HT-CT150, HT-SF470; Marca: Sony;<br />

PVP: sob consulta<br />

noprimeirotrimestredesteano. 25<br />

2<br />

Alta definição<br />

em todos os vídeos<br />

A Canon, depois de se ter tornado conhecida pelas<br />

câmaras fotográficas, reforçou a aposta nas máquinas<br />

de vídeo. A Legria HF R16, em ‘full HD’, inclui uma nova<br />

ferramenta de conversão de alta definição (HD) para<br />

cartões de memória ‘secure digital’. Podendo ainda<br />

combinar com uma ferramenta de ‘upload’ para<br />

possibilitar a partilha de vídeos através da internet.<br />

Acâmaradefilmartemumamemóriainternade8GB<br />

com cartões de memória. Esta série é compatível com<br />

o gravador de DVD Canon DW-100 e os vídeos em HD<br />

podem ser gravados num DVD para serem vistos num<br />

leitor ‘blu-ray’ compatível.<br />

Produto: Câmara de vídeo LEGRIA HF R16; Marca: Canon; PVP: € 479<br />

3<br />

Calcule a pegada ecológica<br />

Quer saber qual a marca que deixa no planeta<br />

através do seu comportamento e consumo<br />

energético? Através de um pequeno questionário<br />

já é possível “medir” os seus consumos e<br />

qual o impacto da sua vida quotidiana no ambiente.<br />

A pegada ecológica não é uma medida<br />

exacta e sim uma estimativa, que mostra até<br />

quepontoaformadeviverestádeacordocom<br />

os recursos que o planeta tem para oferecer.<br />

www.pegadaecologica.org.br<br />

apps<br />

Gmail com ‘drag and drop’<br />

Agora já é possível anexar ficheiros a mensagens<br />

do Gmail através de ‘drag-and-drop’ (arrastar-elargar).<br />

Esta nova funcionalidade já está disponível<br />

para o correio electrónico da Google, mas<br />

só funciona nos ‘browsers’ Chrome e Firefox 3.6.<br />

O Gmail é assim o primeiro serviço de e-mail<br />

de grande dimensão com esta funcionalidade.<br />

www.gmail.com<br />

Bing com novas funções<br />

A Microsoft quer que o motor de busca Bing seja,<br />

cada vez mais, uma ferramenta de apoio. Para tal,<br />

o Bing está a afinar a experiência de pesquisa,<br />

tornando-a mais visual, intuitiva e “organizada”.<br />

É o caso da ferramenta ‘Quick Tabs’, que vai ter<br />

mais destaque na página, direccionando os utilizadores<br />

no sentido da pesquisa de um clique.<br />

Houve também o cruzamento do Bing Maps com<br />

a rede social Foursqare, oferecendo acesso<br />

a informação sobre os eventos publicados pelos<br />

utilizadores do serviço, à semelhança do que já<br />

acontece com o Twitter.<br />

www.bing.com<br />

livros<br />

O essencial sobre... a Internet<br />

Em “O Essencial sobre a Internet” ficará a saber<br />

como dar os primeiros passos e tirar o melhor<br />

partidodestaredequeopodelevaraquasetodo<br />

o lado. O livro especifica alguns conceitos, conta a<br />

evolução da Internet e avança com algumas explicações<br />

para a utilização da ‘world wide web’.<br />

Autor: António Eduardo Marques; PVP: € 9,90 (Porto Editora)<br />

Integração de sistemas<br />

de informação<br />

Este livro refere a necessidade organizacional<br />

dos sistemas de informação, que tem crescido<br />

de dia para dia, abordando temas como novas<br />

arquitecturasearápidaevoluçãodas<br />

ferramentas disponíveis. O autor apresenta<br />

nesta obra uma visão actualizada das<br />

tecnologias de vanguarda, exemplificando<br />

diferentes formas de resposta às necessidades<br />

de integração de sistemas de informação.<br />

Autor: Victor Martins; PVP: € 14,90 (Edições Sílabo)<br />

A GooglecomprouaLabpixies,empresadeaplicações,<br />

porumpreçoentre15e25milhõesdeeuros.<br />

Quinta-Feira – 29.04.2010 Diário <strong>Económico</strong>


“<br />

VI<br />

INOVAÇÃO&TECNOLOGIA EXTRAS<br />

CaixasdoIkeaquese<br />

transformam em bar<br />

A originalidade do projecto levou Diogo Aguiar e Teresa Otto, licenciados<br />

em arquitectura, a encher páginas de revistas internacionais.<br />

Este bar foi imaginado como<br />

resposta a um concurso:<br />

um bar temporário para<br />

um evento específico, com<br />

uma implantação definida<br />

e um orçamento bastante<br />

reduzido”, disse ao Diário<br />

<strong>Económico</strong> Diogo Aguiar,<br />

um dos arquitectos envolvidos neste projecto.<br />

Para que a ideia saísse do papel foram precisas<br />

420 caixas ‘trofast’ (42x30cm) do Ikea com<br />

três profundidades distintas (10, 23 e 42cm).<br />

Do total de caixas usadas com variados preços<br />

(2 , 3 e 4 euros) consoante as suas profundidades,<br />

a construção do bar custou... 880 euros.<br />

Mas, para que o cubo se tornasse realmente<br />

num bar, era preciso luz. As caixas foram, por<br />

isso, iluminadas com uma rede de LED colocadacomouma“teia”nointeriordobar.“Autilizaçãodestesistema,quetemumbaixo<br />

consumo de energia, resulta numa luz que<br />

não é monocromática, alterando a sua cor<br />

através de um outro sistema”, diz o responsável.<br />

Para esta parte do projecto os arquitectos<br />

contaram com a ajuda da empresa Acústica<br />

F.E.S–Estruturas,IluminaçãoeSom.<br />

Teresa Otto e Diogo Aguiar explicam que<br />

este bar foi projectado para participar no concurso<br />

anual da Faculdade de Arquitectura da<br />

Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira – 29.04.2010<br />

Teresa Otto<br />

e Diogo Aguiar<br />

Os dois estudantes<br />

de arquitectura, com 26<br />

anos, estão a preparar<br />

um ‘workshop’ sobre<br />

estruturas arquitectónicas<br />

e têm um projecto de um<br />

pavilhão para ser<br />

construído em Setembro<br />

na semana do Design de<br />

uma capita europeia.<br />

O bar foi construído com 420 caixas<br />

do Ikea, de diferentes tamanhos. Mas,<br />

para parecer mesmo um bar, os dois<br />

arquitectos decidiram iluminar as<br />

caixas, colocando uma rede de LED, que<br />

funcionou como uma teia, no interior.<br />

Universidade do Porto (FAUP) na última festa<br />

académica do ano lectivo. A originalidade do<br />

projecto foi reconhecida pelo júri e revelada ao<br />

mundo. O reconhecimento do trabalho destes<br />

dois jovens de 26 anos já saltou fronteiras e levou-os<br />

a trabalhar em reconhecidos ateliers. A<br />

Teresa Otto esteve RCR Arquitectes, em Olot, e<br />

o Diogo Aguiar nos UNStudio, em Amesterdão.<br />

Actualmente, estão a desenvolver alguns projectos<br />

ao mesmo tempo que tentam dar resposta<br />

aos inúmeros pedidos para publicação<br />

do bar temporário em revistas e livros de arquitectura.<br />

Está também em preparação um<br />

‘workshop’ sobre estruturas arquitectónicas<br />

de carácter temporário que vão leccionar<br />

numa universidade em Monterrey, México,<br />

nosiníciosJunho.Eaindaoprojectodeumpavilhão<br />

para a Semana do Design, para ser construídoemSetembro.<br />

Enquanto a empresa não é criada, Teresa e<br />

Diogo desenvolveram uma marca e o ‘site’ – os<br />

Like Architects (www.likearchitects.com) -<br />

para que os projectos passem a estar acessíveis<br />

a quem quiser. “A necessidade de criar<br />

esta plataforma virtual advém de uma vontade<br />

conjunta de, no futuro, constituirmos a<br />

nossa própria empresa, à medida que o volume<br />

de trabalho for aumentando”, explica Diogo<br />

Aguiar. Por Sara Piteira Mota<br />

MÁQUINA DO TEMPO<br />

Quando, em 1979, a Sony lançou<br />

o Walkman azul e prateado, modelo<br />

TPS-L2, era impossível prever que<br />

se tivesse iniciado uma revolução<br />

nos hábitos musicais. O aparelho foi<br />

criado no Japão para um dos sócios ,<br />

que queria ouvir ópera durante<br />

o trabalho. Quando o primeiro<br />

aparelho ficou pronto, em Abril<br />

de 1979, os vendedores não ficaram<br />

muito entusiasmados com a ideia,<br />

mas nos primeiros dois anos, foram<br />

vendidos 1,5 milhões de ‘walkman’.<br />

Hoje, os leitores de musica digital<br />

dão-nos música, e permitem ainda<br />

ver fotografias e vídeos.<br />

1979<br />

SONY WALKMAN TPS-L2<br />

CREATIVE ZEN STYLE 300<br />

2010<br />

Armazenamento de 4 GB, 8 GB e 16 GB<br />

Rádio FM, colunas e microfone<br />

Bateria com 32 horas de autonomia<br />

Outras funções: Alarme, relógio, calendário,<br />

personalização de tarefas, visualização de<br />

contactos, botão de atalho .<br />

PVP: € 49,99 a € 89,99


NÃO VIVO SEM...<br />

‘Smartphones’<br />

Katty Xiomara<br />

Criadora de moda<br />

Nascida em 1974 e formada<br />

em design de<br />

moda pelo Citex, Katty<br />

Xiomara é criadora de<br />

moda desde 1997. Com<br />

um nome já bem conhecido<br />

das ‘passerelles’<br />

nacionais, Katty<br />

tem desenvolvido colecções próprias, sendo<br />

presença regular nas semanas da moda em<br />

Lisboa e no Porto. A sensualidade feminina é o<br />

traço que melhor define as suas criações. Ao<br />

longo dos anos, esta criadora de moda tem<br />

conquistado uma presença internacional regular<br />

em vários países, em especial no mercado<br />

asiático. Afinal de contas, faz peças que facilmente<br />

se adaptam ao corpo e estatura da<br />

mulher japonesa, chinesa ou coreana.<br />

Com tantas viagens e deslocações, Katty<br />

Xiomara não dispensa os seus ‘smartphones’.<br />

Actualmente tem dois: um da Nokia e outro<br />

da Apple. Mas confessa que o telemóvel da<br />

Apple – o iPhone – é o que mais usa. Mesmo<br />

com os ‘smarphones’ na carteira, confessa que<br />

existem outros equipamentos tecnológicos<br />

que desejava ter. Para a ajudar no seu trabalho<br />

Katty explica que seria ideal ter um ‘desktop’<br />

com um bom ecrã, de preferência táctil. “Sobretudo<br />

depois de ver o modelo da HP com<br />

ecrã de 20 polegadas, ideal para designers”,<br />

diz a criadora. Para a casa diz que ainda lhe faz<br />

falta um sistema de ‘home media center’.<br />

EntreospróximosdesafiosestájáconfirmadaasuapresençanaMagic,importantefeirade<br />

têxteis, moda e acessórios que decorre em Las<br />

Vegas,emAgostodesteano. Por CarlosToméSousa<br />

1<br />

Katty Xiomara,<br />

não dispensa<br />

‘smartphones’,<br />

o ‘gadget’ ideal<br />

no dia-a-dia<br />

e nas suas<br />

viagens.<br />

1. ‘Gadget’ indispensável<br />

O ‘smartphone’éo‘gadget’indispensável para Katty Xiomara,<br />

que tem dois, um da Nokia e outro da Apple, sendo que é<br />

o último modelo do iPhone da Apple que mais usa.<br />

2. Equipamento improvável<br />

Um computador ‘desktop’ e com ecrá táctil com 20 polegadas.<br />

3. ‘Gadget’ de sonho<br />

Um ‘home media center’.<br />

EXTRAS INOVAÇÃO&TECNOLOGIA VII<br />

Opinião<br />

Luís Paulo Salvado<br />

Reduçãodo‘gap’<br />

científico<br />

Já aqui deixei a minha convicção de<br />

que os próximos 20 anos podem ser<br />

muito mais prósperos do que as<br />

duas últimas décadas. Portugal<br />

pode vir a tirar bom partido das oportunidades<br />

criadas pela retoma económica. Mas,<br />

se Portugal reúne condições específicas<br />

para enfrentar os novos paradigmas dos<br />

mercados globalizados – que vão desde a reconhecida<br />

abertura dos portugueses à inovação<br />

até à sofisticação de serviços tão importantes<br />

como a Banca ou os operadores<br />

de Telecomunicações – a verdade é que ainda<br />

lhe faltarão algumas valências para se<br />

poder assumir como um País ganhador. E<br />

não me refiro à sempre tão agitada questão<br />

da falta de planeamento, à tão badalada ausência<br />

da chamada linha estratégica de desenvolvimento,<br />

como se, neste mundo cada<br />

vez mais dinâmico e imprevisível, o planeamento<br />

centralizado fosse a solução…<br />

“As valências de que<br />

carecemos situam-se mais<br />

ao nível das competências<br />

e das atitudes.”<br />

De facto, as valências de que carecemos<br />

situam-se mais ao nível das competência e<br />

das atitudes. Quer isto dizer que precisamos<br />

muito mais de ‘enabling’ potenciador<br />

de competência ou de atitudes inovadoras<br />

do que de um dirigismo controlador apostado<br />

em impor soluções pretensamente<br />

iluminadas.<br />

Curiosamente, ficámos a conhecer por<br />

estes dias um bem sucedido exemplo deste<br />

‘enabling’ potenciador: o aumento estrutural<br />

do nosso I&D e da capacidade científica.<br />

Os dados revelados evidenciam que, através<br />

de um conjunto coerente e articulado de políticas,<br />

foi possível, em poucos anos, dobrar<br />

o nº de investigadores portugueses por mil<br />

trabalhadores e a percentagem do PIB investida<br />

em I&D, permitindo-nos ultrapassar<br />

países tradicionalmente à nossa frente<br />

como a Itália, a Espanha e a Irlanda. Na base<br />

deste sucesso está uma visão clara sobre a<br />

necessidade de reduzir o gap científico nacional<br />

face aos países mais avançados, traduzido<br />

em políticas concretas de que são<br />

exemplo a alteração do modelo de financiamento<br />

das universidades, impelindo-as a<br />

trabalhar mais com o tecido empresarial<br />

para garantirem receitas próprias, ou ainda<br />

o estabelecimento de parcerias com entidades<br />

científicas de excelência mundial em diferentes<br />

áreas (MIT, Harvard Medical<br />

Scool, CMU), bem como a concessão de benefícios<br />

fiscais à investigação e à contratação<br />

de cientistas pelas empresas.<br />

São pois intervenções deste género, impulsionadoras<br />

de uma capacitação estruturante,<br />

que importa concretizar na superação das debilidades<br />

mais sensíveis que o País ainda enfrenta.<br />

Presidente executivo da Novabase<br />

Quinta-Feira – 29.04.2010 Diário <strong>Económico</strong>


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NOTA 15 – OUTROS ACTIVOS TANGÍVEIS<br />

Esta rubrica no fi nal do exercício de 2009 é analisada como se segue:<br />

O movimento desta rubrica foi o seguinte:<br />

O movimento desta rubrica foi o seguinte:<br />

31-12-2009<br />

(€)<br />

31-12-2008<br />

Imóveis<br />

De serviço próprio<br />

Edifícios 287.911 287.911<br />

Terrenos 95.970 95.970<br />

Obras em imóveis arrendados<br />

383.881<br />

Equipamento<br />

383.881<br />

Mobiliário e material 39.559 29.627<br />

Máquinas e ferramentas 173 442<br />

Equipamento informático 36.978 56.686<br />

Instalações interiores 64.217 65.494<br />

Material de transporte 0 44.948<br />

Outro equipamento 1.656 1.680<br />

Imobilizado em curso<br />

Imóvel<br />

142.583 198.878<br />

526.464 582.759<br />

Depreciação acumulada (66.000) (122.858)<br />

Valor líquido 460.465 459.901<br />

NOTA 17 – OUTROS ACTIVOS<br />

Esta rubrica “Outros activos” no fi nal de 2009 decompõem-se da seguinte forma:<br />

Imóveis Equipamento Imob. em curso Total<br />

Saldo líquido a 31-12-2007 379.563 110.671 490.234<br />

Adições 7.337 7.337<br />

Abates/vendas (30.950) (30.950)<br />

Amortizações do período (5.758) (31.911) (37.669)<br />

Transferências 30.950 30.950<br />

Saldo líquido a 31-12-2008 373.804 86.097 459.901<br />

Adições 27.867 27.867<br />

Abates/vendas (84.162) (84.162)<br />

Amortizações do período (5.758) (21.546) (27.304)<br />

Transferências 84.162 84.162<br />

Saldo líquido a 31-12-2009 368.046 92.418 460.465<br />

NOTA 16 – ACTIVOS INTANGÍVEIS<br />

Esta rubrica no fi nal do exercício de 2009 é analisada como se segue:<br />

31-12-2009<br />

(€)<br />

31-12-2008<br />

Despesas de instalação 0,00<br />

Outros activos intangíveis 1.210 1.210<br />

1.210 1.210<br />

Depreciação acumulada (1.210) (840)<br />

Valor líquido 0 370<br />

(€)<br />

Despesas Outros<br />

de activos Total<br />

instalação intangíveis<br />

Saldo líquido a 31-12-2007 773 773<br />

Adições 0<br />

Abates/vendas 0<br />

Amortizações do período (403) (403)<br />

Transferências 0,00<br />

Saldo líquido a 31-12-2008<br />

Adições<br />

Abates/vendas<br />

0 370 370<br />

Amortizações do período<br />

Transferências<br />

(370) (370)<br />

Saldo líquido a 31-12-2009 0 0 0<br />

(€)<br />

31-12-2009 31-12-2008<br />

Devedores e Outras<br />

Aplicações<br />

Outros devedores diversos<br />

Outros rendimentos a<br />

receber<br />

Comissão de Gestão 510.995 68.453<br />

Avaliações - FIEAE<br />

Outras despesas com<br />

encargo diferido<br />

16.194<br />

Seguros 2.432 1.770<br />

Medicina no trabalho 39 36<br />

Condomínio 0 0<br />

Assistência a equipamento informático 0 0<br />

Publicações 94 94<br />

Deslocações, estadas e<br />

representação<br />

1.826<br />

TOTAL 531.580 70.353<br />

Esta rubrica apresenta um crescimento de 70.353 €, em 2008, para 531.580 € em 2009, devido essencialmente à Comissão de Gestão do FIEAE<br />

que ainda não foi recebida. Refi ra-se que esta comissão é paga trimestralmente, daí que, em 31 de Dezembro de 2009, o seu valor (441.096 €)<br />

seja mais elevado que a dos restantes Fundos.<br />

NOTA 18 – IMPOSTOS<br />

A sociedade encontra-se sujeita a tributação em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) e à correspondente derrama. O<br />

cálculo do imposto corrente do exercício de 2009 foi apurado com base numa taxa nominal de imposto de 25% e de derrama de 1,5% sobre o lucro<br />

tributável, de acordo com a alteração introduzida pelo Orçamento de Estado para 2009.<br />

A carga fi scal corrente da sociedade pode ser analisados como se segue:<br />

(€)<br />

31-12-2009 31-12-2008<br />

Carga fiscal imputada<br />

Carga fiscal paga<br />

125.333 93.358<br />

Imposto retido 4.851<br />

Pagamentos por conta 69.837 62.664<br />

Carga fical a pagar<br />

Carga fiscal a receber<br />

55.496 25.843<br />

NOTA 19 – OUTROS PASSIVOS<br />

A rubrica “Outros passivos” a 31 de Dezembro de 2009 e 31 de Dezembro de 2008 é analisada como se segue:<br />

31-12-2009<br />

(€)<br />

31-12-2008<br />

Credores e outros recursos<br />

Sector público administrativo<br />

Credores diversos<br />

31.064 5.301<br />

Outros credores<br />

Encargos a pagar<br />

Outros custos a pagar<br />

252.602 10.929<br />

Gastos com pessoal 48.194 36.181<br />

Gastos gerais administrativos 3.611 27.392<br />

335.472 79.803<br />

A rubrica de Outros passivos registou um crescimento de 79.803 €, em 2008, para 335.472 €, em 2009, devido essencialmente à evolução da<br />

subrubrica “Outros credores” que a 31 de Dezembro de 2009 inclui valores facturados mas não pagos, referentes às avaliações dos projectos do<br />

FIEAE prestados pelas empresas de consultoria.<br />

A rubrica de “Gastos com pessoal” contém encargos com remunerações a pagar aos empregados, nomeadamente, férias e subsídio de férias e prémios<br />

de desempenho. As férias e subsídio de férias da Comissão Executiva são considerados custo no exercício em que usufruem desse direito.<br />

Na rubrica de “Gastos gerais administrativos” estão refl ectidos encargos com a revisão ofi cial de contas/auditoria, a taxa mensal de supervisão da CMVM,<br />

comunicações, serviço BPnet, aluguer operacional de veículos, taxa da CML com a conservação de esgotos, cargo de vogal no CA da CGD e o IMI.<br />

NOTA 20 – CAPITAL SUBSCRITO<br />

O capital subscrito e realizado por diferentes accionistas está representado por 75.000 acções de valor nominal de cinco euros cada, distribuídos<br />

da seguinte forma:<br />

(€)<br />

% Nº de acções Valor<br />

Turismo de Portugal, ip<br />

31-12-2009 53,20 39.900 199.500<br />

31-12-2008<br />

Caixa Geral de Depósitos<br />

53,20 39.900 199.500<br />

31-12-2009 33,47 25.100 125.500<br />

31-12-2008<br />

Banco Espírito Santo<br />

33,47 25.100 125.500<br />

31-12-2009 13,33 10.000 50.000<br />

31-12-2008 13,33 10.000 50.000<br />

100,00 75.000 375.000<br />

NOTA 21 – RESERVAS DE JUSTO VALOR, OUTRAS RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS<br />

Reserva Legal<br />

A reserva legal só pode ser utilizada para cobrir prejuízos acumuladas ou para aumentar o capital. A legislação portuguesa aplicável ao sector bancário,<br />

nomeadamente o art. 97º do Decreto-lei n.º 298/92, de 31 de Dezembro, exige que a reserva legal seja anualmente creditada com pelo menos 10%<br />

do lucro líquido anual, até à concorrência do capital.<br />

Reservas de Justo Valor<br />

As reservas de justo valor representam as mais ou menos valias potenciais relativas à carteira de investimentos disponíveis para venda, líquidas da<br />

imparidade reconhecida em resultados no exercício.<br />

Os movimentos ocorridos nestas rubricas foram os seguintes:<br />

(€)<br />

Reservas de Justo Valor Out. Reservas e Resultados Transitados<br />

Activos<br />

Financ. Disp<br />

p/a venda<br />

Reserva por<br />

Impostos<br />

diferidos<br />

NOTA 22 – ADMINISTRAÇÃO DE FUNDOS<br />

A Sociedade tem autorização para administrar em nome próprio mas por conta de outrem o FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO TURÍS-<br />

TICO, o FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO TURÍSTICO II e o FUNDO IMOBILIÁRIO ESPECIAL DE APOIO ÀS EMPRESAS.<br />

O Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Turístico iniciou a sua actividade em Novembro de 1995, o Fundo de Investimento Imobiliário Fechado<br />

Turístico II em 24 de Abril de 2000 e o Fundo Imobiliário Especial de Apoio às Empresas em 17 de Julho de 2009.<br />

Em 31 de Dezembro de 2009 e 31 de Dezembro de 2008 os principais dados fi nanceiros relativos ao Fundos geridos pela Sociedade podem ser<br />

resumidos na tabela abaixo:<br />

NOTA 23 – DISTRIBUIÇÃO DOS PROVEITOS POR MERCADOS GEOGRÁFICOS<br />

Todos os proveitos, realizados durante o anos de 2009 e de 2008, tiveram origem no mercado nacional e resultaram de um único segmento de<br />

negócio – Gestão de Activos, nomeadamente a gestão de três fundos de investimento imobiliário.<br />

NOTA 24 – CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS<br />

As demonstrações fi nanceiras da Turismo Fundos são incluídas nas demonstrações fi nanceiras consolidadas da Caixa Geral de Depósitos, instituição<br />

com sede na Av. João XXI, 63 em Lisboa, cujas demonstrações fi nanceiras podem ser obtidas na Conservatória do Registo Comercial.<br />

Relatório e Parecer do Conselho Fiscal<br />

Senhores Accionistas,<br />

1 Nos termos da lei e do mandato que nos conferiram, apresentamos o relatório sobre a actividade fi scalizadora desenvolvida e damos parecer sobre<br />

o Relatório de Gestão e as Demonstrações Financeiras apresentados pelo Conselho de Administração da TF Turismo Fundos – Sociedade Gestora de<br />

Fundos de Investimento Imobiliário, S.A. (Sociedade Gestora) relativamente ao exercício fi ndo em 31 de Dezembro de 2009.<br />

2 No decurso do exercício acompanhámos, com a periodicidade e a extensão que considerámos adequada, a actividade da Sociedade Gestora. Verifi<br />

cámos a regularidade da escrituração contabilística e da respectiva documentação. Vigiámos também pela observância da lei e dos estatutos.<br />

3 Verifi cámos ainda a efi cácia do sistema de controlo interno, incluindo o sistema de gestão de risco e de auditoria interna, apenas na medida em que<br />

os controlos sejam relevantes para o controlo da actividade da Sociedade Gestora e apresentação das demonstrações fi nanceiras. Deste trabalho,<br />

efectuado também para dar cumprimento ao previsto na alínea a) do nº 5 do artigo 25º do Aviso nº 5/2008 do Banco de Portugal, resultaram os<br />

reparos incluídos no Parecer do Conselho Fiscal sobre a adequação e a efi cácia do Sistema de Controlo Interno datado de 29 de Junho de 2009.<br />

4 Acompanhámos igualmente os trabalhos desenvolvidos por PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de Revisores Ofi ciais de Contas,<br />

Lda., Revisores Ofi ciais de Contas da Sociedade Gestora e dos Fundos sob a sua gestão, e apreciámos a Certifi cação Legal das Contas da Sociedade<br />

Gestora e os Relatórios de Auditoria sobre a Informação Financeira Anual dos Fundos, com os quais concordamos.<br />

5 No âmbito das nossas funções verifi cámos que:<br />

i) o Balanço, a Demonstração dos resultados, a Demonstração dos fl uxos de caixa e a Demonstração de alterações no capital próprio e o correspondente<br />

Anexo permitem uma adequada compreensão da situação fi nanceira da Sociedade Gestora, dos seus resultados, dos fl uxos de caixa e<br />

das alterações no capital próprio;<br />

ii) as políticas contabilísticas e os critérios valorimétricos adoptados são adequados;<br />

iii) o Relatório de Gestão é sufi cientemente esclarecedor da evolução dos negócios e da situação da Sociedade Gestora, evidenciando os aspectos<br />

mais signifi cativos;<br />

iv) a proposta de aplicação de resultados não contraria as disposições legais e estatutárias aplicáveis.<br />

6 Nestes termos, tendo em consideração as informações recebidas do Conselho de Administração e Serviços e as conclusões constantes da Certifi<br />

cação Legal das Contas, somos do parecer que:<br />

i) seja aprovado o Relatório de Gestão;<br />

ii) sejam aprovadas as Demonstrações Financeiras;<br />

iii) seja aprovada a proposta de aplicação de resultados.<br />

Lisboa, 22 de Março de 2010<br />

O Presidente do Conselho Fiscal<br />

Serafi m Ribeiro Amorim<br />

O Vogal<br />

Licínio Gabriel Cruz Dias Calado<br />

O Vogal Revisor Ofi cial de Contas<br />

O Revisor Ofi cial de Contas Executor<br />

Isabel Maria Martins Medeiros Rodrigues, R.O.C.<br />

PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de Revisores Ofi ciais de Contas, Lda., representada por:<br />

António Alberto Henriques Assis, R.O.C.<br />

Certifi cação Legal das Contas<br />

Introdução<br />

1 Examinámos as demonstrações fi nanceiras da TF Turismo Fundos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A., as quais compreendem<br />

o Balanço em 31 de Dezembro de 2009, (que evidencia um total de €1.953.591 e um total de capital próprio de €1.562.624, incluindo<br />

um resultado líquido de €357.994), a Demonstrações dos resultados, dos fl uxos de caixa e de alterações no capital próprio do exercício fi ndo naquela<br />

data e o correspondente Anexo. Estas demonstrações fi nanceiras foram preparadas em conformidade com as Normas de Contabilidade Ajustadas<br />

introduzidas pelo Aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal, as quais têm por base as Normas Internacionais de Relato Financeiro (“IFRS”) em vigor, tal<br />

como adoptadas na União Europeia, com as excepções previstas nos Avisos nº1/2005, nº 4/2005 e nº 7/2008 do Banco de Portugal.<br />

Responsabilidades<br />

2 É da responsabilidade do Conselho de Administração a preparação de demonstrações fi nanceiras que apresentem de forma verdadeira e apropriada<br />

a posição fi nanceira da Empresa, o resultado das suas operações, os fl uxos de caixa e as alterações no capital próprio, bem como a adopção de<br />

políticas e critérios contabilísticos adequados e a manutenção de um sistema de controlo interno apropriado.<br />

3 A nossa responsabilidade consiste em expressar uma opinião profi ssional e independente, baseada no nosso exame daquelas demonstrações<br />

fi nanceiras.<br />

Âmbito<br />

4 O exame a que procedemos foi efectuado de acordo com as Normas Técnicas e as Directrizes de Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores<br />

Ofi ciais de Contas, as quais exigem que o mesmo seja planeado e executado com o objectivo de obter um grau de segurança aceitável sobre se as<br />

demonstrações fi nanceiras não contêm distorções materialmente relevantes. Para tanto o referido exame incluiu: (i) a verifi cação, numa base de<br />

amostragem, do suporte das quantias e divulgações constantes das demonstrações fi nanceiras e a avaliação das estimativas, baseadas em juízos e<br />

critérios defi nidos pelo Conselho de Administração, utilizadas na sua preparação; (ii) a apreciação sobre se são adequadas as políticas contabilísticas<br />

adoptadas e a sua divulgação, tendo em conta as circunstâncias; (iii) a verifi cação da aplicabilidade do princípio da continuidade; e (iv) a apreciação<br />

sobre se é adequada, em termos globais, a apresentação das demonstrações fi nanceiras.<br />

5 O nosso exame abrangeu também a verifi cação da concordância da informação fi nanceira constante do relatório de gestão com as demonstrações<br />

fi nanceiras.<br />

6 Entendemos que o exame efectuado proporciona uma base aceitável para a expressão da nossa opinião.<br />

Opinião<br />

7 Em nossa opinião as referidas demonstrações fi nanceiras apresentam de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspectos materialmente<br />

relevantes, a posição fi nanceira da TF Turismo Fundos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A., em 31 de Dezembro de<br />

2009, o resultado das suas operações, os fl uxos de caixa e as alterações no capital próprio no exercício fi ndo naquela data, em conformidade com<br />

as Normas de Contabilidade Ajustadas emitidas pelo Banco de Portugal.<br />

Lisboa, 22 de Março de 2010<br />

O Revisor Ofi cial de Contas Executor<br />

Isabel Maria Martins Medeiros Rodrigues, R.O.C.<br />

PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de Revisores Ofi ciais de Contas, Lda.<br />

representada por:<br />

António Alberto Henriques Assis, R.O.C.<br />

Reserva<br />

Legal<br />

Out. Reservas<br />

e Result.<br />

Transitados Total<br />

Saldo em 31-12-2007 390 -230 234.513 492.524 727.196<br />

Alterações de justo valor -390 230 -160<br />

Constituição de reservas 20.917 28.253 49.170<br />

Saldo em 31-12-2008 0 0 255.430 520.777 776.206<br />

Alterações de justo valor 0<br />

Constituição de reservas 23.342 30.081 53.423<br />

Saldo em 31-12-2009 0 0 278.772 550.858 829.630<br />

31-12-2009<br />

(€)<br />

31-12-2008<br />

Fundo Investimento Imobiliário Fechado Turístico<br />

Total do activo 36.078.504 36.749.532<br />

Total do capital do Fundo 35.702.733 36.221.255<br />

Valor das unidades de participação 7,1405 7,2443<br />

Unidades de participação em circulação<br />

Fundo Investimento Imobiliário Fechado Turístico II<br />

5.000.000 5.000.000<br />

Total do activo 75.267.653 73.255.579<br />

Total do capital do Fundo 74.026.202 71.623.458<br />

Valor das unidades de participação 70,0213 67,7485<br />

Unidades de participação em circulação<br />

Fundo Imobiliário Especial de Apoio às Empresas<br />

1.057.196 1.057.196<br />

Total do activo 101.135.897<br />

Total do capital do Fundo 99.705.565<br />

Valor das unidades de participação 997,0556<br />

Unidades de participação em circulação 100.000<br />

5


30 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

EMPRESAS<br />

Ex-presidente da<br />

Cimpor negoceia<br />

indemnização<br />

para renunciar<br />

António Castro Guerra e Francisco de Lacerda assumem<br />

hoje os destinos da maior empresa industrial portuguesa.<br />

Maria Teixeira Alves<br />

maria.alves@economico.pt<br />

Antes da reunião de accionistas<br />

da Cimpor, agendada para hoje<br />

às 10h30, Jorge Salavessa Moura<br />

já deverá ter apresentado a renúncia<br />

ao cargo de administrador.<br />

O ex-presidente executivo<br />

da cimenteira – indicado pela<br />

construtora Teixeira Duarte<br />

(que entretanto vendeu as suas<br />

acções à Camargo Corrêa) –, estavaontem,atéàhoradefecho<br />

da edição, à beira de um acordo<br />

com os actuais accionistas para<br />

renunciar ao cargo, antes do<br />

termo do seu mandato em 2012,<br />

a troco de uma indemnização<br />

previamente acordada.<br />

Esta decisão deverá marcar o<br />

arranque da assembleia geral de<br />

accionistas da Cimpor que hoje<br />

decorre no Centro de Congressos<br />

de Lisboa, e na qual serão<br />

eleitos os novos administradores<br />

por proposta dos actuais accionistas.<br />

O Diário <strong>Económico</strong><br />

apurou ainda que, ontem, ficou<br />

também definido que Manuel<br />

Faria Blanc se irá manter nos órgãos<br />

sociais da cimenteira.<br />

A confirmar-se este cenário,<br />

isso significa que a destituição<br />

de orgãos sociais (ponto 7 da assembleia)<br />

se aplicará apenas a<br />

Luís Barbosa, que se terá recusado<br />

a aceitar um acordo de renúncia<br />

com os novos accionistas.<br />

A destituição deste administrador<br />

em assembleia implica,<br />

obrigatoriamente, o pagamento<br />

de uma indemnização,<br />

em função do tempo de mandato<br />

que fica por cumprir. Isto poderá<br />

explicar a sua escolha pela<br />

destituição em vez da renúncia.<br />

No ponto 7 da agenda da reunião<br />

de accionistas está ainda<br />

previsto “deliberar, nos termos<br />

do disposto no artigo 403º do<br />

Código das Sociedades Comerciais,<br />

sobre a eventual destituição<br />

de membros do órgão de<br />

administração da sociedade”.<br />

Uma vez que já todos os outros<br />

gestores – os que não foram<br />

convidados a manter-se no<br />

Conselho de Administração –,<br />

renunciaram, os lugares para os<br />

novos administradores estão<br />

praticamente desimpedidos.<br />

Recorde-se que, no total, saem<br />

cinco dos 15 administradores:<br />

Ricardo Bayão Horta, o primeiro<br />

a renunciar, Pedro Empis,Vicente<br />

Mosquera e José Arteta,<br />

que saíram há duas semanas, e<br />

ainda Jorge Salavessa Moura que<br />

deverá sair hoje.<br />

Pontos na agenda<br />

O ponto 8 da reunião prevê “a<br />

eleição de novos titulares do ór-<br />

ACÇÕES CORRIGEM<br />

As acções da Cimpor seguiram<br />

ontem a tendência de queda do<br />

mercado, recuando 1,58%. Cada<br />

título vale agora 5,30 euros.<br />

5,70<br />

5,35<br />

5,00<br />

28-04-2010<br />

Fonte: Bloomberg.<br />

29-03-2010<br />

gão de administração da sociedade<br />

para o mandato em curso<br />

(2009/2012), em face de renúncias<br />

e ou da eventual destituição<br />

de administradores.<br />

A lista que vai hoje a votos<br />

inclui António Castro Guerra,<br />

para o lugar de ‘chairman’, e<br />

Francisco de Lacerda, que será o<br />

presidente executivo. Entram<br />

ainda João Lopes Raimundo, em<br />

representação do BCP, Edison<br />

Franco e Albrecht Domenech,<br />

nomeados pela Camargo Côrrea,<br />

e Walter Schalka e Álvaro<br />

Veloso, pela Votorantim. José<br />

NevesAdelinoficarácomoindependente.OnovoConselhodeAdministração<br />

manterá 15 membros,<br />

mas nem todos serão levados a<br />

votação, uma vez que parte da<br />

actual lista se manterá no Conselho<br />

de Administração até ao<br />

fimdomandato.Éocasode<br />

António Gomes Mota (independente),<br />

José Fino (em representação<br />

da Investifino), Jorge Tomé<br />

(CGD), Luís Sequeira Martins,<br />

António Varela, Luís Ribeiro<br />

Vaz e Manuel Faria Blanc.<br />

Outra questão “quente” na<br />

assembleia de hoje (ponto 9) é o<br />

pedido de autorização aos accionistas<br />

para que a Cimpor tenha<br />

nos seus órgãos sociais pessoas<br />

que desempenham cargos<br />

em cimenteiras concorrentes. A<br />

Votorantim e a Camargo, recorde-se,<br />

são concorrentes da<br />

Cimpor no Brasil. Esta deliberação<br />

é obrigatória por lei.<br />

Masseosrepresentantesda<br />

Camargo e Votorantim não abdicam<br />

de estar na administração,<br />

o mesmo não se pode dizer<br />

da comissão executiva que<br />

emana deste conselho. O órgão<br />

liderado por Francisco Lacerda<br />

será composto por cinco membros:<br />

António Varela, Luís Sequeira<br />

Martins e Álvaro Veloso<br />

(actualmente da Votorantim,<br />

mas que se desvinculará da empresa).<br />

A Camargo não escolheu<br />

nenhum representante. ■<br />

Após a assembleia geral de hoje,<br />

a Cimpor inicia uma nova etapa<br />

com uma renovada equipa de gestão.<br />

AS NOVAS CARAS À FRENTE DA CIMENTEIRA PORTUGUESA<br />

Uma administração<br />

com sotaque<br />

São oito os novos administradores<br />

que a partir de hoje exercem funções<br />

na Cimpor de um total de 15,<br />

uma vez que sete vão transitar da<br />

anterior equipa. Dos oito novos<br />

gestores, quatro serão brasileiros,<br />

dois em representação da Camargo<br />

Corrêa – José Edison e Albrecht<br />

Domenech – e outros dois<br />

defendendo a Votorantim – Walter<br />

Schalka e Álvaro Veloso. Mas, o<br />

maior poder ficará nas mãos dos<br />

novos CEO, Francisco Lacerda, e<br />

‘chairman’, Castro Guerra.<br />

Castro Guerra<br />

O futuro ‘chairman’ da Cimpor<br />

tem uma carreira associada aos<br />

cargos políticos. Foi presidente<br />

do extinto IAPMEI e secretário<br />

de Estado da Indústria de Manuel<br />

Pinho no último Governo.


LucrodaSemapacresce43,6%<br />

A Semapa obteve lucros de 18,3 milhões de euros no primeiro trimestre<br />

de 2010, mais 43,6% face ao período homólogo do ano passado.<br />

O volume de negócios ascendeu a 365,2 milhões de euros, mais 6,7%,<br />

enquanto o EBITDA foi de 87,1 milhões (mais 19,3%). Os lucros da Secil,<br />

detida em 51% pela Semapa, ascenderam a 5,9 milhões de euros, dos<br />

quais 4,7 milhões foram atribuídos aos accionistas da Semapa. Segundo a<br />

empresa, o aumento dos lucros resultou do aumento do EBITDA.<br />

COM MANDATO ATÉ 2013<br />

Francisco Lacerda<br />

O novo CEO da Cimpor é<br />

licenciado em Administração<br />

e Gestão de Empresas pela<br />

Católica. Vários anos na gestão do<br />

BCP, foi o responsável pela<br />

operação do banco na Polónia.<br />

José Edison<br />

É um dos homens fortes da<br />

Camargo Corrêa, onde se encontra<br />

desde 1996. É membro do Comité<br />

Executivo do grupo desde 2007 e<br />

presidente da administração da<br />

Camargo Corrêa Cimentos.<br />

AGENDA DO DIA<br />

● Cimpor reúne em assembleia geral<br />

de acionistas.<br />

● Incubadora InSerralves organiza<br />

sessões sobre Indústrias Criativas.<br />

● Wolkswagen divulga contas do<br />

primeiro trimestre de 2010, Berlim.<br />

● Novabase reúne em assembleia<br />

geral de accionsitas.<br />

João Paulo Dias<br />

Walter Schalka<br />

Formado pelo Instituto Tecnológico<br />

de Aeronáutica, no Brasil, este<br />

engenheiro entrou em 2005 na<br />

Votorantim para assumir a<br />

presidência da Votorantim<br />

Cimentos, cargo que mantém.<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 31<br />

Futuro continua<br />

em dúvida apesar<br />

dos novos donos<br />

Camargo Corrêa e Votorantim<br />

dividem controlo da empresa.<br />

Nuno Miguel Silva<br />

nuno.silva@economico.pt<br />

A chegada de dois novos accionistas<br />

de dimensão no sector cimenteiro<br />

internacional poderia<br />

ter representado o definitivo estado<br />

de acalmia de que a Cimpor<br />

tem estado afastada nos últimos<br />

anos. Mas, o que salta à primeira<br />

vista, é que a nova estrutura accionista<br />

da empresa não dá garantias<br />

de que o futuro da Cimpor<br />

nos próximos anos seja mais sereno<br />

do que nos últimos meses.<br />

Para já, parece ter-se encontrado<br />

uma solução de compromisso<br />

entre os principais accionistas<br />

da empresa, mas só os próximos<br />

tempos poderão dizer se<br />

esse não é um equilíbrio frágil. De<br />

um lado, está a Votorantim. Do<br />

outro, está a Camargo Corrêa.<br />

Dois gigantes do sector cimenteiro<br />

no Brasil, e um pouco também<br />

a nível mundial. E esta realidade<br />

levanta diversas questões. Quem<br />

vai mandar à séria na Cimpor nos<br />

próximos tempos? Aliado a<br />

quem? Como vai reagir o lado<br />

perdedor? Como é que concorrentes<br />

se vão conseguir entender?Aistoháquejuntarosprotagonistas<br />

nacionais desde a Caixa<br />

(aliada à Votorantim), passando<br />

por Manuel Fino e pelo fundo<br />

de pensões do BCP.<br />

Dúvidas que só o tempo irá<br />

desfazer, mas que são vitais para<br />

o rumo da Cimpor. Não esquecendo<br />

que, quer Votorantim,<br />

quer Camargo Corrêa, são concorrentes<br />

directos da Cimpor no<br />

Brasil. Será natural que qualquer<br />

delas tente limitar ao máximo a<br />

actividade da Cimpor naquele<br />

mercado, tentando tirar benefícios<br />

próprios da situação. Um cenário<br />

que deverá ser acautelado<br />

na assembleia-geral de hoje, com<br />

a possibilidade de travar a entrada<br />

dos administradores brasileirosdaCimpornarespectivacomissão<br />

executiva.<br />

Outro factor decisivo para o<br />

futuro da Cimpor será a decisão<br />

da autoridade brasileira da concorrência,<br />

que há vários anos estuda<br />

indícios de cartelização no<br />

sector brasileiro dos cimentos.<br />

Além da Cimpor, estão a ser investigadas<br />

pelas instituições do<br />

governo de Lula da Silva cerca de<br />

duas dezenas de empresas e instituições,<br />

entre as quais se contam<br />

a Cimpor, Lafarge, Votorantim,<br />

e Camargo Corrêa.<br />

Todas estas quatro cimenteiras<br />

estiveram envolvidas na batalha<br />

pelo controlo accionista da empresa<br />

portuguesa. Essa guerra<br />

deflagrou de forma incontornável,<br />

quando, a 18 de Dezembro<br />

passado, a CSN – Companhia Siderúrgica<br />

Nacional – outro conglomerado<br />

industrial brasileiro –<br />

lançou uma OPA – Oferta Pública<br />

de Aquisição de surpresa à totalidade<br />

do capital social da cimenteira<br />

nacional.<br />

Depois de mais de dois meses<br />

de luta intensa nos bastidores e<br />

de uma revisão de preço em alta,<br />

o grupo de Benjamin Steinbruch<br />

não conseguiu os seus intentos,<br />

tendo aparentemente desistido<br />

da hipótese da Cimpor e procurado<br />

outras alternativas no mercado<br />

internacional. A CSN, no entanto,<br />

poderá sempre voltar à<br />

carga, desde que os principais<br />

accionistas da ‘nova Cimpor’ demonstrem<br />

não se entender.<br />

Aliás, foi esse ambiente de<br />

permanente conflito entre a anterior<br />

estrutura accionista da cimenteira<br />

portuguesa que levou<br />

Benjamin Steinbruch a avançar<br />

para a referida OPA, conforme<br />

Benjamin Steinbruch confidenciou<br />

em diversas declarações ao<br />

Diário <strong>Económico</strong>.<br />

Todasestasdúvidasdosúltimos<br />

anos resultaram numa travagem<br />

significativa da estratégia de<br />

expansão da vertente internacional<br />

da empresa, uma vez que desde<br />

2008 que não entra em nenhum<br />

novo mercado. Este é um<br />

factoessencialnodesenvolvimento<br />

da Cimpor, uma vez que os<br />

mercados de construção e obras<br />

públicas interno e de Espanha se<br />

encontram em grande contracção<br />

desdeháváriosanos.■<br />

Cimpor, Camargo<br />

Corrêa e Votorantim<br />

aguardam uma<br />

decisão da autoridade<br />

brasileira<br />

da concorrência<br />

sobre alegada prática<br />

de cartelização<br />

no sector<br />

dos cimentos.


