Revista Grid - 4ª edição
Edição de março/2023 da Revista Grid.
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categoria significa para os fãs de automobilismo no Brasil,
bem como na região da América Latina”, ponderou
o presidente da Hankook Tire Latin America, Alex Inho
Choi, na ocasião da divulgação da parceria – e que pegou
muita gente de surpresa.
Surpresa porque a antiga parceira Pirelli alimenta um
longo histórico com a principal categoria do automobilismo
brasileiro. A fabricante italiana “calçou” a Stock
Car pela maior parte de sua existência. Foram dois períodos
distintos: da criação da categoria, em 1979, até o final
da temporada de 2007, e de 2013 até o final de 2022.
Entre 2008 e 2012, a fornecedora oficial foi a Goodyear.
Foram 39 das 44 temporadas de história da Stock Car.
Choi ainda acrescentou: “Por meio deste patrocínio,
esperamos ajudar a nutrir a cultura do automobilismo
na região e também usá-lo como uma plataforma para
demonstrar a excelência em desempenho e confiabilidade
de nossos pneus”.
Na pré-temporada, dois testes de pneus foram realizados
com um carro da equipe Hot Car. O primeiro teste
aconteceu na pista de Tarumã, no Rio Grande do Sul, e
foi conduzido pelo piloto Renan Guerra; o segundo, em
Interlagos, foi pelas mãos de Danilo Dirani – dois pilotos
que não estarão inscritos no campeonato de 2023.
Como toda mudança de pneu, há efeitos colaterais
que serão iguais para todos os pilotos do grid. Eles, inclusive,
terão direito a dois treinos extras na quinta-feira
que antecede a etapa de abertura do campeonato.
As medidas dos Hankook Ventus F200 (slick) e
Hankook Z207 (de chuva) são ligeiramente diferentes
dos Pirelli PZero que equiparam a Stock Car até o final
de 2022. Os pneus italianos traziam 305 mm de largura
por 660 mm de diâmetro e 18 polegadas de roda. A borracha
sul-coreana que calçará os Stock Car a partir do
dia 2 de abril traz as medidas 300/680-18. Menos largo,
mas com maior diâmetro.
A mudança mais sensível, no entanto, é o composto.
É o que vai fazer engenheiros e pilotos se desdobrarem
na adaptação à nova borracha, seja ela mais dura ou
mais macia que a anterior – e com a qual correram pelas