32 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

EMPRESAS<br />

ENERGIA<br />

Gás Natural Fenosa lucra 386 milhões<br />

no primeiro trimestre de 2010<br />

A Gás Natural Fenosa obteve um lucro líquido de 386 milhões de euros<br />

no primeiro trimestre de 2010, mais 9,4% que em igual período do ano<br />

passado. Estes resultados surgem num contexto marcado pelo início<br />

da recuperação da procura energética em Espanha, mas também pela<br />

volatilidade significativa dos preços da energia, dos mercados cambiais<br />

e dos financeiros. O EBITDA consolidado do primeiro trimestre de 2010<br />

ascendeu a 1.296 milhões de euros, aumentando 77,5%.<br />

O Renault Megane ganhou a carros<br />

como o VW Golf Variant TDI.<br />

GESTÃO DE FROTAS<br />

PRODUÇÃO DA SHARAN COMEÇA “BREVEMENTE” E QUATRO SEMANAS DEPOIS COMEÇA A PRODUÇÃO DA ALHAMBRA<br />

Marina Conceição<br />

marina.conceicao@economico.pt<br />

A meta repete-se e continua<br />

sem ser alcançada: produzir 100<br />

mil carros por ano. O director-<br />

-geral da fábrica, Andreas<br />

Hinrichs, acredita que este ano<br />

“a produção vai crescer 20% em<br />

relação ao ano passado e ultrapassar<br />

os 100 mil carros”.<br />

Um crescimento baseado no<br />

início de produção do novo monovolume<br />

Sharan, que “será o<br />

modelo mais produzido da fábrica”,<br />

ultrapassando os números<br />

do Eos e do Scirocco.<br />

O ambicionado quarto modelo,queseráasalvaçãodafábrica<br />

em Portugal, ainda não<br />

está nos planos da empresa.<br />

“Não vamos conseguir anunciar<br />

o quarto modelo este ano. A decisão<br />

pode ser tomada este ano,<br />

mas não será anunciada”, avan-<br />

çou ontem o director-geral da<br />

fábrica de Palmela em conferência<br />

de imprensa. No entanto,<br />

o responsável diz estar “a lutar<br />

pelo quarto modelo”, já que “de<br />

dois em dois anos, a Autoeuropa<br />

lança um carro novo”.<br />

Para acompanhar este crescimento<br />

de produção, a fábrica<br />

portuguesa do grupo alemão<br />

Volkswagen vai contratar “mais<br />

de 100 trabalhadores este ano,<br />

mesmo que sejam temporários”,<br />

explicou Andreas<br />

Hinrichs.<br />

Em 2009, a maior fábrica automóvel<br />

portuguesa dispensou<br />

250 trabalhadores temporários<br />

terminando o ano com 2.992<br />

colaboradores, menos 1,2% do<br />

que em 2008. Uma medida tomada<br />

para fazer face à crise<br />

económica que assolou a Europa<br />

em 2008 e 2009 e que afectou<br />

profundamente o sector auto-<br />

Clientes da LeasePlan elegem Renault<br />

Megane e Seat Exeo os “Carros Frota 2010”<br />

A LeasePlan, líder em aluguer operacional de veículos e gestão de<br />

frotas, elegeu o Renault Megane e o Seat Exeo como “Carro Frota<br />

2010”, nas categorias de pequeno familiar e médio familiar,<br />

respectivamente. O Renault superou a concorrência, em pequenos<br />

familiares, composta pelo VW Golf Variant TDI Confortline, Opel Astra<br />

Cosmo CDTi MY10 e o Toyota Auris 1.4. Já o Seat bateu o C5 Tourer 1.6,<br />

Opel Insignia Sport Tourer e Toyota Avensis 2.0 em veículos médios.<br />

A Autoeuropa vai começar a produzir o novo monovolume Sharan “brevemente”, assegurou Andreas Hinrichs, director-geral da fábrica de<br />

Palmela.Segundo o responsável, a Sharan transformar-se-á no principal carro em produção na fábrica portuguesa. Quatro semanas depois do<br />

início da produção do monovolumeéavezdanovaAlhambraterlugardedestaquenalinhadeproduçãodaAutoeuropa.<br />

Produção da Autoeuropa vai crescer<br />

20% sem quarto modelo à vista<br />

No ano passado, as vendas caíram 16% e o resultado antes de impostos desceu 42%.<br />

FORNECEDORES<br />

79 nacionais<br />

A fábrica de Palmela conseguiu<br />

angariar cinco novos<br />

fornecedores nacionais no<br />

primeiro trimestre deste ano. No<br />

ano passado, segundo dados da<br />

empresa, a incorporação nacional<br />

passou de 55% para 57%.<br />

TRABALHADORES<br />

32,7 carros<br />

A produtividade dos<br />

trabalhadores subiu 2%, o que<br />

quer dizer que cada trabalhador<br />

produzia 32, 1 carros por ano em<br />

2008 enquanto que o ano<br />

passado o número subiu para<br />

32,7 carros por colaborador.<br />

móvel. Uma crise espelhada<br />

também nos resultados financeiros<br />

da Autoeuropa. No ano<br />

passado, a fábrica de Palmela<br />

facturou 1,3 mil milhões de euros,<br />

menos 16% do que em<br />

2008. Já os resultados antes de<br />

impostos atingiram os 20,7 milhões<br />

de euros, o que corresponde<br />

a uma queda de 42% face<br />

a 2008. Números que deixam o<br />

director-geral satisfeito. “Apesar<br />

da crise, conseguimos ganhar<br />

dinheiro e evitar despedimentos<br />

de trabalhadores e o<br />

‘lay-off’ [redução temporária<br />

do tempo do trabalho]”, sublinhou<br />

Hinrichs.<br />

Ao Diário <strong>Económico</strong> o director-geral<br />

da fábrica disse que<br />

“paraesteanonãoestáprevisto<br />

avançar com medidas de ‘layoff’<br />

nem mais ‘down days’ [paragens<br />

remuneradas]”, já que<br />

este ano já se realizaram dois<br />

João Paulo Dias<br />

‘down days’ e está previsto mais<br />

um. Neste momento, a Autoeuropa<br />

continua em negociações<br />

com os trabalhadores para apelar<br />

à maior necessidade de flexibilidade<br />

laboral, ou seja, “que se<br />

trabalhe ao sábado quando há<br />

maior procura e que se tenha<br />

semanas de quatro dias na altura<br />

de menor procura”, explicou<br />

o director de recursos humanos.<br />

“Queremos aumentar a flexibilidade,<br />

queremos ser a fábrica<br />

europeia mais atractiva da<br />

Volkswagen”, disse Andreas<br />

Hinrichs. Para isso, é preciso reduzir<br />

os custos, principalmente<br />

os que estão relacionados com o<br />

transporte de componentes. A<br />

incorporação nacional de componentes<br />

subiu de 55% para<br />

57%. Além disso, a Autoeuropa<br />

conseguiu angariar mais cinco<br />

fornecedores nacionais no primeiro<br />

trimestre deste ano.■


INDÚSTRIA<br />

Operários da Kemet Electronics voltam<br />

à greve para reinvindicar aumentos<br />

Os operários da fábrica de Évora da multinacional norte-americana<br />

Kemet Electronics vão cumprir uma greve parcial hoje e amanhã para<br />

exigir aumentos salariais e a atribuição de 22 dias úteis de férias, disse<br />

fonte sindical. Com quase 400 trabalhadores, a fábrica de Évora da<br />

multinacional norte-americana Kemet Electronics produz<br />

condensadores de tântalo, componentes utilizados na produção de<br />

telemóveis e em equipamentos electrónicos para a indústria automóvel.<br />

Filipe Alves<br />

filipe.alves@economico.pt<br />

A ‘guerra’ jurídica entre a Zon<br />

MultimediaeaCabovisãoconheceu<br />

um novo desenvolvimento. A<br />

operadora dona da TV Cabo, que<br />

é alvo de uma queixa dos canadianos<br />

junto dos reguladores,<br />

contra-atacou conquistando o<br />

principal estratega da Cabovisão<br />

para as questões jurídicas.<br />

Fonte oficial da Zon confirmou<br />

que, no início de Fevereiro,<br />

a empresa contratou os serviços<br />

de Paulo Valente, que até<br />

recentemente era director de<br />

assuntos jurídicos da Cabovisão.“Éomercadoafuncionar”,<br />

explicou a mesma fonte.<br />

PUB<br />

Desta forma, a Zon atraiu<br />

para o seu campo um dos principais<br />

responsáveis pela queixa<br />

que foi apresentada pelo grupo<br />

canadiano na Autoridade da<br />

Concorrência (AdC), em Agosto<br />

do ano passado, por alegado<br />

abuso de posição dominante no<br />

mercado da televisão por subscrição,<br />

que poderá levar a uma<br />

coima de vários milhões de euros.<br />

Paulo Valente está a desempenhar<br />

funções como consultor<br />

externonaáreadaregulação,<br />

embora, por questões deontológicas,seabstenhadequalquer<br />

papel no que toca à Cabovisão.<br />

Questionada sobre se esta situação<br />

confere à Zon alguma<br />

vantagem na disputa em curso,<br />

O Leaf deverá custar 3,76 milhões<br />

de ienes (cerca de 30.190 euros).<br />

a mesma fonte oficial lembrou<br />

que as queixas são elaboradas<br />

por advogados e não apenas pelos<br />

directores jurídicos. Já Paulo<br />

Valente não fez comentários.<br />

Fonte oficial da Cabovisão<br />

mostrou-se tranquila quanto ao<br />

AUTOMÓVEL<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 33<br />

Reservas do carro eléctrico da Nissan<br />

já chegam às 6,5 mil unidades<br />

Passaram-se apenas sete dias após o início das reservas do Nissan Leaf,<br />

mas a fabricante já acumula mais de 6,5 mil pedidos para o carro<br />

eléctrico. E nem o preço 30.190 euros impediu a grande procura. Nas<br />

três primeiras horas de abertura das reservas a Nissan registou 2,7 mil<br />

pedidos. Porém colocar o nome da lista não garante a entrega do Leaf.<br />

O objectivo da Nissan é saber onde haverá maior procura pelo modelo<br />

para concentrar a venda das primeiras unidades nesses locais.<br />

Zon desarma Cabovisão ‘roubando-lhe’ jurista<br />

Paulo Valente foi responsável pela queixa apresentada aos reguladores, em Agosto, contra a Zon.<br />

A operadora<br />

liderada por<br />

Rodrigo Costa foi<br />

alvo de uma<br />

queixa por parte<br />

da concorrente<br />

Cabovisão, que a<br />

acusa de abuso de<br />

posição dominante<br />

no ‘pay-tv’.<br />

processo na AdC. “A queixa foi<br />

produzida por uma equipa de<br />

vários juristas e não depende de<br />

uma pessoa em concreto, como<br />

é natural. A empresa tem uma<br />

nova directora jurídica e de regulação<br />

que está a assumir todos<br />

os temas relevantes nesta<br />

área,semqueamudançadedirector<br />

tenha de ter algum impacto<br />

relevante”, garantiu a<br />

mesma fonte, recusando comentar<br />

a actual situação profissional<br />

de Paulo Valente, que entretanto<br />

foi substituído na Cabovisão<br />

por Daniela Antão.<br />

A Cabovisão, que pertence à<br />

canadiana Cogeco, está a travar<br />

uma dura batalha pela sobrevivência,<br />

num mercado que a<br />

partir da autonomização da PT<br />

Multimedia passou a ser dominado<br />

pela Zon (TV Cabo) e pela<br />

PT (Meo). Nestas circunstâncias,<br />

em 2009 sofreu imparidades<br />

de 298 milhões de euros.<br />

Em Agosto, a Cabovisão<br />

apresentouumaqueixaàAdCeà<br />

ANACOM,naqualacusavaaZon<br />

de abuso de posição dominante,<br />

ao limitar o acesso aos canais<br />

TVI24 e Sport TV. “Acreditamos<br />

que o cliente deve ter a mesma<br />

oferta em todos os operadores, o<br />

que é impossível em Portugal.<br />

Temos de pedir permissão à Zon<br />

para podermos fazer promoções<br />

com a SporTV”, afirmou na altura,<br />

à Lusa, o vice-presidente<br />

da Cabovisão, Jules Grenier. ■


34 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

EMPRESAS<br />

TECNOLOGIA<br />

‘Smartphone’ da Blackberry com<br />

novo sistema operativo até Setembro<br />

A Research in Motion (RIM), fabricante da Blackberry, revelou uma nova<br />

versão do seu sistema operativo para o ‘smartphone’, anunciando que<br />

este será lançado no próximo trimestre. O sistema operativo, O.S. 6.0,<br />

foi bem recebido entre os analistas, segundo a imprensa internacional.<br />

A RIM tem estado a lidar com a concorrência de modelos rivais ao<br />

Blackberry, como o iPhone ou o Nexus One, e este sistema operativo<br />

pode ser uma forma de inverter a tendência.<br />

Metro critica<br />

auditoria<br />

do Tribunal<br />

de Contas<br />

Joaquim Reis reclama poupanças na gestão<br />

da dívida e melhoria na qualidade do serviço.<br />

Nuno Miguel Silva<br />

nuno.silva@economico.pt<br />

Joaquim Reis, presidente cessante<br />

do Metropolitano de Lisboa (ML),<br />

critica algumas das conclusões do<br />

Tribunal de Contas (TC), divulgadas<br />

na passada terça-feira considerando<br />

que houve “esforços que<br />

não foram devidamente avaliados”.<br />

Por isso, e conforme apurou<br />

o Diário <strong>Económico</strong>, a administração<br />

do Metro vai enviar por escrito<br />

as suas reclamações.<br />

Em declarações exclusivas ao<br />

Diário <strong>Económico</strong>, a poucos dias<br />

de assumir a presidência da ‘holding’<br />

estatal Parpública, Joaquim<br />

Reis defende a sua gestão e reclama<br />

ter conseguido poupar ao Estado<br />

português cerca de 100 milhões<br />

de euros só na gestão da dívida<br />

nos últimos três anos.<br />

Apesar de reconhecer que partes<br />

do relatório do TC são “extremamente<br />

positivas para o Metropolitano<br />

de Lisboa porque reconhecemasmelhoriasdequalidade<br />

de serviço prestadas nos últimosseisouseteanos”,Joaquim<br />

Reis está descontente com algumas<br />

omissões do documento.<br />

“É claro que existe uma situação<br />

débil em termos financeiros.<br />

Mas faço notar que a dívida constituída<br />

foi para investimento pesadonaexpansãodarededoMe<br />

Joaquim Reis<br />

lamenta que, apesar<br />

de o Tribunal de<br />

Contas reconhecer o<br />

desenvolvimento<br />

do Metro de Lisboa<br />

na procura de novas<br />

soluções com passes<br />

combinados, isso não<br />

esteja “devidamente<br />

avaliado na<br />

auditoria”.<br />

tro que, em menos de 20 anos,<br />

passou de cerca de sete para mais<br />

de 40 quilómetros de extensão”,<br />

explicaopresidentedoML.<br />

Essa situação teve um evidente<br />

reflexo nas contas. Joaquim Reis<br />

exemplifica: só em 2009, o serviço<br />

da dívida do ML, o que se pagou<br />

em juros, foram quase 100<br />

milhões de euros. Este responsável<br />

faz ainda notar que estamos<br />

perante uma empresa pública de<br />

transportes que prossegue fins<br />

sociais, em que o tarifário praticado<br />

é muito abaixo do custo.<br />

“O que passa sistematicamente<br />

são as análises negativas. E o desempenho<br />

das empresas públicas<br />

de transportes das Áreas Metropolitanas<br />

de Transportes de Lisboa e<br />

do Porto tem sido positivo, nomeadamente<br />

a melhoria da qualidade<br />

de serviço prestado. que tem sido<br />

unanimemente reconhecida pelos<br />

clientes”, desabafa Joaquim Reis.<br />

Depois, o presidente do ML diz que<br />

a questão sobre as fracas receitas<br />

dos passes intermodais colocada<br />

pelo TC não está correcta. “Menos<br />

de 20% das receitas vêm dos passes<br />

intermodais. O grosso vem do passe<br />

social, do bilhete simples e de<br />

um ou dois passes combinados”.<br />

Joaquim Reis lamenta que,<br />

apesar de o TC reconhecer o desenvolvimento<br />

que o ML tem feito<br />

na procura de novas soluções com<br />

passes combinados, isso não esteja<br />

“devidamente avaliado na<br />

auditoria”. O ML tem um sistema<br />

‘pay as you go’, extensível ao<br />

‘Zapping’ [que descarrega o cartão<br />

pré-comprado cada vez que se<br />

faz uma viagem], que está em<br />

prática na Carris, no Metro, na CP<br />

e na Transtejo. “Com a extensão<br />

da bilhética a operadores privados,<br />

prevista para 2011, essa oferta<br />

será universal para todos os<br />

operadores de transportes colectivos<br />

de passageiros da Área Metropolitana<br />

de Lisboa. Este é um<br />

exemplo de que estamos a perseguir<br />

uma maior simplificação do<br />

tarifário, um facto que não é devidamente<br />

reconhecido” pelo TC,<br />

acusa Joaquim Reis. ■<br />

Pina Moura dirige as operações da<br />

espanhola Iberdrola em Portugal.<br />

O Tribunal de Contas publicou<br />

uma auditoria em que alertava para<br />

a “falência técnica” da empresa.<br />

TRÊS PERGUNTAS A...<br />

JOAQUIM REIS<br />

Presidente do Metropolitano de Lisboa<br />

“Poupámos 100<br />

milhões ao Estado<br />

desde 2007”<br />

Joaquim Reis está a terminar o<br />

seumandatoàfrentedoMetro<br />

deLisboaeacaminhoda<br />

Parpública. Apesar dos<br />

constrangimentos colocados pela<br />

política seguida pelo Estado, o<br />

balanço é positivo.<br />

ENERGIA<br />

Lucros da Iberdrola crescem 16,2% com<br />

aumento da produção de electricidade<br />

A espanhola Iberdrola aumentou em 16,2% o lucro do primeiro<br />

trimestre, atingindo os 921,7 milhões de euros, informou a empresa em<br />

comunicado. A Iberdrola registou neste período um aumento de 15,4%<br />

da produção de electricidade, para 42.454 GWh, tendo o principal<br />

contributo vindo da energia hídrica e eólica. Apenas a produção térmica<br />

limitou o crescimento da espanhola, com um recuo de 5% face ao<br />

primeiro trimestre do ano passado.<br />

OMetrodeLisboaestáem<br />

falência, como indica o<br />

Tribunal de Contas?<br />

O relatório do Tribunal de Contas<br />

pode falar em falência técnica do<br />

Metro de Lisboa, mas é preciso<br />

sublinhar que não estamos em<br />

falência jurídica, porque a<br />

empresa tem meios para honrar<br />

os seus compromissos. Aliás, a<br />

questão da falência técnica não é<br />

exclusiva do Metro de Lisboa.<br />

Também a Carris, a CP, a Refer e<br />

o Metro do Porto, que começou<br />

há menos de 10 anos, estão em<br />

falência técnica. Basta ver as<br />

contas. Isto tem a ver com o<br />

modelo de gestão que tem sido<br />

seguido pelo Estado, há várias<br />

décadas – e, sublinho, há várias<br />

décadas – que sobrecarrega<br />

muito as empresas com o custeio<br />

da dívida.<br />

Qual é a solução?<br />

Além da contratualização e da<br />

Paulo Figueiredo<br />

revisão do tarifário, resta às<br />

administrações reduzir os custos.<br />

E isso tem sido conseguido no<br />

Metro de Lisboa. Passámos de<br />

um EBITDA negativo de 54<br />

milhões de euros em 2005 para<br />

27 milhões de euros negativos<br />

em 2009, ou seja, o Metro de<br />

Lisboa duplicou o seu EBITDA<br />

neste período. Aliás, uma prática<br />

que tem sido conseguida noutras<br />

empresas do sector, como a<br />

Carris, o Metro do Porto, a CP<br />

ou a Transtejo.<br />

Mas essa redução de custos<br />

é significativa?<br />

No Metro de Lisboa, por exemplo,<br />

com a optimização de vários<br />

instrumentos de gestão da dívida,<br />

conseguimos poupar ao Estado<br />

português cerca de 210 milhões<br />

de euros nos últimos três anos.<br />

E esse esforço não foi avaliado,<br />

essa análise não foi feita pelo<br />

Tribunal de Contas. ■ N.M.S.


CONSTRUÇÃO<br />

Visabeira ganha projecto de 1,5 milhões<br />

de euros nos Emirados Árabes Unidos<br />

O Grupo Visabeira foi o escolhido para o fornecimento de materiais de<br />

construção para um projecto em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes<br />

Unidos. Actualmente em construção, foi adjudicado ao grupo por 1,484<br />

milhões de euros. O projecto, que numa primeira fase vai fornecer<br />

material para 98 vivendas, vai contar com pavimentos cerâmicos no<br />

valor de 761 mil euros e cozinhas MOB no valor de 723 mil euros. Até ao<br />

final do projecto serão construídas e equipadas todas as 120 moradias.<br />

Receitas da Brisa<br />

caem por pressão<br />

das SCUT<br />

A concessionária apresentou ontem lucros de 17,7<br />

milhões de euros no primeiro trimestre de 2010.<br />

Hermínia Saraiva<br />

herminia.saraiva@economico.pt<br />

No final de “um trimestre díficil<br />

em termos de tráfego”, a Brisa<br />

disse ontem ao mercado que a<br />

abertura da auto-estrada da<br />

Costa da Prata, concessionada<br />

ao consórcio liderado pela<br />

Mota-Engil em regime Scut<br />

(sem custos para o utilizador)<br />

em Setembro de 2009, continuou<br />

a ter um impacto negativo<br />

nas receitas de portagem nas<br />

concessões da Brisa.<br />

No total, a concessionária de<br />

Vasco de Mello registou no primeiro<br />

trimestre uma quebra de<br />

5% das receitas de portagem,<br />

para os 122,6 milhões, sendo<br />

que o efeito das Scut representou<br />

uma quebra de 3,3%.<br />

Ainda a contribuir para a<br />

BRISA<br />

As acções da Brisa fecharam<br />

ontem com ganhos de 1,86%<br />

para 5,24 euros.<br />

7,0<br />

6,5<br />

6,0<br />

5,5<br />

5,0<br />

28-04-2010<br />

Fonte: Bloomberg<br />

PUB<br />

29-03-2010<br />

desvalorização das receitas estiveram,<br />

de acordo com o comunicado<br />

da empresa ao mercado,<br />

a “degradação do desempenho<br />

da economia portuguesa (...)<br />

assim como do efeito negativo<br />

do deslizamento de terras ocorrido<br />

na CREL (A9), o que motivou<br />

que parte dessa autoestrada<br />

não estivesse aberta ao tráfego”.<br />

Globalmente, as receitas operacionais<br />

da concessionária –<br />

que registaram uma descida de<br />

1%para os 144,9 milhões – acabaram<br />

por ser compensadas pelo<br />

crescimento da facturação com<br />

serviços rodoviários – 44,7%<br />

para 14,9 milhões – e as áreas de<br />

serviço – com a facturação a<br />

crescer 14,3%, para 3,2 milhões.<br />

Nestecenário,oslucrosda<br />

Brisa registaram um crescimento<br />

na ordem dos 5% para os 17,7<br />

milhões de euros, contra os 16,9<br />

milhões registados entre Janeiro<br />

e Março de 2009. O EBITDA<br />

(’cash flow’ operacional) da<br />

Brisa caiu 1,9% para 100,6 milhões<br />

de euros e a margem<br />

EBITDA recuou 0,6 pontos percentuais<br />

para 69,4 milhões “em<br />

virtude da contínua implementação<br />

do controlo dos custos<br />

operacionais face ao menor volume<br />

de receitas cobradas”.<br />

A concessionária reporta ainda<br />

um aumento de 1,4% dos<br />

custos operacionais que chegaram<br />

aos 44,4 milhões, excluindo<br />

amortizações e provisões. A empresa<br />

explica, porém, que<br />

“numa base equivalente, verifica-se<br />

que os custos, na realidade,<br />

decresceram 1,6% excluindo<br />

o impacto da consolidação pelo<br />

método da equivalência patrimonial<br />

na concessão Douro”. ■<br />

Depois do Brasil, o Bolo de Chocolate<br />

avança para Washington e Nova Iorque.<br />

Vasco de Mello, presidente da Brisa,<br />

conta com a introdução de portagens<br />

em três Scuts a partir de 1 de Julho<br />

para recuperar algum tráfego.<br />

INVESTIMENTO<br />

19,7 milhões<br />

No final do primeiro trimestre, o<br />

investimento realizado pela Brisa<br />

chegou aos 19,7 milhões de euros,<br />

uma verba que representa um<br />

crescimento de 18,6% em<br />

relação ao período homólogo.<br />

ALIMENTAÇÃO<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 35<br />

Melhor Bolo de Chocolate do Mundo<br />

chega ao Rio de Janeiro<br />

Carlos Braz Lopes, criador de “O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo”,<br />

continua a apostar fortemente na expansão do negócio no Brasil. Desta<br />

vez, o Rio de Janeiro é a cidade escolhida para a abertura de mais<br />

uma loja, a sexta no país. O Bolo irá agora animar a gastronomia dos<br />

cariocas, podendo vir a ser adquirido no shopping Rio Design Leblon,<br />

a partir de hoje. Depois do Rio, serão as vezes de Salvador da Bahia,<br />

edeWashingtoneNovaIorque,nosEstadosUnidos.<br />

DÍVIDA<br />

João Paulo Dias<br />

3,3 mil milhões<br />

A dívida financeira consolidada<br />

da Brisa atingiu no final de Março<br />

os 3,332 mil milhões de euros,<br />

um valor que representa uma<br />

melhoria de 12 milhões face a<br />

Dezembro de 2009.<br />

Jerónimo<br />

Martins<br />

cresce 30%<br />

Polónia representa 55,6% das<br />

vendas totais do grupo.<br />

Marina Conceição<br />

marina.conceicao@economico.pt<br />

A Polónia, a mina de ouro da Jerónimo<br />

Martins, continua a não<br />

desiludir a família Soares dos<br />

Santos. As vendas na cadeia de<br />

‘discount’ polaca Biedronka<br />

cresceram 36,7%, representando<br />

já 55,6% do total dos 1,95 mil<br />

milhões de euros que a empresa<br />

facturou no primeiro trimestre<br />

deste ano.<br />

Um valor que representa um<br />

crescimento de 21,8% em comparação<br />

com as vendas do primeiro<br />

trimestre de 2009, avança<br />

a empresa em comunicado<br />

divulgado ontem.<br />

Já o resultado líquido da<br />

maior retalhista alimentar portuguesa<br />

registou um crescimento<br />

de 30% nos primeiros três<br />

meses deste ano, atingindo os<br />

42,3 milhões de euros. No entanto,<br />

o lucro ficou ligeiramente<br />

abaixo das previsões dos analistasqueestimavamumresultado<br />

líquido de 44 milhões de euros.■<br />

ACÇÕES CAEM 3,26%<br />

8,5<br />

7,5<br />

6,5<br />

28-04-2010<br />

Fonte: Bloomberg<br />

29-03-2010


36 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

EMPRESAS<br />

TURISMO<br />

Turismo do Alentejo quer Balcão Único<br />

para investimentos no Parque Natural<br />

ATurismodoAlentejodefendeuontemacriaçãodeumBalcãoÚnico<br />

para os processos de investimento no Parque Natural do Sudoeste<br />

Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV) e a alteração de várias<br />

restrições a novos empreendimentos turísticos. Recordando que a<br />

revisão do Plano de Ordenamento do PNSACV está em discussão<br />

pública até ao final deste mês, a Entidade Regional de Turismo do<br />

Alentejo, após ouvir várias entidades, tomou uma posição pública.<br />

Reditus lança<br />

nova área<br />

de serviços<br />

para empresas<br />

A aposta passa pelo ‘outsourcing’ de<br />

tecnologia para concorrer com multinacionais.<br />

Cátia Simões<br />

catia.simoes@economico.pt<br />

A portuguesa Reditus quer ganhar<br />

espaço na área de prestação<br />

de serviços tecnológicos a<br />

empresas, concorrendo com<br />

multinacionais que já estão instaladas<br />

em Portugal.<br />

Por isso mesmo, a empresa –<br />

que opera na área de prestação<br />

de serviços e gestão tecnológica<br />

– lançou ontem uma nova área<br />

de negócio, dedicada ao IT<br />

Outsourcing, ou seja, “a gestão<br />

do parque informático e centros<br />

de dados dos clientes”, explica,<br />

em entrevista ao Diário <strong>Económico</strong>,<br />

Miguel Ferreira, presidente<br />

executivo da empresa. O<br />

objectivo é trazer algum “valor<br />

acrescentado” ao serviço já<br />

prestado por empresas concorrentes<br />

nesta área, como a PT, a<br />

IBM ou a HP.<br />

A Reditus, que no ano passado<br />

lucrou 1,1 milhões de euros e<br />

atingiu um volume de negócios<br />

de mais de 100 milhões de eu-<br />

OUTRAS ÁREAS<br />

● No IT Consulting, a Reditus<br />

presta serviços de consultoria<br />

no que toca a tecnologias de<br />

informação e implementação<br />

de sistemas.<br />

● As soluções de engenharia<br />

da empresa estão na área de<br />

Engenharia e Mobilidade, onde<br />

se desenvolvem soluções para<br />

a montagem de semicondutores<br />

e outros componentes e ainda a<br />

personalização de documentos<br />

financeiros.<br />

● BPO, ou Business Process<br />

Outsourcing, opera na área de<br />

gestão de suporte de negócio,<br />

com o tratamento de dados.<br />

ros,aumentouopesodaáreade<br />

‘outsourcing’, que já representa<br />

47% do total da facturação.<br />

Miguel Ferreira defende que<br />

“há espaço em Portugal para estes<br />

serviços. Há uma maior necessidade<br />

de consumo, espaço e<br />

armazenamento e a pressão sobre<br />

os custos faz com que muitas<br />

empresas migrem de uma<br />

solução centrada, dentro de<br />

casa, para uma solução de<br />

‘outsourcing’”, acrescenta.<br />

As poupanças das empresas,<br />

diz Miguel Ferreira, que cita alguns<br />

estudos internacionais,<br />

podem fixar-se entre 15% a<br />

35%. O serviço pode ser prestado<br />

de várias formas: “podemos<br />

fazer a gestão dos activos que os<br />

clientes já têm, comprar os activos<br />

do cliente, podemos levar os<br />

activos dos clientes para as nossas<br />

instalações ou passar para a<br />

fase de “nuvem”, ou seja, colocar<br />

os dados dos clientes num<br />

servidor localizado na internet.<br />

Já no que toca ao investimento<br />

direccionado para esta área,<br />

Miguel Ferreira não quer avançar<br />

números, mas espera, dentrodeumano“terquatroaseis<br />

clientes”.<br />

Questionado sobre se esta<br />

nova área de negócio estaria direccionada<br />

para a internacionalização,<br />

Miguel Ferreira admite<br />

essa possibilidade, mas garante<br />

que não será para já. “Este produto<br />

é fácil de exportar. A oferta<br />

foipensadanopontodevista<br />

global mas neste momento<br />

achamos que a focalização é o<br />

mercado português”.<br />

Ainda assim, o responsável<br />

relembra que a Reditus focou a<br />

sua internacionalização no<br />

mercado ibérico (Portugal e<br />

Espanha), norte de África,<br />

NortedaEuropaeaindaAngola.<br />

“Neste momento, nesta<br />

oferta específico e por razões<br />

de maturidades de mercado e<br />

proximidade vamos só avançar<br />

em Portugal e numa segunda<br />

fase para Espanha”, admite o<br />

responsável. ■<br />

A Adega Ervideira tem apostado<br />

fortemente na inovação e na qualidade.<br />

TRÊS PERGUNTAS A...<br />

MIGUEL FERREIRA<br />

Presidente executivo da Reditus<br />

“Temos quatro<br />

regiões-alvo para a<br />

internacionalização”<br />

Comestanovaáreadenegócio,<br />

direccionada para a gestão dos<br />

centros de dados dos clientes,<br />

a Reditus aponta como mais-valia<br />

o facto de se transformar o<br />

investimento das empresas<br />

em infra-estruturas num custo<br />

operacional.<br />

Em que consiste esta nova<br />

área de actividade?<br />

Em contexto de crise, as<br />

empresas precisam de mais<br />

tecnologia, mas querem gastar<br />

menos. É preciso gerir melhor os<br />

nossoscustoseanossaoferta<br />

VINHOS<br />

Produtos da Adega Ervideira<br />

entre os melhores do Alentejo<br />

A estratégia colocada em prática pela Adega Ervideira desde o ano<br />

passado continua a recolher dividendos e prémios. No XIX Concurso<br />

“Os Melhores Vinhos do Alentejo”, organizado pela Confraria dos<br />

Enófilos do Alentejo, a Adega ganhou dois prémios. O vinho “Vinha<br />

D’ ’Ervideira” Rosé 2009 arrebatou o primeiro lugar e a “Talha de<br />

Ouro”, na categoria de vinhos rosados, ficando o “Antão Vaz” 2009 no<br />

terceiro lugar, na categoria de vinhos brancos, com a “Talha de Bronze”.<br />

insere-se um pouco nesta linha.<br />

Os clientes podem pegar nos<br />

parques informáticos ou ‘data<br />

centers’ actuais e poder converter<br />

um custo de posse dessas infraestruturas<br />

num custo variável.<br />

Vai ainda diminuir as<br />

necessidades internas de ter<br />

equipas para suportar estas<br />

áreas. As empresas podem alocar<br />

os recursos de IT a outros<br />

projectos onde possam obter um<br />

maior valor acrescentado. Como<br />

prestadores do serviço,<br />

conseguimos ter uma equipa e<br />

repartir esses custos por mais<br />

clientes.<br />

Qual a redução de custos<br />

estimada com o ‘outsourcing’?<br />

Depende sempre da dimensão da<br />

empresa mas benchmarketing<br />

internacional aponta para<br />

reduçãoentre15%e35%anível<br />

de poupança. Pode haver casos<br />

de poupanças maiores e outras<br />

João Paulo Dias<br />

Miguel Ferreira, presidente<br />

executivo da Reditus, quer<br />

concorrer com as multinacionais.<br />

menores. Esta é uma fase de<br />

migração para o ‘cloud<br />

computing’, que é uma realidade<br />

cada vez mais utilizada. Há várias<br />

empresas multinacionais que já<br />

estão a trabalhar na nuvem mas<br />

noutros sectores de actividade<br />

ainda existe um certo receio.<br />

Quais as perspectivas de<br />

internacionalização nesta<br />

área?<br />

Este produto é fácil de exportar, a<br />

oferta foi pensada no ponto de<br />

vista global mas neste momento<br />

achamos que a focalização é o<br />

mercado português. A nossa<br />

estratégia de internacionalização<br />

tem quatro regiões-alvo: Espanha,<br />

norte de África, países do norte<br />

da Europa e Angola. Neste<br />

momento nesta oferta por razões<br />

de maturidades de mercado<br />

e proximidade vamo focar-nos<br />

em Portugal e numa segunda fase<br />

em Espanha.


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VÁ A UMA LOJA OU AGENTE


38 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

FINANÇAS<br />

BCP bate<br />

estimativas à<br />

custa do ‘trading’<br />

O melhor: os resultados da Polónia e as comissões<br />

consolidadas. O pior o malparado que subiu bastante.<br />

Maria Teixeira Alves<br />

e Maria Ana Barroso<br />

maria.alves@economico.pt<br />

Carlos Santos Ferreira, presidente<br />

do BCP, começou a sua<br />

apresentação dos resultados<br />

lamentando o ‘timing’ de<br />

apresentação de tão bons lucros:<br />

“é uma pena estes resultados,<br />

como são [bons], serem<br />

apresentados nesta altura em<br />

que pouca gente lhes ligará”,<br />

referindo-se à turbulência dos<br />

mercados financeiros, sobretudo<br />

o português, depois da<br />

quebra do rating da República.<br />

O BCP apresentou um resultado<br />

líquido consolidado nos<br />

primeiros três meses do ano de<br />

96 milhões de euros, acima da<br />

expectativas dos analistas e um<br />

ROE (rentabilidade dos capitais<br />

próprios) de 7,9% o que comparou<br />

com os 4,6% do fim de<br />

2009. Mas a explicação para estes<br />

números está numa reavaliação<br />

contabilística de um instrumento<br />

financeiro (derivado)<br />

que rendeu aos lucros do trimestre<br />

36,3 milhões de euros e<br />

bem assim à rentabilidade. Ou<br />

seja, sem este ganho, não recorrente,<br />

o BCP teria um ROE<br />

de 4,9%, segundo contas de<br />

analistas, o que não impressiona.<br />

Mas o BCP mantém que, até<br />

2011, quer a rentabilidade acimados10%econtaparatal<br />

com as receitas que virão da actividade<br />

internacional. Esta actividade<br />

fora de Portugal deu já<br />

um contributo de 25%, no trimestre,<br />

acima do que o presidente<br />

do BCP tinha anunciado.<br />

O BCP justificou apenas que<br />

os lucros do trimestre representam<br />

uma queda de 9,6%<br />

face ao primeiro trimestre de<br />

2009. Mas se fossem excluídas<br />

as mais-valias da venda de<br />

parte do Millennium Angola no<br />

ano passado então os lucros tinham<br />

subido 12,8%. Mas um<br />

analista, André Rodrigues da<br />

Caixa BI, explicou que “os números<br />

apresentados ontem<br />

pelo BCP não são ainda uns resultados<br />

que definitivamente<br />

marquem o regresso da rentabilidade,<br />

mas continuam a evi-<br />

denciar uma recuperação em<br />

base trimestral”.<br />

As comissões correram bem<br />

ao BCP na comparação anual:<br />

subiram 19,8%, com o contributo<br />

da área internacional.<br />

Destaque aqui para a actividade<br />

do Millennium Bank na Polónia,<br />

que no primeiro trimestre<br />

recuperou fortemente nos<br />

lucros: registou 17 milhões de<br />

euros, o que compara com os<br />

três milhões um ano antes.<br />

A margem caiu no ano<br />

(8,9%) e melhorou apenas<br />

1,4% face ao trimestre ante-<br />

BCP PERDE 22% EM 2010<br />

Evolução dos títulos do BCP<br />

desde o início do ano.<br />

1,0<br />

0,8<br />

0,6<br />

31 Dez 009<br />

28 Abr 10<br />

Resultados do BCP no primeiro<br />

trimestre de 2010<br />

Indicador valor variação<br />

Margem Financeira 340,6 -8,9%<br />

Produto bancário 700,7 - 5,2%<br />

Custos Operacionais 382,2 -4,6%<br />

Imparidade do cred. 164,8 2,9%<br />

Impostos s/lucros 22 -23,8%<br />

Resultado Líquido 96,4 -9,6%<br />

Fonte: BCP<br />

Unidade: Milhões de Euros<br />

rior.Aotodo,oprodutobancário<br />

caiu no ano 5,2%, mas<br />

melhorou 12,4% face à “média<br />

trimestral de 2009”. Destaque<br />

para os custos operacionais<br />

que cairam 4,6% no ano. O<br />

que permitiu uma melhoria do<br />

rácio de eficiência de 63,6%<br />

em Dezembro de 2009 para<br />

54,5% em Março.<br />

Este trimestre, face ao trimestre<br />

homólogo do ano anterior,<br />

o BCP registou um crescimento<br />

de 6,7% nos recursos<br />

de clientes (dos quais 7,9%<br />

depósitos) e apenas 0,2% do<br />

crédito a clientes (bruto).<br />

Aliás a pior notícia que o BCP<br />

apresentou foi no crédito em<br />

incumprimento sobre o total,<br />

que subiu de 2%em 31 de<br />

Março de 2009 para 3,8%<br />

este trimestre. O stock de<br />

malparado no trimestre face<br />

a Dezembro cresceu de cerca<br />

de 2 mil milhões de euros<br />

para 2,140 mil milhões. Em<br />

relação ao incobrável há mais<br />

de 90 dias, subiu num ano de<br />

1,5% para 2,5%.Quando<br />

questionado com o que aconteceria<br />

ao BCP se os accionistas<br />

que têm crédito do banco<br />

deixassem de poder cumprir,<br />

Santos Ferreira aproveitou<br />

para explicar que o rácio de<br />

exposição do banco aos 30<br />

maiores clientes versus fundos<br />

próprios tem vindo a<br />

descer; assim como tem vindo<br />

a descer a exposição líquida<br />

a todos os accionistas com<br />

mais de 0,5% do capital (passou<br />

de 14,7% em Dezembro<br />

para 13,2% em Março).<br />

O BCP, ao contrário do que<br />

algumas casas internacionais<br />

dizem, está bem dotado de<br />

capital. O Tier I, já com as regras<br />

do IRB que serão aprovadas,<br />

subiu para 9,7%. Em termos<br />

de liquidez, um tema que<br />

volta à ribalta com a subida<br />

do preço dos spreads nos<br />

mercados internacionais, o<br />

BCP já se refinanciou em metade<br />

das suas necessidades<br />

para este ano, e ainda tem<br />

11,3 mil milhões de euros de<br />

activos para descontar no BCE<br />

a troco de liquidez. ■<br />

Santos Ferreira apresentou lucros<br />

de 96 milhões de euros no<br />

primeiro trimestre deste ano.


Taxas na habitação em mínimos de sempre<br />

A taxa de juro implícita no crédito à habitação voltou a descer em Março,<br />

embora a um ritmo menos acentuado, fixando-se no nível mais baixo de<br />

sempre de 1,837%. Esta tendência de queda, que se verifica desde o final<br />

de 2008, é explicada sobretudo pela descida continuada das taxas<br />

Euribor. Segundo o Inquérito à Avaliação Bancária na Habitação, também<br />

divulgado ontem, o valor médio de cada metro quadrado foi de 1.172 euros<br />

em Março, uma variação em cadeia nula e uma subida homóloga de 3,8%.<br />

João Paulo Dias<br />

AGENDA DO DIA<br />

● Banc Sabadell publica resultados<br />

do primeiro trimestre deste ano.<br />

● O Banco Santander apresenta<br />

contas relativas aos primeiros três<br />

meses de 2010.<br />

● Ainda em Espanha, a Bolsa Y<br />

Mercados Españoles divulga os<br />

resultados do primeiro trimestre.<br />

CONFERÊNCIA DE IMPRENSA CARLOS SANTOS FERREIRA Presidente do BCP<br />

“Portugal pôs-se a jeito”<br />

Santos Ferreira defende que a<br />

especulação é apenas uma<br />

consequência dos erros<br />

cometidos no país.<br />

Maria Ana Barroso<br />

e Maria Teixeira Alves<br />

maria.barroso@economico.pt<br />

Os tempos não estão para lamentações,<br />

muito menos para<br />

arranjar bodes expiatórios para<br />

os problemas que Portugal tem<br />

de resolver, garantiu ontem<br />

Santos Ferreira, numa conferência<br />

em que a descida dos ‘ratings’<br />

foi tema central das perguntas<br />

dos jornalistas. Face ao<br />

actual momento de pressão internacional,<br />

o presidente do<br />

BCP pediu que se passe das palavras<br />

à acção.<br />

Como avalia a importância e<br />

efeitos da descida do ‘rating’ de<br />

Portugal decidido ontem pela<br />

Standard & Poor’s?<br />

A descida do ‘rating’ da república<br />

em dois níveis determinou a<br />

descida de um nível do ‘rating’<br />

de todos os bancos. O que isto significa<br />

é que o recurso ao financiamento<br />

se torna mais caro e<br />

mais difícil. Isso obviamente impactará<br />

o resultado dos bancos e<br />

a vida das empresas e pessoas.<br />

E quanto ao caso concreto do<br />

BCP, preocupa-o o facto de a<br />

S&P atribuir um ‘rating’ pior do<br />

que aos bancos concorrentes?<br />

Quanto ao BCP, nós temos ‘ratings’<br />

para todos os gostos. Temos<br />

um ‘rating’ mais baixo no<br />

caso da S&P, igual ao BPI segundo<br />

a Moody’s e igual ao BPI, BES<br />

eCGDnocasodaFitch.Portanto<br />

‘ratings’ são como os chapéus.<br />

Há muitos. A descida do<br />

‘rating’ não alegra ninguém<br />

masnãoéumfactoquenos<br />

preocupe neste momento. Temos<br />

já financiadas metade das<br />

nossas necessidades para este<br />

ano. Será mais caro ir ao<br />

mercado mas não é<br />

isso que impactará<br />

este ano nos nossos<br />

resultados de<br />

forma significativa.<br />

Que efeitos resultarão<br />

no custo<br />

e volume de concessão<br />

de crédito?<br />

Tempos de crédito fácil<br />

nãohá.Nãoexistem.Terminoua<br />

festa. Mas não deixamos nenhuma<br />

empresa bem capitalizada e<br />

com bons projectos não continuar<br />

a avançar. E há, por outro<br />

lado, uma redução da procura de<br />

crédito.<br />

Teme uma nova crise de liquidez ?<br />

Leia mais<br />

sobre o dia nos<br />

mercados<br />

nas páginas<br />

10 e 11<br />

Vai haver mais dificuldades mas<br />

não penso que se vá entrar<br />

numa crise de liquidez.<br />

O BCP tem tentado recentementeiraomercado?Temsentido<br />

dificuldades?<br />

A sala de mercados tem continuado<br />

a ir ao mercado. Ainda<br />

hoje a sala do banco foi ao mercado<br />

e conseguiu obter umas<br />

dezenas de milhões.<br />

Face ao actual contexto de pressão<br />

internacional, que avaliação<br />

faz do comportamento quer do<br />

Governo, quer da oposição?<br />

Tenho um claro apreço pelo ministro<br />

das Finanças. É um bom<br />

ministro. E é verdade que,<br />

como o mesmo referiu, quem<br />

nos está a atacar é o mercado.<br />

Masseosmercadosnosestãoa<br />

atacar é porque a gente se pôs a<br />

PUB<br />

Programa<br />

Seminário “O Futuro Energético e os Transportes”<br />

Com a presença de:<br />

– S. E. o Senhor Alain de Muyser,<br />

Embaixador do Grão-Ducado do Luxemburgo<br />

– S. E. o Senhor Alex Ellis, Embaixador do Reino Unido<br />

– S. E. o Senhor Rudolf Schaller, Embaixador da Suiça<br />

– S. E. o Senhor Jean-Michel Veranneman<br />

de Watervliet, Embaixador da Bélgica<br />

Opções de Política Energética<br />

10:15 – 10:30 Nuno Ribeiro da Silva - Presidente da Endesa Portugal<br />

10:30 – 10:45 Pedro Sampaio Nunes – Presidente da Greencyber<br />

10:45 – 11:00 Tiago Farias – Professor Auxiliar do Departamento<br />

de Engenharia Mecânica do IST<br />

11:00 – 11:20 Debate<br />

Moderador: Pedro Rebelo de Sousa – Sociedade Rebelo de Sousa<br />

11:20 – 11:40 Coffee-break<br />

“<br />

No caso do BCP,<br />

temos ‘ratings’ para<br />

todososgostos.<br />

Os ‘ratings’ são como<br />

os chapéus. Há<br />

muitos.<br />

Opções Energéticas na Bélgica<br />

11:40 – 11:55 Johan Albrecht – Universidade de Gand: “Energy Transition:<br />

fast track to a greener system?”<br />

11 de Maio de 2010<br />

Hotel Dom Pedro<br />

Lisboa<br />

Para mais informações, por favor contactar:<br />

Câmara de Comércio Luso-Belga-Luxemburguesa<br />

Av. Duque d'Ávila, 203 - 5º - 1050-082 Lisboa<br />

Tel.: (+351) 213.152.502/03 - Fax: (+351) 213.547.738<br />

E-mail: info@cclbl.com - Web: www.cclbl.com<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 39<br />

jeito. Depois, o PEC é um assuntograveesérioeaspessoas<br />

têm o direito de discutir. Mas<br />

não fiquemos eternamente a<br />

discutir. Temos de decidir. Se<br />

não fizermos nada, alguém vai<br />

fazer por nós. Tenho algum<br />

medo que, dentro da nossa maneiradeser,achemosqueisto<br />

vai lá com conversa. Não vai. É<br />

preciso fazer.<br />

Entretanto, um conjunto de<br />

bancos contestou esta semana o<br />

uso do SII para pagar aos clientes<br />

do BPP. O BCP faz parte do<br />

grupo?<br />

Accionámos individualmente as<br />

acções que achámos que devíamos<br />

em relação ao Sistema de<br />

Indemnização aos Investidores<br />

e também ao Fundo de Garantia<br />

de Depósitos. ■<br />

Com o patrocínio de:<br />

11:55 – 12:10 François de Hemptinne – Director Agoria Renewable Energy<br />

Club, Bélgica: “The Belgian Policy on Energy”<br />

12:10 – 12:30 Debate<br />

Moderador: Luís Mira Amaral – Professor do Instituto Superior<br />

Técnico<br />

12:45 – 14:15 Almoço com a intervenção de<br />

S. E. o Senhor Alex Ellis, Embaixador do Reino Unido, que falará<br />

sobre os “Desafios Energéticos Europeus”<br />

08:30 – 09:00 Recepção<br />

09:00 – 09:10 Abertura<br />

Luís Neto Galvão – Presidente da Câmara de Comércio Luso-<br />

Os Desafios Energéticos e o Automóvel<br />

Belga-Luxemburguesa<br />

14:15 – 14:30 José Manuel Silva Rodrigues – Presidente do Conselho<br />

Miguel Cardoso Peres – Presidente da Câmara de Comércio<br />

de Administração da Carris<br />

e Indústria Suiça em Portugal<br />

14:30 – 14:45 José Caro de Sousa – Presidente da Renault Portugal<br />

14:45 – 15:00 António Sá da Costa – Presidente da APREN<br />

09:10 – 09:25 Carlos Zorrinho – Secretário de Estado da Energia e da Inovação<br />

15:00 – 15:20 Debate<br />

Moderador: Mário Melo Rocha – Sociedade Rebelo de Sousa<br />

Os Transportes Eléctricos<br />

09:25 – 09:40 António Martins da Costa – Presidente da EDP Internacional 15:20 – 15:40 Coffee-break<br />

09:40 – 09:55 Jorge Oliveira - Senior Vice-President/Site Manager da Solvay<br />

Portugal (Projecto Solar Impulse/Avião Solar)<br />

O Mercado Energético na Suiça:<br />

09:55 – 10:15 Debate<br />

15:40 – 16:15 Stefan Hirschberg – Head Laboratory for Energy Systems<br />

Moderador: Gonçalo Anastácio - Sociedade Rebelo de Sousa<br />

Analysis, do Instituto Paul Scherrer (Suiça): “Electricity Supply<br />

Options in Comparative Perspective”<br />

16:15 – 16:30 Markus Häring – Executive Director do Geothermal<br />

Explorers Ltd (Suiça)<br />

16:30 – 16:50 Debate<br />

Moderador: Robert Stüssi<br />

16:50 – 17:05 Gustavo Fernandes – Chief Communications Officer<br />

da Martifer Solar<br />

17:05 – 17:20 Pedro Rodrigues – Desmet<br />

17:20 – 17:35 Pedro Sena da Silva – Presidente da Autosil<br />

Apresentação do Smart Eléctrico<br />

17:35 Encerramento<br />

Dr. José Manuel Perdigoto – Director-Geral da Energia<br />

e Geologia [TBC]


40 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

FINANÇAS<br />

MERCADOS<br />

Republicanos voltam a travar discussão<br />

da reforma financeira no Senado dos EUA<br />

E, afinal, à terceira não foi de vez. Os membros republicanos do Senado<br />

dos Estados Unidos voltaram a bloquear a discussão do projecto de reforma<br />

da regulação financeira. A ala republicana manteve-se unida contra<br />

os Democratas, que assim não conseguiram ter o mínimo de 60 votos<br />

necessários para iniciar a discussão. No entanto, de acordo com a Bloomberg,<br />

a sessão iria prolongar-se durante a noite tentando pressionar<br />

os Republicanos, podendo haver uma alteração na votação a qualquer altura.<br />

Sandra Almeida Simões<br />

e Tiago Freire<br />

sandra.simoes@economico.pt<br />

O Governo aprovou na semana<br />

passada uma proposta que introduz<br />

um regime de tributação das<br />

mais-valias bolsistas desde o<br />

início deste ano à taxa de 20%.<br />

De fora deste regime ficam os<br />

pequenos investidores que registem<br />

ganhos anuais, apurados<br />

entre a diferença das mais e menos-valias,<br />

até 500 euros. Muitas<br />

foram as vozes, dos vários quadrantes<br />

socioeconómicos do<br />

País, que se manifestaram já<br />

contra a retroactividade da tributação,<br />

reivindicando a sua inconstitucionalidade.<br />

Por sua vez,<br />

ataxadeimpostotemgerado<br />

menor contestação, até porque o<br />

Governoadiantouqueamesma<br />

estava em linha com as práticas<br />

europeias.<br />

No entanto, de acordo com os<br />

cálculos agora efectuados pelo<br />

Diário <strong>Económico</strong> – com base no<br />

estudo da Associação de Investidores<br />

e Analistas Técnicos do<br />

Mercado de Capitais (ATM) –<br />

Portugal passa, com este novo<br />

regime, a ser o nono país com a<br />

tributação mais elevada da União<br />

Europeia. Mais. A taxa de 20%<br />

está cerca de 6 pontos percentuais<br />

acima da média de imposto<br />

Volatilidade do crude está em queda,<br />

depois do máximo recorde em 2009.<br />

Portugueses vão pagar mais<br />

do que a média europeia<br />

pelas mais-valias em bolsa<br />

Dados revelados num estudo da associação de investidores ATM mostram<br />

que taxa de 20% é superior ao praticado na Europa, nos vários prazos.<br />

TRÊS PERGUNTAS A...<br />

CÁTIA DA COSTA FERREIRA<br />

Membro da Direcção da ATM<br />

“Governo será<br />

confrontado com<br />

30 questões”<br />

O imposto sobre<br />

as mais-valias<br />

mobiliárias varia<br />

consoante o país e,<br />

mais ainda, o período<br />

de tempo em que<br />

o país permanece<br />

na titularidade<br />

das acções.<br />

A Associação de Investidores<br />

e Analistas Técnicos do Mercado<br />

de Capitais (ATM) elaborou um<br />

estudo sobre a tributação das<br />

mais-valias mobiliárias. Cátia<br />

Ferreira resume a posição da<br />

Associação, sublinhando os<br />

aspectos positivos e negativos<br />

da taxa de imposto de 20%<br />

apresentada pelo Governo.<br />

Qual é o entendimento<br />

genérico da ATM sobre o novo<br />

regime?<br />

Há ainda questões importantes<br />

por esclarecer. Mas salientamos<br />

o desfasamento do imposto nos<br />

diferentes países membros da<br />

União Europeia, alertamos para a<br />

para os restantes 26 membros,<br />

que actualmente se fixa abaixo<br />

dos 14% para as acções detidas<br />

há mais de um ano e menos de<br />

três anos.<br />

O imposto sobre as mais-valias<br />

mobiliárias varia muito consoante<br />

o país e mais ainda consoante<br />

o período de tempo em<br />

que o investidor permanece com<br />

os títulos. A Suécia, por exemplo,<br />

está no topo dos países que mais<br />

penalizam os investidores, ao<br />

aplicar sempre uma taxa de<br />

30%. Segue-se a Dinamarca e a<br />

Finlândiacom28%eaAlemanhaeaIrlandacom25%.<br />

Por<br />

sua vez, no extremo oposto, estão<br />

países como a Bélgica, Áustria,<br />

Bulgária, Chipre, Luxemburgo<br />

ou República Checa que<br />

não cobram qualquer imposto<br />

sobre os ganhos bolsistas, com<br />

prazo superior a um ano.<br />

Esta análise mostra que, no<br />

resto da Europa, muitos países<br />

adoptam o regime de tributar as<br />

mais-valias conseguidas com<br />

activos detidos por pouco tempo,<br />

suavizando a tributação nos<br />

prazos mais longos. Em Portugal<br />

havia também este princípio,<br />

com uma taxa de 10% nos activos<br />

detidos a menos de um ano e<br />

isenção nos prazos mais longos.<br />

Agora, cria-se um desfasamento<br />

ainda maior entre a reali-<br />

inexistência de dupla tributação<br />

dos lucros e dos dividendos na<br />

maioria dos países e condenamos<br />

a constitucionalidade da<br />

retroactividade da proposta de<br />

Lei que viola a boa fé dos<br />

contribuintes.<br />

Contestamataxade20%?<br />

A proposta não é descabida, mas<br />

queremos saber quais os estudos<br />

em que se fundamenta. As<br />

dúvidas, cerca de 30 questões,<br />

serão remetidas aos deputados e<br />

ao Ministério das Finanças. Para<br />

já, aplaudimos o facto de, com a<br />

nova proposta, não se penalizar<br />

de forma gravosa o investidor de<br />

curto prazo e oferecer benefícios<br />

Volatilidade do crude está a recuar para<br />

o nível mais baixo em quase três anos<br />

A volatilidade da cotação do crude está a descer para o nível mais baixo<br />

em quase três anos. A razão prende-se com os elevados stocks e o<br />

crescimento do investimento da OPEC no reforço da capacidade de<br />

produção, factores que estão a deixar o mercado menos receoso que haja<br />

escassez de petróleo. Segundo a Bloomberg, a volatilidade histórica de 50<br />

dias do crude caiu para 23% na terça-feira, mínimo desde Julho de 2007.<br />

O máximo deste indicador, de 108%, foi atingido no início de 2009.<br />

dade nacional e europeia. Isto<br />

porque, muitos dos países europeus<br />

aplicam uma taxa decrescente,<br />

sendo o imposto das maisvalias<br />

calculado em função do<br />

tempo em que o investidor detém<br />

os activos. Normalmente, quanto<br />

mais tempo for, mais reduzida é a<br />

taxa aplicada, incentivando e<br />

premiando o investimento de<br />

longo prazo. Daí que, por exemplo,<br />

a média da UE para acções<br />

detidas há mais de três anos e<br />

menos de cinco anos diminua<br />

para 13,6% e para períodos superiores<br />

a cinco anos seja de 13%, o<br />

que compara com 16,2% para<br />

quem tem acções há mais de seis<br />

mesesemenosdeumano.Atítulo<br />

de exemplo, a Áustria penaliza<br />

os investidores de curto prazo<br />

com uma taxa de 43,2%, isentando<br />

os de longo prazo.<br />

Peranteestecenário,aATM<br />

aplaude a eliminação dos dois eixos<br />

temporais, já que até agora era<br />

aplicada uma taxa liberatória de<br />

10% às acções detidas há menos<br />

de 12 meses e isentas de tributação<br />

as acções detidas por mais de<br />

um ano (ver entrevista). No entanto,<br />

a ATM também contesta a<br />

inconstitucionalidade da retroactividade<br />

da proposta, alerta para a<br />

dupla tributação de dividendos e<br />

defende ainda um regime transitório<br />

para as novas regras. ■<br />

ao investidor de longo prazo. Essa<br />

assimetria foi eliminada. E o<br />

Governo ainda não esclareceu<br />

como serão deduzidas as perdas.<br />

Que alterações sugerem?<br />

Por um lado, o reinvestimento<br />

não deveria ser tributado.<br />

Estamos numa conjuntura de<br />

crise, pelo que era bom que esta<br />

medida tivesse um caracter<br />

meramente transitório. E mais do<br />

que tributar ou funcionar como o<br />

polícia dos contribuintes, o<br />

Governo deveria educar<br />

financeiramente os portugueses.<br />

A criação de uma “Conta<br />

investimento” é a solução que<br />

preconizamos. ■


DIVIDENDOS<br />

Mota-Engil vai pagar dividendo de 0,11 euros<br />

por acção a 30 de Abril<br />

A construtora anunciou que, a partir do próximo dia 30 de Abril, irá<br />

distribuir o dividendo relativo a 2009 no valor de 0,11 euros por acção.<br />

Isto significa que os títulos que forem transaccionados a partir de 27<br />

de Abril perdem direito ao prémio relativo aos resultados da empresa<br />

no ano passado. O dividendo que será distribuído é igual ao do<br />

verificado no ano anterior. Na última sessão, as acções da construtora<br />

recuaram 0,5% para os 3,23 euros.<br />

Bons resultados levaram Starbucks a<br />

distribuir dividendos pela primeira vez.<br />

Pascal Lauener/ Reuters<br />

Infografia: Mário Malhão | mario.malhao@economico.pt<br />

BOLSA<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 41<br />

Maioria das empresas do indice S&P 500<br />

deverá manter nível dos dividendos<br />

A maioria da empresas que integram o índice de referência norte-americano<br />

S&P 500 deverão manter este ano o nível dos dividendos atribuídos<br />

em 2009, reflexo do acentuado crescimento no lucro. De acordo com<br />

estimativas baseadas em cálculos da Bloomberg, das 241 empresas que<br />

ainda vão anunciar o montante dos resultados a distribuir pelos accionistas,<br />

215 deverão manter o nível dos dividendos e 26 poderão aumentar.<br />

A Starbucks, por exemplo, distribuiu dividendos pela primeira vez este ano.<br />

Associação propõe<br />

criação da “Conta<br />

de Investimento”<br />

Medida incentivaria<br />

investimento responsável.<br />

Sandra Almeida Simões<br />

e Tiago Freire<br />

sandra.simoes@economico.pt<br />

A proposta não é recente, mas<br />

actualmente ganha nova relevância.<br />

Falamos da criação de<br />

uma “Conta Investimento”,<br />

uma proposta defendida pela<br />

ATMem2007equevoltaagoraa<br />

ser recuperada no âmbito das alterações<br />

à tributação das maisvalias<br />

mobiliárias.<br />

Em termos práticos, com esta<br />

Conta, na qual seriam incluídos<br />

todos os investimentos financeiros<br />

de um cliente – tais como acções,<br />

futuros, ETFs, obrigações,<br />

derivados ou fundos –, a tributação<br />

das mais-valias seria feita<br />

tendo em conta o saldo global<br />

dessa carteira e não activo a activo.<br />

E apenas haveria lugar a pagamentodeimpostossempreque<br />

houvesse um resgate, num momento<br />

em que o conjunto dos investimentos<br />

registasse uma<br />

mais-valia. Em vez de tributar<br />

anualmente em função do período<br />

em que o investidor deteve<br />

determinados activos, este novo<br />

instrumento permitiria tributar o<br />

rendimento apenas no momento<br />

efectivo da disponibilização dos<br />

recursos financeiros ao investidor.<br />

Ou seja, o investidor podia<br />

fazer quantos negócios quisesse,<br />

dentro da Conta de Investimento,<br />

sendo que só seria tributado<br />

quando tirasse de lá dinheiro, fazendo-se<br />

então as contas quanto<br />

ao imposto a pagar.<br />

Vantagens? Muitas, defende a<br />

Associação de Investidores e<br />

Analistas Técnicos do Mercado de<br />

Capitais (ATM). Por um lado, a<br />

criação desta Conta Investimento<br />

– a ser acolhida pelo Governo –<br />

colocaria Portugal no pelotão da<br />

frente, já que seria uma iniciativa<br />

praticamente inédita na Europa e<br />

até nos Estados Unidos. Por outro,<br />

“seria uma forma de promover<br />

e incentivar o investimento<br />

das famílias num dos sectores<br />

mais importantes da actividade<br />

económica, permitindo aos contribuintes<br />

terem contas individualizadas,<br />

mas geridas colectivamente<br />

pelos profissionais do<br />

sector caso entendam ou por eles<br />

próprios”, explica Cátia Ferreira,<br />

membro da direcção da ATM.<br />

Para a associação, o Governo<br />

também seria parte activa nos<br />

“ganhos” da implementação desta<br />

medida, já que a medida não<br />

acarretaria perda de receita para<br />

os cofres do Estado. “Além da<br />

harmonização do regime fiscal,<br />

ganhar-se-ia uma maior eficiência,<br />

reflexo da eliminação da actual<br />

declaração fiscal das maisvalias<br />

ao optar-se por retenção na<br />

fonte feita pelos intermediários<br />

financeiros. O saldo seria certamente<br />

uma menor fuga de capitais<br />

para o estrangeiro, a par com<br />

uma maior promoção da literacia<br />

financeira dos portugueses”.<br />

Finalidades da carteira<br />

justificam isenção<br />

Em Portugal, não existe nenhum<br />

tipo de isenção de acordo com a<br />

finalidade dada às mais-valias<br />

obtidas por parte do contribuinte<br />

ou quando este opta pelo seu<br />

reinvestimento, ao contrário do<br />

que acontece nas mais-valias<br />

imobiliárias. Daí que a Associação<br />

queira sugerir ao Governo<br />

atenuações ou isenções na tributação<br />

das mais-valias, quando<br />

usadas para fins específicos,<br />

comoaaquisiçãodehabitação,<br />

amortização ou refinanciamento<br />

de créditos ou até mesmo como<br />

complemento de reforma. “Este é<br />

o exemplo da Polónia, onde o Governo<br />

mais do que legislar, pretende<br />

educar financeiramente os<br />

seus contribuintes e orientar o<br />

aforro popular para o mercado de<br />

capitais”, refere Cátia Ferreira. ■<br />

ISENÇÕES DA CONTA<br />

● A proposta da ATM defende a<br />

isenção de tributação quando a<br />

“Conta Investimento” tiver como<br />

objectivo a aquisição de<br />

habitação ou reforma.<br />

● Esta “Conta Investimento”<br />

parte do pressuposto que<br />

historicamente as acções têm<br />

sido um melhor veículo de<br />

investimento a longo prazo.<br />

● Considerando as dúvidas sobre<br />

a sustentabilidade do regime da<br />

Segurança Social, uma “Conta<br />

Investimento Reforma”<br />

permitiria constituir um<br />

complemento para a pensão.<br />

● É ainda defendida a isenção na<br />

compra de casa ou amortização<br />

ou refinanciamento de crédito.


42 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

BOLSA DE VALORES<br />

Eurolist by Euronext Lisbon. Acções<br />

Última Var. Var. Máx. Mín. Quant. Máx. Mín. Divid. Data Divid. Comport.<br />

Valor Mobiliário Data cotação % sessão sessão transcc. do ano do ano Ex-dív yeld% anual%<br />

Compartimento A<br />

B.COM.PORTUGUES 28-04-2010 0.66 -0.01 -1.94 0.69 0.56150,560,080 1.08 0.67 0.02 26-04-2010 2.83 -21.43<br />

B.ESPIRITO SANTO 28-04-2010 3.15 -0.09 -2.69 3.38 2.9512,451,865 5.34 3.21 0.14 16-04-2010 4.32 -29.23<br />

BANCO BPI SA 28-04-2010 1.53 -0.14 -8.27 1.69 1.505,338,182 2.57 1.60 0.08 04-05-2010 4.67 -21.59<br />

BRISA 28-04-2010 5.25 0.10 1.86 5.60 4.664,843,644 7.59 4.81 0.31 26-04-2010 6.02 -28.67<br />

CIMPOR SGPS 28-04-2010 5.18 -0.12 -2.17 5.38 4.951,075,999 6.55 4.28 0.19 12-06-2009 3.49 -17.75<br />

EDP 28-04-2010 2.59 -0.04 -1.33 2.65 2.4727,491,913 3.22 2.62 0.14 14-05-2009 5.34 -16.32<br />

EDP RENOVAVEIS 28-04-2010 5.02 -0.04 -0.77 5.27 4.703,225,571 7.83 4.99 0.00 0.00 -23.71<br />

GALP ENERGIA 28-04-2010 11.69 -0.27 -2.22 12.06 10.976,302,905 13.68 8.86 0.20 20-05-2010 1.67 -0.23<br />

J MARTINS SGPS 28-04-2010 7.22 -0.24 -3.26 7.59 6.714,626,576 8.31 3.88 0.14 07-05-2010 1.92 6.72<br />

PORTUCEL 28-04-2010 1.88 -0.03 -1.57 1.96 1.732,438,594 2.18 1.46 0.08 14-04-2010 4.32 -3.85<br />

PORTUGAL TELECOM 28-04-2010 7.41 -0.05 -0.67 7.75 7.1010,936,777 8.69 5.58 0.57 14-05-2010 7.71 -13.16<br />

SONAE 28-04-2010 0.76 0.00 -0.26 0.81 0.6829,098,321 0.98 0.61 0.03 20-05-2009 3.93 -12.72<br />

ZON MULTIMEDIA 28-04-2010 3.20 -0.14 -4.28 3.34 3.002,306,917 5.01 3.34 0.16 13-05-2010 4.79 -23.34<br />

Compartimento B<br />

IMPRESA SGPS 28-04-2010 1.46 -0.06 -3.95 1.49 1.25 210,458 2.30 0.75 0.00 0.00 -15.69<br />

S.COSTA-PREF 22-02-2010 1.20 - - - - - 1.20 1.16 0.15 27-05-2009 12.50 3.45<br />

S.COSTA 28-04-2010 0.82 -0.08 -8.89 0.89 0.751,061,603 1.34 0.76 0.03 27-05-2009 3.44 -24.37<br />

IBERSOL SGPS 28-04-2010 6.15 -0.75 -10.87 6.90 5.51 88,750 10.00 6.65 0.05 28-04-2010 0.80 -25.08<br />

SONAE INDUSTRIA 28-04-2010 2.05 -0.12 -5.35 2.29 1.812,239,160 2.86 1.98 0.00 16.61 -16.22<br />

SONAECOM SGPS 28-04-2010 1.23 -0.08 -5.82 1.32 1.131,958,586 2.15 1.31 0.00 0.00 -33.20<br />

MOTA ENGIL 28-04-2010 2.52 -0.23 -8.33 2.70 2.421,799,704 4.53 2.75 0.11 30-04-2010 4.00 -29.60<br />

SEMAPA 28-04-2010 7.17 -0.43 -5.61 7.69 6.96 506,227 8.95 5.72 0.25 23-04-2009 3.36 -2.09<br />

BANIF-SGPS 28-04-2010 0.94 -0.06 -6.00 0.97 0.921,758,091 1.54 0.99 0.02 28-04-2010 1.70 -20.70<br />

SONAE CAPITAL 28-04-2010 0.52 -0.02 -3.70 0.55 0.471,890,197 1.00 0.53 0.00 0.00 -33.92<br />

REN 28-04-2010 2.58 -0.01 -0.31 2.64 2.451,113,274 3.22 2.58 0.17 13-04-2010 6.46 -13.17<br />

MARTIFER 28-04-2010 2.20 -0.19 -7.95 2.35 2.06 308,037 4.59 2.32 0.10 06-05-2010 4.18 -28.44<br />

GRUPO MEDIA CAP 28-04-2010 2.78 0.08 2.96 2.78 2.78 1,000 5.00 2.51 0.23 09-04-2009 8.52 -35.25<br />

SAG GEST 28-04-2010 1.00 -0.02 -1.96 1.02 0.93 26,204 1.59 0.97 0.00 1.67 -21.54<br />

TEIXEIRA DUARTE 28-04-2010 0.82 -0.04 -4.65 0.87 0.771,580,257 1.26 0.71 0.00 1.71 -19.22<br />

FINIBANCO SGPS 28-04-2010 1.26 -0.05 -3.82 1.33 1.19 66,508 2.14 1.33 0.02 03-05-2010 1.50 -13.07<br />

ALTRI SGPS SA 28-04-2010 4.13 -0.18 -4.11 4.48 3.822,210,935 5.27 2.10 0.00 2.00 8.66<br />

Compartimento C<br />

BENFICA-FUTEBOL 28-04-2010 2.91 -0.12 -3.96 2.99 2.65 32,601 3.65 2.13 0.00 0.00 23.19<br />

COFINA SGPS 28-04-2010 0.94 -0.03 -3.09 0.98 0.80 361,780 1.26 0.60 0.00 4.21 -8.49<br />

COMPTA 28-04-2010 0.36 -0.03 -7.69 0.36 0.36 80 0.46 0.34 0.00 0.00 -2.50<br />

CORTICEIRA AMORI 28-04-2010 0.91 - - 0.92 0.88 162,718 1.05 0.67 0.00 6.74 -0.07<br />

ESTORIL SOL N 22-09-1998 8.91 - - - - - 0.00 0.00 0.22 16-05-2007 2.47 0.00<br />

ESTORIL SOL P 26-04-2010 6.00 - - - - - 9.88 5.23 0.00 4.54 -18.70<br />

F RAMADA INVEST 28-04-2010 0.74 -0.06 -7.50 0.76 0.72 11,714 0.98 0.69 0.00 0.00 -8.00<br />

FISIPE 28-04-2010 0.14 - - 0.14 0.14 65,500 0.20 0.10 0.00 0.00 -12.50<br />

FUT.CLUBE PORTO 28-04-2010 1.10 -0.01 -0.90 1.11 1.07 9,140 1.75 0.75 0.00 0.00 -22.92<br />

GLINTT 28-04-2010 0.61 -0.07 -10.29 0.66 0.581,261,412 1.03 0.64 0.00 0.00 -24.69<br />

IMOB GRAO PARA 27-04-2010 3.60 - - - - - 4.81 2.36 0.00 0.00 -1.37<br />

INAPA-INV.P.GEST 28-04-2010 0.51 -0.02 -3.77 0.55 0.461,563,296 0.73 0.38 0.00 0.00 -17.19<br />

LISGRAFICA 28-04-2010 0.07 - - 0.07 0.06 416,311 0.12 0.07 0.00 0.00 -12.50<br />

NOVABASE SGPS 28-04-2010 3.73 -0.18 -4.60 4.21 3.59 160,013 5.06 3.89 0.00 0.00 -14.52<br />

OREY ANTUNES 28-04-2010 1.45 -0.25 -14.71 1.55 1.30 2,149 2.85 1.64 0.11 30-04-2009 6.47 -0.58<br />

PAP.FERNANDES 28-01-2009 2.66 - - - - - 2.66 2.66 0.00 0.00 0.00<br />

REDITUS SGPS 28-04-2010 7.25 0.05 0.69 7.35 7.10 5,206 7.99 6.85 0.00 0.00 -1.91<br />

SPORTING 28-04-2010 1.01 -0.15 -12.93 1.16 1.01 1,283 1.52 1.05 0.00 0.00 -10.08<br />

SUMOL COMPAL 28-04-2010 1.38 -0.03 -2.13 1.38 1.35 14,305 1.52 1.26 0.00 0.00 -4.08<br />

VAA VISTA ALEGRE 28-04-2010 0.09 -0.01 -10.00 0.09 0.09 2,468 0.14 0.09 0.00 0.00 -9.09<br />

VAA-V.ALEGRE-FUS 28-04-2010 0.07 0.01 16.67 0.07 0.06 32,303 0.10 0.06 0.00 0.00 -2.04<br />

SPORTING 28-04-2010 1.01 -0.15 -12.93 1.16 1.01 1,283 1.52 1.05 0.00 0.00 -10.08<br />

SUMOL COMPAL 28-04-2010 1.38 -0.03 -2.13 1.38 1.35 14,305 1.52 1.26 0.00 0.00 -4.08<br />

VAA VISTA ALEGRE 28-04-2010 0.09 -0.01 -10.00 0.09 0.09 2,468 0.14 0.09 0.00 0.00 -9.09<br />

VAA-V.ALEGRE-FUS 28-04-2010 0.07 0.01 16.67 0.07 0.06 32,303 0.10 0.06 0.00 0.00 -2.04<br />

VAA-V.ALEGRE-FUS 28-04-2010 0.07 0.01 16.67 0.07 0.06 32,303 0.10 0.06 0.00 0.00 -2.04<br />

Compartimento Estrangeiras<br />

BANCO POPULAR 28-04-2010 0.00 -0.12 -2.23 5.33 5.08 8,125 7.58 4.70 0.46 12-01-2009 8.54 5.71<br />

BANCO SANTANDER 28-04-2010 0.00 -0.41 -4.32 9.45 8.91 81,893 12.13 6.41 0.60 03-05-2010 6.32 -19.10<br />

E.SANTO FINANC N 08-04-2010 0.00 - - - - - 15.50 9.55 0.25 25-05-2009 1.70 -3.29<br />

E.SANTO FINANCIA 28-04-2010 0.00 -0.06 -0.42 14.20 14.14 14,876 15.49 10.60 0.25 25-05-2009 1.80 -4.25<br />

PAPELES Y CARTON 21-04-2010 0.00 - - - - - 4.25 2.60 0.03 16-01-2009 0.79 15.15<br />

SACYR VALLEHERM 06-05-2009 0.00 - - - - - 7.95 7.95 0.00 3.65 0.00<br />

As cotações do PSI 20, dos índices internacionais e dos seus respectivos componentes podem ser acompanhadas em: www.diarioeconomico.com<br />

Última cotação – Corresponde na grande maioria dos títulos, à cotação de fecho da última sessão, a menos que seja indicada outra data. Preços indicados em euros; Variação absoluta e percentual<br />

– diferença entre a última cotação e o fecho da sessão imediatamente anterior em que o título transaccionou; Dividendo – valor bruto, indicado em euros e respectiva data a partir da qual<br />

a aquisição do título deixou de dar direito ao pagamento do dividendo; Dividend Yield – Rendimento do dividendo, que resulta da divisão do último dividendo pago pela cotação; Comportamento<br />

anual – variação percentual da cotação em relação ao último preço do ano anterior. Compartimento A – Capitalização bolsista superior a 1.000 milhões de euros; Compartimento B – Capitalização<br />

bolsista entre 150 milhões e 1.000 milhões de euros; Compartimento C – Capitalização bolsista inferior a 150 milhões de euros; Compartimento Estrangeiras – Emitentes estrangeiras.<br />

As últimas RECOMENDAÇÕES<br />

Sonae SGPS<br />

PREÇO-ALVO<br />

1,04€<br />

Cimpor<br />

PREÇO-ALVO<br />

5,48€<br />

COTAÇÃO ACTUAL<br />

0,761€<br />

POTENCIAL<br />

36,7%<br />

COMPRAR A AlphaValue reviu em baixa ligeira o preçoalvo<br />

para as acções da Sonae, de 1,06 euros para 1,04<br />

euros, mantendo a recomendação de ‘comprar’.<br />

COTAÇÃO ACTUAL<br />

5,184€<br />

POTENCIAL<br />

5,7%<br />

REDUZIR A AlphaValue cortou a avaliação para a Cimpor,<br />

de 5,60 euros para 5,48 euros por acção, deixando<br />

inalterada a recomendação de ‘reduzir’.<br />

Jerónimo Martins<br />

PREÇO-ALVO<br />

7,92€<br />

COTAÇÃO ACTUAL<br />

7,22€<br />

POTENCIAL<br />

9,7%<br />

REDUZIR A AlphaValue reviu em baixa o preço-alvo para a<br />

Jerónimo Martins, passando de 7,98 euros para 7,92 euros,<br />

e reiterou a recomendação de ‘reduzir’.<br />

Média dos PREÇOS-ALVO<br />

EMPRESAS ‘TARGET’<br />

ALTRI 3,54<br />

BANCO BPI 2,49<br />

BCP 1,29<br />

BES 9,37<br />

BRISA 7,76<br />

CIMPOR 4,76<br />

EDP 3,89<br />

GALP ENERGIA 13,94<br />

EDP RENOVÁVEIS 7,37<br />

J. MARTINS 5,43<br />

MOTA-ENGIL 4,23<br />

PORTUCEL 2,47<br />

PT 7,38<br />

REN 3,24<br />

SEMAPA 11,03<br />

S. INDÚSTRIA 3,01<br />

SONAE SGPS 1,31<br />

SONAECOM 3,38<br />

T. DUARTE -<br />

ZON MULTIMÉDIA 8,05<br />

Metodologia: O preço-alvo médio é<br />

calculado tendo em conta as avaliações de<br />

sete casas de investimento: BPI, CaixaBI,<br />

ESR, BCP, Lisbon Brokers, Banif e UBS.<br />

Hot Stock BRISA<br />

COMENTÁRIO<br />

DE BOLSA<br />

Marta Reis<br />

marta.reis@economico.pt<br />

PSI 20 à boleia<br />

na montanha russa<br />

As descidas a pique, as subidas, os sustos esporádicos...<br />

houve ontem um pouco de tudo isto na<br />

bolsa portuguesa, qual viagem numa qualquer<br />

montanha russa.<br />

Em dia de forte volatilidade, o PSI 20 chegou a<br />

descer mais de 6%, recuperou e subiu 1,75% e,<br />

com a notícia do corte do ‘rating’ de Espanha pela<br />

Standard & Poor’s (S&P), voltou às quedas e fechou<br />

a perder 1,89%. Uma desvalorização em linha<br />

com as principais bolsas europeias, que reagiram<br />

negativamente à nota da S&P, e entre as quais<br />

a praça de Madrid se destacou, ao perder 3%.<br />

A bolsa portuguesa, as-<br />

sim como a maioria das<br />

cotadas do PSI 20, fechou<br />

em mínimos de um ano,<br />

numa sessão marcada<br />

ainda por um volume de<br />

transacções recorde: ontem foram negociados<br />

271 milhões de acções em Lisboa, a maior quantidade<br />

diária de sempre.<br />

Dos 20 títulos apenas a Brisa conseguiu fechar<br />

em alta, valorizando 1,86%. A menor queda pertenceu<br />

à Sonae, com um recuo de 0,26%, enquanto<br />

a Mota-Engil, com uma descida de<br />

8,33%, liderou as perdas do dia. Na banca, o BPI<br />

recuou 8,27%, o BES 2,69% e o BCP, que divulgou<br />

ontem resultados, caiu 1,94%.<br />

A EDP e a Galp deslizaram 1,33% e 2,22%, respectivamente,<br />

num dia em que a PT também<br />

caiu, terminando com uma queda de 0,67%. ■<br />

Vasco de Mello,<br />

Presidente da Brisa<br />

Brisa, o refúgio em dia de dilúvio<br />

As bolsas<br />

ao minuto em<br />

www.economico.pt<br />

PSI20DESVALORIZA17,10%EM2010<br />

No índice de referência da bolsa portuguesa, apenas<br />

Altri e Jerónimo Martins se mantêm em alta.<br />

9000<br />

8500<br />

8000<br />

7500<br />

7000<br />

31-12-2009<br />

28-04-2010<br />

Num dia de muitas quedas acentuadas na bolsa portuguesa, a<br />

Brisa foi a única empresa do PSI 20 a fechar em terreno positivo.<br />

Mas o desfecho esteve longe de ser evidente ao longo da sessão: a<br />

concessionária de auto-estradas fechou a valorizar 1,86%, depois<br />

de, durante a manhã, ter chegado a cair 9,51% e de, ao início da<br />

tarde, ter atingido uma valorização de 8,74%. Um reflexo da<br />

significativa volatilidade que atingiu todo o mercado. Positivo para<br />

a Brisa, que divulgou resultados após o fecho do mercado, foi a<br />

nota de que a AlphaValue reviu em alta a recomendação para as<br />

acções da empresa, de ‘acumular’ para ‘comprar’, com um preçoalvo<br />

a seis meses de 6,41 euros, o que representa um potencial de<br />

valorização de 22% face à cotação actual. A concessionária está a<br />

cair 26,9% desde início do ano. Quanto a resultados, o lucro da<br />

Brisa subiu 5% no primeiro trimestre para 17,7 milhões de euros,<br />

enquanto as receitas desceram 1% para 144,9 milhões de euros. ■


EUA - Dow Jones Industrial Indices Internacionais<br />

Título Última Var.<br />

Cot. $ %<br />

ALCOA INC 13.48 0.3<br />

WALT DISNEY CO 36.27 -0.14<br />

KRAFT FOODS INC 29.88 1.29<br />

PROCTER & GAMBLE 63.33 1.12<br />

AMER EXPRESS CO 46.06 0.59<br />

GENERAL ELEC CO 18.98 1.5<br />

COCA-COLA CO 53.37 0.95<br />

AT&T 26.06 0.42<br />

BOEING CO 72.04 -0.61<br />

HOME DEPOT INC 35.19 -0.28<br />

MCDONALD'S CORP 70.15 -0.54<br />

THE TRAVELERS CO 51.01 0.95<br />

BANK OF AMERICA 17.66 1.09<br />

HEWLETT-PACKARD 53.36 0.21<br />

3M COMPANY 88.08 0.13<br />

EUA - Nasdaq<br />

Título Última Var.<br />

Cot. $ %<br />

APPLE INC 260.64 -0.62<br />

COGNIZANT TECH 50.86 -1.22<br />

INTUIT INC 35.85 0.25<br />

PRICELINE COM 262.76 -0.58<br />

ADOBE SYS 35.29 -0.14<br />

CITRIX SYSTEMS 47.53 0.04<br />

INTUITIVE SURG 360.98 0.89<br />

PATTERSON COS 32.32 1.35<br />

AUTOMATIC DATA 44.08 -0.77<br />

DELL INC 16.53 0<br />

J.B. HUNT TRAN 36.98 0.82<br />

QUALCOMM INC 38.28 1<br />

AUTODESK INC 33.97 0.3<br />

DISH NETWORK A 21.56 -2.04<br />

JOY GLOBAL INC 60.84 0.5<br />

QIAGEN N.V. 22.22 0.14<br />

ALTERA CORP 25.58 0.91<br />

DIRECTV A 35.76 -0.83<br />

KLA TENCOR 33.73 0.21<br />

RSCH IN MOTION 71.22 -0.2<br />

APPLIED MATL 14.01 0.57<br />

EBAY INC 23.9 0.5<br />

LIFE TECH CORP 52.96 3.54<br />

ROSS STORES 56.72 -0.68<br />

AMGEN 58.28 0.76<br />

ELECTRONIC ART 19.68 -0.46<br />

LIBERTY INTER A 15.15 -1.75<br />

STARBUCKS CORP 26.28 -0.94<br />

AMAZON COM 139.7 -1.63<br />

EXPRESS SCRIPTS 101.17 -1.1<br />

LINEAR TECH 30.4 0.13<br />

SEARS HOLDING 119.47 0.81<br />

APOLLO GROUP 61.59 -0.52<br />

EXPEDITORS 39.74 0.43<br />

LOGITECH INTL 17.15 0.7<br />

SIGMA ALDRICH 58.33 0.38<br />

ACTIVISIN BLIZRD 10.84 -5.24<br />

EXPEDIA 23.58 -0.25<br />

LAM RESEARCH 41.24 0.46<br />

SANDISK CORP 41.48 -0.79<br />

BED BATH BEYOND 46.33 0.06<br />

FASTENAL CO 54.42 0.26<br />

MATTEL INC 23.25 -0.13<br />

STAPLES INC 23.67 -0.25<br />

BAIDU INC ADS 621 0.14<br />

FISERV INC 53.84 0.37<br />

MICROCHIP TECH 29.83 0.4<br />

STERICYCLE INC 56.65 1.16<br />

BIOGEN IDEC 52.32 0.42<br />

FLEXTRONICS 7.66 -3.65<br />

EUA - Standard & Poors 100<br />

Título Última Var.<br />

Cot. $ %<br />

ALCOA INC 13.48 0.3<br />

CVS CAREMARK CRP 36.85 1.63<br />

JOHNSON&JOHNSON 64.73 0.7<br />

PROCTER & GAMBLE 63.33 1.12<br />

APPLE INC 260.64 -0.62<br />

CHEVRON 80.52 0.36<br />

JPMORGAN CHASE 43.4 2.33<br />

PHILIP MORRIS 49.24 1.65<br />

ABBOTT LABS 50.13 0.72<br />

DU PONT CO 39.49 0.23<br />

KRAFT FOODS INC 29.88 1.29<br />

QUALCOMM INC 38.28 1<br />

AMER ELEC PWR 33.56 0.66<br />

DELL INC 16.53 0<br />

COCA-COLA CO 53.37 0.95<br />

REGIONS FINANCL 8.56 1.54<br />

ALLSTATE CP 34.06 2.37<br />

WALT DISNEY CO 36.27 -0.14<br />

LOCKHEED MARTIN 84.59 0.11<br />

RAYTHEON CO 57.88 0.5<br />

AMGEN 58.28 0.76<br />

DOW CHEMICAL CO 31.68 5.35<br />

LOWES COMPANIES 27 0<br />

SPRINT NEXTEL 4.24 3.67<br />

AMAZON COM 139.7 -1.63<br />

DEVON ENERGY 67.65 1.61<br />

MASTERCARD CL A 254.1 -0.29<br />

SCHLUMBERGER LTD 70.07 -0.34<br />

AVON PRODUCTS 32.64 -0.15<br />

EMC CORP 19.49 0.72<br />

MCDONALD'S CORP 70.15 -0.54<br />

SARA LEE CORP 13.92 1.38<br />

AMER EXPRESS CO 46.06 0.59<br />

ENTERGY CP 80.98 0.77<br />

MEDTRONIC INC 43.59 0.39<br />

SOUTHERN 35.16 1.91<br />

BOEING CO 72.04 -0.61<br />

EXELON CORP 43.36 1.19<br />

METLIFE INC 44.74 0.99<br />

AT&T 26.06 0.42<br />

BANK OF AMERICA 17.66 1.09<br />

FORD MOTOR CO 13.17 -2.95<br />

3M COMPANY 88.08 0.13<br />

TARGET CORP 56.4 -0.48<br />

BAXTER INTL INC 48.03 1.24<br />

FRPRT-MCM GD 76.46 0.41<br />

ALTRIA GROUP 21.07 0.72<br />

TIME WARNER INC 32.88 0.64<br />

BAKER HUGHES INC 50.62 -0.63<br />

FEDEX CORP 90.55 0.93<br />

Reino Unido - Footsie 100<br />

Título Última Var.<br />

Cot. £ %<br />

ANGLO AMERICAN 2767.9006 0.23<br />

B SKY B 598.5281 -1.73<br />

3I GROUP 270.0081 -1.21<br />

OLD MUTUAL 114.77 2.84<br />

SHIRE 1443.6371 0.07<br />

ASSOC.BR.FOODS 1029 -1.43<br />

BT GROUP 126.1038 -1.26<br />

IMPERIAL TOBACCO 1960.3719 -0.41<br />

PETROFAC 1127.5338 -2.18<br />

STANDARD LIFE 193.2068 -1.02<br />

ADMIRAL GROUP 1357.2264 -0.99<br />

Título Última Var.<br />

Cot. $ %<br />

UNITED TECH CP 74.31 -0.01<br />

CATERPILLAR INC 69.02 0.72<br />

INTL BUS MACHINE 130.04 0.95<br />

MERCK & CO 34.45 -0.09<br />

VERIZON COMMS 29.16 1.43<br />

CISCO SYSTEMS 27.22 0.7<br />

INTEL CORP 23.17 -0.86<br />

MICROSOFT CP 30.89 0.1<br />

WAL-MART STORES 53.71 -0.61<br />

CHEVRON 80.52 0.36<br />

JOHNSON&JOHNSON 64.73 0.7<br />

PFIZER INC 16.59 0.79<br />

EXXON MOBIL 69.4 1.66<br />

DU PONT CO 39.49 0.23<br />

JPMORGAN CHASE 43.4 2.33<br />

Título Última Var.<br />

Cot. $ %<br />

MILLICOM INTL 85.39 -2.05<br />

SEAGATE TECH 19.41 -1.12<br />

BMC SOFTWARE 39.5 -0.73<br />

FLIR SYSTEMS 30.6 1.06<br />

MARVELL TECH GP 21.48 0.28<br />

SYMANTEC CORP 17.16 1.3<br />

BROADCOM CORP 35.44 1.87<br />

FIRST SOLAR 128.72 0.28<br />

MICROSOFT CP 30.89 0.1<br />

TEVA PHARM 58.66 -1.74<br />

CA IN 23.18 -0.17<br />

FOSTER WHEELR AG 30.43 -1.23<br />

MAXIM INTEGRATED 20.17 0.2<br />

URBAN OUTFITTER 38.41 -2.02<br />

CELGENE CORP 59.05 1.13<br />

GENZYME 53.36 0.77<br />

MYLAN INC 21.51 0.7<br />

VIRGIN MEDIA 17.61 0.51<br />

CEPHALON INC 64.04 -0.76<br />

GILEAD SCI 40.52 0.37<br />

NII HOLDINGS 39.16 1.14<br />

VODAFONE GROUP 21.8 -1.54<br />

CERNER CORP 89.48 0.18<br />

GOOGLE 528.88 -0.03<br />

NETAPP INC 35.2 1<br />

VERISIGN INC 26.7 -1.51<br />

CHECK PT SFTWRE 35.59 -1.03<br />

GARMIN LTD 37.96 -0.5<br />

NVIDIA CORP 16 -0.74<br />

VERTEX PHARM 38.56 -0.28<br />

CH ROBINSON WW 60.92 1.08<br />

HOLOGIC INC 18.07 0.72<br />

NEWS CORP A 15.55 -0.89<br />

WRNER CHIL PLC A 27.2 1.27<br />

COMCAST CORP A 18.74 1.52<br />

HENRY SCHEIN 61.87 1.16<br />

ORACLE CORP 26.04 0.19<br />

WYNN RESORTS 88.04 -0.41<br />

COSTCO WHOLESAL 59.19 0.03<br />

ILLUMINA INC 37.8 2.36<br />

O REILLY AUTO 46.18 0.65<br />

XILINX INC 26.48 0.65<br />

CISCO SYSTEMS 27.22 0.7<br />

INFOSY TECH ADR 60.38 -0.17<br />

PAYCHEX INC 31.14 -0.35<br />

DENTSPLY INTL 36.79 1.04<br />

CINTAS CORP 27.43 -0.22<br />

INTEL CORP 23.17 -0.86<br />

PACCAR INC 46.5 0.06<br />

YAHOO! INC 16.78 -0.83<br />

Título Última Var.<br />

Cot. $ %<br />

MONSANTO CO 63.07 -0.49<br />

TEXAS INSTRUMENT 26.31 -0.42<br />

BANK NY MELLON 31.3 1.69<br />

GENERAL DYNAMICS 76.79 0.3<br />

MERCK & CO 34.45 -0.09<br />

UNITEDHEALTH GP 30.48 2.28<br />

BRISTOL MYERS SQ 24.4 0.78<br />

GENERAL ELEC CO 18.98 1.5<br />

MORGAN STANLEY 30.35 1.57<br />

UNITED PARCEL B 67.82 2.42<br />

BERKSHIRE CL B 77.42 0.95<br />

GILEAD SCI 40.52 0.37<br />

MICROSOFT CP 30.89 0.1<br />

US BANCORP 26.65 1.6<br />

CITIGROUP 4.43 2.07<br />

GOOGLE 528.88 -0.03<br />

NIKE INC CL B 76.5 -0.31<br />

UNITED TECH CP 74.31 -0.01<br />

CATERPILLAR INC 69.02 0.72<br />

GOLDM SACHS GRP 156.37 2.18<br />

NTL OILWELL VARC 44.08 1.61<br />

VERIZON COMMS 29.16 1.43<br />

COLGATE PALMOLIV 84.6 1.21<br />

HALLIBURTON CO 32.85 0.12<br />

NORFOLK SOUTHERN 59.09 -0.94<br />

WALGREEN CO 35.29 1.12<br />

COMCAST CORP A 18.74 1.52<br />

HOME DEPOT INC 35.19 -0.28<br />

NEWS CORP A 15.55 -0.89<br />

WELLS FARGO & CO 32.38 2.08<br />

CAP ONE FINAN 43.93 1.48<br />

H J HEINZ CO 45.89 0.95<br />

NYSE EURONEXT 32.4 -0.74<br />

WILLIAMS COMPS 23.55 0.08<br />

CONOCOPHILLIPS 58.57 1.79<br />

HONEYWELL INTL 46.97 0.06<br />

ORACLE CORP 26.04 0.19<br />

WAL-MART STORES 53.71 -0.61<br />

COSTCO WHOLESAL 59.19 0.03<br />

HEWLETT-PACKARD 53.36 0.21<br />

OCCIDENTAL PETE 84.71 0.43<br />

WEYERHAEUSER CO 49.75 -0.64<br />

CAMPBELL SOUP CO 35.39 0.8<br />

INTL BUS MACHINE 130.04 0.95<br />

PEPSICO INC 64.58 0.54<br />

EXXON MOBIL 69.4 1.66<br />

CISCO SYSTEMS 27.22 0.7<br />

INTEL CORP 23.17 -0.86<br />

PFIZER INC 16.59 0.79<br />

XEROX CORP 10.94 1.2<br />

Título Última Var.<br />

Cot. £ %<br />

CARNIVAL 2816.3579 -2.23<br />

INVESTEC 516.0437 -1.44<br />

PRUDENTIAL 545.5 1.02<br />

SMITHS GROUP 1106.0332 -1.07<br />

AGGREKO 1200.5378 -2.37<br />

CENTRICA 296.0089 -4.82<br />

INTL POWER 329.9985 -1.17<br />

PEARSON 1012 -2.03<br />

SMITH&NEPHEW 679.4525 0.59<br />

AMEC 833.025 -1.3<br />

CAIRN ENERGY 396.943 -0.2<br />

Último Var. Var. Máx. Mín. Fecho Var. VS Máx. Data Mín. Data<br />

Índice Mercado valor pontos % ano ano ano ant. ano ant.% hist. máx. hist. histór. Mín. hist.<br />

PSI 20 Portugal 7016.9 -135.52 -1.89 8877.6 7151.12 8463.85 -17.09564796 15080.99 09 MAR 2000 2910.63 14 JAN 1993<br />

PSI Geral Portugal 2443.93 -50.63 -2.03 3020.92 2494.56 2902.26 -15.79217575 4419 17 JUL 2007 842.31 22 NOV 1995<br />

PSI 20 Total Return Portugal 11750.19 -226.93 -1.89 14713.3 11851.92 14027.58 -16.2350883 21023.84 17 JUL 2007 6673.98 23 OCT 2002<br />

Dow Jones Ind. Ave. EUA 11046.85 54.86 0.5 11258.01 7938.98 10428.05 5.93399533 14164.53 09 OCT 2007 388.2 17 JAN 1955<br />

Nasdaq Composite EUA 2470.5 -0.97 -0.04 2535.28 1661.4 2269.15 8.873366679 5132.52 10 MAR 2000 276.6 01 OCT 1985<br />

FTSE 100 R. Unido 5586.61 -16.91 -0.3 5833.73 5033.01 5412.88 3.209566811 6950.6 30 DEC 1999 986.9 23 JUL 1984<br />

Xetra-Dax Alemanha 6084.34 -75.17 -1.22 6341.52 5433.02 5957.43 2.13028101 8151.57 13 JUL 2007 931.18 29 JAN 1988<br />

CAC 40 França 3787 -57.6 -1.5 4088.18 3545.91 3936.33 -3.793635188 6944.77 04 SEP 2000 893.82 29 JAN 1988<br />

IBEX 35 Espanha 10167 -313.9 -2.99 12240.5 8503.7 11940 -14.84924623 16040.4 09 NOV 2007 1861.9 05 OCT 1992<br />

AEX Holanda 344.55 -4.57 -1.31 358.23 311.53 335.33 2.749530313 703.18 05 SEP 2000 69.14 10 NOV 1987<br />

BEL 20 Bélgica 2506.19 -61.49 -2.39 2725.69 2375.72 2511.62 -0.216195125 4759.01 23 MAY 2007 1039 02 SEP 1992<br />

Nikkei 225 Japão 10924.79 -287.87 -2.57 11408.17 9867.39 0 0 38915.87 29 DEC 1989 85.25 06 JUL 1950<br />

Hang Seng Hong Kong 20949.4 -312.39 -1.47 22671.92 19423.05 21872.5 -4.220368042 31958.41 30 OCT 2007 58.61 31 AUG 1967<br />

DJ Stoxx 50 Pan-europeu 2543.28 -22.89 -0.89 2717.52 2359.4 2578.92 -1.38197385 5219.96 28 MAR 2000 925.95 05 OCT 1992<br />

DJ Euro Stoxx 50 Pan-europeu 2788.54 -50.24 -1.77 3044.37 2617.77 2966.24 -5.990749231 5522.42 07 MAR 2000 920.65 05 OCT 1992<br />

FTSE Eurotop 300 Pan-europeu 1056.89 -12.27 -1.15 1115.03 964.22 1045.76 1.064297736 1709.12 05 SEP 2000 645.5 09 MAR 2009<br />

FTSE Eurotop 100 Pan-europeu 2233.16 -22.37 -0.99 2363.94 2050.97 2233.67 -0.022832379 3969.76 05 SEP 2000 1384.52 09 MAR 2009<br />

Euronext 100 Pan-europeu 674.07 -9.77 -1.43 719.69 625.53 683.76 -1.417163917 1147.84 12 OCT 2000 419.49 12 MAR 2003<br />

Next 150 Pan-europeu 1484.91 -39.28 -2.58 1568.58 1332.39 1386.24 7.117815097 2028.18 19 JUL 2007 514.28 12 MAR 2003<br />

S&P 500 EUA 1191.24 7.53 0.64 1150.5 715.64 1115.1 6.828087167 1576.06 11 OCT 2007 132.93 23 NOV 1982<br />

Bovespa Brasil 66747.73 236.63 0.36 71989.18 61341.11 68588.41 -2.683660403 73920.38 29 MAY 2008 4575.69 11 SEP 1998<br />

Índices Sectoriais - Dow Jones Stoxx Europa<br />

Último Var. Var. Máx. Mín. Fecho Var. VS Máx. Data Mín. Data<br />

Índice valor pontos % ano ano ano ant. ano ant.% hist. máx. hist. histór. Mín. hist.<br />

Automovel 240.46 -4.22 -1.72 253.39 199.72 235.83 1.96 433.20 01 NOV 2007 83.34 07 OCT 1992<br />

Banca 213.43 -2.61 -1.21 237.52 189.30 221.27 -3.54 541.27 20 APR 2007 86.87 26 AUG 1992<br />

Recursos Básicos 530.51 -4.17 -0.78 584.16 443.65 497.98 6.53 836.75 19 MAY 2008 84.85 19 OCT 1992<br />

Ind. Quimica 463.78 -7.11 -1.51 483.01 421.30 463.06 0.16 530.59 06 JUN 2008 95.76 05 OCT 1992<br />

Construção 279.55 -4.76 -1.67 298.66 247.35 277.56 0.72 481.57 04 JUN 2007 77.54 19 OCT 1992<br />

Energia 339.66 0.91 0.27 353.67 304.14 330.54 2.76 472.65 13 JUL 2007 85.58 25 AUG 1992<br />

Serviços Financeiros 235.21 -5.28 -2.20 249.63 207.22 232.87 1.00 508.91 21 FEB 2007 80.51 01 SEP 1992<br />

Alimentação e bebidas 320.05 -5.84 -1.79 332.70 292.06 304.28 5.18 337.56 01 NOV 2007 92.66 05 OCT 1992<br />

Bens e serviços Industriais 273.23 -5.03 -1.81 287.59 235.82 246.69 10.76 416.99 11 FEB 2000 92.1 05 OCT 1992<br />

Seguros 147.84 -2.96 -1.96 163.74 137.86 151.43 -2.37 473.67 27 NOV 2000 73.76 09 MAR 2009<br />

Media 168.30 -4.55 -2.63 179.19 149.82 159.15 5.75 783.64 10 MAR 2000 99.98 08 JAN 1992<br />

Cuidados Médicos 370.63 -1.96 -0.53 387.29 360.02 366.09 1.24 523.48 27 NOV 2000 87.97 14 APR 1993<br />

Tecnologia 207.51 -3.98 -1.88 223.57 185.07 184.35 12.56 1230.61 06 MAR 2000 88.2 05 OCT 1992<br />

Telecomunicações 247.04 -2.37 -0.95 264.30 242.26 260.93 -5.32 1062.85 06 MAR 2000 79.37 05 OCT 1992<br />

Fornecedores de serv. Públicos 322.79 -5.30 -1.62 347.15 313.02 342.49 -5.75 563.68 08 JAN 2008 89.88 05 OCT 1992<br />

Reino Unido - Footsie 100<br />

Título Última Var. Título Última Var.<br />

Cot. £ %<br />

Cot. £ %<br />

INMARSAT 741.5222 -0.92<br />

RECKIT BNCSR GRP 3426.1028 -1.89<br />

SERCO GROUP 634 -1.25<br />

ANTOFAGASTA 1008.4553 -1.27<br />

COBHAM 262.6079 -0.04<br />

INVENSYS 333.4044 -1.48<br />

ROYAL BANK SCOT 55.5893 -1.87<br />

SCOT & STH ENRGY 1106.9659 -1.16<br />

ARM HOLDINGS 257 -1.47<br />

COMPASS GROUP 525 -1.22<br />

INTERTEK GROUP 1459.7946 -0.68<br />

ROYAL DTCH SHL A 2051.0615 2.33<br />

STANDRD CHART BK1739.6217 0.23<br />

ALLIANCE TRUST 339 -1.19<br />

CAPITA GROUP 801.024 -0.56<br />

JOHNSON MATTHEY 1711.0684 -2.08<br />

ROYAL DTCH SHL B 1967.717 2.47<br />

SEVERN TRENT 1152.2804 -1.96<br />

AUTONOMY CORP 1764.4333 -3.13<br />

CABLE & WIRE WLD 88.7489 -2.37<br />

KAZAKHMYS 1374.952 -0.72<br />

REED ELSEVIER 509.7559 -3.96<br />

THOMAS COOK GRP 246.6074 -3.47<br />

AVIVA 350.0437 -1.74<br />

DIAGEO 1104.0331 -0.45<br />

KINGFISHER 238.1747 -2.54<br />

REXAM PLC 317.0297 -1.41<br />

TULLOW OIL 1175.35 0.6<br />

ASTRAZENECA 2832.1008 -0.09<br />

MAN GROUP 241.78 -3.59<br />

LAND SECS GROUP 646.0194 -0.93<br />

RIO TINTO 3546 -1.69<br />

TESCO 434.5439 -4.02<br />

BAE SYSTEMS 348.2104 -1.97<br />

EURASIAN 1202.5306 -0.58<br />

LEGAL & GENERAL 84.05 -1.29<br />

ROLLS ROYCE GP 576.0173 -2.37<br />

TUI TRAVEL 277.4 -2.15<br />

BARCLAYS 355.1929 -1.46<br />

EXPERIAN 599.65 -1.32<br />

Espanha - IBEX 35<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

ABERTIS 13.03 -1.81<br />

ABENGOA 18.185 -2.02<br />

ACS CONS Y SERV 33.3 -1.83<br />

ACERINOX 14.755 -1.63<br />

ACCIONA SA 74.19 -3.27<br />

BBVA 9.61 -4.76<br />

BANKINTER 5.45 -0.91<br />

BOLSAS Y MER ESP 20.41 -3.98<br />

BANESTO 7.705 -1.97<br />

CRITERIA CAIXA 3.58 -3.63<br />

ENDESA 20.755 -3.96<br />

ENAGAS 14.255 -3.03<br />

EBRO PULEVA 13.5 -1.06<br />

FOMENTO DE CONST 24.55 -0.41<br />

FERROVIAL 6.575 -0.18<br />

GAMESA 8.9 -5.32<br />

GAS NATURAL 12.205 -3.52<br />

GRIFOLS 10.085 -1.75<br />

Suíça - SMI<br />

Título Última Var.<br />

Cot. CHF %<br />

ABB LTD N 20.91 -3.1<br />

ACTELION HLDG 43.81 -1.24<br />

ADECCO N 63.05 -2.02<br />

CS GROUP AG 50.1 -0.69<br />

HOLCIM N 80.75 -2.24<br />

JULIUS BAER N 37 -1.96<br />

LONZA GRP AG N 82.25 -1.79<br />

NESTLE SA 51.85 -2.17<br />

NOVARTIS N 55.35 0.09<br />

RICHEMONT I 39.61 -2.08<br />

ROCHE HOLDING AG 168.5 -0.71<br />

SGS N 1399 -2.64<br />

SWATCH GROUP I 316.1 -2.5<br />

LIBERTY INTL 489 -0.41<br />

RANDGOLD RES. 5295.8794 3.39<br />

UNILEVER 1916 -1.59<br />

BRIT AM TOBACCO 2120.3135 -1.52<br />

FRESNILLO 806.9169 0.44<br />

LLOYDS BNK GRP 67.7224 -1.47<br />

RSA INSRANCE GRP 120.1036 -0.5<br />

UNITED UTIL GRP 536.5157 -2.2<br />

BRITISH AIRWAYS 225.8251 -2.47<br />

G4S 267.908 -0.71<br />

LONMIN PLC 1881.4517 -0.89<br />

SABMILLER 2007.8834 -2.05<br />

VEDANTA RES 2624.498 -2.03<br />

BG GROUP 1130 3.93<br />

GLAXOSMITHKLINE 1218.5657 0.25<br />

LOND STOCK EXCH 684.5 -2.49<br />

SAINSBURY(J) 339.3072 -0.24<br />

VODAFONE GROUP 140.21 -0.21<br />

BR LAND CO 468.4627 -1.48<br />

HAMMERSON 378.3113 -1.07<br />

MARKS & SP. 365.4104 -2.06<br />

SCHRODERS 1370.6 -0.73<br />

WOLSELEY 1599.048 -2.92<br />

BHP BILLITON 2040.1263 -0.12<br />

HOME RETAIL 277.1083 -1.39<br />

MORRISON SUPMKT 293.7088 -0.75<br />

SCHRODERS NV 1098.47 -1.09<br />

WPP PLC 682 -4.54<br />

BUNZL 739.0222 -1.06<br />

HSBC HOLDINGS 669.815 0.03<br />

NATIONAL GRID 633.2 -1.09<br />

SAGE GROUP 244.0953 -2.18<br />

WHITBREAD 1588.26 -2.46<br />

BP 615.0196 2.46<br />

ICAP PLC 375.5376 -2.03<br />

NEXT 2242.0674 -2.05<br />

SEGRO 307.3 -2.35<br />

XSTRATA 138.75 -0.92<br />

BURBERRY GRP 662 -3.75<br />

INTERCONT HOTEL 1074.707 -1.2<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

IBERDROLA 5.851 -2.95<br />

IBERIA LIN AER 2.47 -3.25<br />

IBR RENOVABLES 2.87 -0.86<br />

INDRA SISTEMAS 15.08 -0.59<br />

INDITEX 45.71 -3.91<br />

MAPFRE 2.333 -6.83<br />

ARCELORMITTAL 30.91 -1.09<br />

OBR HUARTE LAIN 21.525 -1.76<br />

BK POPULAR 5.16 -2.46<br />

RED ELECTR CORP 34.39 -4.63<br />

REPSOL YPF 16.85 -2.91<br />

BCO DE SABADELL 3.785 -0.92<br />

BANCO SANTANDER 9.1 -4.18<br />

SACYR-VALLE 5.504 -3.06<br />

TELEFONICA 16.5 -1.49<br />

GEST TELECINCO 10.295 -6.79<br />

TECNICAS REUN 44.57 -2.65<br />

Título Última Var.<br />

Cot. CHF %<br />

SWISS LIFE HLDG 131.7 -2.01<br />

SWISS REINSUR N 47.66 -2.99<br />

SWISSCOM N 381.5 -0.93<br />

SYNGENTA N 265.7 -0.6<br />

SYNTHES 126.2 -1.02<br />

UBS AG N 16.65 -1.42<br />

ZURICH FIN N 239.5 -1.44<br />

ZURICH FIN N 239.5 -1.44<br />

SYNGENTA N 265.7 -0.6<br />

SYNTHES 126.2 -1.02<br />

UBS AG N 16.65 -1.42<br />

ZURICH FIN N 239.5 -1.44<br />

ZURICH FIN N 239.5 -1.44<br />

Alemanha - Dax<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

ADIDAS AG 43.085 -1.99<br />

FRESENIUS SE VZ 54.71 0.55<br />

ALLIANZ SE 84.82 -2.01<br />

HENKEL AG&CO VZ 39.835 -1.33<br />

BASF SE 46.4 -1.5<br />

INFINEON TECH N 5.25 -0.19<br />

BAY MOT WERKE 36.79 -0.73<br />

K+S AG 43.15 -1.43<br />

BAYER N AG 50.15 -0.91<br />

LINDE 87.36 -1.65<br />

BEIERSDORF 43.015 -1.32<br />

MAN SE 66.8 -3.58<br />

COMMERZBANK 5.952 -2.44<br />

MERCK KGAA 62.88 -2.24<br />

DAIMLER AG N 37.765 -0.44<br />

Itália - Mibtel<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

GENERALI ASS 15.83 -0.44<br />

MEDIASET 5.795 -0.77<br />

MEDIOBANCA 7.03 -0.07<br />

MEDIOLANUM 3.7775 0.47<br />

SAIPEM 27.51 -0.4<br />

SNAM RETE GAS 3.5375 0.07<br />

STMICROELEC.N.V 7.02 -0.14<br />

Holanda - AEX<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

ESTX 50 PR 2788.54 -1.77<br />

AEX-Index 344.55 -1.31<br />

AEGON 5.097 -1.81<br />

AHOLD KON 10.235 0.34<br />

AIR FRANCE - KLM 11.62 -3.17<br />

AKZO NOBEL 44.715 -2.45<br />

ARCELORMITTAL 31 -0.7<br />

ASML HOLDING 25.09 -3.2<br />

BAM GROEP KON 5.657 -3.1<br />

BOSKALIS WESTMIN 32.33 -2.69<br />

CORIO 43.695 -2.41<br />

FUGRO 48.97 -1.63<br />

França - CAC 40<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

ACCOR 41.81 -3.55<br />

AIR LIQUIDE 85.42 -2.12<br />

ALCATEL-LUCENT 2.356 -5.19<br />

ALSTOM 44.34 -1.78<br />

ARCELORMITTAL 31 -0.7<br />

AXA 15.145 -3.1<br />

BNP PARIBAS 50.98 0.49<br />

BOUYGUES 36.665 -0.24<br />

CAP GEMINI 37 -3.03<br />

CARREFOUR 36.06 -2.87<br />

CREDIT AGRICOLE 11.05 -3.41<br />

DANONE 43.16 -1.92<br />

DEXIA 4.1 -3.28<br />

EADS 13.94 -0.68<br />

EDF 39.95 0.45<br />

ESSILOR INTERNAT 45.395 -1.21<br />

FRANCE TELECOM 16.335 -1.03<br />

GDF SUEZ 26.33 -1.86<br />

L OREAL 79 -1.86<br />

L.V.M.H. 85.08 -1.41<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

METRO AG 44.84 -2.46<br />

DEUTSCHE BANK N 52.24 -0.67<br />

MUENCH. RUECK N 112.75 -0.88<br />

DEUTSCHE POST NA 13.065 -0.76<br />

RWE AG 60.91 -0.21<br />

DT BOERSE N 55.11 -2.22<br />

SALZGITTER 61.39 -2.37<br />

DT LUFTHANSA AG 12.205 -1.73<br />

SAP AG 35.765 -2.94<br />

DT TELEKOM N 9.644 -0.69<br />

SIEMENS N 71.98 -1.44<br />

E.ON AG NA 27.73 -0.07<br />

THYSSEN KRUPP 24.515 -1.13<br />

FRESENIUS MEDI 41.2 -0.99<br />

VOLKSWAGEN VZ 68.6 -3.43<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

UNICREDIT 1.9825 -0.38<br />

TENARIS 15.43 0.19<br />

TERNA 3.035 0.5<br />

UBI BANCA 9.51 0.11<br />

UNICREDIT 1.9825 -0.38<br />

UNICREDIT 1.9825 -0.38<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

HEINEKEN 35.39 -2.26<br />

ING GROEP 6.714 -3.89<br />

KONINKLIJKE DSM 33.905 -1.44<br />

KPN KON 10.925 -0.41<br />

PHILIPS KON 25.44 -1.85<br />

R.DUTCH SHELL A 23.555 1.64<br />

RANDSTAD 39.785 -1.14<br />

REED ELSEVIER 8.882 -1.63<br />

SBM OFFSHORE 14.79 -1.5<br />

TNT 22.37 -1.89<br />

TOMTOM N.V. 5.897 -3.47<br />

UNIBAIL RODAMCO 140.6 -3.47<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

LAFARGE 54.22 -2.95<br />

LAGARDERE S.C.A. 29.38 -1.13<br />

MICHELIN 52.5 -2.05<br />

PERNOD RICARD 62.99 -3.26<br />

PEUGEOT 22.325 -2.51<br />

PPR 103.95 -1.38<br />

RENAULT 34.75 -4.01<br />

SAINT-GOBAIN 36.59 -3.14<br />

SANOFI-AVENTIS 51.88 -0.44<br />

SCHNEIDER ELECTR 83.29 -2.56<br />

SOCIETE GENERALE 40.91 -0.33<br />

STMICROELECTRONI 7.038 0.11<br />

SUEZ ENV 15.58 -0.76<br />

TECHNIP 58.37 -4.44<br />

TOTAL 41.25 -0.73<br />

UNIBAIL RODAMCO 140.6 -3.47<br />

VALLOUREC 145.6 -0.07<br />

VEOLIA ENVIRON 23.86 -1.47<br />

VINCI 41.685 -0.84<br />

VIVENDI 19.445 -2.78<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 43<br />

BOLSAS INTERNACIONAIS<br />

Bélgica - Bel 20<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

ESTX 50 PR 2788.54 -1.77<br />

BEL20 2506.19 -2.39<br />

ACKERMANS V.HAAR 50.52 -3.42<br />

BEKAERT 132.35 -3.75<br />

BELGACOM 25.465 -1.05<br />

COFINIMMO-SICAFI 99.53 -1.7<br />

COLRUYT 182.95 -0.19<br />

DELHAIZE GROUP 61.7 -0.55<br />

DEXIA 4.1 -3.28<br />

FORTIS 2.22 -7.42<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

GBL 62.89 -2.8<br />

GDF SUEZ 26.33 -1.86<br />

AB INBEV 35.7 0<br />

KBC GROEP 32.87 -3.97<br />

MOBISTAR 45.28 -1.37<br />

NAT PORTEFEUIL D 38.5 -3.64<br />

OMEGA PHARMA 36.5 -0.57<br />

SOLVAY 71.59 -2.2<br />

UCB 29 -1.68<br />

Euronext - Euronext 100<br />

Título Última Var. Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

Cot. € %<br />

ACCOR 41.81 -3.55<br />

ADP 61.23 -1.27<br />

AEGON 5.097 -1.81<br />

AHOLD KON 10.235 0.34<br />

AIR FRANCE - KLM 11.62 -3.17<br />

AIR LIQUIDE 85.42 -2.12<br />

AKZO NOBEL 44.715 -2.45<br />

ALSTOM 44.34 -1.78<br />

ALCATEL-LUCENT 2.356 -5.19<br />

ASML HOLDING 25.09 -3.2<br />

AXA 15.145 -3.1<br />

BELGACOM 25.465 -1.05<br />

B.COM.PORTUGUES 0.658 -1.94<br />

B.ESPIRITO SANTO 3.153 -2.69<br />

BNP PARIBAS 50.98 0.49<br />

BOUYGUES 36.665 -0.24<br />

BRISA 5.246 1.86<br />

BUREAU VERITAS 41.41 -2.22<br />

CREDIT AGRICOLE 11.05 -3.41<br />

CAP GEMINI 37 -3.03<br />

CARREFOUR 36.06 -2.87<br />

CASINO GUICHARD 65.45 -1.56<br />

NATIXIS 3.796 -3.78<br />

CNP ASSURANCES 63.81 -3.76<br />

COLRUYT 182.95 -0.19<br />

CORIO 43.695 -2.41<br />

DANONE 43.16 -1.92<br />

DASSAULT SYSTEM 46.615 -2.68<br />

DELHAIZE GROUP 61.7 -0.55<br />

DEXIA 4.1 -3.28<br />

CHRISTIAN DIOR 79.12 -1.58<br />

KONINKLIJKE DSM 33.905 -1.44<br />

EADS 13.94 -0.68<br />

EDF 39.95 0.45<br />

EDP 2.587 -1.33<br />

EDP RENOVAVEIS 5.024 -0.77<br />

REED ELSEVIER 8.882 -1.63<br />

ERAMET 262.1 -3.3<br />

ESSILOR INTERNAT 45.395 -1.21<br />

EUTELSAT COMM. 26.385 -1.55<br />

SODEXO 45.75 -1.2<br />

FORTIS 2.22 -7.42<br />

EIFFAGE 37.65 -1.44<br />

FRANCE TELECOM 16.335 -1.03<br />

GALP ENERGIA 11.685 -2.22<br />

GBL 62.89 -2.8<br />

GDF SUEZ 26.33 -1.86<br />

HEINEKEN 35.39 -2.26<br />

HERMES INTL 97.62 -1.32<br />

ICADE 72.38 -2.86<br />

Euronext - Next 150<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

ACKERMANS V.HAAR 50.52 -3.42<br />

AGFA-GEVAERT 5.45 -6.2<br />

ARKEMA 31.25 -3.12<br />

ALTRI SGPS SA 4.131 -4.11<br />

ALTRAN TECHN. 3.554 -3<br />

APRIL GROUP 23.835 -2.56<br />

ARCADIS 16.1 -1.04<br />

ASM INTERNATIONA 20.545 -2<br />

ATOS ORIGIN 37.02 -3.23<br />

BAM GROEP KON 5.657 -3.1<br />

BARCO 39.72 -2.36<br />

BANCO BPI SA 1.531 -8.27<br />

BEFIMMO-SICAFI 56.79 -2.79<br />

BEKAERT 132.35 -3.75<br />

BIC 57.94 -2.36<br />

BINCKBANK 10.425 -3.83<br />

BIOMERIEUX 80.99 -2.32<br />

BANIF-SGPS 0.94 -6<br />

BONDUELLE 81.1 -1.51<br />

BOSKALIS WESTMIN 32.33 -2.69<br />

WESSANEN KON 2.849 -2.26<br />

CARBONE-LORRAINE 26.785 -2.37<br />

SECHE ENVIRONNEM 54.94 -0.65<br />

AREVA CI 380 -0.6<br />

C F E 39.7 -6.63<br />

BENETEAU 12.96 -3.36<br />

CMB 23.62 -2.92<br />

CLUB MEDITERRANE 12.425 -4.13<br />

COFINIMMO-SICAFI 99.53 -1.7<br />

CRUCELL 15.38 0.33<br />

CSM 23.79 -1.82<br />

DERICHEBOURG 3.24 -4.87<br />

DRAKA HOLDING 14.41 -3.87<br />

EDF ENERG NOUV 33.965 -2.15<br />

EULER HERMES 60.25 -2.03<br />

FAURECIA 14.96 -5.88<br />

EURONAV 17.08 -4.58<br />

EUROFINS SCIENT 32.955 -1.18<br />

EURAZEO 51.48 -1.25<br />

HAVAS 3.9 -1.17<br />

EVS BROADC.EQUIP 40.47 -4.21<br />

EXACT HOLDING 19.115 -1.97<br />

FAIVELEY TRANSPO 60.15 -2.27<br />

FONC DES REGIONS 76.29 -2.94<br />

FUGRO 48.97 -1.63<br />

RALLYE 27.35 -1.97<br />

STALLERGENES 58.5 -1.35<br />

CGG VERITAS 23.025 -3.26<br />

GROUP EUROTUNNEL 6.902 -5.21<br />

GIMV 39.65 -1.52<br />

GL EVENTS 21 0.82<br />

BOURBON 31.73 -2.83<br />

GRONTMIJ 17.31 -1.09<br />

GEMALTO 31.55 -2.86<br />

GUYENNE GASCOGNE 77 -1.26<br />

DIETEREN 348 -6.14<br />

IMTECH 23.3 -1.27<br />

INGENICO 18.725 -1.45<br />

IPSEN 35.545 -2.47<br />

IPSOS 28.705 -3.67<br />

KARDAN NV 4.24 -1.58<br />

LOGICA 1.586 -2.7<br />

ALTEN 21.665 -1.55<br />

MANITOU BF 13.25 -4.4<br />

MARTIFER 2.2 -7.95<br />

MAUREL ET PROM 11.555 -3.02<br />

MEETIC 20.35 -1.26<br />

MERCIALYS 24.15 -2.23<br />

M6-METROPOLE TV 19.005 -2.06<br />

MOTA ENGIL 2.521 -8.33<br />

WENDEL 48 0.6<br />

NICOX 8.093 0.53<br />

NEXITY 27.325 -2.45<br />

NEXANS 57.38 -2.27<br />

NEOPOST 58.8 -0.73<br />

ILIAD 74.58 -1.53<br />

IMERYS 46.475 -0.32<br />

ING GROEP 6.714 -3.89<br />

ARCELORMITTAL 31 -0.7<br />

JC DECAUX SA 21.32 -2.89<br />

J MARTINS SGPS 7.22 -3.26<br />

KBC GROEP 32.87 -3.97<br />

KPN KON 10.925 -0.41<br />

LAFARGE 54.22 -2.95<br />

LAGARDERE S.C.A. 29.38 -1.13<br />

LEGRAND 23.465 -2.61<br />

KLEPIERRE 26.22 -2.78<br />

L.V.M.H. 85.08 -1.41<br />

MICHELIN 52.5 -2.05<br />

MOBISTAR 45.28 -1.37<br />

L OREAL 79 -1.86<br />

PERNOD RICARD 62.99 -3.26<br />

PEUGEOT 22.325 -2.51<br />

PHILIPS KON 25.44 -1.85<br />

PPR 103.95 -1.38<br />

PORTUGAL TELECOM 7.413 -0.67<br />

PUBLICIS GROUPE 32.445 -1.99<br />

RANDSTAD 39.785 -1.14<br />

R.DUTCH SHELL A 23.555 1.64<br />

RENAULT 34.75 -4.01<br />

SAFRAN 18.42 -1.71<br />

SANOFI-AVENTIS 51.88 -0.44<br />

SCHNEIDER ELECTR 83.29 -2.56<br />

SCOR SE 17.725 -1.2<br />

SES 16.77 -0.09<br />

SUEZ ENV 15.58 -0.76<br />

VINCI 41.685 -0.84<br />

SAINT-GOBAIN 36.59 -3.14<br />

SOCIETE GENERALE 40.91 -0.33<br />

SOLVAY 71.59 -2.2<br />

STMICROELECTRONI 7.038 0.11<br />

THALES 27.845 -1.78<br />

TECHNIP 58.37 -4.44<br />

TF1 13.37 -3.36<br />

TNT 22.37 -1.89<br />

TOTAL 41.25 -0.73<br />

UCB 29 -1.68<br />

UNIBAIL RODAMCO 140.6 -3.47<br />

UNILEVER CERT 22.52 -1.64<br />

VEOLIA ENVIRON 23.86 -1.47<br />

VIVENDI 19.445 -2.78<br />

VALLOUREC 145.6 -0.07<br />

WOLTERS KLUWER 15.37 0.13<br />

WOLTERS KLUWER 15.37 0.13<br />

WOLTERS KLUWER 15.37 0.13<br />

Título Última Var.<br />

Cot. € %<br />

NIEUWE STEEN INV 15.05 -2.49<br />

TEN CATE KON 19.8 -3.27<br />

NUTRECO 45.815 -2.4<br />

NYRSTAR (D) 10.07 -1.27<br />

OCE 8.648 1.74<br />

OMEGA PHARMA 36.5 -0.57<br />

MEDIQ 13.785 -3.53<br />

ORPEA 31.325 -0.62<br />

PROLOGIS EUR PRP 4.763 -1.41<br />

PORTUCEL 1.88 -1.57<br />

PIERRE &VACANCES 58.11 -4.49<br />

HAULOTTE GROUP 8.65 -5.15<br />

REMY COINTREAU 40.775 -2.73<br />

REN 2.577 -0.31<br />

RHODIA 16.84 -5.95<br />

RHJ INTERN. 6.33 -3.95<br />

TELEPERFORMANCE 25.935 -2.72<br />

RUBIS 62.07 -2.79<br />

REXEL 12.43 -2.2<br />

SAFT 28.6 -1.33<br />

SBM OFFSHORE 14.79 -1.5<br />

SEB 54.96 0.38<br />

SECHILIENNE SIDE 22.9 -3.03<br />

SEMAPA 7.174 -5.61<br />

SILIC 87.8 -2.7<br />

EUROCOMMERCIAL 28.08 -0.95<br />

SELOGER.COM 29.8 1.88<br />

SLIGRO FOOD GP 24.53 -2.21<br />

SMIT INTERNA 60 0<br />

SONAECOM SGPS 1.23 -5.82<br />

SOITEC 10.475 -3.37<br />

SONAE INDUSTRIA 2.054 -5.35<br />

SOPRA GROUP 59.6 2.3<br />

SPERIAN PROTEC 69.85 -0.07<br />

SNS REAAL 4.36 -4.78<br />

TEIXEIRA DUARTE 0.82 -4.65<br />

GROUPE STERIA 23.865 -4.2<br />

TESSENDERLO 23.12 -1.95<br />

TECHNICOLOR 0.941 -6.46<br />

TELENET GRP HLDG 22.115 -1.99<br />

TOMTOM N.V. 5.897 -3.47<br />

TRANSGENE 15.82 -3.77<br />

TKH GROUP NV 15.6 -0.83<br />

UBISOFT ENTERT. 9.525 -3.56<br />

UMICORE 27.28 -1.5<br />

USG PEOPLE N.V. 13.4 -2.76<br />

VASTNED RETAIL 43.2 -4.53<br />

VILMORIN & Cie 71.93 -0.73<br />

VIRBAC 82.49 -1.52<br />

VALEO 25.73 -1.87<br />

VOPAK 61.52 -1.96<br />

SEQUANA 11.77 -4.81<br />

WAVIN NV 1.5 4.17<br />

WDP-SICAFI 35 -4.32<br />

WERELDHAVE 62.74 -2.2<br />

SONAE 0.761 -0.26<br />

ZODIAC AEROSPACE 38.445 -3.55<br />

ZON MULTIMEDIA 3.2 -4.28<br />

AMG 8.124 -2.95<br />

PLASTIC OMNIUM 32.3 -4.3<br />

BETER BED 19.52 -8.57<br />

HEIJMANS 13.165 -3.8<br />

ACCELL GROUP 34.675 -2.82<br />

BRUNEL INTERNAT 27.855 -3.98<br />

SIPEF 46.38 -4<br />

THROMBOGENICS 16.41 -2.9<br />

UNIT 4 AGRESSO 19.77 -0.15<br />

IMPRESA SGPS 1.46 -3.95<br />

TOUR EIFFEL 55.14 -4.93<br />

BULL 3.21 -5.03<br />

CIMENTS FRANCAIS 76.51 -2.93<br />

PAGES JAUNES 8.831 -0.66<br />

ALPES (COMPAGNIE 24 -3.23<br />

KAUFMAN & BROAD 18.415 -6.28<br />

TRIGANO 17.69 4.06


44 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

FUNDOS DE INVESTIMENTO NACIONAIS<br />

BANIF EURO-TESOURARIA 7.2798 7.2821 Z<br />

BANIF PPA 5.9193 6.0507 L<br />

BANIF EURO OBRIGAÇÕES TAXA FIXA 6.4241 6.5252 S<br />

BANIF ACÇÕES PORTUGAL 4.539 4.6397 A<br />

BANIF EURO ACÇÕES 1.9233 1.9027 P<br />

BANIF EURO OBRIGAÇÕES TAXA VAR 4.3649 4.3854 U<br />

BANIF IMOPREDIAL 7.3979 7.3977<br />

BANIF GESTÃO ACTIVA 3.3158 3.3108 J<br />

BANIF EUROPA DE LESTE 3.9979 3.9817 F.Fundos<br />

BANIF AMÉRICA LATINA 4.5892 4.5889<br />

BANIF ÁSIA 4.2089 4.2022<br />

BANIF PROPERTY 1003.867 1003.723<br />

Informações 808 20 26 26<br />

Montepio Gestão de Activos Financeiros<br />

Montepio Accoes 103.0676 103.7127 -<br />

Montepio Accoes Europa 36.2313 35.9091 -<br />

Montepio Euro Telcos 51.6841 51.9008 -<br />

Montepio Euro Utilities 63.4111 63.635 -<br />

Montepio Monetario 66.9129 66.9123 -<br />

Montepio Obrigacoes 84.678 84.7043 -<br />

Montepio Taxa Fixa 67.9873 68.2465 -<br />

Montepio Tesouraria 87.5521 87.5502 -<br />

Multi Gestao Mercados Emergentes 47.842 47.5361 -<br />

Multi Gestao Equilibrada 45.3864 45.1393 -<br />

Multi Gestao Dinamica 30.9641 30.7026 -<br />

Multi Gestao Prudente 50.7113 50.5663 -<br />

imorendimento@imorendimento.pt Telef: 226 07 56 60<br />

www.montepio.pt<br />

Imorendimento II - FIIF 6,2145<br />

Gestimo - FIIF 8,6485<br />

Continental Retail - FIIF 5,1554<br />

Multipark - FIIF 4,3928<br />

Prime Value - FEIIF 5,7481<br />

Natura - FIIF 5,0254<br />

Historic Lodges - FIIF 4,9421<br />

Fundos de investimento<br />

Soc. Gestora/Fundo Último Valor Classe<br />

valor € ant. €<br />

BARCLAYS GLOBAL CONSERVADOR 8.1581 8.1676 F.Fundos<br />

BARCLAYS GLOBAL MODERADO 11.5531 11.5952 J<br />

BARCLAYS FPR/E RENDIMENTO 12.4174 12.4235 X<br />

BARCLAYS PREMIER TESOURARIA 9.9346 9.9374 Z<br />

BARCLAYS FPR/E 13.3739 13.379 X<br />

BARCLAYS PREMIER OBRG EURO 10.6159 10.6324 S<br />

BARCLAYS PREMIER ACÇÕES PORTUG 11.6956 12.0196 A<br />

BARCLAYS FPA 15.0423 15.4673 L<br />

BARCLAYS GLOBAL ACÇÕES 11.0886 11.1289 F.Fundos<br />

BARCLAYS GESTÃO DINÂMICA 100 - 4.9671 4.9691 F.Fundos<br />

BARCLAYS GESTÃO DINÂMICA 300 - 5.0933 5.0953 F.Fundos<br />

BARCLAYS GLOBAL DEFENSIVO 10.5036 10.5161 F.Fundos<br />

MILLENNIUM ACÇÕES AMERICA 2.6549 2.6609<br />

MILLENNIUM ACÇÕES JAPÃO 2.6322 2.5952<br />

MILLENNIUM AFORRO PPR 5.5968 5.5978<br />

MILLENNIUM DISPONIVEL 49.7683 49.7191<br />

MILLENNIUM EURO TAXA FIXA 11.3054 11.3731<br />

MILLENNIUM EUROCARTEIRA 10.1549 10.0756<br />

MILLENNIUM EUROFINANCEIRAS 3.2073 3.1704<br />

MILLENNIUM EUROPDUP OPORT - FEI 5.245 5.245<br />

MILLENNIUM EXTRATESO 5524.6499 5524.0439<br />

MILLENNIUM EXTRATESO II 5479.3838 5478.9248<br />

MILLENNIUM GESTÃO DINAMICA 48.4027 48.4035<br />

MILLENNIUM GLOBAL UTILITIES 5.5339 5.5321<br />

MILLENNIUM INVEST PPR ACES 4.9599 4.9643<br />

MILLENNIUM MERCADOS EMERGENTES 8.866 8.7843<br />

MILLENNIUM MONETSEMES 5307.1348 5306.7769<br />

MILLENNIUM OBRIGAÇÕES 5.4729 5.4578<br />

MILLENNIUM OBRIGAÇÕES EUROPA 5.0941 5.1004<br />

MILLENNIUM OBRIGAÇÕES MUNDAIS 11.3549 11.3378<br />

MILLENNIUM POUPANA PPR 6.2364 6.2323<br />

MILLENNIUM PPA 24.0423 24.6932<br />

MILLENNIUM PREMIUM 5.1246 5.1175<br />

MILLENNIUM PRESTIGE CONSERVADO 7.4333 7.4189<br />

MILLENNIUM PRESTIGE MODERADO 7.2168 7.2006<br />

MILLENNIUM PRESTIGE VALORIZADO 7.4193 7.3955<br />

MILLENNIUM RENDIMENTO MENSAL 3.8055 3.796<br />

POPULAR VALOR 3.1205 3.1969 B<br />

POPULAR PPA 4.8838 5.1482 L<br />

POPULAR GLOBAL 25 5.3094 5.3117 J<br />

POPULAR GLOBAL 50 4.3037 4.3057 J<br />

POPULAR GLOBAL 75 3.4784 3.479 J<br />

POPULAR ACÇÕES 3.0544 3.1584 P<br />

POPULAR EURO TAXA FIXA 6.4422 6.4471 S<br />

POPULAR TESOURARIA 5.4211 5.424 Z<br />

POPULAR IMOBILIÁRIO 5.6914 5.6859 F.Fundos<br />

POPULAR PREDIFUNDO 11.4652 11.4649 F.Fundos<br />

ALVES RIBEIRO - MÉDIAS EMPRESAS 59.3201 62.7664<br />

ALVES RIBEIRO - FPR/E 7.2732 7.4825<br />

BBVA BOLSA EURO 2.5347 2.5199<br />

BBVA CASH 9.1961 9.1981<br />

BBVA EUROPA MXIMO 5.0638 5.0642<br />

BBVA GEST FLEX TODO-0-TERRENO 5.5387 5.5111<br />

BBVA IMOBILIARIO 6.3514 6.3296<br />

BBVA OBRIGAÇÕES 4.9929 4.9961<br />

BBVA OBRIGAÇÕES GOVERNOS 4.9832 4.9977<br />

BBVA PPA INDICE PSI20 5.8581 5.7946<br />

FUNDO CAPIT GAR EUR CONS BBVA 5.334 5.3354<br />

Fundos de investimento<br />

Soc. Gestora/Fundo Último Valor Classe<br />

valor € ant. €<br />

FUNDO GARANT BBVA 100 IBEX PROS 5.6387 5.6337<br />

FUNDO GARANT BBVA RANKING PLUS 6.0616 6.0619<br />

FUNDO GARANT TOPDIVID BBVA 5.6129 5.6127<br />

FUNDO GARANT TOPDIVID II BBVA 5.3001 5.3004<br />

BPI BRASIL 9.6419 9.8456<br />

BPI CAP CI AGRESSIVO 0 0<br />

BPI CAP CI CONSERVADOR 0 0<br />

BPI CAP CI EQUILIBRADO 0 0<br />

BPI CAP CI ULTRACONSERVADOR 0 0<br />

BPI EURO TAXA FIXA 12.5844 12.6016<br />

BPI EUROPA CRESCIMENTO 10.9905 11.4147<br />

BPI EUROPA VALOR 18.0694 18.5987<br />

BPI GLOBAL 5.9258 5.962<br />

BPI LIQUIDEZ 6.9635 6.9761<br />

BPI OBRIGAÇÕES A.R.A.R 7.8007 7.8311<br />

BPI PERPETUAS FEI 6.2629 6.3127<br />

BPI PORTUGAL 12.5414 13.3066<br />

BPI POUPANCA ACÇÕES 13.6378 14.4373<br />

BPI REESTRUCTURAÇÕES 7.1723 7.2769<br />

BPI REFORMA ACÇÕES PPR 6.7143 6.7878<br />

BPI REFORMA INVEST PPR 13.3522 13.3869<br />

BPI REFORMA SEGURA PPR 12.6308 12.6664<br />

BPI SELECO 4.5636 4.6694<br />

BPI TAXA VARIAVEL 6.4607 6.4646<br />

BPI TAXA VARIAVEL PPR 5.6601 5.66<br />

BPI TECNOLOGIAS 1.1421 1.162<br />

BPI TESOURARIA 7.1399 7.1602<br />

BPI UNIVERSAL 6.5816 6.6241<br />

BPI Iberia I 4.027 4.08<br />

BPN ACÇÕES PORTUGAL 4.5696 4.5422<br />

BPN ACÇÕES GLOBAL 5.369 5.3299<br />

BPN CONSERVADOR<br />

BPN DIVERSIFICAÇÃO<br />

4.4365<br />

3.7263<br />

4.4351<br />

3.7252<br />

BPN OPTIMIZADO 5.6828 5.6681<br />

BPN TAXA FIXA EURO 5.9642 5.9631<br />

BPN TESOURARIA 5.5161 5.5141<br />

BPN VALORIZAÇÃO 5.9465 5.9211<br />

BPN IMONEGOCIOS<br />

BPN REAL ESTATE<br />

5.6741<br />

450.5922<br />

5.6737<br />

452.3534<br />

BPN IMOFUNDOS<br />

BPN IMOFUNDOS<br />

BPN IMOGLOBAL 476.0228 476.5925 BPN IMOFUNDOS<br />

BPN IMOMARINAS 108.0372 106.7039 BPN IMOFUNDOS<br />

EUROREAL 212.7603 212.5966 BPN IMOFUNDOS<br />

CAIXAGEST CURTO 9.3979 9.4002<br />

CAIXAGEST RENDIM 3.7037 3.7062<br />

CAIXAGEST TESOUR 10.0314 10.0338<br />

CAIXAGEST ACCOES EUROPA 7.5426 7.4702<br />

CAIXAGEST ACCOES PORTUGAL 13.1413 13.5089<br />

CAIXAGEST OBRIGACOES EURO 9.3874 9.4777<br />

CAIXAGEST RENDA MENSAL 3.9316 3.9338<br />

CAIXAGEST ACCOES EUA 3.2662 3.2398<br />

CAIXAGEST ACCOES ORIENTE 6.2868 6.2193<br />

CAIXAGEST MOEDA 6.9749 6.9777<br />

CAIXAGEST ESTRATEGIA EQUILIBRADA 5.8428 5.8372<br />

CAIXAGEST PPA 12.3481 12.6929<br />

CAIXAGEST OPTIMIZER 5.6211 5.6243<br />

CAIXAGEST MAXI SELECCAO 5.1824 5.1833<br />

POSTAL ACCOES 9.2409 9.1512<br />

POSTAL CAPITALIZ 13.3919 13.4013<br />

POSTAL TESOURARI 9.7499 9.7542<br />

RAIZ CONSERVADOR 5.4378 5.4323<br />

RAIZ EUROPA 3.8595 3.8343<br />

RAIZ GLOBAL 4.8831 4.869<br />

RAIZ POUPANCA ACÇÕES 18.7981 19.2941<br />

RAIZ RENDIMENTO 6.2015 6.2019<br />

RAIZ TESOURARIA 7.7008 7.7016<br />

RAIZ TOP CAPITAL 10.1664 10.1538<br />

RAIZ VALOR ACUMULADO 10.2244 10.233<br />

FINIPREDIAL 8.9504 8.9496<br />

FINICAPITAL 5.9303 5.9678<br />

FINIRENDIMENTO 5.0306 5.0386<br />

FINIGLOBAL 6.3888 6.3787<br />

FINIBOND - MARCADOS EMERGENTES 12.2083 12.2307<br />

FINIFUNDO - ACÇÕES INTERNACIONAL 3.4827 3.4576<br />

PPA FINIBANCO 8.0785 8.2553<br />

ES ABS OPPORTUNITY 89.61 90<br />

ES ACÇÕES AMERICA 7.5025 7.4708<br />

ES ACÇÕES EUROPA 10.7648 10.678<br />

ES ACÇÕES GLOBAL 6.1449 6.1327<br />

ES AFRICA 4.7789 4.7668<br />

ES ALPHA 3 5.2033 5.1995<br />

ES AMERICAN GROWTH 128.53 131.36<br />

ES ARRENDAMENTO 998.9234 999.6624<br />

ES BRASIL 5.5969 5.5454<br />

ES CAPITALIZAÇÃO 8.9464 9.0702<br />

ES CAPITALIZAÇÃO DINAMICA 4.5223 4.5334<br />

ES EMERGING MARKETS 134.31 136.64<br />

ES ESTRATEGIA ACTIVA 5.2126 5.227<br />

ES ESTRATEGIA ACTIVA II 4.6709 4.6913<br />

ES EURO BOND 1077.28 1069.45<br />

ES EUROPEAN EQUITY 79.73 82.32<br />

ES EUROPEAN RESPEQ FUND 13.3568 13.7704<br />

ES GLOBAL BOND 163.94 163.75<br />

ES GLOBAL ENHANCED 608.06 608.63<br />

ES GLOBAL EQUITY 81.39 83.45<br />

ES MERCADOS EMERGENTES 7.2741 7.185<br />

ES MOMENTUM 4.0604 4.0642<br />

ES MONETARIO 6.8119 6.8121<br />

ES OBRIGAÇÕES EUROPA 11.4595 11.4801<br />

ES OBRIGAÇÕES GLOBAL 10.2218 10.2398<br />

ES PORTUGAL ACÇÕES 6.0854 6.2553<br />

ES PPA 14.3946 14.8028<br />

ES PPR 15.2608 15.2611<br />

ES RECONVERSÃO URBANA 997.7708 998.6869<br />

ES RECONVERSÃO URBANA II 1000.182 1001.323<br />

ES REND FIXO FEI 5.0661 5.0661<br />

ES REND FIXO II FEI 5.055 5.055<br />

ES SHORT BOND EURO DIS 524.05 524.57<br />

ESPIRITO SANTO ALTA VISTA 908.317 909.4677<br />

ESPIRITO SANTO LOGISTICA 5.0672 5.0382<br />

ESPIRITO SANTO PLANO CRESCIMENTO 5.5713 5.5624<br />

ESPIRITO SANTO PLANO DINAMICO 4.0658 4.0882<br />

ESPIRITO SANTO PLANO PRUDENTE 5.5735 5.5672<br />

ESPIRITO SANTO RENDIMENTO 5.3495 5.3698<br />

ESPIRITO SANTO EST ACES 5.3034 5.2946<br />

ESPIRITO SANTO PREMIUM 5.2298 5.2834<br />

ESPIRITO SANTO REND DINAMICO 6.7327 6.7604<br />

ESPIRITO SANTO REND PLUS 5.4912 5.5065<br />

Seguros de Investimento<br />

Seguro Gestora Valor patrimonial 28/04/10<br />

VICTORIA INVEST VICTORIA - SEGUROS DE VIDA 126,27903<br />

VICTORIA REFORMA VALOR VICTORIA - SEGUROS DE VIDA 96,26533<br />

ACÇÕES DINÂMICO EUROVIDA 51,683<br />

IMOBILIÁRIO EUROVIDA 79,6042<br />

INTERNACIONAL ACÇÕES EUROVIDA 55,5377<br />

POUPANÇA EUROVIDA 82,3253<br />

PPR ACTIVO EUROVIDA 79,6738<br />

PPR ACTIVO ACÇÕES EUROVIDA 63,2096<br />

PPR AFORRO EUROVIDA 53,1905<br />

PPR GARANTIA EUROVIDA 66,7558<br />

PPR SEGURANÇA EUROVIDA 78,5259<br />

PPR 25% (2012) EUROVIDA 60,1878<br />

PPR/E VALOR REAL EUROVIDA 81,2072<br />

PPR/E 4,50% (2008) EUROVIDA 66,1099<br />

PPR/E 61% EUROVIDA 76,6164<br />

SELECÇÃO EUROVIDA 75,283<br />

Fundos PPR/PPE<br />

Soc. Gestora/Fundo Último Valor Classe<br />

valor € ant. €<br />

PPR BBVA 10,2429 10,2447 BBVA FUNDOS<br />

BBVA SOLIDEZ PPR 5,5051 5,5012 BBVA FUNDOS<br />

BBVA PROTECÇÃO 2015 5,4178 5,4161 BBVA FUNDOS<br />

BBVA PROTECÇÃO 2020 5,1097 5,1045 BBVA FUNDOS<br />

PPR/E -PATRIM.REFORMA PRUDENTE 1,3442 1,3441 S.G.F.<br />

PPR-PATRIM.REFORMA CONSERVADOR 6,5894 6,5908 S.G.F.<br />

PPR/E -PATRIM.REFORMA EQUILIBR 6,1598 6,1581 S.G.F.<br />

PPR/E -PATRIM.REFORMA ACÇÕES 5,3395 5,3374 S.G.F.<br />

F.P. SGF - EMPRESAS 9,3618 9,3613 S.G.F.<br />

SGF EMPRESAS PRUDENTE 5,6554 5,6567 S.G.F.<br />

F.P. PPR ACÇÕES DINÂMICO 5,1783 5,1796 S.G.F.<br />

F.P. PPR GARANTIDO 5,479 5,4801 S.G.F.<br />

PPR VINTAGE 9,5701 9,5672 ESAF-ESFP<br />

MULTIREFORMA 9,7728 9,7711 ESAF-ESFP<br />

F.P. ESAF - PPA 7,2537 7,2564 ESAF-ESFP<br />

MULTIREFORMA PLUS 5,5125 5,5077 ESAF-ESFP<br />

MULTIREFORMA ACÇÕES 5,9283 5,9027 ESAF-ESFP<br />

ES-MULTIREFORMA CAPITAL GARANT 5,133 5,134 ESAF-ESFP<br />

REFORMA EMPRESA 8,8397 9,2186 SANTANDER PENSÕES<br />

PPA VALORIS 8,2104 8,1874 AXA PORTUGAL<br />

MAXIMUS ACTIVUS 4,2528 4,2482 AXA PORTUGAL<br />

MAXIMUS MÉDIUS 4,7495 4,7303 AXA PORTUGAL<br />

MAXIMUS STABILIS 6,261 6,2679 AXA PORTUGAL<br />

PPR/E EUROPA 8,4804 8,4762 PENSÕESGERE<br />

VANGUARDA PPR 6,6417 6,6421 PENSÕESGERE<br />

HORIZONTE VALORIZAÇÃO 10,1745 10,1698 PENSÕESGERE<br />

PPR BNU/VANGUARDA 14,1631 14,1716 PENSÕESGERE<br />

PRAEMIUM "S" 14,2043 14,2069 PENSÕESGERE<br />

PRAEMIUM "V" 16,8857 16,8845 PENSÕESGERE<br />

HORIZONTE VALORIZAÇÃO MAIS 8,2053 8,1997 PENSÕESGERE<br />

HORIZONTE SEGURANÇA 8,7259 8,7311 PENSÕESGERE<br />

TURISMO PENSÕES 6,4021 6,8993 PENSÕESGERE<br />

CAIXA REFORMA ACTIVA 11,3546 11,3844 CGD PENSÕES<br />

CAIXA REFORMA VALOR 4,9153 4,9091 CGD PENSÕES<br />

REFORMA + 6,6624 6,2713 ALLIANZ-SGFP, SA<br />

Rentabilidades<br />

Fundos do mercado monetário euro<br />

Ult 12 meses Classe Valor da UP **<br />

rend. anualizada de risco (Euro)<br />

F.I.M. Caixagest Liquidez * 5,0006<br />

F.I.M. CA Monetário 0,86 * 5,1093<br />

F.I.M. Montepio Monetário 0,34 1 66,9101<br />

Fundos de tesouraria Euro<br />

F.I.M. Banif Euro Tesouraria<br />

F.I.M. Barclays Tesouraria Plus<br />

F.I.M. BBVA Cash<br />

F.I.M. BPI Liquidez<br />

F.I.M. BPI Tesouraria<br />

F.I.M. BPN Tesouraria<br />

F.I.M. Caixagest Curto Prazo<br />

F.I.M. Caixagest Moeda<br />

F.I.M. Caixagest Tesouraria<br />

F.I.M. Postal Tesouraria<br />

F.I.M. Raiz Tesouraria<br />

F.I.M. Millennium Disponível<br />

F.I.M. Millennium Liquidez<br />

F.I.M. MNF Euro Tesouraria<br />

F.I.M. Montepio Tesouraria<br />

F.I.M. Popular Tesouraria<br />

F.I.M. Santander MultiTesouraria<br />

3,98<br />

2,88<br />

4,68<br />

1,98<br />

1,25<br />

5,41<br />

-0,46<br />

1,53<br />

-0,36<br />

1,63<br />

0,74<br />

4,10<br />

1,33<br />

1,82<br />

1,33<br />

1<br />

*<br />

2<br />

1<br />

1<br />

2<br />

2<br />

1<br />

2<br />

1<br />

1<br />

*<br />

*<br />

*<br />

1<br />

1<br />

1<br />

7,2823<br />

5,2636<br />

9,1961<br />

6,9779<br />

7,1631<br />

5,5141<br />

9,4151<br />

6,9900<br />

10,0504<br />

9,7667<br />

7,7018<br />

49,7209<br />

4,9905<br />

5,3322<br />

87,5562<br />

5,4315<br />

10,8419<br />

Fundos de obrigações taxa indexada euro<br />

Rend. anualizada<br />

Últimos Últimos<br />

Risco<br />

últimos<br />

Classe<br />

de<br />

12 meses 24 meses 2 anos risco<br />

F F.I.M. Banif Euro Obrigações Taxa Variável 12,21 -5,58 5,31 3<br />

F.I.M. Barclays Obrigações Taxa Variável Euro* 5,99 *<br />

F.I.M. BPI Taxa Variável 15,79 -6,65 6,20 3<br />

F.I.M. BPN Conservador<br />

F.I.M. Caixagest Obrigações Mais<br />

29,64<br />

14,96<br />

-14,87<br />

0,70<br />

12,34<br />

3,89<br />

4<br />

2<br />

F.I.M. Caixagest Renda Mensal 8,12 -6,03 4,09 2<br />

F.I.M. Caixagest Rendimento 1,39 -8,43 4,93 2<br />

F.I.M. Postal Capitalização 10,56 -0,35 3,32 2<br />

F.I.M. Raiz Rendimento 2,53 1,59 0,43 1<br />

F.I.M. Esp. Santo Capitalização<br />

F.I.M. Esp. Santo Capitalização Dinâmica<br />

-3,26<br />

-13,09<br />

-2,42<br />

-7,75<br />

2,58<br />

4,79<br />

2<br />

2<br />

F.I.M. Esp. Santo Renda Mensal* -1,91 -1,31 2,09 2<br />

F.I.M. Finirendimento 6,87 2,16 1,62 2<br />

F.I.M. Millennium Obrigações 8,70 -8,50 6,65 3<br />

F.I.M. Millennium Obrigações Mundiais 4,12 -8,71 8,30 3<br />

F.I.M. Millennium Premium<br />

F.I.M. Millennium Rendimento Mensal<br />

8,62<br />

14,64<br />

-0,91<br />

-5,79<br />

5,08<br />

6,41<br />

3<br />

3<br />

F.I.M. Montepio Obrigações 20,49 1,54 5,03 3<br />

F.I.M. Santander MultiCrédito* 6,58 -0,77 2,58 2<br />

F.I.M. Santander MultiObrigações* 5,08 -5,50 4,51 2<br />

* - O Fundo Barclays Obrigações Taxa Variável Euro incorporou por fusão o Fundo Barclays Renda Mensal<br />

* - O Fundo Esp. Santo Renda Mensal incorporou por fusão o Fundo Esp. Santo Renda Trimestral<br />

* - O Fundo Santander MultiCurto Prazo passou a designar-se por Santander MultiCrédito<br />

* - O Fundo Santander MultiObrigações incorporou por fusão o Fundo Santander Multibond Premium<br />

Fundos de obrigações taxa fixa euro<br />

F.I.M. Banif Euro Obrigações Taxa Fixa 0,05 3,52 5,07 2<br />

F.I.M. Barclays Premier Obrig. Euro<br />

F.I.M. BPI Euro Taxa Fixa<br />

9,51<br />

1,74<br />

7,92<br />

5,08<br />

4,99<br />

5,38<br />

3<br />

3<br />

F.I.M. BPN Taxa Fixa Euro 4,71 5,38 4,86 3<br />

F.I.M. Caixagest Obrigações Euro 0,65 2,96 5,12 2<br />

F.I.M. Esp. Santo Obrigações Europa 5,50 8,46 5,29 3<br />

F.I.M. Finifundo Taxa Fixa Euro 4,31 5,42 4,24 2<br />

F.I.M. Millennium Euro Taxa Fixa<br />

F.I.M. Millennium Obrigações Europa<br />

3,77<br />

25,01<br />

5,09<br />

-4,08<br />

5,00<br />

9,97<br />

3<br />

4<br />

F.I.M. Montepio Taxa Fixa 1,89 4,25 3,21 2<br />

F.I.M. Santander Multi Taxa Fixa 4,57 7,58 3,73 2<br />

Fundos de obrigações taxa fixa Intern.<br />

F.I.M. BPI Obrigações A.R.A.R. 34,79 5,50 8,65 3<br />

F.I.M. Esp. Santo Obrig. Global 1,32 5,59 5,91 3<br />

Fundos de acções nacionais<br />

F.I.M. Banif Acções Portugal 15,81 -17,82 29,90 6<br />

F.I.M. Barclays Premier Acc. Portugal 19,37 -16,59 28,47 6<br />

F.I.M. BPI Portugal 17,16 -12,10 25,80 6<br />

F.I.M. Caixagest Accões Portugal 13,42 -21,62 25,33 6<br />

F.I.M. Esp. Santo Portugal Accões 15,39 -12,08 27,93 6<br />

F.I.M. Millennium Acções Portugal 15,34 -15,21 24,77 6<br />

F.I.M. Santander Accões Portugal 20,30 -13,36 28,70 6<br />

Fundos de acções da UE, Suíça e Noruega<br />

F.I.M. Banif Euro Acções 26,36 -16,99 36,70 6<br />

F.I.M. BBVA Bolsa Euro 30,75 -8,76 33,13 6<br />

F.I.M. BPI Euro Grandes Capitalizações* 26,71 -7,45 29,21 6<br />

F.I.M. BPI Europa* 43,32 -9,89 33,64 6<br />

F.I.M. BPN Acções Europa 39,83 -3,06 28,92 6<br />

F.I.M. Caixagest Acções Europa 29,22 -13,53 29,59 6<br />

F.I.M. Postal Acções 29,91 -13,64 28,93 6<br />

F.I.M. Raiz Europa 27,68 -4,71 27,72 6<br />

F.I.M. Esp. Santo Accões Europa 36,95 -6,51 28,27 6<br />

F.I.M. Finicapital 22,62 -15,38 26,53 6<br />

F.I.M. Millennium Eurocarteira 45,59 -10,11 32,19 6<br />

F.I.M. Montepio Acções 28,32 -10,36 27,98 6<br />

F.I.M. Montepio Acções Europa 32,97 -8,55 31,70 6<br />

F.I.M. Popular Acções 30,71 -10,17 31,10 6<br />

F.I.M. Santander Accões Europa 35,21 -11,62 35,06 6<br />

*-OFundo BPI Europa Crescimento passou a designar-se por BPI Euro Grandes Capitalizações<br />

*-OFundo BPI Europa Valor passou a designar-se por BPI Europa<br />

Fundos de acções da América do Norte<br />

F.I.M. BPI América 41,50 2,04 28,06 6<br />

F.I.M. Caixagest Acções EUA 38,35 2,73 31,18 6<br />

F.I.M. Esp. Santo Acções América 45,46 -7,30 31,42 6<br />

F.I.M. Millennium Acções América 44,51 6,24 28,25 6<br />

F.I.M. Santander Acções América 33,29 -1,45 32,22 6<br />

F.I.M. Santander Acções USA 40,45 -6,03 32,68 6<br />

Fundos de acções sectoriais<br />

Rend. anualizada Risco Classe<br />

Últimos Últimos últimos de<br />

12 meses 24 meses 2 anos risco<br />

F.I.M. BPI Tecnologias 50,34 8,68 26,64 6<br />

F.I.M. Millennium Euro Financeiras 45,85 -18,37 48,90 6<br />

F.I.M. Millennium Global Utilities 19,03 -9,30 25,26 6<br />

F.I.M. Montepio Euro Energy 32,62 -9,83 32,84 6<br />

F.I.M. Montepio Euro Financial Service 38,47 -17,74 48,30 6<br />

F.I.M. Montepio Euro Healhcare 35,06 5,69 21,39 6<br />

F.I.M. Montepio Euro Telcos 24,14 -3,27 23,05 6<br />

F.I.M. Montepio Euro Utilities 21,57 -11,10 28,47 6<br />

F.I.M. Santander Euro Fut. Telecomunicações 24,32 -3,19 25,56 6<br />

F.I.M. Santander Euro Futuro Acções Defensivo 34,74 1,58 26,53 6<br />

F.I.M. Santander Euro Futuro Banca e Seguros 42,81 -18,18 47,71 6<br />

F.I.M. Santander Euro Futuro Ciclico 43,65 -4,90 34,98 6<br />

Outros fundos de acções internacionais<br />

F.I.M. BPI África 30,56 *<br />

F.I.M. BPI Reestruturações 29,95 0,76 19,29 5<br />

F.I.M. BPN Acções Global 46,03 -4,45 33,72 6<br />

F.I.M. Caixagest Acções Emergentes 50,74 -5,55 33,67 6<br />

F.I.M. Caixagest Acções Japão 22,86 -4,50 21,21 6<br />

F.I.M. Caixagest Acções Oriente 61,53 5,88 30,76 6<br />

F.I.M. Esp. Santo Acções Global 29,17 -14,87 31,20 6<br />

F.I.M. Esp. Santo Mercados Emerg. 59,51 -4,14 34,29 6<br />

F.I.M. Esp. Santo Momentum 34,61 -6,77 25,97 6<br />

F.I.M. Finifundo Acções Internacionais 26,60 -14,31 28,67 6<br />

F.I.M. Millennium Acções Japão 20,04 -2,52 20,54 6<br />

F.I.M. Millennium Mercados Emergentes 53,38 -1,07 33,24 6<br />

Fundos mistos predom. obrigações<br />

F.I.M. BPN Optimização 22,23 -3,45 11,20 4<br />

F.I.M. Caixagest Estratégia Equilibrada 12,74 1,76 3,05 2<br />

F.I.M. Santander Multinvest 14,04 -8,15 10,25 4<br />

Fundos mistos predominantemente acções<br />

F.I.M. BPN Valorização 35,99 -4,59 23,11 6<br />

F.I.M. Caixagest Estratégia Arrojada 16,68 -1,31 10,18 4<br />

F.I.M. Finiglobal 14,18 -3,86 11,03 4<br />

F.I.M. Popular Valor 19,23 -9,56 21,54 6<br />

Fundos poupança acções<br />

F.I.M. Banif PPA 16,09 -18,58 30,21 6<br />

F.I.M. Barclays FPA 20,53 -16,52 29,08 6<br />

F.I.M. BPI PPA 16,24 -11,62 25,99 6<br />

F.I.M. Caixagest PPA 14,97 -21,97 25,48 6<br />

F.I.M. Raiz Poupança Acções 20,09 -10,48 23,81 6<br />

F.I.M. Esp. Santo PPA 17,67 -11,48 28,18 6<br />

F.P. ESAF PPA 19,07 -11,55 26,45 6<br />

F.I.M. PPA Finibanco 13,43 -16,25 25,26 6<br />

F.P. PPA Acção Futuro 22,06 -13,68 26,62 6<br />

F.I.M. Millennium PPA 17,90 -14,65 24,63 6<br />

F.I.M. Popular PPA 22,15 -15,46 27,62 6<br />

F.I.M. Santander PPA 17,07 -15,86 28,67 6<br />

Fundos de fundos predominantem. obrig.<br />

F.I.M. Barclays Global Conservador 19,94 5,39 6,75 3<br />

F.I.M. Barclays Global Defensivo 1,59 0,83 1,35 1<br />

F.I.M. Caixagest Estratégia Dinâmica 3,71 -1,71 2,06 2<br />

F.I.M. Raiz Conservador 4,49 -0,09 2,25 2<br />

F.I.M. Finifundo Conservador 11,87 1,92 5,16 *<br />

F.I.M. Millennium Prestige Conservador 12,77 -1,08 6,47 3<br />

F.I.M. Multi Gestão Prudente 15,71 0,48 6,49 3<br />

F.I.M. Popular Global 25 14,78 -0,86 6,49 3<br />

Fundos de fundos predominantem. acções<br />

F.I.M. Barclays Global Acções 37,75 -8,53 23,58 6<br />

F.I.M. Multi Gestão Dinâmica 30,51 -11,00 19,95 6<br />

F.I.M. Multi Gestão Mercados Emergentes 46,60 -7,58 25,79 6<br />

F.I.M. Popular Global 75 27,48 -6,12 17,56 5<br />

Fundos poupança reforma/educação<br />

CATEGORIA A - Entre 0% e 5% de Acções<br />

F.I.M. Barclays PPR Rendimento 11,72 1,62 4,03 2<br />

F.P. Solidez PPR 6,02 1,33 1,59 2<br />

F.I.M. BPI Reforma Segura PPR 6,87 -1,35 2,49 2<br />

F.I.M. BPI Taxa Variável PPR 2,29 -1,30 2,87 2<br />

F.P. PPR Garantia de Futuro 8,50 2,80 2,15 2<br />

F.P. PPR Praemium S 6,56 -0,12 3,03 2<br />

F.I.M. Santander Poupança Futura FPR* 9,51 -0,33 3,03 2<br />

F.P. SGF Patr. Ref. Conservador PPR 7,33 4,78 2,27 2<br />

CATEGORIA B - Entre 5% e 15% de Acções<br />

F.I.M. Millennium Aforro PPR 6,04 2,22 3,06 2<br />

F.P. PPR SGF Garantido 6,49 *<br />

CATEGORIA C - Entre 15% e 35% de Acções<br />

F.I.M. Barclays PPR 12,18 0,92 5,17 3<br />

F.P. CVI PPR/E 11,48 2,72 8,77 3<br />

F.P. PPR BBVA 10,68 1,55 8,13 3<br />

F.I.M. Esp. Santo PPR 5,32 2,72 4,72 2<br />

F.P. PPR 5 Estrelas 10,90 2,56 3,69 2<br />

F.P. PPR Geração Activa 12,60 *<br />

F.P. PPR Platinium 14,39 0,13 6,97 3<br />

F.I.M. Millennium Poupança PPR 8,31 -1,05 5,35 3<br />

F.P. PPR BNU Vanguarda 8,84 -2,77 7,14 3<br />

F.P. PPR Europa 11,67 4,45 5,91 3<br />

F.P. Vanguarda PPR 8,59 -1,02 5,57 3<br />

F.I.M. Santander Poupança Investimento FPR 11,54<br />

CATEGORIA D - Mais de 35% de Acções<br />

-4,80 7,39 3<br />

F.I.M. Barclays PPR Acções Life Path 2020 21,15 -3,62 12,85 4<br />

F.I.M. Barclays PPR Acções Life Path 2025 23,03 -3,68 13,85 4<br />

F.I.M. Millennium Investimento PPR Acções 9,12 -4,87 8,29 3<br />

F.P. PPR Praemium V<br />

Outros fundos<br />

11,16 -2,93 8,80 3<br />

F.I.M. Barclays Premier Tesouraria 2,09 2,20 0,42 1<br />

F.I.M. Raiz Global 15,37 0,39 11,32 4<br />

F.I.M. Esp. Santo Monetário 1,24 1,96 0,29 1<br />

F.I.M. Finifundo Agressivo<br />

F.I.M. Finifundo Moderado<br />

24,92<br />

15,97<br />

-3,86<br />

1,57<br />

16,03<br />

7,86<br />

*<br />

*<br />

F.I.M. Millennium Prestige Valorização 28,87 -0,24 16,69 5<br />

F.I.M. Popular Euro Obrigações* 10,96 4,41 3,22 2<br />

*-OFundoPopular Euro Taxa Fixa incorporou por fusão o Fundo Popoular Rendimento e passou<br />

a designar-se por Popular Euro Obrigações<br />

Fundos diversos<br />

F.I.M. Orey Acções Europa -27,31 -41,40 34,78 6<br />

Fundos de pensões abertos<br />

CATEGORIA A - Entre 0% e 5% de Acções<br />

F.P. Banif Reforma Sénior 1,56 *<br />

F.P. Aberto Caixa Reforma Garantida 2022 -0,98<br />

F.P. Aberto Caixa Reforma Prudente 1,82<br />

-2,28 9,93 4<br />

*<br />

F.P. Aberto Horizonte Segurança 4,99 2,87 3,23 2<br />

F.P. Aberto SGF Empresas Prudente 5,33 4,89 2,65 2<br />

CATEGORIA B - Entre 5% e 15% de Acções<br />

F.P. Banif Reforma Activa 6,46 *<br />

F.P. Aberto Protecção 2015<br />

F.P. Aberto Caixa Reforma Activa<br />

0,12<br />

5,39<br />

0,04<br />

-2,53<br />

5,96<br />

3,51<br />

3<br />

2<br />

F.P. Aberto Esp.Sto Multireforma 14,24 4,03 3,86 2<br />

F.P. Aberto Futuro Clássico 6,77 2,56 2,50 2<br />

CATEGORIA C - Entre 15% e 35% de Acções<br />

F.P. Aberto BBVA PME’s 10,87 2,94 7,78 3<br />

F.P. Aberto Protecção 2020<br />

F.P. Aberto Caixa Reforma Valor<br />

2,07<br />

11,73<br />

-2,23<br />

-3,92<br />

9,63<br />

8,61<br />

3<br />

3<br />

F.P. Aberto Esp.Santo Multireforma Plus 16,25 1,44 6,36 3<br />

F.P. Aberto VIVA 10,88 -0,03 5,23 3<br />

F.P. Aberto Horizonte Valorização 11,43 0,79 7,35 3<br />

F.P. Aberto Turismo Pensões 11,88 2,43 7,10 3<br />

CATEGORIA D - Mais de 35% de Acções<br />

F.P. Banif Reforma Jovem 1,44 *<br />

F.P. Aberto Esp.Santo Multireforma Acções 42,99 *<br />

F.P. Aberto Horizonte Valorização Mais 15,62 1,20 11,47 4<br />

Fonte: Euronext Lisboa e APFIPP<br />

Nota 1: As rentabilidades são as calculadas e divulgadas semanalmente pela<br />

Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios<br />

(APFIPP). Esta informação é actualizada nesta página na edição de cada quarta-feira,<br />

excepto quando seja especificado o contrário.


Fundos Internacionais<br />

Fundo Último<br />

valor€<br />

Divisa<br />

Amundi Funds Class Classic S<br />

ARBITRAGE INFLATION EUR 107.42<br />

ASIAN GROWTH USD 23.29<br />

DYNARBITRAGE FOREX EUR 110.05<br />

DYNARBITRAGE VAR 4 (EUR) EUR 111.88<br />

DYNARBITRAGE VOLATILITY EUR 115.53<br />

EMERGING MARKETS USD 29.77<br />

EURO CORPORATE BOND EUR 15.07<br />

EURO QUANT EUR 6.29<br />

EUROPEAN BOND EUR 140.6<br />

GREATER CHINA USD 25.37<br />

PARVEST<br />

www.bnpparibas-ip.com<br />

Número Verde 800 844 109<br />

PARVEST EURO PREMIUM EUR 103.56<br />

PARVEST ABS EUR 72<br />

PARVEST ABS RET CURR. 10 EUR 103.16<br />

PARVEST ABS RET EUROPE LS EUR 98.76<br />

PARVEST ABS RET EUROPEAN BOND<br />

PARVEST ABSOLUTE RETURN<br />

EUR 108.01<br />

GLOBAL BOND (USD) USD 107.92<br />

PARVEST ABS RET MULTI ASS. 4 EUR 103.28<br />

PARVEST ABS RET MULTI ASS. 4 (USD) USD 103<br />

PARVEST AGRICULTURE EUR 78.78<br />

PARVEST ASIA USD 301.06<br />

PARVEST ASIAN CONVERTIBLE BOND USD 344.53<br />

PARVEST AUSTRALIA AUD 713.16<br />

PARVEST DIVERSIFIED (DYNAMIC) EUR 188.03<br />

PARVEST BRAZIL USD 154.42<br />

PARVEST BRIC USD 151.89<br />

PARVEST CHINA USD 297.04<br />

PARVEST DIVERSIFIED (PRUDENT) EUR 129.47<br />

PARVEST CONVERGING EUROPE EUR 122.47<br />

PARVEST CREDIT STRATEGIES EUR 37.83<br />

PARVEST EMERGING MARKETS USD 347.47<br />

PARVEST EMERGING MARKETS BOND USD 317.95<br />

PARVEST EMERGING MKTS EUROPE EUR 169.44<br />

PARVEST ENHANCED EONIA 1 YEAR EUR 107.38<br />

PARVEST ENHANCED EONIA 6 MONTHS EUR 107.17<br />

PARVEST ENHANCED EONIA EUR 117.6<br />

PARVEST EONIA PREMIUM EUR 113.34<br />

PARVEST EURO BOND EUR 177.76<br />

PARVEST EURO CORP BD SUST DVP EUR 115.01<br />

PARVEST EURO CORPORATE BOND EUR 141.67<br />

PARVEST EURO EQUITIES EUR 113.74<br />

PARVEST EURO GOVERNMENT BOND EUR 301.85<br />

PARVEST EURO INFLATION-LINKED BD EUR 122.03<br />

PARVEST EURO LONG TERM BOND EUR 116.03<br />

PARVEST EURO MEDIUM TERM BOND EUR 158.97<br />

PARVEST EURO SHORT TERM BOND EUR 116.96<br />

PARVEST EURO SMALL CAP EUR 184.72<br />

PARVEST EUROPE ALPHA EUR 100.13<br />

PARVEST EUROPE DIVIDEND EUR 63.89<br />

PARVEST EUROPE FINANCIALS EUR 68.91<br />

PARVEST EUROPE GROWTH EUR 173.74<br />

PARVEST EUROPE LS30 EUR 65.94<br />

PARVEST EUROPE MID CAP EUR 394.96<br />

PARVEST EUROPE REAL ESTATE SEC. EUR 59.8<br />

PARVEST EUROPE SMALL CAP EUR 80.76<br />

PARVEST EUROPE SUSTAINABLE DVPT EUR 79.77<br />

PARVEST EUROPE VALUE EUR 117.56<br />

PARVEST CORP BOND OPPORTUNITIES EUR 112.12<br />

PARVEST ENVIRONM OPPORTUNITIES EUR 102.53<br />

PARVEST EUROPEAN BOND EUR 301.14<br />

PARVEST EUROPEAN CONVERT BOND EUR 123.88<br />

PARVEST EUROPEAN HIGH YIELD BD EUR 111.45<br />

PARVEST EUROPEAN SM CONVERT BD EUR 115.35<br />

PARVEST FRANCE EUR 375.28<br />

PARVEST GERMAN EQUITIES EUR 82.22<br />

PARVEST GLOBAL BOND USD 41.81<br />

PARVEST GLOBAL BRANDS USD 267.96<br />

PARVEST GLOBAL CORPORATE BOND USD 120.22<br />

PARVEST GLOBAL ENVIRONNEMENT EUR 100.96<br />

PARVEST GLOBAL EQUITIES USD 120.53<br />

PARVEST GLOBAL HIGH YIELD BOND USD 121.01<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

PARVEST GLOBAL INFL LKD BD EUR 116.25<br />

PARVEST GLOBAL RESOURCES USD 229.15<br />

PARVEST GLOBAL TECHNOLOGY USD 92.39<br />

PARVEST INDIA USD 172.47<br />

PARVEST JAPAN JPY 3345<br />

PARVEST JAPAN SMALL CAP JPY 3617<br />

PARVEST JAPAN YEN BOND JPY 20671<br />

PARVEST LATIN AMERICA USD 804.2<br />

PARVEST NEXT GENERATION EUR 117.73<br />

PARVEST RUSSIA USD 80.81<br />

PARVEST SHORT TERM (CHF) CHF 307.677<br />

PARVEST SHORT TERM (DOLLAR) USD 203.264<br />

PARVEST SHORT TERM (EURO) EUR 206.913<br />

PARVEST SHORT TERM (STERLING) GBP 195.44<br />

PARVEST SOUTH KOREA USD 90.01<br />

PARVEST STEP 90 EURO EUR 1284.94<br />

PARVEST SWITZERLAND CHF 565.96<br />

PARVEST TARGET RETURN PLUS (EURO) EUR 113.88<br />

PARVEST TARGET RETURN PLUS (USD) USD 220.13<br />

PARVEST TURKEY EUR 149.95<br />

PARVEST UK GBP 120.45<br />

PARVEST US DOLLAR BOND USD 401.38<br />

PARVEST US HIGH YIELD BOND USD 169.95<br />

PARVEST US MID CAP USD 116.77<br />

PARVEST US SMALL CAP USD 426.09<br />

PARVEST US VALUE USD 83.12<br />

PARVEST USA USD 73.42<br />

PARVEST USA LS30 USD 76.16<br />

BNP PARIBAS INSTICASH<br />

BNP PARIBAS INSTICASH CHF CHF 106.797<br />

BNP PARIBAS INSTICASH EUR EUR 115.459<br />

BNP PARIBAS INSTICASH GBP GBP 127.256<br />

BNP PARIBAS INSTICASH USD USD 116.895<br />

PARWORLD<br />

PARWORLD DYNALLOCATION EUR 106.17<br />

PARWORLD EMERGING STEP 80 (EURO) EUR 113.65<br />

PARWORLD QUAM 10 EUR 117.03<br />

PARWORLD QUAM 15 EUR 112.38<br />

PARWORLD TRACK COMMODITIES EUR 54.62<br />

PARWORLD TRACK CONTINENT EUROPE EUR 70.85<br />

PARWORLD TRACK JAPAN EUR 78.59<br />

PARWORLD TRACK NORTH AMERICA EUR 83.47<br />

PARWORLD TRACK UK EUR 72.79<br />

www.bnymellonam.com<br />

Fundo Divisa Valor<br />

BNY Mellon Global Funds, plc<br />

BNY MELLON ASIAN EQUITY FUND A USD 2.9187<br />

BNY MELLON BRAZIL EQ FUND A USD 1.1471<br />

BNY MELLON CONT. EUROP. EQ. FUND A EUR 1.1174<br />

BNY MELLON EMRG. MKTS DBT LCL CUR A EUR 1.0953<br />

BNY MELLON EMRG. MKTS DEBT A USD 1.4996<br />

BNY MELLON EURO GVT BOND INDEX A EUR 1.3880<br />

BNY MELLON EVOL. CURR.OPTION A EUR 80.186<br />

BNY MELLON EVOL. GLB ALPHA A EUR 85.838<br />

BNY MELLON GL. BOND EUR HEDGED H<br />

BNY MELLON GLOBAL EMERGING<br />

EUR 1.1798<br />

MARKETS EQUITY VALUE FUND EUR 2.6549<br />

BNY MELLON GLB H.YLD BOND FUND A EUR 1.2830<br />

BNY MELLON GLOBAL BOND FUND A USD 1.9591<br />

BNY MELLON GLOBAL EQUITY FUND A USD 1.3571<br />

BNY MELLON GLOBAL INTREPID FUND A USD 1.5063<br />

BNY MELLON GLOBAL REAL RETURN FUND<br />

BNY MELLON GLOBAL PROPERTY<br />

EUR 1.0164<br />

SECURITIES FUND USD 0.7535<br />

BNY MELLON JAPAN EQ. VALUE FUND A EUR 48.072<br />

BNY MELLON JAPAN EQUITY FUND A<br />

BNY MELLON LONG-TERM GLOBAL<br />

EUR 0.6391<br />

EQUITY FUND USD 0.9212<br />

BNY MELLON PAN EUROP EQ. FUND A USD 1.5221<br />

BNY MELLON S&P 500 INDEX A USD 1.0488<br />

BNY MELLON SMALL CAP EURO. FUND A EUR 2.0820<br />

BNY MELLON STERLING BOND FUND A EUR 1.0314<br />

BNY MELLON UK EQUITY FUND A EUR 0.9477<br />

BNY MELLON US DYN. VALUE FUND A USD 1.4406<br />

BNY MELLON US EQUITY FUND A<br />

BNY MELLON VIETNAM,<br />

USD 0.8709<br />

INDIA & CHINA (VIC) FUND USD 1.4581<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

Dexia Bonds Fundo Divisa Valor<br />

DB EMERGING MARKETS CCAP USD 1531.84<br />

DB EMERGING MARKETS ICAP USD 1599.23<br />

DB EMERGING MARKETS NCAP USD 1407.19<br />

DB EURO CCAP EUR 916.03<br />

DB EURO ICAP EUR 946.81<br />

DB EURO NCAP EUR 892.62<br />

DB EURO CONVERGENCE CCAP EUR 2618.19<br />

DB EURO CONVERGENCE ICAP EUR 2691.88<br />

DB EURO CONVERGENCE NCAP EUR 2553.77<br />

DB EURO CORPORATE CCAP EUR 5633.37<br />

DB EURO CORPORATE ICAP EUR 5738.5<br />

DB EURO CORPORATE NCAP EUR 111.87<br />

DB EURO GOVERNMENT CCAP EUR 1783.62<br />

DB EURO GOVERNMENT ICAP EUR 1837.94<br />

DB EURO GOVERNMENT NCAP EUR 1739.96<br />

DB EURO GOVERNMENT PLUS CCAP EUR 773.41<br />

DB EURO GOVERNMENT PLUS ICAP EUR 800.2<br />

DB EURO GOVERNMENT PLUS NCAP EUR 757.42<br />

DB EURO HIGH YIELD CCAP EUR 636.48<br />

DB EURO HIGH YIELD ICAP EUR 657.61<br />

DB EURO HIGH YIELD NCAP EUR 600.87<br />

DB EURO INFLATION LINKED CCAP EUR 130.12<br />

DB EURO INFLATION LINKED ICAP EUR 133.53<br />

DB EURO INFLATION LINKED NCAP EUR 127.64<br />

DB EURO LONG TERM CCAP EUR 5411.91<br />

DB EURO LONG TERM ICAP EUR 5617.01<br />

DB EURO LONG TERM NCAP EUR 5277.6<br />

DB EURO SHORT TERM CCAP EUR 1901.98<br />

DB EURO SHORT TERM ICAP EUR 1942.95<br />

DB EURO SHORT TERM NCAP EUR 1834.75<br />

DB EUROPE CCAP EUR 4568.2<br />

DB EUROPE ICAP EUR 4671.12<br />

DB EUROPE NCAP EUR 4483.57<br />

DB EUROPE CONVERTIBLE CCAP EUR 307.65<br />

DB EUROPE CONVERTIBLE ICAP EUR 316.68<br />

DB EUROPE CONVERTIBLE NCAP EUR 291.54<br />

DB EUROPE GOVERNMENT PLUS CCAP EUR 755.46<br />

DB EUROPE GOVERNMENT PLUS NCAP EUR 732.73<br />

DB GLOBAL HIGH YIELD CCAP EUR 126.15<br />

DB GLOBAL HIGH YIELD ICAP EUR 128.49<br />

DB GLOBAL HIGH YIELD NCAP EUR 122.4<br />

DB INTERNATIONAL CCAP EUR 831.33<br />

DB INTERNATIONAL ICAP EUR 860.52<br />

DB INTERNATIONAL NCAP EUR 796.98<br />

DB MORTGAGES CCAP EUR 130.4<br />

DB MORTGAGES ICAP EUR 134.27<br />

DB MORTGAGES NCAP EUR 125.78<br />

DB TOTAL RETURN CCAP EUR 114.22<br />

DB TOTAL RETURN ICAP EUR 1160.99<br />

DB TOTAL RETURN NCAP EUR 110.24<br />

DB TREASURY MANAGEMENT CCAP EUR 3610.04<br />

DB TREASURY MANAGEMENT ICAP EUR 3653.4<br />

DB TREASURY MANAGEMENT NCAP EUR 3561.32<br />

DB USD CCAP USD 784.29<br />

DB USD ICAP USD 812.92<br />

DB USD NCAP USD 763.81<br />

DB USD GOVERNMENT CCAP USD 2924.18<br />

DB USD GOVERNMENT ICAP USD 3022.3<br />

DB USD GOVERNMENT NCAP USD 2850.76<br />

DB WORLD GOV PL CCAP EUR 107.74<br />

DB WORLD GOV PL ICAP EUR 110.18<br />

DB WORLD GOV PL NCAP EUR 105.57<br />

D EQ L ASIA PREM USD 16.57<br />

D EQ L AUSTRALIA AUD 724.14<br />

D EQ L BIOTECH USD 127.24<br />

D EQ L EMERG EUROPE EUR 70.3<br />

D EQ L EMERG MKTS EUR 523.02<br />

D EQ L EMU EUR 66.93<br />

D EQ L EUR 50 EUR 425.95<br />

D EQ L EUROP EUR 626.51<br />

D EQ L EUROPE VALUE EUR 78.81<br />

D EQ L EURP ENG SECT EUR 145.08<br />

D EQ L EURP FIN SECT EUR 76.85<br />

D EQ L EURP HIGH DIV EUR 73.6<br />

D EQ L JAPAN JPY 12922<br />

D EQ L SPAIN EUR 77.2<br />

D EQ L SUST GREEN PLANET EUR 62.41<br />

D EQ L SUST WORLD EUR 153.06<br />

D EQ L UNITED KINGDOM GBP 235.01<br />

D EQ L WORLD USD 36.89<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 45<br />

FUNDOS DE INVESTIMENTO INTERNACIONAIS<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

Fundo Classe Valor<br />

ABS ATTIVO EUR 106.69<br />

ABS PRUDENTE EUR 108.13<br />

BOND CHF EUR 124.08<br />

BOND CHF EUR 136.28<br />

BOND CONVERTIBLE EUR 60.41<br />

BOND EMERGING MARKETS EUR 212.67<br />

BOND EMERGING MARKETS EUR 261.59<br />

BOND EUR LONG TERM EUR 161.24<br />

BOND EUR MEDIUM TERM EUR 294.96<br />

BOND EUR SHORT TERM EUR 136.46<br />

BOND GBP EUR 133.57<br />

BOND GBP EUR 113.31<br />

BOND HIGH YIELD EUR 146.1<br />

BOND INFLATION LINKED EUR 120.13<br />

BOND JPY EUR 105.72<br />

BOND JPY EUR 148.56<br />

BOND USD EUR 131.55<br />

BOND USD EUR 189.66<br />

CASH EUR EUR 110.78<br />

CASH USD EUR 97.49<br />

EQUITY BANKS EUR 48.34<br />

EQUITY CHINA EUR 89.38<br />

EQUITY CONSUMER DISCRETIONARY EUR 133.3<br />

EQUITY CONSUMER STAPLES EUR 123.3<br />

EQUITY CONSUMER STAPLES EUR 135.68<br />

EQUITY DURABLE GOODS EUR 128.03<br />

EQUITY EM.MKT EUR MID.EAST&AFRICA EUR 163.19<br />

EQUITY EMERGING MARKETS ASIA EUR 145.66<br />

EQUITY ENERGY & MATERIALS EUR 131.4<br />

EQUITY ENERGY & MATERIALS EUR 133.21<br />

EQUITY EURO EUR 79.58<br />

EQUITY EUROPE EUR 82.25<br />

EQUITY FINANCIAL EUR 50.18<br />

EQUITY GREAT BRITAIN EUR 50.57<br />

EQUITY GREAT BRITAIN EUR 64.96<br />

EQUITY HIGH TECH EUR 60.09<br />

EQUITY HIGH TECH EUR 54.44<br />

EQUITY INDUSTRIALS EUR 146.27<br />

EQUITY INDUSTRIALS EUR 135.24<br />

EQUITY ITALY EUR 73.16<br />

EQUITY JAPAN EUR 76.97<br />

EQUITY JAPAN EUR 57.69<br />

EQUITY LATIN AMERICA EUR 375.82<br />

EQUITY NORTH AMERICA EUR 61.03<br />

EQUITY NORTH AMERICA EUR 88.8<br />

EQUITY OCEANIA EUR 152.54<br />

EQUITY OCEANIA EUR 175.01<br />

EQUITY PHARMA EUR 71.91<br />

EQUITY PHARMA EUR 63.6<br />

EQUITY SMALL CAP EUROPE EUR 399.32<br />

EQUITY TELECOMMUNICATION EUR 48.7<br />

EQUITY TELECOMMUNICATION EUR 46.07<br />

EQUITY UTILITIES EUR 102.58<br />

EQUITY UTILITIES EUR 94.65<br />

OBIETTIVO BILANCIATO EUR 221.71<br />

ORIZZONTE PROTETTO 12 EUR 115.26<br />

ORIZZONTE PROTETTO 24 EUR 119.06<br />

ORIZZONTE PROTETTO 6 EUR 110.53<br />

VALORE EQUILIBRIO EUR 106.58<br />

VALORE EQUILIBRIO EUR 114.62<br />

www.franklintempleton.com.pt<br />

Tel: +34 91 426 3600<br />

FRANKLIN BIOTECH DISCOVERY FD N (ACC) USD 8.76<br />

FRANKLIN EUROPEAN GRTH FD N (ACC) EUR 8.28<br />

FRANKLIN EUROPEAN S-M CAP GRTH FD N (ACC) EUR 18.45<br />

FRANKLIN GLOBAL GRTH FD N (ACC) USD 9.63<br />

FRANKLIN GLOBAL S-M CAP GRTH FD N (ACC) USD 18.01<br />

FRANKLIN HIGH YIELD (EURO) FD N (ACC) EUR 11.55<br />

FRANKLIN HIGH YIELD FD N (ACC) USD 13.33<br />

FRANKLIN INCOME FD N (ACC) USD 15.66<br />

FRANKLIN MUTUAL BEACON FD N (ACC) EUR 17.78<br />

FRANKLIN MUTUAL BEACON FD N (ACC) USD 23.48<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

FRANKLIN MUTUAL EUROPEAN FD N (ACC) EUR 13.96<br />

FRANKLIN MUTUAL EUROPEAN FD N (ACC) USD 18.33<br />

FRANKLIN TECHNOLOGY FD N (ACC) USD 5.64<br />

FRANKLIN TECHNOLOGY FD N (ACC) EUR 4.28<br />

FRANKLIN TEMPLETON GB GRTH & VA FD N (ACC) USD 16.65<br />

FRANKLIN TEMPLETON JAPAN FD N (ACC) EUR 4.04<br />

FRANKLIN US EQUITY FD N (ACC) EUR 10.62<br />

FRANKLIN US EQUITY FD N (ACC) USD 14.02<br />

FRANKLIN US GOVERNMENT FD N (ACC) USD 13.05<br />

FRANKLIN US GOVERNMENT FD N (DIS) USD 9.54<br />

FRANKLIN US OPPORTUNITIES N (ACC) USD 13.99<br />

FRANKLIN US S-M CAP GRTH FD N (ACC) USD 10.29<br />

FRANKLIN US TOTAL RET FD N (DIS) USD 10.16<br />

FRANKLIN US ULT SHT TR BD FD N (DIS) USD 9.6<br />

TEMPLETON ASIAN GRTH FD N (ACC) USD 40.65<br />

TEMPLETON CHINA FD N (ACC) USD 22.53<br />

TEMPLETON EASTERN EUROPE FD N (ACC) EUR 28.67<br />

TEMPLETON EMERGING MARKETS BD FD N (ACC) USD 27.84<br />

TEMPLETON EMERGING MARKETS FD N (ACC) EUR 14.62<br />

TEMPLETON EMERGING MARKETS FD N (ACC) USD 19.26<br />

TEMPLETON EURO LIQ RES FD N (ACC) EUR 10.75<br />

TEMPLETON EUROLAND BD FD N (ACC) EUR 11<br />

TEMPLETON EUROLAND FD N (ACC) EUR 7.68<br />

TEMPLETON EUROPEAN FD N (ACC) USD 17.19<br />

TEMPLETON EUROPEAN FD N (ACC) EUR 13.01<br />

TEMPLETON EUROPEAN TOTAL RET FD N (ACC) EUR 10.53<br />

TEMPLETON GLOBAL BD FD N (ACC) EUR 11.71<br />

TEMPLETON GLOBAL (EURO) FD N (ACC) EUR 10.66<br />

TEMPLETON GLOBAL BALANCED FD N (ACC) EUR 11.37<br />

TEMPLETON GLOBAL BD (EURO) FD N (ACC) EUR 12.46<br />

TEMPLETON GLOBAL BD FD N (ACC) USD 24.46<br />

TEMPLETON GLOBAL EQUITY INCOME FD N (ACC) USD 9.72<br />

TEMPLETON GLOBAL FD N (ACC) USD 17.47<br />

TEMPLETON GLOBAL INCOME FD N (ACC) USD 13.53<br />

TEMPLETON GLOBAL SMLL COMPANIES FD N (ACC) USD 21.74<br />

TEMPLETON GLOBAL TOTAL RET FD N (ACC) USD 21.58<br />

TEMPLETON GRTH (EURO) FD N (ACC) EUR 8.64<br />

TEMPLETON KOREA FD N (ACC) USD 14.65<br />

TEMPLETON LATIN AMERICA FD N (ACC) USD 43.71<br />

TEMPLETON THAILAND FD N (ACC) USD 14.5<br />

TEMPLETON US DOLLAR LIQ RES FD N (ACC) USD 11.15<br />

TEMPLETON US VALUE FD N (ACC) USD 10.<br />

28-04-2010<br />

JF ASIA DI V.D USD USD 240.53<br />

JF ASIA EQ D USD USD 21.03<br />

JF ASIA PAC EX-JAP EQ DAAC EUR EUR 9.53<br />

JF CHINA D USD USD 34.83<br />

JF GR CH D USD USD 30.17<br />

JF HG KG D USD USD 26.47<br />

JF INDIA D USD USD 49.35<br />

JF JAP EQ DACC EUR EUR 3.94<br />

JF JAP EQ D USD USD 6.36<br />

JF PAC EQ DACC EUR EUR 6.7<br />

JF PAC EQ DACC USD USD 13.37<br />

JF SINGA D USD USD 39.56<br />

JF TAIWAN D USD USD 12.65<br />

JPM AME EQ DACC EUR EUR 7.13<br />

JPM AME EQ DACC EUR (HDG) EUR 6.48<br />

JPM EM MK DBT DACC EUR EUR 11.75<br />

JPMEMMKEQDACCEUR EUR 9.13<br />

JPM EMER MIDDLE EAST EQ D USD USD 21.82<br />

JPM EURO DY DACC USD USD 17.49<br />

JPM EURO LIQ RES DACC EUR EUR 108.6<br />

JPM EURO DY MEGA C DACC EUR EUR 8.32<br />

JPM EURO DY MEGA C DACC USD USD 9.08<br />

JPM EUROP EQ DACC USD USD 10.01<br />

JPM EUROP FOC DACC EUR EUR 8.28<br />

JPM EUROP FOC DACC USD USD 10.36<br />

JPM EUROP RECOV DACC EUR EUR 186.44<br />

JPM EUROP SEL EQ DACC EUR EUR 72.11<br />

JPM EUROP SEL EQ DACC USD USD 105.1<br />

JPM EUROP ST DIV DACC EUR EUR 97.27<br />

JPM GB BAL USD DACC USD USD 145.59<br />

JPM GB CAP APP DACC EUR EUR 103.89<br />

JPM GB CAP PRE DACC USD USD 115.64<br />

JPM GB CAP PRE EUR DACC EUR EUR 125.73<br />

JPM GB CAP PRE EUR DACC SEK (HDG) SEK 979.51<br />

JPM GB CONVS USD D USD USD 131.2


46 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

FUNDOS DE INVESTIMENTO INTERNACIONAIS<br />

Fundos Internacionais<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

JPM GB CONVS FUND EUR DACC EUR EUR 10.46<br />

JPM GB DY DACC EUR EUR 6.38<br />

JPM GB DY DACC EUR (HDG) EUR 5.16<br />

JPM GB EQ USD DACC EUR (HDG) EUR 6.04<br />

JPM GB FOC DACC EUR EUR 19.68<br />

JPM GB FOC DACC EUR (HDG) EUR 8.3<br />

JPM GB HY BD DACC EUR EUR 139.79<br />

JPM GB NAT RE DACC USD USD 11.55<br />

JPM GB T RE DACC EUR EUR 104.55<br />

JPM HIGH STAT MKT NT DACC EUR EUR 107.83<br />

JPM HIGH STAT MKT NT DACC USD (HDG) USD 144.82<br />

JPM HIGH US STEEP DACC EUR (HDG) EUR 8.99<br />

JPM JAP 50 EQ DACC JPY JPY 6977<br />

JPM JAP SEL EQ DACC JPY JPY 9419<br />

JPM RUSSIA DACC USD USD 11.46<br />

JPM US AG BD DACC USD USD 14.74<br />

JPMUSDYDACCEUR EUR 5.65<br />

JPM US DY DACC USD USD 12.39<br />

JPM US EQ DACC EUR (HDG) EUR 62.89<br />

JPM US EQ DACC USD USD 85.67<br />

JPM US SEL EQ DACC EUR (HDG) EUR 70.99<br />

JPM US SEL 130/30 DACC EUR (HDG) EUR 6.39<br />

JPM US SEL 130/30 DACC USD USD 9.02<br />

JPM US STRATEGIC GR DACC EUR (HDG) EUR 6.36<br />

JPM US VAL DACC EUR (HDG) EUR 6.38<br />

JPMF AME EQ D USD USD 9.93<br />

JPMF AME LC D USD USD 8.88<br />

JPMF EAST EUR EQ D EUR EUR 33.91<br />

JPMF EM EUR EQ D USD USD 42.4<br />

JPMF EM MKT EQ D USD USD 33.4<br />

JPMF EUR GB BAL FUND D EUR EUR 126.72<br />

JPMF EUROL EQ D EUR EUR 7.67<br />

JPMF EUROP CONVERG EQ D EUR EUR 26.77<br />

JPMF EUROP DY D EUR EUR 11.81<br />

JPMF EUROP EQ D EUR EUR 7.72<br />

JPMF EUROP SM CAP D EUR EUR 9.31<br />

JPMF EUROP STRAT GR D EUR EUR 7.45<br />

JPMF EUROP STRAT VAL D EUR EUR 11.15<br />

JPMF GERM EQ D-EUR EUR 2.56<br />

JPMF GB DY D USD USD 13.11<br />

JPMF GB EQ D USD USD 9.38<br />

JPMF GLB NA RE DACC EUR EUR 13.95<br />

JPMF LAT AM EQ D USD USD 45.71<br />

JPMF US ST GR D USD USD 5.58<br />

JPMF US ST VAL D USD USD 12.76<br />

JPM US TECH D EUR EUR 8.58<br />

Fundo Divisa Valor<br />

ALPHA ADV. EUROPE FIXED INCOME B EUR 29.98<br />

ASIAN EQUITY B EUR 25.27<br />

ASIAN PROPERTY B EUR 10.09<br />

COMMODITIES ACTIVE GSLE B EUR 14.32<br />

DIVERSIFIED ALPHA PLUS B EUR 26.41<br />

EMERG EUROP, M-EAST & AFRICA EQ B EUR 54.6<br />

EMERGING MARKETS DEBT B EUR 42.41<br />

EMERGING MARKETS DOMESTIC DEBT B EUR 24.57<br />

EMERGING MARKETS EQUITY B EUR 23.47<br />

EURO BOND B EUR 10.88<br />

EURO CORPORATE BOND B EUR 33.12<br />

EURO LIQUIDITY B EUR 11.8967<br />

EURO STRATEGIC BOND B EUR 29.29<br />

EUROPEAN CURR. HIGH YIELD BOND B EUR 13.25<br />

EUROPEAN EQUITY ALPHA B EUR 23.91<br />

EUROPEAN PROPERTY B EUR 15.89<br />

EUROPEAN SMALL CAP VALUE B EUR 33.86<br />

EUROZONE EQUITY ALPHA B EUR 6.54<br />

FX ALPHA PLUS RC 200 B EUR 25.22<br />

FX ALPHA PLUS RC 400 B EUR 24.86<br />

FX ALPHA PLUS RC 800 B EUR 24.02<br />

GLOBAL BOND B EUR 23.01<br />

GLOBAL BRANDS B EUR 38.05<br />

GLOBAL CONVERTIBLE BOND B EUR 23.51<br />

GLOBAL PROPERTY B EUR 13.52<br />

GLOBAL SMALL CAP VALUE B EUR 23.81<br />

GLOBAL VALUE EQUITY B EUR 23.83<br />

INDIAN EQUITY B EUR 21.03<br />

JAPANESE EQUITY ADVANTAGE B EUR 15.07<br />

JAPANESE VALUE EQUITY B EUR 6.13<br />

LATIN AMERICAN EQUITY B EUR 43.97<br />

SHORT MATURITY EURO BOND B EUR 16.88<br />

US ADVANTAGE B EUR 20.32<br />

US GROWTH B EUR 22.4<br />

US PROPERTY B EUR 27.21<br />

US SMALL CAP GROWTH B EUR 25.78<br />

US VALUE EQUITY B EUR 12.89<br />

USD LIQUIDITY B USD 12.5471<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

+34 91 538 25 00<br />

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Fundo Divisa Valor<br />

PICTET-ABSL RTN GLO DIV-R EUR EUR 106.9<br />

PICTET-AGRICULTURE-R EUR EUR 130.04<br />

PICTET-ASIAN EQ (EXJPN)-HR EUR EUR 119.91<br />

PICTET-ASIAN EQ (EXJPN)-R USD USD 154.95<br />

PICTET-ASIAN EQ (EXJPN)-R EUR EUR 117.5<br />

PICTET-ASN LCL CCY DBT-R USD USD 130.66<br />

PICTET-BIOTECH-HR EUR EUR 215.15<br />

PICTET-BIOTECH-R USD USD 282.37<br />

PICTET-BIOTECH-R EUR EUR 212.06<br />

PICTET-EASTERN EUROPE-R EUR EUR 366.63<br />

PICTET-EM LCL CCY DBT-HR EUR EUR 111.48<br />

PICTET-EM LCL CCY DBT-H USD USD 167.1<br />

PICTET-EMERGING MARKETS-HR EUR EUR 353.49<br />

PICTET-EMERGING MKTS LDX-R USD USD 227.18<br />

PICTET-EMERGING MARKETS-R USD USD 508.16<br />

PICTET-EUR BONDS-R EUR 386.39<br />

PICTET-EUR CORPORATE BONDS-R EUR 151.44<br />

PICTET-EUR GOVERNMENT BONDS-R EUR 116.04<br />

PICTET-EUR HIGH YIELD-R EUR 156.99<br />

PICTET-EUR INFLATION LK BDS-R EUR 110.98<br />

PICTET-EUR LIQUIDITY-R EUR 133.54<br />

PICTET-EUR SMT BONDS-R EUR 119.69<br />

PICTET-EUROLAND INDEX-R EUR EUR 86.45<br />

PICTET-EUROPEAN SUST EQ-R EUR EUR 135.43<br />

PICTET-EUROPE INDEX-R EUR EUR 102<br />

PICTET-EU EQUITIES SEL-R EUR 404.31<br />

PICTET-EUR SOVEREIGN LIQUIDITY-R EUR 102.14<br />

PICTET-GENERICS-HR EUR EUR 106.81<br />

PICTET-GENERICS-R USD USD 134.58<br />

PICTET-GLOBAL EM CCY-HR EUR EUR 66.02<br />

PICTET-GLOBAL EM CCY-R USD USD 103.35<br />

PICTET-GLO MEGATREND SEL-R USD USD 136.98<br />

PICTET-GLO EMERGING DEBT-HR EUR EUR 187.13<br />

PICTET-GLO EMERGING DEBT-R USD USD 245.84<br />

PICTET-GLO MEGATREND SEL-R EUR EUR 103.87<br />

PICTET-GREATER CHINA-R USD USD 325.55<br />

PICTET-INDIAN EQUITIES-R USD USD 369.32<br />

PICTET-JAPAN INDEX-R JPY JPY 9385.42<br />

PICTET-JAPANESE EQ SEL-HR EUR EUR 55.8<br />

PICTET-JAPANESE EQ SEL-R JPY JPY 7921.97<br />

PICTET-JAPANESE EQ SEL-R EUR EUR 64.04<br />

PICTET-JAPANESE EQ 130/30-R JPY JPY 4670.29<br />

PICTET-JAPANESE EQ 130/30-R EUR EUR 37.75<br />

PICTET-JAPANESE SMID CAP-R EUR EUR 65.75<br />

PICTET-JAPANESE SMID CAP-R JPY JPY 8133.53<br />

PICTET-LATAM LC CCY DBT-R USD USD 125.42<br />

PICTET-MENA-HR EUR EUR 31.89<br />

PICTET-MENA-R USD USD 50.97<br />

PICTET-PAC EXJPN LDX-R USD USD 272.59<br />

PICTET-PREMIUM BRANDS- EUR EUR 73.01<br />

PICTET-RUSSIAN EQUITIES-R USD USD 72.76<br />

PICTET-SECURITY-R USD USD 103.51<br />

PICTET-SMALL CAP EUROPE-R EUR EUR 480.36<br />

PICTET-TIMBER-R USD USD 111.51<br />

PICTET-US EQ GR SEL-HR EUR EUR 78.81<br />

PICTET-US EQ GR-R USD USD 103.92<br />

PICTET-USA INDEX-R USD USD 94.29<br />

PICTET-USD GOVERNMENT BONDS-R USD 503.56<br />

PICTET-USD LIQUIDITY-R USD 128.6<br />

PICTET-USD SHORT MID-TERM BDS-R USD 120.86<br />

PICTET-USD SOVEREIGN LIQUIDITY-R USD 101.25<br />

PICTET-TIMBER-R EUR EUR 84.56<br />

PICTET-US EQUITY VALUE SEL-HR EUR EUR 87.38<br />

PICTET-US EQUITY VALUE SEL-R USD USD 123.56<br />

PICTET-WATER-R EUR EUR 128.42<br />

PICTET-WORLD GVT BONDS-R EUR EUR 120.02<br />

Pioneer P.F. - Global Changes EUR 48.39<br />

Pioneer P.F. - Global Changes EUR 1137.98<br />

Pioneer P.F. - Global Changes EUR 1099.65<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive EUR 49.29<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive CZK 919.62<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive EUR 6<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive USD 7.99<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive EUR 5.69<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive EUR 6.256<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive EUR 5.85<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive Plus EUR 4.75<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive Plus USD 6.32<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive Plus EUR 4.47<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive Plus EUR 4.882<br />

Pioneer P.F. - Global Defensive Plus EUR 4.588<br />

Pioneer P.F. - Global Dynamic CZK 798.28<br />

Pioneer P.F. - Global Dynamic EUR 46.13<br />

Pioneer P.F. - Global Dynamic EUR 4.424<br />

Pioneer P.F. - Global Dynamic EUR 4.321<br />

Pioneer P.F. - Global Progressive CZK 634.17<br />

Pioneer P.F. - Global Progressive EUR 35.67<br />

Pioneer P.F. - Global Progressive EUR 3.565<br />

Pioneer P.F. - Global Progressive EUR 3.485<br />

www.schroders.pt<br />

SISF US Large Cap A Acc 65.19 USD<br />

SISF Korean Equity A Acc 42.61 USD<br />

SISF Swiss Equity Opports A Acc 113.78 CHF<br />

SISF Swiss Small & Mid Cap A Acc 21.25 CHF<br />

SISF Strategic Bond A Acc 127.58 USD<br />

SISF US Dollar Bond A Acc 17.96 USD<br />

SISF US Small & Mid-Cap Eq A Acc 140.99 USD<br />

SISF US Dollar Liquidity A Acc 105.39 USD<br />

SISF Middle East A Acc 8.43 USD<br />

SISF Glob Cred Dur Hdg A Acc 109.62 EUR<br />

SISF Taiwanese Equity A Acc 10.29 USD<br />

SISF US All Cap A Acc 97.24 USD<br />

SISF World Def 3 Monthly A Acc 80.54 EUR<br />

SISF EURO Government Liquidity A Acc 100.07 EUR<br />

SISF Global Managed Currency A Acc 101.62 USD<br />

SISF China Opps HKD A Acc 9.68 HKD<br />

SISF Glob Tact Asset Alloc A Acc 103.87 USD<br />

SISF Glob Mgd Ccy EUR A Acc 109.16 EUR<br />

SISF Glob Mgd Ccy GBP A Acc 109.78 GBP<br />

SISF Global Equity AUD Hdg A Acc 101.06 AUD<br />

SISF Glob Corp Bd AUD Hdg A Acc 102 AUD<br />

SISF Em Mk Dt Abs Ret CHF Hdg A Acc 24.75 CHF<br />

SISF Global Conv Bd CHF Hdg A Acc 106.96 CHF<br />

SISF Asian Conv Bd CHF Hdg A Acc 102.46 CHF<br />

SISF Asian Tot Ret EUR Hdg A Acc 122.29 EUR<br />

SISF Asian Conv Bd EUR Hdg A Acc 103.55 EUR<br />

SISF Asian Bond EUR Hg A Acc 100.45 EUR<br />

SISF Em Mk Dt Abs Ret EUR Hg A Acc 28.34 EUR<br />

SISF QEP Glb Act Val EUR Hdg A Acc 73.76 EUR<br />

SISF Global Conv Bd EUR Hdg A Acc 102.27 EUR<br />

SISF Glb Clim Chge Eq EUR Hg A Acc 8.22 EUR<br />

SISF Glbl High Yld EUR Hdg A Acc 27.41 EUR<br />

SISF Glbl Propty Sec EUR Hdg A Acc 97.32 EUR<br />

SISF Global Corporate Bond EUR Hdg A Acc123.74 EUR<br />

SISF Japanese Equity EUR Hdg A Acc 63.19 EUR<br />

SISF Strategic Bond EUR Hdg A Acc 121.66 EUR<br />

SISF US Dollar Bond EUR Hdg A Acc 121.84 EUR<br />

SISF US Small & Mid EUR Hg A Acc 93.28 EUR<br />

SISF US Large Cap EUR Hedged A Acc 87.37 EUR<br />

SISF Glob Mgd Ccy EUR Hdg A Acc 96.86 EUR<br />

SISF BRIC (Braz Ru In Ch) EUR A Acc 145.57 EUR<br />

SISF Emerging Markets EUR A Acc 9.16 EUR<br />

SISF Emerging Asia EUR A Acc 16.74 EUR<br />

SISF QEP Glob Act Value EUR A Acc 96.66 EUR<br />

SISF Glbl Clim Chge Eqty EUR A Acc 8.7 EUR<br />

SISF Global Equity Alpha EUR A Acc 89.15 EUR<br />

SISF Latin American EUR A Acc 36.64 EUR<br />

SISF Global Equity Yield EUR A Acc 73.17 EUR<br />

SISF Greater China EUR A Acc 26.4 EUR<br />

SISF Glbl Emgng Mkt Opps EUR A Acc 13.23 EUR<br />

SISF Global Energy EUR A Acc 26.62 EUR<br />

SISF QEP Global Quality EUR A Acc 89.45 EUR<br />

SISF Middle East EUR A Acc 8.63 EUR<br />

SISF Pacific Equity EUR A Acc 7.4 EUR<br />

SISF US Large Cap EUR A Acc 49.08 EUR<br />

SISF US Sml & Mid-Cap Eq EUR A Acc 105.69 EUR<br />

SISF Asian Conv Bd GBP Hdg A Acc 107.96 GBP<br />

SISF Global Conv Bd GBP Hdg A Acc 109.44 GBP<br />

SISF Asian Local Ccy Bd SGD Hg A Acc 10.3 SGD<br />

SISF Asian Bond SGD Hg A Acc 9.58 SGD<br />

SISF China Opps SGD Hg A Acc 7.14 SGD<br />

SISF Latin American SGD A Acc 67.04 SGD<br />

SISF Pacific Equity SGD A Acc 8.87 SGD<br />

SISF Glbl Clim Chge Eqty SGD A Acc 7.94 SGD<br />

SISF Glb Div Maximsr SGD A Acc 6.55 SGD<br />

SISF Glbl Emgng Mkt Opps SGD A Acc 12.28 SGD<br />

SISF Middle East SGD A Acc 7.12 SGD<br />

SISF Glbl Inf Lkd Bd USD Hdg A Acc 24.75 USD<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

SISF EURO Corporate Bd USD Hd A Acc 113.21 USD<br />

SISF Japanese Equity Alpha USD A Acc 10.11 USD<br />

SISF Japanese Large Cap USD A Acc 8.83 USD<br />

SISF EURO Equity A Dis 18.01 EUR<br />

SISF European Equity Yield A Dis 8.68 EUR<br />

SISF European Large Cap A Dis 129.47 EUR<br />

SISF EURO Bond A Dis 8.16 EUR<br />

SISF Asian Equity Yield A Dis 14.11 USD<br />

SISF Asian Bond A Dis 7.12 USD<br />

SISF Em Europe Debt Abs Ret A Dis 15.02 EUR<br />

SISF European Equity Alpha A Dis 35.93 EUR<br />

SISF Asian Local Currency Bond A Dis 98.87 USD<br />

SISF European Div Maxmsr A Dis 57.05 EUR<br />

SISF European Smaller Companies A Dis 18.18 EUR<br />

SISF Italian Equity A Dis 19.65 EUR<br />

SISF Emerging Markets A Dis 11.66 USD<br />

SISF EURO Government Bond A Dis 5.96 EUR<br />

SISF European Defensive A Dis 9.69 EUR<br />

SISF Global Bond A Dis 7.48 USD<br />

SISF Global Corporate Bond A Dis 5.52 USD<br />

SISF Japanese Equity A Dis 611.42 JPY<br />

STS Sch Global Dyn Bal Fd C Acc 109.37 EUR<br />

SAS Agriculture Fund EUR Hdg A Acc 94.77 EUR<br />

SAS Commodity Fund CHF Hdg C Acc 76.56 CHF<br />

Fundo Divisa Valor<br />

SKANDIA GREATER CHINA EQUITY FUND USD 31.6367<br />

SKANDIA GREATER CHINA EQUITY FUND USD 16.1643<br />

SKANDIA GLOBAL BOND FUND GBP 9.8346<br />

SKANDIA GLOBAL BOND FUND USD 14.2955<br />

SKANDIA GLOBAL BOND FUND USD 10.1051<br />

SKANDIA GLOBAL EQUITY FUND USD 0.8456<br />

SKANDIA GLOBAL EQUITY FUND USD 14.2689<br />

SKANDIA US LARGE CAP GROWTH FUND EUR 8.5591<br />

SKANDIA US LARGE CAP GROWTH FUND USD 11.462<br />

SKANDIA PACIFIC EQUITY FUND EUR 20.9445<br />

SKANDIA PACIFIC EQUITY FUND USD 29.5395<br />

SKANDIA EUROPEAN EQUITY FUND USD 13.9558<br />

SKANDIA EUROPEAN EQUITY FUND USD 13.5746<br />

SKANDIA JAPANESE EQUITY FUND USD 9.8188<br />

SKANDIA JAPANESE EQUITY FUND EUR 11.6885<br />

SKANDIA JAPANESE EQUITY FUND USD 10.2432<br />

SKANDIA JAPANESE EQUITY FUND USD 9.9503<br />

SKANDIA SWEDISH EQUITY FUND SEK 12.9348<br />

SKANDIA EUROPEAN OPPORTUNITIES FUND EUR 8.7618<br />

SKANDIA EUROPEAN OPPORTUNITIES FUND USD 13.8146<br />

SKANDIA US ALL CAP VALUE FUND USD 14.7023<br />

SKANDIA US ALL CAP VALUE FUND EUR 10.7079<br />

SKANDIA US ALL CAP VALUE FUND USD 11.0106<br />

SKANDIA US VALUE FUND USD 10.551<br />

SKANDIA US CAPITAL GROWTH FUND USD 12.2928<br />

SKANDIA US CAPITAL GROWTH FUND EUR 8.7861<br />

SKANDIA TOTAL RETURN USD BOND FUND USD 15.8775<br />

SKANDIA TOTAL RETURN USD BOND FUND USD 14.1157<br />

SKANDIA TOTAL RETURN USD BOND FUND USD 10.6448<br />

SKANDIA TOTAL RETURN USD BOND FUND USD 10.1578<br />

SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND USD 9.9591<br />

SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND EUR 12.6109<br />

SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND GBP 11.2543<br />

SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND USD 15.1779<br />

SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND USD 11.7814<br />

SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND USD 15.1684<br />

SKANDIA EMERGING MARKET DEBT FUND USD 9.6075<br />

SKANDIA SWISS EQUITY FUND CHF 14.0843<br />

SKANDIA HEALTHCARE FUND USD 9.2026<br />

www.sgam.com<br />

distribution@sggestion.fr<br />

A company of Amundi Group<br />

SGAM Fund - EQUITIES / CHINA EUR 17.22<br />

SGAM Fund - EQUITIES JAPAN SMALL CAP JPY 1141.23<br />

SGAM Fund - BONDS / WORLD SGD 56.65<br />

SGAM Fund - EQUITIES / GLOBAL RESOURCES EUR 84.34<br />

SGAM Fund - MONEY MARKET / USD EUR 11.89<br />

SGAM Fund - EQUITIES / EUROLAND FINANCIAL USD 13.87<br />

SGAM Fund - BONDS / EUROPE HIGH YIELD USD 29.63<br />

SGAM Fund - EQUITIES / GLOBAL ENERGY EUR 13.57<br />

SGAM Fund - EQUITIES US CONCENTRATED COREEUR 17.70<br />

SGAM Fund - INDEX EUROLAND USD 159.59<br />

SGAM Fund - EQUITIES / LUXURY AND LIFESTYLEEUR 75.57<br />

Fundo Último Divisa<br />

valor€<br />

SGAM Fund - MONEY MARKET / EURO USD 36.52<br />

SGAM Fund - EQUITIES / GOLD MINES EUR 24.42<br />

SGAM Fund - EQUITIES / EUROLAND CYCLICALS USD 24.76<br />

SGAM Fund - EQUITIES EUROPE EXPANSION USD 97.54<br />

SGAM Fund - EQUITIES / EUROLAND USD 14.23<br />

SGAM Fund - EQUITIES / CONCENTRATED EUROPEUSD<br />

SGAM Fund - EQUITIES / ASIA PAC<br />

36.38<br />

DUAL STRATEGIES EUR 8.00<br />

SGAM Fund - EQUITIES / JAPAN CONCENTRATEDUSD 76.34<br />

SGAM Fund - EQUITIES JAPAN SMALL CAP USD 12.20<br />

SGAM Fund - EQUITIES / JAPAN TARGET USD 19.46<br />

SGAM Fund - EQUITIES / JAPAN COREALPHA USD 87.80<br />

SGAM Fund - EQUITIES / JAPAN COREALPHA JPY 8210.71<br />

SGAM Fund - ABSOLUTE RETURN FOREX USD 143.73<br />

SGAM Fund - BONDS EUROPE CONVERTIBLE USD 145.09<br />

SGAM Fund - EQUITIES US MULTI STRATEGIES EUR 17.09<br />

SGAM Fund - EQUITIES / EMERGING EUROPE USD 36.79<br />

SGAM Fund - BONDS EURO CORPORATE USD 31.31<br />

SGAM Fund - EQUITIES /US FOCUSED EUR 12.74<br />

SGAM Fund - EQUITIES US MID CAP GROWTH EUR 1372.65<br />

SGAM Fund - EQUITIES / US SMALL CAP VALUE EUR 13.76<br />

SGAM Fund - INDEX US EUR 83.30<br />

SGAM Fund - BONDS / CONVERGING EUROPE USD 42.79<br />

SGAM Fund - BONDS / EURO EUR 41.50<br />

SGAM Fund - EQUITIES / EUROLAND VALUE USD 140.86<br />

SGAM Fund - EQUITIES / EUROLAND SMALL CAPUSD 204.56<br />

SGAM Fund - BONDS/ OPPORTUNITIES USD 141.41<br />

SGAM Fund - BONDS EURO AGGREGATE USD 157.66<br />

SGAM Fund - BONDS / EUROPE EUR 39.69<br />

SGAM Fund - EQUITIES / US LARGE CAP GROWTHEUR 12.00<br />

SGAM Fund - EQUITIES US MID CAP GROWTH EUR 25.25<br />

SGAM Fund - BONDS US OPPORTUNISTIC CORE +USD 37.90<br />

SGAM Fund - BONDS / WORLD USD 41.38<br />

SGAM Fund - EQUITIES / GLOBAL<br />

SGAM Fund - EQUITIES / GLOBAL<br />

EUR 21.63<br />

EMERGING COUNTRIES EUR 7.02<br />

SGAM Fund - INDEX EUROLAND EUR 119.85<br />

SGAM Fund - EQUITIES / INDIA EUR 102.10<br />

SGAM Fund - EQUITIES / GLOBAL RESOURCES EUR 84.34<br />

SGAM Fund - EQUITIES / EUROLAND CYCLICALS USD 1583.42<br />

SGAM Fund - ABSOLUTE RETURN INTEREST RATEEUR 108.90<br />

Fundo Divisa Valor<br />

AMERICAN SELECT-DEH EUR 10.16<br />

AMERICAN SELECT-DU USD 10.30<br />

EMERGING MARKET DEBT-DEH EUR 16.13<br />

EM MKT LOW DUR-DEH EUR 12.14<br />

EM MKT LOW DUR-DU USD 11.51<br />

EUROP BONDS-DE EUR 22.25<br />

EUROP SHORT-TERM BONDS-DE EUR 13.94<br />

EUROP SMALL CAP EQUITIES-DE EUR 11.97<br />

GLOBAL ASS.ALL.-DEH EUR 15.73<br />

GLOBAL ASS.ALL.-DU USD 18.53<br />

GLOBAL BONDS (EURO)-DE EUR 20.22<br />

GLOBAL BONDS (USD)-DU USD 26.00<br />

GLOBAL EM MKT EQUITIES-DEH EUR 22.84<br />

GLOBAL EM MKT EQUITIES-DU USD 31.02<br />

GLOBAL EM MKT SH-TERM BDS-DEH EUR 9.67<br />

GLOBAL EM MKT SH-TERM BDS-DU USD 10.33<br />

GLOBAL ENERGY EQUITIES-DEH EUR 19.21<br />

GLOBAL ENERGY EQUITIES-DU USD 24.51<br />

GLOBAL HGH YLD&EM-MKT EUR-DE EUR 18.59<br />

GLOBAL INNOVATION-DEH EUR 15.60<br />

GLOBAL INNOVATION-DU USD 10.55<br />

GREATER CHINA EQUITIES-DEH EUR 19.28<br />

GREATER CHINA EQUITIES-DU USD 27.72<br />

JAPANESE EQUITIES-DEH EUR 10.74<br />

JAPANESE EQUITIES-DJ EUR 7.57<br />

JAPANESE EQUITIES-DJ JPY 942.00<br />

NEW ASIA-PACIFIC DEH EUR 20.64<br />

NEW ASIA-PACIFIC DU USD 30.36<br />

PAN EUROP EQUITIES-DE EUR 12.13<br />

US EQUITIES-DEH EUR 15.10<br />

US EQUITIES-DU USD 11.94<br />

US MID AND SML CAP EQUITIES-DEH EUR 10.91<br />

US MID AND SML CAP EQUITIES-DU USD 15.02<br />

USD HIGH INCOME BONDS-DEH EUR 15.84<br />

USD HIGH INCOME BONDS-DU USD 16.38<br />

USD SHORT-TERM BONDS-DU USD 18.75<br />

WORLD EQUITIES-DEH EUR 14.81<br />

WORLD EQUITIES-DU USD 15.48<br />

Fonte: Euronext Lisboa / Clientes<br />

Nota 1: Segundo a fiscalidade portuguesa, os fundos de investimento<br />

mobiliário nacionais são tributados na fonte. Por essa razão,<br />

as rentabilidades apresentadas são líquidas de impostos para<br />

participantes singulares. Inversamente, os fundos estrangeiros comercializados<br />

em Portugal não estão sujeitos à retenção na fonte,<br />

e portanto as rentabilidades apresentadas são brutas. Nestes fundos,<br />

é da responsabilidade dos participantes declarar à autoridade<br />

fiscal os rendimentos obtidos, que serão assim englobados na<br />

sua declaração de rendimentos.<br />

Nota 2: Os fundos internacionais estão ordenados por ordem alfabética,<br />

sem identificar se se trata de fundos de acções, obrigações<br />

ou outros.


Câmbios e taxas de juro<br />

Euro em mínimos de um ano<br />

com corte de rating de Espanha<br />

A moeda única caiu ontem<br />

para a cotação mais baixa<br />

num ano, arrastada pelo<br />

corte de ‘rating’ de Espanha,<br />

efectuado ontem pela<br />

S&P.Estaéaterceirarevisão<br />

em baixa que a agência<br />

de notação financeira faz a<br />

países do sul da Europa, em<br />

apenas dois dias, depois de<br />

na terça-feira ter cortado<br />

os ratings de Grécia e Portugal.<br />

O mercado entendeu<br />

esta acção da S&P como<br />

um sinal que a crise orçamental,<br />

que colocou a Grécia<br />

à beira da falência, está<br />

a alastrar a outros países<br />

europeus. O euro seguia<br />

ontem em queda pelo terceiro<br />

dia consecutivo, a<br />

perder 0,43% para 1,3118<br />

dólares. ■<br />

LIBOR<br />

Prazo USD EUR GBP JPY CHF<br />

Overnight 0.249 0.27813 0.54063 0.1175 0.04667<br />

1 semana 0.25213 0.30688 0.54063 0.13125 0.05833<br />

2 semanas 0.25288 0.32188 0.53938 0.14125 0.0675<br />

1 mês 0.2575 0.36625 0.54875 0.15625 0.0825<br />

2 meses 0.30469 0.46063 0.59375 0.18875 0.15417<br />

3 meses 0.32375 0.585 0.66375 0.23813 0.2425<br />

4 meses 0.36969 0.69063 0.74 0.325 0.27167<br />

5 meses 0.42031 0.7875 0.81938 0.38 0.2975<br />

6 meses 0.49281 0.8925 0.90875 0.44313 0.3325<br />

7 meses 0.5675 0.95438 0.99 0.50188 0.385<br />

8 meses 0.64688 1.00625 1.07 0.54625 0.435<br />

9 meses 0.68313 1.06125 1.15 0.58938 0.48667<br />

10 meses 0.76813 1.10625 1.19563 0.62125 0.52833<br />

11 meses 0.84719 1.14813 1.2625 0.6475 0.5775<br />

1 ano 0.93313 1.19313 1.32875 0.675 0.63083<br />

Rentabilidades Internacionais<br />

Matérias-primas<br />

Brent* (USD/Barril) Londres<br />

Últimas 6 sessões 85.78<br />

Petrolíferas Londres<br />

BRENT Máx. Min. Fecho<br />

JUN0 85.8 84.88 85.78<br />

JUL0 86.69 85.8 86.65<br />

AUG0 87.46 86.58 87.4<br />

SEP0 88.04 87.21 88.02<br />

OCT0 88.49 87.73 88.56<br />

NOV0 88.96 88.15 89.03<br />

DEC0 89.4 88.53 89.48<br />

GASOLEO Máx. Min. Fecho<br />

SEP2 0 0 93.4<br />

OCT2 0 0 93.45<br />

NOV2 0 0 93.5<br />

DEC2 93.18 92.8 93.55<br />

JAN3 0 0 93.59<br />

FEB3 0 0 93.63<br />

MAR3 0 0 93.67<br />

Petrolíferas Nova Iorque<br />

CRUDE Máx. Min. Fecho<br />

JAN7 63.00 61.70 61.55<br />

FEB7 64.20 62.95 62.77<br />

MAR7 65.05 63.84 63.71<br />

APR7 65.72 64.59 64.45<br />

MAY7 66.35 65.98 65.06<br />

JUN7 66.55 65.81 65.56<br />

JUL7 0.00 0.00 66.00<br />

GASOLEO Máx. Min. Fecho<br />

JUN0 0 0 65.99<br />

JUL0 0 0 65.87<br />

AUG0 0 0 65.75<br />

SEP0 0 0 65.63<br />

OCT0 0 0 65.51<br />

NOV0 0 0 65.39<br />

DEC0<br />

JAN1<br />

65.9<br />

0<br />

65.6<br />

0<br />

65.26<br />

65.15 1160<br />

1154<br />

Base metal laminados<br />

Cobre<br />

27/04/10<br />

7,043<br />

28/04/10<br />

1148<br />

6,861<br />

Latão 63/37<br />

Latão 67/33<br />

5,443<br />

5,616<br />

5,304 1142<br />

5,472<br />

Latão 70/30<br />

Latão 85/15<br />

5,745<br />

6,394<br />

5,598 1136<br />

6,230<br />

Bronze 7,627 7,424 1130<br />

Euribor 3 meses<br />

Últimas 30 sessões 0.654<br />

Euribor 6 meses<br />

Últimas 30 sessões<br />

Euribor 12 meses<br />

EUA Japão R. Unido Alemanha França Itália<br />

O/N 5.23 0.45 5.17 -- -- --<br />

3 Meses 5.05 0.56 5.49 -- 3.81 --<br />

1 Ano -- 0.67 5.59 4.08 4.04 --<br />

2 Anos 4.59 0.83 5.46 4.04 4.06 4.1<br />

5 Anos 4.54 1.21 5.24 4.05 4.07 4.14<br />

10 Anos 4.65 1.66 4.97 4.08 4.13 4.3<br />

30 Anos 4.84 2.36 4.43 4.26 4.31 4.61<br />

Tx. desconto 6.25 0.75 .... .... .... ....<br />

Prime-rates 8.25 2.2 5.25 .... .... 7.125<br />

Metais não ferrosos<br />

0.955<br />

Últimas 30 sessões<br />

1.235<br />

EURIBOR<br />

Prazo Última Anterior<br />

1 Semana 0,349 0,348<br />

1 Mês 0,408 0,405<br />

2 Meses 0,509 0,505<br />

3 Meses 0,654 0,646<br />

4 Meses 0,76 0,751<br />

5 Meses 0,854 0,848<br />

6 Meses 0,964 0,958<br />

7 Meses 1,004 0,997<br />

8 Meses 1,052 1,046<br />

9 Meses 1,104 1,098<br />

10 Meses 1,143 1,138<br />

11 Meses 1,182 1,177<br />

12 Meses 1,235 1,228<br />

Metais Londres<br />

Fixing<br />

manhã<br />

Fixing<br />

Tarde<br />

Fecho<br />

OURO 1161 1164.25 1149.5<br />

PRATA 1796 1816 1816<br />

PLATINA 1714 1715 1722<br />

PALADIO 543 535 550<br />

Metais LME Por Tonelada<br />

BID ASK<br />

COBRE 7640.0 45.0<br />

ALUMINIO 2261.5 62.5<br />

ZINCO 2374.0 75.0<br />

NIQUEL 26825 26850<br />

CHUMBO 18800/ 8805<br />

ESTANHO 2090.0 00.0<br />

ALUM. ALLOY 2090.0 10.0<br />

Oleaginosas Roterdão<br />

Produto Entrega Ontem Véspera<br />

SOJA<br />

contrato venda venda<br />

May10 424 422.8<br />

Jun10 420.3 419.1<br />

COLZA<br />

Jul10 418.8 417.2<br />

May10/Jul10 675 680<br />

Aug10/Oct10 685 686<br />

GIRASSOL<br />

Nov10/Jan11 695 695<br />

May10/Jun10 915 925<br />

Jul10/Sep10 945 950<br />

COCO<br />

Oct10/Dec10 935 940<br />

MAY10 2209 21<br />

JUL10 2241.5 39.5<br />

PALMA BRUTA<br />

SEP10 2232.5 19<br />

May10 835 832.5<br />

Jun10 835 837.5<br />

Jul10/Sep10 835 837.5<br />

Ouro* (USD/Onça) Londres<br />

Últimas 6 sessões 1149.5<br />

Euro dólar<br />

Últimas 30 sessões<br />

Câmbios<br />

Agrícolas Londres<br />

CACAU Máx. Min. Fecho<br />

MAY0 2360 2334 2348<br />

JUL0 2395 2367 2383<br />

SEP0 2353 2329 2346<br />

DEC0 2303 2284 2294<br />

MAR1 2269 2249 2258<br />

MAY1 2273 2250 2259<br />

JUL1 2278 2277 2264<br />

AÇUCAR Máx. Min. Fecho<br />

AUG0 469 455 455.1<br />

OCT0 445.6 431.7 432.5<br />

DEC0 442.4 430.2 430.2<br />

MAR1 452 440.4 440.7<br />

MAY1 446 441.7 441.3<br />

AUG1 444.5 443.6 440<br />

OCT1 0 0 437.6<br />

Agrícolas Chicago<br />

1.3159<br />

Taxas do euro<br />

Taxas irrevog. Taxas bilat.<br />

Moeda do euro indic. esc.<br />

Franco belga 40.3399 4.96982<br />

Marco alemão 1.95583 102.505<br />

Peseta 166.386 1.20492<br />

Franco francês 6.55957 30.5633<br />

Libra irlandesa 0.787564 254.560<br />

Lira italiana 1936.27 0.10354<br />

Franco luxemburguês 40.3399 4.96982<br />

Florim 2.20371 90.9748<br />

Xelim austríaco 13.7603 14.5696<br />

Escudo 200.482 –<br />

Markka finlandesa 5.94573 33.7187<br />

Dracma 340.750 0.588355<br />

X por Cross<br />

Moeda 1 euro dólar<br />

Dólar dos EUA 1.3245 ---<br />

Dólar australiano 1.4343 1.082899207<br />

Lev da Bulgária 1.9558 1.476632692<br />

Dólar canadiano 1.3402 1.01185353<br />

Franco suíço 1.4341 1.082748207<br />

Coroa checa 25.57 19.30539826<br />

Coroa dinamarquesa 7.4423 5.618950547<br />

Coroa da Estónia 15.6466 11.81321253<br />

Libra esterlina 0.8708 0.657455644<br />

Dólar de Hong-Kong 10.2883 7.767685919<br />

Forint da Hungria 269.9 203.7750094<br />

Coroa da Islândia 290 218.9505474<br />

Iene do Japão 124.48 93.98263496<br />

Won da Coreia do Sul 1481.87 1118.814647<br />

Litas da Lituânia 3.4528 2.606870517<br />

Lats da Letónia 0.708 0.534541336<br />

Coroa norueguesa 7.875 5.945639864<br />

Dólar da N. Zelândia 1.8475 1.394865987<br />

Zloty da Polónia 3.9315 2.968289921<br />

Coroa sueca 9.6258 7.267497169<br />

Dólar de Singapura 1.8198 1.373952435<br />

Coroa da Eslováquia 30.126 22.74518686<br />

Lira turca 1.9713 1.488335221<br />

Rand da África do Sul 9.8907 7.467497169<br />

Real brasileiro 2.3308 1.759758399<br />

Nota: Taxas de câmbio de referência do Banco<br />

Central Europeu, de cerca das 12:30 horas<br />

OT/Benchmark/MEDIP<br />

Prazo Cupão Maturidade Fecho Yield<br />

1 Ano 3.25 39644 99.002 4.045<br />

2 Anos 3.95 40009 99.922 3.979<br />

4 Anos 3.2 40648 97.007 4.015<br />

5 Anos 5 41075 104.46 4.031<br />

6 Anos 5.45 41540 107.96 4.027<br />

7 Anos 4.375 41806 101.88 4.067<br />

8 Anos 3.35 42292 94.67 4.099<br />

9 Anos 4.2 42658 100.255 4.161<br />

MILHO Máx. Min. Fecho<br />

MAY0 361.75 348.25 347.5<br />

JUL0 367.75 354 353.75<br />

SEP0 374 361.25 361.5<br />

DEC0 380.5 368.25 369<br />

MAR1 393.5 382 382<br />

MAY1 400 390.75 391<br />

JUL1 407 397.75 398<br />

TRIGO Máx. Min. Fecho<br />

MAY0 485 474.25 478.25<br />

JUL0 496.5 486 490.5<br />

SEP0 512.75 502.75 507<br />

DEC0 541 530.75 534<br />

MAR1 565.5 558 561<br />

MAY1 579 574.25 576<br />

JUL1 597.5 588.25 592.5<br />

SOJA Máx. Min. Fecho<br />

MAY0 992 978.25 982.75<br />

JUL0 1002 988.5 993<br />

Agrícolas Nova Iorque<br />

ALGODÃO Máx. Min. Fecho<br />

JUL0 100 51.72 85.2<br />

OCT0 91.75 64.73 79.45<br />

DEC0 100.5 53.87 77.35<br />

MAR1 94.5 61.89 78.39<br />

MAY1 79.07 68.05 78.47<br />

JUL1 80 73.25 78.59<br />

OCT1 78.3 76 77.84<br />

Eurolist Dívida Pública<br />

Valor Taxa Maturid. Últ. Data Mont. Cot. Yeld<br />

mobiliário juro % cot. últ. cot. negoc. ant.<br />

OT-MAIO 5.85%10 5.85 20 MAY 2010 0 12 APR 2010 0 98.55 0<br />

OT-JUN 5 1/7%11 5.15 15 JUN 2011 0 10 OCT 2008 0 104.48 0<br />

OT-SET 5 4/9%13 5.45 23 SEP 2013 101.9 28 APR 2010830010104.02 0<br />

Eurolist Outros fundos públicos<br />

Título Taxa juro Montante Preço fecho Data cot. Cotação<br />

neg.(milh.) % v. nomin. anterior anterior<br />

CMOEIRAS93 4,375 41 99,11 2003-02-25 99,00<br />

CMSINTRA97 3,375 0<br />

CP-T.VR.95 2,795 0 2003-03-05 99,40<br />

EXPO9897.2 3,146 0 2001-07-12 99,90<br />

G.R.M...94 2,6875 0 2003-02-14 99,50<br />

GRA..1A.92 3,5625 0 2003-02-21 99,90<br />

GRA..1A.93 4,15 0 2002-11-06 100,00<br />

LISBOA.99 2,708 0<br />

LISNA.91-A 2,875 0 2003-03-06 97,00<br />

LISNA.91-B 2,875 0 2003-03-06 97,00<br />

LISNAVE.92 2,844 0 2003-03-07 96,92<br />

P.EXPO9897 2,739 0 2002-12-04 100,00<br />

RAA.96 3,0 0 2001-02-09 100,17<br />

RAM..96/06 2,656 0 1996-11-04 100,60<br />

RAM.01/16 3,381 0 2002-09-17 100,20<br />

RAM.1.S.97 2,713 0 1997-12-31 100,00<br />

RAM.2E 96 2,748 0 1997-12-31 100,00<br />

RAM.98 2,755 0 1999-06-30 100,00<br />

RAM.99 2,913 0<br />

SINTRA2S97 3,375 0<br />

SINTRA3S97 3,375 0<br />

Eurolist/Obrigações Diversas<br />

Título Taxa juro Montante Preço fecho Data cot. Cotação<br />

neg.(milh.) % v. nomin. anterior anterior<br />

BCPIEM0405 2,0 110 98,65 2003-03-07 98,59<br />

J.MART.W96 2,40625 72 97,76 2003-03-07 96,32<br />

CONTIN..95 3,5625 65 99,89 2003-03-06 99,91<br />

BCPICG1005 0,0 57 91,95 2003-02-26 91,68<br />

BCPA TEL00 0,0 49 93,72 2003-03-07 93,65<br />

BCPI7%1003 7,0 45 100,56 2003-02-21 100,80<br />

BCPICG33PL 0,0 37 93,56 2003-03-07 93,49<br />

BCPI IDJ04 6,25 25 103,47 2003-03-07 103,44<br />

BCPA TM 00 0,0 25 92,00 2003-03-07 91,92<br />

BPICSSEU00 0,0 19 98,86 2003-02-28 98,81<br />

BCPI IM 05 0,0 16 95,92 2003-02-27 96,08<br />

BPI CM1E00 0,0 15 95,40 2003-03-07 95,34<br />

BPI.CAZE01 0,0 15 100,95 2003-03-07 100,81<br />

BCPIEGLB01 0,0 13 93,50 2003-02-28 93,20<br />

BPI.CS2.01 0,0 13 100,74 2003-03-06 100,42<br />

BCPIAP0703 7,25 11 99,50 2003-03-07 99,47<br />

BCPIEUR.01 0,0 11 101,11 2003-03-07 101,07<br />

TOTMUND02 0,0 10 94,41 2003-03-07 94,35<br />

BPI.CSZE00 0,0 10 107,27 2003-03-07 107,27<br />

BPI.OBCS01 3,65 9 100,01 2003-03-06 100,00<br />

BPI CM4E00 0,0 6 95,01 2003-03-07 94,94<br />

CGDVERAC00 0,0 5 98,40 2003-03-05 98,40<br />

BPI.CSQ01 0,0 5 102,73 2003-03-07 102,66<br />

BCPIAP0803 7,25 5 99,91 2003-03-06 100,01<br />

BPI.CSRM02 0,0 5 100,02 2003-03-06 100,01<br />

BCPAISTX00 0,0 5 94,88 2003-03-03 94,69<br />

BCPA CGI99 0,0 5 94,21 2003-03-07 94,21<br />

BCPIAP0804 0,0 5 94,81 2003-03-07 94,76<br />

BCPIAP0704 0,0 3 94,99 2003-03-06 94,97<br />

SCP.RF0205 6,45 3 92,00 2003-03-06 92,00<br />

BSPPNI9M00 3,0 3 98,91 2003-02-28 98,81<br />

BCPA MED00 0,0 2 91,79 2003-02-27 91,54<br />

BPI.CSIM01 0,0 2 92,25 2003-03-07 92,12<br />

BPICSZE200 0,0 2 92,20 2003-03-07 91,10<br />

BCPIAP09037 7,25 1 100,28 2003-03-06 100,29<br />

BCPIAP0904 0,0 1 94,22 2003-03-06 94,24<br />

INPAR.9804 3,138 1 95,02 2003-03-06 95,50<br />

BPI CM3E00 0,0 1 95,18 2003-03-06 95,02<br />

BPIRF30003 4,0 1 99,78 2003-02-25 99,83<br />

CPPEUR.+01 0,0 1 102,50 2003-03-07 102,48<br />

ENG.WARR98 1,555 0 95,00 2003-02-26 92,75<br />

BCPI IDJ05 0,0 0 92,41 2003-03-07 92,38<br />

BSPBEURP01<br />

PUB<br />

0,0 0 102,81 2003-02-21 102,66<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 47<br />

OUTROS MERCADOS<br />

Eurolist Unidades de Participação<br />

Título Quant. Fecho Fecho<br />

transac. E Esc.<br />

N.ECONOMIA 51 46,15 9252<br />

REDES C.98 100 49,01 9826<br />

SAUDELAZER 678 48,01 9625<br />

VALFUT2005 488 46,41 9304<br />

Eurolist - Titulos de Participação<br />

Título Taxa juro Montante Preço fecho Data cot. Cotação<br />

neg.(milh.) % v. nomin. anterior anterior<br />

B.MELLO.87 3,652 0 2003-03-07 95,00<br />

BFN.....87 3,564 0 2003-03-07 100,00<br />

BFN.2...87 2,958 0 2003-03-06 100,00<br />

BTA ....87 2,42559 0 2003-02-14 61,52<br />

CPP.....88 2,56908 0 2003-02-10 53,41<br />

CPP.....89 2,92688 0 58,51 2003-02-28 60,00<br />

PETROGAL93 3,9 0 2002-03-15 101,25<br />

Mercado s/ Cotações<br />

Título Data Últim. Var. Var % Quant. Máx. Mín. Comp.<br />

cot. ant. transac. ano ano anual<br />

Norvalor 20 APR 2010 0 0 0 0 1.23 0.54<br />

Oliveira e Irmão 19 JUN 2001 0 0 0 0 0 0<br />

R.P. Centro Sul 07 DEC 2009 0 0 0 0 3.5 3.5<br />

Sopragol 16 AUG 2006 0 0 0 0 2.3 2.3<br />

Transinsular 18 AUG 2009 0 0 0 0 15.5 15.5<br />

Vista Alegre 14 OCT 1998 0 0 0 0 0 0<br />

Eurolist/Obrigações Diversas<br />

Título Taxa juro Montante Preço fecho Data cot. Cotação<br />

neg.(milh.) % v. nomin. anterior anterior<br />

SAL.CAE.99 3,233 69 97,41 2002-12-06 99,90<br />

BPI.CSP.99 0,0 47 97,25 2003-03-07 97,22<br />

BPSM-2E.95 3,5625 33 99,87 2003-03-06 99,87<br />

BFBCSFR.98 0,0 12 102,60 2003-03-07 102,60<br />

BSMTOP97.1 3,418 5 78,20 2003-03-07 78,20<br />

CISF.PSI99 0,0 4 95,59 2003-03-05 95,56<br />

BPIEURO04 0,0 3 96,68 2003-03-03 96,55<br />

BPICSBRA99 0,0 3 111,20 2003-02-28 110,35<br />

BPI-MULTI. 0,0 1 97,95 2003-03-07 97,90<br />

CIN...9904 3,444 0<br />

ADP.98.05 3,101 0 2003-03-05 100,00<br />

BPA.SUB.96 3,0625 0<br />

BTA.TOPS97 3,418 0 2003-02-17 80,00<br />

M.LEA.1E98 3,25 0<br />

M.LEA.2E98 3,125 0<br />

DBLEASIN94 3,0625 0 2003-02-27 99,00<br />

BCP.SUB.95 3,5 0 2003-02-27 98,50<br />

CR.1E.1S98 3,6875 0 2000-02-14 100,00<br />

V.ALEGRE05 3,291 0<br />

CCCAM...96 3,2738 0 2003-02-28 99,00<br />

B.MELLO95S 3,3125 0 2002-09-13 99,10<br />

BNC.SUB.97 3,5 0 2002-09-16 97,00<br />

BNCTXVAR99 3,343 0 2003-01-28 100,00<br />

FINANTIA95 3,1875 0 2002-11-18 98,50<br />

CHE.RM1.98 0,0 0 2002-11-12 100,62<br />

CHE.CG1.98 0,0 0 2000-03-24 103,80<br />

TECN.J/SUP 9,75 0 1996-02-27 100,00<br />

M.COMPA.98 3,337 0<br />

SODIM-TV97 3,5 0 2001-08-17 100,00<br />

GDL.TX.V98 2,731 0 2001-04-10 99,97<br />

SACOR M.97 3,125 0 2003-02-10 98,79<br />

CPP.TOPS97 3,418 0 2003-01-22 75,00<br />

IMO.98-1.E 2,9192 0 2001-01-11 99,90<br />

IMO.98-2.E 3,311 0 2002-01-25 97,02<br />

SECI/CMP95 2,75 0 2003-03-06 99,85<br />

BNU.SUB.98 3,375 0 2003-02-25 93,90<br />

HELLER981E 2,75 0<br />

BNU.1.E.9 0,0 0<br />

BSPE.EQU99 0,0 0 2003-03-07 101,37<br />

BSP.E.FU99 3,752 0 2003-02-28 82,78<br />

BII-1.S.95 2,875 0 2000-05-02 100,00<br />

CMP/97 2,932 0 1998-07-16 99,50<br />

CHE.CG2.98 0,0 0 2001-05-31 101,25<br />

MOT.COMP04 3,487 0<br />

BNUCXSUB97 3,3125 0 2002-12-31 97,61<br />

SONAEIM/98 3,049 0 2002-02-25 98,50<br />

BES.SUB.98 3,494 0 2001-11-16 99,58<br />

BFB-SUB.97 2,9375 0 2000-06-29 100,00<br />

BPI-O.C.94 3,909 0 2002-12-18 100,00<br />

BPI-C.Z.95 0,0 0<br />

BPI-C.Z.96 0,0 0<br />

BPI.PERP96 3,683 0 2003-01-07 99,00<br />

BPI.SUB.96 3,1875 0 2003-02-17 99,10<br />

BPIRF.5.00 4,4 0 2001-10-26 101,16<br />

MUNDICEN97 3,5625 0 2002-02-11 99,90<br />

BPIZEURO07 0,0 0 2003-03-05 101,09<br />

SOMAGUE/97 3,75 0 2003-03-06 100,00<br />

SOMA.WA.98 2,591 0 2003-01-15 67,25<br />

GAS POR.97 3,0 0 2001-11-12 99,60


48 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

DESPORTO<br />

BENFICA SAD<br />

3,96%<br />

2,91 euros<br />

Estoril Open com<br />

imagem retocada<br />

para Roger Federer<br />

Ténis Após mês e meio de trabalhos, pouco mais falta do que o recheio<br />

de tendas e restaurantes. A logística está pronta para o melhor do Mundo.<br />

Eduardo Melo<br />

eduardo.melo@economico.pt<br />

“Eles precisam de braçadeiras<br />

para continuar a trabalhar. Não<br />

estás a ouvir? Vou passar ao<br />

homem”, diz Duarte Teives,<br />

responsável da logística no Estoril<br />

Open, através do circuito<br />

interno de comunicações. Mais<br />

à frente, no 'court' central: “Ó<br />

Carlos traz o pincel que a tinta<br />

está a escorrer”, gritava alguém<br />

com um sotaque brasileiro<br />

para o colega da empresa<br />

Dália A. Veloso, responsável<br />

pela construção dos tradicionais<br />

camarotes verde-garrafa.<br />

“Temos aqui a carpintaria para<br />

fazer tudo à medida”, confere o<br />

carpinteiro e pintor Carlos Vicente<br />

que completa: “Apenas se<br />

aproveitam os corrimões de<br />

anoparaano.Tudoorestoé<br />

deitado para o lixo.”<br />

A poucos dias do arranque do<br />

torneio, o 'court' central precisava<br />

apenas dos retoques finais<br />

de pintura. Das empreitadas<br />

mais pesadas, a tenda gigante<br />

dedicada às refeições das dezenas<br />

de patrocinadores que desejam<br />

associar-se à segunda<br />

presença em Portugal do mediático<br />

Roger Federer era a que<br />

merecia mais atenção. A vinda<br />

do líder mundial da modalidade<br />

fez engordar a área ‘corporate’,<br />

à semelhança do que aconteceu<br />

em 2008. “Mais dois mil metros<br />

quadrados do que há dois<br />

anos”, estima Duarte Teives -<br />

num total acima dos oito mil<br />

metros quadrados.<br />

O Centro de Alto Rendimento<br />

O regresso de Federer a Portugal<br />

implicou mais antecedência nos<br />

trabalhos que começaram há<br />

mês e meio, restando até sábado<br />

o recheio de cada espaço. Este<br />

anoatéháavantagemdeutilizar<br />

o coberto de ténis do Centro<br />

de Alto Rendimento, transformado<br />

em vila dos patrocinadores.<br />

Os seis campos ali existentesderamlugaradezenasdesalasdeestardequempagaapeso<br />

de ouro uma presença no ampliado<br />

espaço. “Este ano tivemos<br />

de encontrar esta alternativa<br />

para obviar à construção do<br />

BOLA EM ESTREIA<br />

Pela primeira vez, o Estoril Open terá<br />

bolas (12 mil da Dunlop Fort Clay<br />

Court) com a inscrição do nome do<br />

torneio, à semelhança de Roland<br />

Garros, assim como os Masters 1.000<br />

de Roma, Madrid e Monte Carlo e do<br />

ATP 500 de Barcelona.<br />

CONVITE DE 3º JOGADOR<br />

Rui Machado<br />

Depois de Frederico Gil e Michelle<br />

Brito, João Lagos convidou<br />

ontem Rui Machado para o<br />

quadro principal do Estoril Open,<br />

com o argumento de ser o<br />

jogador português mais cotado<br />

da actualidade (113º ATP), além<br />

de ter ganho em Nápoles e ter<br />

sido semifinalista em Roma.<br />

MAIOR COURT CENTRAL<br />

7.147<br />

O maior court central da história<br />

do Estoril Open terá 7.147<br />

assentos, entre bancadas (5.874)<br />

e camarotes (1.273), compatível<br />

com a presença do jogador<br />

número 1 do Mundo, Roger Federer.<br />

campo de golfe”, refere Teives.<br />

Elogoumlamento:“Ficalonge<br />

do 'court' central”, implicando<br />

a passagem pela alameda das<br />

palmeiras para os VIP esperados<br />

no Jamor.<br />

O ponto forte deste espaço é<br />

que a estrutura está lá, bastando<br />

a Tim Madeira, o decorador<br />

de serviço, combinar o tom da<br />

madeira das paredes e do tecto<br />

do recinto com as cores dos sofás<br />

e cadeiras de cada uma das<br />

boxes dispostas lado a lado, paredes-meias<br />

com a área reservada<br />

de restauração - tenda enquadrada<br />

pela sebe natural que<br />

divide os campos no Jamor.<br />

Noutro local os técnicos certificam-se<br />

que há os amperes<br />

necessáriosparaasaladeimprensa,<br />

um dos locais mais concorridos<br />

depois dos jogos do<br />

suíço. “Esta semana haverá<br />

mais trabalho a montar stands,<br />

equipamentos de som, a prestar<br />

assistência aqui e ali”, sublinha<br />

Pedro Martins da Watt Light.<br />

Durante o torneio, dois a três<br />

técnicos darão conta das solicitações<br />

diárias.<br />

Matraquilhos, snooker e consolas<br />

no jardim dos atletas<br />

Matraquilhos, snooker, consolas<br />

de jogos e os indispensáveis<br />

computadores são alguns passatempos<br />

possíveis dos jogadores,<br />

instalados numa tenda<br />

montada no jardim da entrada<br />

do Jamor, ao lado do Centralito<br />

- emblemático campo do complexo<br />

desportivo do Estádio<br />

Nacional. O enquadramento<br />

não poderia ser mais encantador:<br />

há passadiços que contornam<br />

canteiros de frágeis flores<br />

amarelas e laranja. Um toque de<br />

frescura que certamente será<br />

valorizado pelos jogadores que<br />

passam grande parte do ano em<br />

aviões, são obrigados a perder<br />

horas nos aeroportos e saltam<br />

de torneio em torneio nos quatro<br />

continentes.<br />

Nesse capítulo, João Lagos dá<br />

cartasapós20anosdeEstoril<br />

Open. “Conhece os cantos à<br />

casa, planeia muito bem a organizaçãodoespaçoecontacom<br />

fornecedores fiéis”, conta<br />

Duarte Teives. ■<br />

FC PORTO SAD SPORTING SAD<br />

0,90%<br />

1,10 euros<br />

A par dos camarotes,a pintura<br />

das escadas do court central<br />

era das últimas tarefas a cumprir por estes dias.<br />

Esta mesa de matraquilhos é um dos<br />

divertimentos possíveis para os jogadores,<br />

enquanto esperam para entrar em acção.<br />

12,93%<br />

1,01 euros


DESTAQUE DO DIA<br />

A tenda gigante reservada para as refeições<br />

dos patrocinadores e seus convidados tem<br />

quase quatro mil metros quadrados.<br />

Nelson Mandela<br />

É quase certo que o histórico lutador<br />

contra o regime do apartheid, líder<br />

do ANC e ex-presidente da África do<br />

Sul, de 91 anos, esteja ausente da<br />

cerimónia de abertura do Mundial,<br />

segundo indicam os familiares.<br />

Os 3.800 metros quadrados do CAR estão<br />

desfigurados para acolher os patrocinadores que<br />

beneficiam de bar aberto durante a estada no Jamor.<br />

Fotos Paula Nunes<br />

AGENDA DO DIA<br />

Futebol<br />

Liga Europa, 2ª mão, meias-finais:<br />

Liverpool-Atlético Madrid (20h05,<br />

SIC); Fulham-Hamburgo (20h05,<br />

Sport TV1/HD).<br />

Ténis<br />

ATP, oitavos-de-final: Torneio Masters<br />

1.000 de Roma (12h00, Sport TV2).<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 49<br />

Basquetebol<br />

NBA: San Antonio-Dallas<br />

(madrugada de sexta-feira, 01h00,<br />

Sport TV2/HD).<br />

Golfe<br />

European Tour: 1º dia, Open de<br />

Espanha (14h30, Sport TVGolfe);<br />

PGA Tour: 1º dia, Quail Hollow<br />

Championship (20h00, Sport<br />

TVGolfe).<br />

Os números<br />

da maior prova<br />

desportiva do ano<br />

Na montagem e apoio ao Estoril<br />

Open trabalham mil pessoas.<br />

Eduardo Melo<br />

eduardo.melo@economico.pt<br />

A montagem do 'court' central é<br />

a peça fundamental em torno da<br />

qual a equipa de Duarte Teives<br />

dedica mais tempo e recursos<br />

humanos.<br />

Das cerca de mil pessoas que<br />

irão prestar serviço no Estoril<br />

Open, grande parte delas esteve<br />

afecta a esta infra-estrutura,<br />

que precisou de 50 camiões de<br />

tubos e chapas de ferro para a<br />

sua edificação. Este número exclui<br />

as várias bancadas de menor<br />

dimensão espalhadas pelos<br />

restantes campos para servir a<br />

semana de jogos do quadro<br />

masculino e feminino.<br />

A base de implantação da<br />

estrutura do 'court' central de<br />

7.147 lugares precisou de ser<br />

estabilizada com brita e tuvenan,<br />

materiais igualmente utilizados<br />

noutros pontos do<br />

complexo de ténis do Estádio<br />

Nacional e cuja dimensão já<br />

saiu do controlo de Teives, primeiro<br />

homem a quem pedir<br />

responsabilidades pelo que for<br />

feitonovaledoJamor.<br />

Em paralelo foi necessário<br />

construir cerca de 90 stands<br />

dos patrocinadores e empresas<br />

que disputam a visibilidade gerada<br />

pelo maior evento desportivo<br />

da capital.<br />

Fora esta vertente do esqueleto<br />

do Estoril Open, é preciso<br />

ter em conta a logística associada<br />

às 10 mil refeições que serão<br />

servidas diariamente, tanto para<br />

patrocinadores e convidados,<br />

como para jogadores, treinadores,<br />

apanha-bolas e outro pessoal<br />

ao serviço de João Lagos.<br />

A fidelização é uma das regrasadoptadasnestes21anosde<br />

torneios de alto nível. Uma dessas<br />

ligações é a Casa do Marquês<br />

que irá servir, entre outros, Ricardo<br />

Salgado (BES), Zeinal<br />

Bava (Portugal Telecom), António<br />

Pires de Lima (Unicer) e<br />

Alberto João Jardim, que estará<br />

no Estoril Open (decorre entre<br />

1 e 9 de Maio) no primeiro dia<br />

do evento para a comemoração<br />

dodiadaMadeira.Opresidente<br />

do governo regional da Madeira<br />

bem poderá ser um dos<br />

hóspedes que irá fazer aumentar<br />

em 30% a ocupação da<br />

hotelariadeOeiras,comoantecipou<br />

o vice-presidente do município,<br />

Paulo Vista. ■<br />

TUBOS PARA CENTRAL<br />

1.000<br />

A construção do court central do<br />

Estoril Open implicou 50 camiões<br />

de 20 toneladas de tubos<br />

e demais ferros, num total<br />

de mil toneladas.<br />

REFEIÇÕES<br />

10.000<br />

O responsável da logística<br />

do torneio, Duarte Teives, estima<br />

a confecção de 10 mil refeições<br />

diárias durante os nove dias<br />

de provas.<br />

ÁREA DE TENDAS E CAR<br />

13.500<br />

A área de tendas e do coberto do<br />

Centro de Alto Rendimento<br />

(’Sponsors village’) totaliza 13.500<br />

metros quadrados, dos quais mais<br />

de oito mil para patrocinadores.<br />

FROTA DE AUTOMÓVEIS<br />

26<br />

A Volkswagen vai disponibilizar<br />

26 automóveis para servir as<br />

quase seis dezenas de tenistas,<br />

reservando para Roger Federer<br />

o novíssimo Phaeton.<br />

PRÉMIOS DE JOGO<br />

398.250<br />

Os prémios de jogo caem este<br />

ano para 398.250 euros, um<br />

pouco menos do que os 450 mil<br />

distribuídos no ano passado.<br />

IMPACTONOTURISMO<br />

30<br />

O vice-presidente da Câmara<br />

de Oeiras, Paulo Vista, estima<br />

que a procura hoteleira do<br />

concelho aumente 30% durante<br />

a realização do Estoril Open.


50 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

FUTEBOL<br />

Funeral do Magriço sportinguista Morais<br />

realiza-se hoje à tarde em Vila do Conde<br />

João Morais, célebre autor do golo de canto directo na finalíssima da Taça<br />

das Taças de 1964 que valeu o troféu ao Sporting, morreu anteontem,<br />

aos 75 anos, vítima de cancro, realizando-se esta tarde (16h30)<br />

o funeral em Vila do Conde. Morais, que jogou pelo clube de Alvalade<br />

entre 1958 e 1969, ganhou dois títulos de campeão e uma Taça<br />

de Portugal, além ter sido um dos Magriços na selecção nacional<br />

que conquistou o 3º lugar no Mundial de Inglaterra em 1966.<br />

A festa da qualificação na Bósnia<br />

para o Mundial sul-africano: Portugal<br />

torna a ter razões para celebrar.<br />

Prova portuguesa vai iniciar-se a 27<br />

de Março do próximo ano.<br />

AUTOMOBILISMO<br />

Edição do Rali de Portugal em 2011<br />

realiza-se durante o mês de Março<br />

Madaíl e Queiroz orgulhosos<br />

com terceiro lugar da selecção<br />

Futebol FIFA actualizou ontem o ‘ranking’ e colocou Portugal na melhor classificação de sempre.<br />

Alberto Teixeira<br />

alberto.teixeira@economico.pt<br />

É uma situação inédita na história<br />

da Selecção nacional de futebol.<br />

O ‘ranking’, actualizado ontem<br />

pela FIFA, coloca o conjunto de<br />

Carlos Queiroz no terceiro lugar<br />

das selecções mais cotadas do<br />

Mundo, apenas superada pelas<br />

congéneres de Brasil e Espanha,<br />

que trocam de posições nos dois<br />

primeiros lugares, quando falta<br />

pouco mais de um mês para o início<br />

do Mundial da África do Sul.<br />

Até ontem, a melhor classificação<br />

alcançada por portugueses<br />

desde que a FIFA criou esta<br />

hierarquia, em 1993, situava-se<br />

uma posição abaixo, no quarto<br />

lugar, atingida em quatro momentos:<br />

Março de 2001, Janeiro<br />

eFevereirode2002,sobocomando<br />

de António Oliveira, e<br />

Março de 2010, com Carlos<br />

Queiroz, para quem o terceiro<br />

lugar da formação das quinas é<br />

“histórico no prestígio do futebol<br />

português ao nível de selecções<br />

”, conferindo ao mesmo<br />

tempo “maior sentido de responsabilidade<br />

a dirigentes, treinadores,<br />

jogadores e agentes<br />

desportivos”. “Este ‘ranking’<br />

não ganha jogos. Não ficámos<br />

deprimidos quando estivemos<br />

abaixo do 10º lugar e também<br />

não ficamos eufóricos ao chegar<br />

ao pódio”, referiu, por sua vez,<br />

o presidente da Federação Portuguesa<br />

de Futebol, Gilberto<br />

Madaíl, que proferiu palavras do<br />

discurso de Queiroz para subli-<br />

nhar “a grande responsabilidade”<br />

que esta marca significa.<br />

Também Carlos Godinho, director-desportivo<br />

da Federação,<br />

manifestou satisfação com<br />

a situação. “É um motivo de orgulho<br />

que aumenta a nossa responsabilidade,<br />

uma referência<br />

que também pode servir para<br />

pressionar os nossos adversá-<br />

marta.carvalho@economico.pt<br />

A próxima edição do Rali de Portugal será em Março de 2011, de acordo<br />

com a informação divulgada pela FIA. Na lista de 13 provas para a próxima<br />

temporada, a prova da Suécia surge como abertura da temporada, a 13 de<br />

Fevereiro, seguindo-se o México (6 de Março) e Portugal (a 27). Jordânia,<br />

Itália, Argentina, Grécia, Finlândia, Alemanha, Austrália, França, Espanha<br />

e Grã-Bretanha são as restantes etapas do Mundial de Ralis (WRC)<br />

para o ano de 2011.<br />

Dado Ruvic/Reuters<br />

rios.Masomaisimportanteé<br />

estarmos bem preparados para o<br />

Mundial”, resumiu.<br />

Top ten remodelado<br />

O reinado espanhol no topo da<br />

hierarquia da FIFA durou apenas<br />

cinco meses, com os campeões<br />

europeus a voltarem ao segundo<br />

lugar da tabela, suplantados pelos<br />

brasileiros, que assumem a liderança<br />

pela sétima vez desde 1993<br />

- o conjunto canarinho, adversário<br />

de Portugal no Mundial, totaliza<br />

142 meses no primeiro lugar.<br />

Também a selecção holandesa<br />

caiu um lugar (4º), enquanto<br />

Itália e Alemanha permanecem<br />

na 5ª e 6ª posições, respectivamente.<br />

A Argentina conseguiu a<br />

maior subida em relação à actualização<br />

de Março, passando<br />

do 9º para o 7º posto, enquanto o<br />

conjunto inglês desceu um lugar<br />

(8º). Já Croácia (9º) e França<br />

(10º) fecham o top ten, registando<br />

os gauleses a maior queda<br />

nos dez primeiros da hierarquia<br />

mundial. De referir ainda as posições<br />

de Costa do Marfim e Coreia<br />

do Norte, adversárias de<br />

PortugalnoMundial,queseencontram<br />

nos lugares 27 e 107. ■<br />

LeBron<br />

criou alarme<br />

entre<br />

os Cavaliers<br />

James queixou-se de dores<br />

num braço, mas deve<br />

enfrentar os Boston Celtics.<br />

Paulo Jorge Pereira<br />

paulo.pereira@economico.pt<br />

Quando o apuramento dos Cleveland<br />

Cavaliers para as meiasfinais<br />

da Conferência Este ficou<br />

assegurado no triunfo ao quinto<br />

jogo perante Chicago (96-94),<br />

tudo parecia perfeito. O problema<br />

surgiu no momento em que<br />

LeBron James, principal figura<br />

da equipa, apareceu a queixar-se<br />

de dores no braço direito depois<br />

de mais um duplo-duplo (19<br />

pontos e dez ressaltos). “Ainda<br />

medóiobraçoenãoseiporquê”,<br />

lamentou, a propósito de uma<br />

queda em que aterrou sobre o<br />

cotovelo do braço direito ao tentar<br />

um desarme. E logo cuidou<br />

de afastar preocupações: “Os fãs<br />

podem estar descansados, pois<br />

não acredito que seja grave.” A<br />

meia-final frente aos Boston Celtics,<br />

que afastaram Miami também<br />

ao quinto jogo (96-86), começa<br />

apenas no sábado, pelo que<br />

LeBron terá tempo suficiente<br />

para recuperar.<br />

Na Conferência Oeste, os<br />

campeões Lakers bateram Oklahoma<br />

(111-87) e estão com vantagem<br />

de 3-2, depois de um encontroemquePauGasoleAndrew<br />

Bynum, ambos com duploduplo,<br />

foram fundamentais para<br />

o sucesso da equipa de Kobe<br />

Bryant com base no jogo interior.<br />

“Foi um dos nossos melhores jogos<br />

esta época”, defendeu<br />

Bryant, cujas assistências para os<br />

“gigantes” Gasol e Bynum valeram<br />

muitos cestos fáceis. “Gosto<br />

de desafios, Durant tem jogado<br />

muito bem e aceitei este desafio”,<br />

acrescentou. “Gostava de ter<br />

umaexplicaçãoparaoquese<br />

passou, mas não sou capaz de encontrá-la”,<br />

admitiu o base dos<br />

Thunder de 21 anos.<br />

Quanto aos Dallas Mavericks,<br />

reduziram para 2-3 face aos San<br />

Antonio Spurs (103-81), evidenciando-se<br />

Caron Butler com 35<br />

pontos. ■<br />

Camisola 24 de Kobe<br />

Bryant (LA Lakers)<br />

continua a ser a mais<br />

vendida e as da<br />

equipa mantêm<br />

tendência de sete das<br />

últimas oito épocas.


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52 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

PUBLICIDADE & MEDIA<br />

RÁDIO<br />

José Carlos Malato dá voz<br />

à campanha da UAL<br />

“TásaquitásnaUAL”éaanovacampanhapublicitáriadaUniversidade<br />

Autónoma de Lisboa (UAL), dedicada aos alunos do 12º ano, e conta, mais<br />

uma vez, com a participação de José Carlos Malato. Com o ‘slogan’<br />

“18 caminhos, uma só direcção”, o anúncio visa complementar<br />

o posicionamento estratégico da UAL como a única universidade<br />

no centro de Lisboa. A campanha vai para o ar na Cidade FM e vai estar<br />

no ar durante seis meses.<br />

“Sou a Tina<br />

Turner da<br />

publicidade”<br />

Edson Athayde está de volta à publicidade e ao<br />

Brasil. Mas diz que é um publicitário português.<br />

Margarida Henriques<br />

margarida.henriques@economico.pt<br />

EdsonAthaydedescreve-seasi<br />

próprio como “a Tina Turner da<br />

publicidade”. Mas, agora que regressou<br />

a uma actividade que dizia<br />

ter abandonado, admite que também<br />

podia ser o Schumacher. Depois<br />

de 20 anos a trabalhar em<br />

Portugal, a que se seguiu uma passagem<br />

por Los Angeles para estudar<br />

cinema, e de uma estada em<br />

Barcelona para se dedicar à escrita,<br />

o publicitário que colocou um<br />

pastor a falar ao telemóveleadizer<br />

“Tou xim, é p’ra mim” para um<br />

anúncio da Telecel (o primeiro que<br />

criou no mercado português) regressa<br />

agora à publicidade e ao<br />

Brasil, como vice-presidente da<br />

Master, com responsabilidades<br />

sobre a criatividade.<br />

“A Master é uma agência reconhecidamente<br />

muito boa”, afirma<br />

Edson Athayde. Nasceu em<br />

Curitiba, no Sul do Brasil, mas<br />

hoje está presente em São Paulo,<br />

RiodeJaneiroeBrasília,etem<br />

clientes como o Banco do Brasil e<br />

os postos de abastecimento da<br />

Petrobras. “A proposta que me fizeram<br />

era muito aliciante: usar a<br />

minha experiência internacional<br />

como criativo e como gestor para<br />

fazer essa história de sucesso tornar-se<br />

ainda mais interessante.<br />

Com a vantagem de não ter de estar<br />

todos os dias em São Paulo.<br />

Para um ‘workaholic’ como eu,<br />

isso é pôr gasolina na fogueira”,<br />

conta. Mas acrescenta que “a<br />

Master sabe que está a contratar<br />

não um brasileiro, mas sim um<br />

publicitário português”.<br />

Há 20 anos, quando trocou o<br />

mercado brasileiro por Portugal, a<br />

publicidade do outro lado do<br />

Atlântico estava muito mais evoluída.<br />

Hoje os dois mercados estarão<br />

em pé de igualdade mas,<br />

“como a publicidade vive sempre<br />

atrelada à economia, hoje a Europa,<br />

e não necessariamente Portugal,<br />

não é um terreno fértil para<br />

que as boas ideias surjam e cresçam”,<br />

comenta o publicitário. Por<br />

isso não tem dúvidas de que, “no<br />

Brasil, vejo espaço para que a coisaevoluaesejaatéreinventada.<br />

Na Europa só vejo fumo negro”.<br />

Este regresso à publicidade e ao<br />

Brasil acontece um pouco por acaso.<br />

Tudo começou com uma ida a<br />

São Paulo, onde tencionava ficar<br />

um mês a acompanhar os ensaios<br />

e as primeiras semanas em cartaz<br />

de um peça baseada num livro<br />

seu, “O Endireita”. Acabou por ficar<br />

mais tempo e redescobriu<br />

amigos e o prazer de passar 24 horas<br />

a falar português. E foi nessa<br />

alturaqueaideiadesteduploregresso<br />

começou a fazer sentido.<br />

“Gosto de sair da publicidade e, se<br />

avidaparaaímelevar,voltar<br />

quando as baterias já estiverem<br />

carregadas e tiver coleccionado<br />

um sem número de referências<br />

que poderão ser úteis para que a<br />

minha maneira de fazer anúncios<br />

seja mais fresca, mais actual”, diz.<br />

Mastambémsabeque,umdia,<br />

esse regresso pode não acontecer.<br />

Para já, e “Deus, se foi forreta comigo<br />

na beleza, não o foi, aparentemente<br />

na minha capacidade de<br />

ser um publicitário com algum<br />

valor.Comonãoseijogaràbola<br />

nem pilotar um Fórmula 1, cá estou<br />

eu outra vez como publicitário”,<br />

acrescenta Edson.<br />

Trabalhar em publicidade no<br />

Brasiléoqueestáagoranosseus<br />

planos, assim como acabar o romance<br />

que está a meio, finalizar<br />

um guião que começou a escrever<br />

em Espanha, além de uma série<br />

de televisão e uma peça de teatro.<br />

E também gostava de encenar “O<br />

Endireita” em Portugal e de editar<br />

no Brasil “O rapaz das fotografias<br />

eternas”, o livro que ontem lançou<br />

no mercado português. ■<br />

Vanessa Oliveira é o rosto – e agora a<br />

barriga – da Fitness desde 2009.<br />

MARKETING<br />

Fitness recorre a Vanessa Oliveira<br />

para preparar consumidoras para o Verão<br />

Cara da marca Fitness da Nestlé desde 2009, Vanessa Oliveira<br />

protagoniza uma nova iniciativa da marca, agora em biquini para<br />

liderar o Programa Barriga Lisa. A preparar-se para a estação quente,<br />

a apresentadora de televisão desafia as portuguesas a estarem no seu<br />

melhor. Para isso está disponível o ‘site’ ‘programabarrigalisa.com.pt’,<br />

onde encontram exercícios, conselhos de alimentação e estratégias<br />

de motivação que permitem manter a forma.<br />

Paulo Figueiredo<br />

“ Como a publicidade<br />

vive sempre atrelada à<br />

economia, hoje a Europa,<br />

e não necessariamente<br />

Portugal, não é um terreno<br />

fértil para que as boas<br />

ideias surjam e cresçam.<br />

Além da publicidade, Edson Athayde<br />

está a terminar um romance e tem planos<br />

para cinema, teatro e televisão.


PUBLICIDADE<br />

Festival do Clube de Criativos<br />

de Portugal entrega 20 Ouros<br />

Dos 712 trabalhos inscritos no festival do Clube de Criativos de Portugal,<br />

foram atribuídos 20 prémios Ouro nas várias categorias a concurso.<br />

Em publicidade, a Fischer Portugal conquistou dois galardões, e a Leo<br />

Burnett, a BBDO e a Ivity Brand Corp. arrecadaram um. Em marketing<br />

relacional, o Ouro foi para a Ivity. Já em design, a Brandia Central<br />

conseguiu três prémios. A Ivity, a Mola Activism, a Silva!Designers e a<br />

This is Pacifica conseguiram dois e a Maga arrecadou um.<br />

Rebeca Venâncio<br />

rebeca.venancio@economico.pt<br />

Se, no início do ano passado, a<br />

tecnologia a três dimensões<br />

(3D) ainda parecia distante, nas<br />

salas do cinema o fenómeno<br />

está hoje quase democratizado.<br />

O 3D tomou de assalto as salas<br />

escuras e começa agora a aventurar-se<br />

nas salas de casa dos<br />

consumidores.<br />

Mais surpreendente é agora a<br />

chegada desta tecnologia aos<br />

jornais em papel. O tablóide<br />

britânico ‘The Sun’, da News<br />

Corporation, liderada por Rupert<br />

Murdoch, já confirmou<br />

que vai usar esta tecnologia. O<br />

magnata australiano joga assim,<br />

mais uma vez, a cartada do<br />

3D, que tanto êxito somou com<br />

o filme ‘Avatar’, dos estúdios da<br />

20th Century Fox, também da<br />

News Corp.<br />

A acção surge assim sob a<br />

forma de uma edição especial a<br />

3D, disponível no próximo dia<br />

5deJunho,cercadeumasemana<br />

antes do arranque do<br />

Mundial de Futebol da África<br />

do Sul, marcado por gravações<br />

e transmissões com a mesma<br />

tecnologia.<br />

Segundo José Pedro Rodrigues,<br />

responsável pela estratégia<br />

e pesquisa da Mobbit, empresa<br />

especializada em comunicação<br />

digital, “a inovação do<br />

‘The Sun’” tem, afinal, “mais de<br />

20 anos”, e é feita através do<br />

uso de imagens anaglíficas, ou<br />

seja, imagens usadas para criar<br />

o efeito 3D com óculos de lentes<br />

vermelha e azul, criando, assim,<br />

a ilusão de profundidade e<br />

tridimensionalidade. “Esta tecnologia<br />

pode ser impressa em<br />

qualquer tipo de papel com<br />

qualidade profissional, mas para<br />

quemvêaolhonudáailusãode<br />

estar distorcida.<br />

O ‘The Sun’, não é, no entanto,<br />

o primeiro jornal a fazer<br />

isto: em 2007, a Sports Illustrated<br />

lançou uma edição de fatos<br />

de banho em 3D, além de algumas<br />

publicações belgas e polacas”,<br />

explicou o especialista.<br />

Uma equipa de jornalistas acompanha<br />

oestágioereportatudoparaoportal.<br />

Jornal britânico ‘The Sun’<br />

vai oferecer óculos 3D<br />

para ver edição em papel<br />

Depois do cinema e da televisão, a tecnologia a três dimensões chega<br />

ao papel. Anúncios, editorial e página com modelos são as prioridades.<br />

O ‘The Sun’ não é<br />

o primeiro jornal<br />

a usar o 3D: em 2007,<br />

a Sports Illustrated<br />

lançou uma edição<br />

de fatos de banho<br />

para ver em 3D.<br />

Também a National<br />

Geographic usou<br />

o mesmo sistema<br />

numa edição com<br />

imagens exclusivas<br />

do planeta Marte.<br />

BELEZA (QUASE) REAL<br />

Em 2007, a Sports Illustrated, na<br />

sua famosa edição de fatos de banho,<br />

decidiu presentear os consumidores<br />

com a ilusão de que estavam<br />

mais perto das modelos. A edição<br />

oferecia um par de óculos 3D e foi<br />

um verdadeiro sucesso.<br />

“Esteéo3Dquenósjáconhecemos<br />

há vários anos, e<br />

quando associado ao cinema já é<br />

quase obsoleto. Actualmente, o<br />

mais comum é o cinema em 3D<br />

real, isto é, com recurso a óculos<br />

polarizados, que dão a ideia do<br />

3D em movimento”, justificou<br />

José Pedro Rodrigues.<br />

A prioridade irá para os<br />

anúncios, o editorial e a famosa<br />

página 3, que recebe diáriamente<br />

uma modelo seminua,<br />

agora ainda mais próxima do<br />

leitor, graças à ajuda dos óculos<br />

3D que serão oferecidos dentro<br />

de pouco mais de um mês.<br />

Segundo dados avançados<br />

pelo jornal inglês especializado<br />

‘MediaWeek’, os anunciantes<br />

vão ter de abrir os cordões à bolsa<br />

se quiserem anúncios coloridos<br />

e com tridimensionalidade.<br />

Para Paulo Querido, especialista<br />

em novas tecnologias em<br />

media, “a iniciativa vale pelo<br />

seu pioneirismo ou oportunismo.<br />

É um golpe de marketing,<br />

mais uma forma de aproveitar o<br />

momento para usar o 3D como<br />

uma estratégia de marketing.<br />

Do ponto de vista de ser prático<br />

ou de se tornar comum, não me<br />

parece que tenha interesse e<br />

não passa por aqui nada que tenha<br />

a ver com o futuro da imprensa”,<br />

explicou o responsável.<br />

O responsável da Mobbit<br />

concorda. “Há claramente uma<br />

colagemao3D,frutodosurgimento<br />

e popularidade destas<br />

tecnologias. Não há aqui grandes<br />

inovações, mas vai ter claramente<br />

esse efeito, por estar<br />

associado ao Mundial de Futebol”,<br />

explicou.<br />

Fica, no entanto, a dúvida:<br />

venderá o ‘The Sun’ edições suficientes<br />

de forma a compensar<br />

o investimento feito em papel,<br />

impressão e óculos especiais<br />

para o efeito? Para já, e para que<br />

não faltem nem anunciantes<br />

nem leitores, o título da News<br />

International já tem preparada<br />

uma campanha publicitária em<br />

televisão para promover a iniciativa,queestaránoareste<br />

mês, na televisão britânica. ■<br />

INTERNET<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 53<br />

SAPO segue Campeonato Mundial<br />

de Futebol ao minuto<br />

Para que os consumidores não percam pitada do evento desportivo<br />

do ano, o Campeonato Mundial de Futebol, que decorre este ano<br />

na África do Sul entre 11 de Junho e 11 de Julho, o SAPO criou um<br />

conjunto de conteúdos para a Internet e aplicações de ‘Mobile’ para<br />

Android, Nokia WRT, Windows Phone, Palm Pre e iPhone. Através<br />

dos canais é possível acompanhar, independentemente do lugar<br />

onde se esteja, tudo sobre o Mundial.<br />

PUB<br />

Mike Blake/Reuters<br />

SEMAPA - Sociedade de Investimento e Gestão, SGPS, S.A.<br />

Sociedade Aberta<br />

Sede: Avenida Fontes Pereira de Melo, nº 14, 10º, Lisboa<br />

Capital Social: 118.332.445 Euros<br />

Nº Pessoa Colectiva e Matrícula na C.R.C. de Lisboa: 502593130<br />

INFORMAÇÃO<br />

PAGAMENTO DE DIVIDENDOS<br />

EXERCÍCIO DE 2009<br />

O pagamento de dividendos deliberado na assembleia geral anual da sociedade<br />

de dia 22 de Abril de 2010 terá lugar a partir do próximo dia 10 de Maio nos<br />

termos seguintes:<br />

Dividendo Ilíquido por acção ............................EUR 0,255<br />

IRS/IRC (20%) por acção..................................EUR 0,051<br />

Dividendo Líquido por acção .............................EUR 0,204<br />

Os dividendos serão pagos através da Central de Valores Mobiliários, nos<br />

termos do respectivo regulamento, sendo o Agente Pagador nomeado para<br />

o efeito o Banco Espírito Santo, S.A.<br />

Mais informamos que para efeitos de isenção ou dispensa de retenção na<br />

fonte de IRS/IRC, os Senhores Accionistas devem confirmar a caracterização<br />

da sua situação fiscal junto das entidades depositárias das acções.<br />

Informamos ainda que, a partir de dia 05 de Maio de 2010, inclusive, as<br />

acções serão transaccionadas em bolsa sem conferirem direito ao pagamento<br />

de dividendos.<br />

Lisboa, 28 de Abril de 2010<br />

A Administração<br />

Aversãodosóculos3D,comlentes<br />

azuis e vermelhas, serão oferecidos<br />

na compra do jornal “The Sun”.


PUB


Durante a primeira metade<br />

do século XX as Termas<br />

do Estoril faziam parte do<br />

charme e do ‘glamour’ desta<br />

praia lisboeta. Ali se cruzava a<br />

aristocracia europeia e os milionários<br />

de todo o mundo a quem<br />

o avião, essa máquina extraordinária<br />

que hoje pára durante dias,<br />

a contra gosto, permitia uma<br />

mobilidade alucinante e transformava<br />

em ‘jet-set’.<br />

Ostemposmudarame,no<br />

início da década de 60, quando<br />

o Hotel do Parque foi demolido,<br />

o balneário das termas também<br />

desapareceu. As águas termais,<br />

LIFESTYLE<br />

1 2<br />

5 6 7 8<br />

Vera Tânger<br />

Autora de “Como Peixe na Água<br />

- Manual de Etiqueta para se<br />

saber comportar em sociedade”<br />

e formadora de etiqueta e<br />

protocolo pessoal e empresarial.<br />

A banhos nas novas Termas<br />

a34 o<br />

C,queoReiD.JoséI,nosé-<br />

culo XVIII, já apreciava, ficaram<br />

desaproveitadas. Até agora.<br />

Porque, agora, as Termas do<br />

Estoril voltaram a ter um balneário<br />

onde é possível aproveitar<br />

todos os benefícios destas<br />

O erão está a chegar e o Estoril Open,<br />

com o entusiasmo pelo ténis, também.<br />

É sempre bom relembrar que, sendo<br />

originalmente um desporto de ‘gentlemen’,acortesiaimperaeénecessária<br />

muita concentração, logo o silêncio<br />

durante o jogo é fundamental. Bem sei<br />

que é um jogo com bola, mas não é futebol!<br />

Enquanto a bola anda para cá e<br />

para lá, e por muito empolgante que<br />

seja, observe sem fazer comentários e<br />

bata palmas ou use outras expressões<br />

de entusiasmo só no fim do ponto. Às<br />

INAUGURAÇÃO<br />

águas que se supõe terem origem<br />

na Serra de Sintra. E, para<br />

quem não precisa das suas propriedades<br />

medicinais (que ajudam<br />

quem sofre de reumatismo,<br />

doenças dermatológicas e<br />

respiratórias), pode gozar o<br />

Banyan Tree Spa, uma das melhores<br />

marcas do mundo de<br />

tratamentos de bem estar que<br />

tem o inconfundível carisma<br />

do Oriente.<br />

COMO PEIXE NA ÁGUA<br />

3 4<br />

A festa de inauguração foi um<br />

enorme sucesso e promete devolveraoEstorilocharmeeo<br />

‘glamour’ de outros tempos. A<br />

escolha é enorme. Piscinas termais<br />

e terapêuticas, sauna, salas<br />

de inalação, banhos de vapor,<br />

lamas Vichy, massagens, ginásio<br />

fitness e ‘wellness’, duche<br />

escocês, lamas e massagens são<br />

só algumas das muitas ofertas<br />

disponíveis. ■<br />

Saber estar no Estoril Open<br />

vezes, o que parece não é e aquela<br />

bola que julgava ir fora acabou por ir<br />

dentro e o jogador ainda conseguiu fazer<br />

uma daquelas jogadas memoráveis.<br />

Por outro lado, bater palmas antes do<br />

fim pode enganá-lo e levar a desistir<br />

de dar aquele tudo por tudo, acabando<br />

por perder o ponto.<br />

DURANTE O JOGO...<br />

Ver e ser visto é “importante”, mas<br />

conversar e/ou manifestar a sua<br />

amizade por quem aparece, fica re-<br />

Fotos: Neves António<br />

1<br />

Yousif Albaker, Lourenco Vaz<br />

Pinto, Amir Albaker, Albakas,<br />

Filipe Soares Franco, Pedro<br />

Garcia, Hugo Santos.<br />

2<br />

Luís e Mónica Roquette.<br />

3<br />

Alexandra de Almeida e Manuel<br />

Dias Loureiro.<br />

4<br />

Barbara e José Pinto Bastos.<br />

5<br />

Karim e Rosália Vakil.<br />

6<br />

Duarte e Sofia Nobre Guedes.<br />

7<br />

Vera Nobre da Costa e João<br />

Vanzeller.<br />

8<br />

Maria João Salgado.<br />

Cinquenta anos depois, as Termas do Estoril voltam a abrir. Além das águas medicinais há também um luxuoso spa.<br />

servado para os espaços de lazer<br />

longe dos ‘courts’. O ‘flash’ distrai e<br />

perturba. O telemóvel fica em silêncio.<br />

Apoiar este ou aquele jogador é<br />

natural e desejável, mas isso não<br />

quer dizer que deva bater palmas<br />

quando o “inimigo” faz uma dupla<br />

falta ou perde o ponto, considerado<br />

de mau gosto. Vista roupa apropriada<br />

e confortável porque o jogo é visto<br />

sentado e pode demorar várias<br />

horas. Conheça a previsão meteorológica,<br />

mas as mudanças de tempo<br />

Quinta-feira 29 Abril 2010 Diário <strong>Económico</strong> 55<br />

Por Maria João Vieira<br />

lifestyle@economico.pt<br />

BREVES<br />

William Kentridge<br />

no MoMA<br />

Até ao próximo dia 17 de Maio<br />

o MoMA, em Nova Iorque, tem<br />

patente a exposição “Five<br />

Themes”, uma mostra de obras<br />

do pintor sul-africano William<br />

Kentridge, considerado<br />

um dos maiores nomes<br />

da pintura actual.<br />

Renascença em Londres<br />

O British Museum, em Londres,<br />

expõe, até 25 de Julho, 100<br />

desenhos notáveis de alguns<br />

dos maiores nomes<br />

da Renascença, como Fra<br />

Angelico, Leonardo da Vinci,<br />

Jacopo, Gentile Bellini,<br />

Botticelli, Carpaccio, Filippo<br />

Lippi, Mantegna, Miguel<br />

Ângelo, Verrocchio e Ticiano.<br />

Nuno Mendes<br />

conquista Londres<br />

TheLoftProjectéo<br />

restaurante do momento,<br />

em Londres. O dono é Nuno<br />

Mendes, um dos ‘chefs’<br />

portugueses da actualidade<br />

que está a fazer sucesso.<br />

Antesdeir,convémmarcar,<br />

através do número +44 (0) 795<br />

620 5005.<br />

podem acontecer. Previna-se e proteja-se<br />

do frio e/ou do calor, mas evite<br />

usar aquele chapéu enorme que<br />

impede os outros, sentados atrás, de<br />

verem o jogo. Entrar e sair das bancadas<br />

só quando os jogadores estiverem<br />

sentados e aproveite essas<br />

saídas para descontrair, beber e comer<br />

alguma coisa. Os bebés e as<br />

crianças pequenas ficam em casa ou<br />

no espaço Baby Sitting Estoril Open.<br />

Instrumentos sonoros tipo buzinas<br />

não são bem-vindos. ■


56 Diário <strong>Económico</strong> Quinta-feira 29 Abril 2010<br />

ÚLTIMA HORA<br />

www.economico.pt<br />

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de Publicações, S.A. Edifício Logista Expansão da Área Industrial do Passil Lote 1 – A Palhavã 2894 002 Alcochete<br />

Trabalhadores da Rohde optam<br />

pela liquidação da empresa<br />

Na próxima terça-feira, votam pelo fim da maior empregadora de calçado do País.<br />

Os trabalhadores da Rohde, a maior<br />

empregadora do sector do calçado<br />

do País, deverão votar a favor da liquidação<br />

dos activos da empresa na<br />

próxima terça-feira, em assembleia<br />

decredores.Estaéaconvicçãoda<br />

administradora judicial, Conceição<br />

Santos, que ontem participou numa<br />

reunião com os trabalhadores e o<br />

sindicato do sector para esclarecer<br />

eventuais dúvidas sobre o processo.<br />

A Rohde emprega 984 pessoas e está<br />

em processo de insolvência desde<br />

Setembro do ano passado. “Os trabalhadores<br />

querem uma solução,<br />

querem fechar esta página”, disse<br />

Conceição Santos.<br />

Os trabalhadores – únicos credores,<br />

de mais de 14 milhões de euros,<br />

daempresadeSantaMariadaFeira<br />

– estão inclinados a votar a favor da<br />

eliminação dos empregos e da venda<br />

do património da unidade (avaliado<br />

em menos de cinco milhões), conforme<br />

está previsto no novo plano<br />

de viabilização, adiantou Conceição<br />

Santos. Mas já o ponto que prevê a<br />

constituição de uma nova firma,<br />

com a manutenção de 150 empre-<br />

DESTAQUE<br />

Bava e Moniz são hoje ouvidos no<br />

Parlamento sobre o caso TVI<br />

As audições do inquérito à<br />

actuação do Governo na tentativa<br />

de compra da TVI pela PT<br />

regressam esta quinta-feira, depois<br />

da interrupção de ontem por<br />

motivo de greve dos funcionários<br />

da AR. José Eduardo Moniz depõe<br />

duranteamanhãeZeinalBavaé<br />

ouvido ao final da tarde.<br />

Acompanhe no ‘site’ os seus<br />

Acompanhe ao minuto em<br />

www.economico.pt<br />

gos, e a utilização das actuais instalações<br />

industriais gratuitamente<br />

durante um ano não acolhe a receptividade<br />

dos trabalhadores, disse<br />

ainda. Face a estas posições, a Rohde<br />

deverá ser extinta a 4 de Maio. A<br />

reunião contou com a participação<br />

de cerca de 75% dos trabalhadores<br />

da empresa. Desde o final de Novembro,<br />

os 984 trabalhadores estão<br />

comoscontratosdetrabalhosuspensos<br />

e a receberem subsídio de<br />

Bancos garantem Pinhal Interior<br />

sem agravamento das condições<br />

O contrato de financiamento da<br />

concessão rodoviária do Pinhal Interior<br />

foi ontem concluído (’financial<br />

close’) entre o consórcio liderado<br />

pela Ascendi (Mota-Engil e BES)<br />

e 11 bancos financiadores, entre os<br />

quais sete estrangeiros. Gonçalo<br />

Moura Martins, presidente da Ascendi,<br />

sublinhou ao Diário <strong>Económico</strong><br />

que, apesar do corte do ‘ra-<br />

ting’ da República Portuguesa por<br />

parte da Standard & Poor’s, “nenhum<br />

dos bancos exigiu qualquer<br />

agravamento das condições financeiras”.<br />

A Pinhal Interior está a gerar<br />

uma crescente polémica, porque<br />

exige mil milhões de euros do Estado<br />

a curto-prazo, mais de três milhões<br />

de euros ao longo dos 40 anos<br />

da concessão. ■ N.M.S.<br />

Acompanhe no ‘site’ a evolução das bolsas e das taxas Euribor.<br />

MAIS LIDAS ONTEM<br />

● Entrevista: O homem que cortou<br />

o ‘rating’ de Portugal<br />

● Oquese diz lá fora sobre o que<br />

se passa cá dentro<br />

● Para onde vai a bolsa portuguesa?<br />

● BCP fundou 17% e nunca valeu<br />

tão pouco<br />

● Fisco aperta cerco a 30 mil contribuintes<br />

para garantir receita<br />

Leia versão completa em<br />

www.economico.pt<br />

desemprego. Já a proposta de criação<br />

de uma cooperativa, que dois<br />

trabalhadores chegaram a ponderar<br />

para assegurar o futuro da empresa<br />

– conforme já noticiou o Diário <strong>Económico</strong><br />

–, acabou por não ser apresentada.<br />

Segundo Conceição Santos,<br />

os dois trabalhadores decidiram<br />

“não tomar essa iniciativa”, até<br />

porque as opiniões manifestadas<br />

pelos colegas não iam no sentido de<br />

aprovar esse plano. ■ S.S.P.<br />

VOTAÇÕES<br />

Inquérito em curso<br />

O sistema de segurança social<br />

precisa de uma nova reforma?<br />

Sim<br />

76<br />

NÚMERO DE VOTOS: 742<br />

Não<br />

24<br />

Vote em<br />

www.economico.pt<br />

Bruno Barbosa<br />

Os 984 trabalhadores da Rohde estão<br />

desde o final de Novembro com os<br />

contratos de trabalho suspensos e a<br />

receber o subsídio de desemprego.<br />

Mourinho na final<br />

da Champions<br />

O Inter de José Mourinho apurou-se<br />

ontem para a final da Liga dos Campeões<br />

ao perder (0-1) com o Barcelona.<br />

Apesar da expulsão de Thiago<br />

Motta (31 m), os nerazzurri resistiram<br />

até ao golo de Piqué (84 m) e, depois<br />

do último título (1965) e da última final<br />

(1972), o Inter volta ao jogo decisivo.SerácomoBayerna22deMaiono<br />

Santiago Bernabéu, em Madrid. ■<br />

OPINIÃO<br />

O Bloco Central<br />

ganhou vida<br />

A maior crise financeira que afectou o país na última década,<br />

medida, por exemplo, pela destruição de cerca de<br />

15 mil milhões de euros de riqueza na bolsa de Lisboa<br />

nos últimos 15 dias, abriu a porta a um novo ciclo político,<br />

absolutamente fundamental para o Governo convencer<br />

os mercados, os especuladores e os investidores,<br />

da bondade dos seus objectivos.<br />

As crises são, diz-se, grandes oportunidades. Como o<br />

Diário <strong>Económico</strong> titulou na edição de ontem em manchete,<br />

num repto inédito na imprensa portuguesa, era<br />

obrigatório um entendimento entre o primeiro-ministro<br />

José Sócrates e Pedro Passos Coelho. Contra todas as<br />

expectativas, formou-se ontem um verdadeiro Bloco<br />

Central estratégico a favor de Portugal. Sócrates e Passos<br />

Coelho cederam o que tinham a ceder para haver um<br />

entendimento mínimo e uma cooperação, esta sim, verdadeiramente<br />

estratégica.<br />

A reunião conjunto, ontem em São Bento, revelou<br />

um acordo político de apoio a um Programa de Estabilidade<br />

e Crescimento que tem medidas de austeridade<br />

essenciais para o país mudar de vida. A verdade é que<br />

o PS, sem maioria parlamentar, não tinha até agora, as<br />

condições mínimas para fazer passar no Parlamento<br />

algumas das medidas mais importantes, como as alterações<br />

ao subsídio de desemprego ou a avaliação,<br />

obrigatória,detodootipoderendimentodosquepedem<br />

acesso a prestações sociais. Foram estas duas das<br />

medidas anunciadas ontem. E outras, com o carimbo<br />

do Bloco Central, se seguirão. As reacções dos mercados<br />

foram positivas, a pressão internacional sobre o<br />

dívida pública soberana de Portugal aliviou no final do<br />

dia, por isso, o Governo ganhou um novo fôlego e o<br />

país venceu uma guerra. Mas há outro vencedor claro:<br />

Pedro Passos Coelho.<br />

O novo líder do PSD fez mais em dois dias do que Manuela<br />

Ferreira Leite em dois anos. Não perdeu qualquer<br />

margem de manobra política no futuro próximo perante<br />

as medidas que o Governo vai apresentar, e que vão<br />

obrigar José Sócrates a trabalhar muito, mas conseguiu<br />

assumir uma posição de Estado que o transforma, mesmo,<br />

em candidato a primeiro-ministro.<br />

A partir de agora, estão criadas novas condições para<br />

o Governo apresentar rapidamente as medidas necessárias<br />

para corrigir os desequilíbrios financeiros e económicos<br />

que afectam o país. É mais uma oportunidade.<br />

O pior parece ter passado para Portugal nos mercados<br />

financeiros, mas hoje é toda a zona euro que está em<br />

causa. A começar no caso grego, que mostrou as fragilidade<br />

ainda existentes no projecto europeu. Ao primeiro<br />

verdadeiro e sério ataque ao euro, a Alemanha demorou<br />

tempo de mais a decidir, por motivos internos, e prolongou<br />

a agonia de um país que, se cair, terá consequências<br />

ainda mais graves do que aqueles que afectaram o<br />

mundo quando a Lehman Brothers foi à falência. ■<br />

PUB<br />

ANTÓNIO COSTA<br />

Director<br />

antonio.costa@economico.pt<br />

Sheila Cameron<br />

MBA<br />

MANUAL PRÁTICO<br />

Disponível em www.ECONOMICO.pt

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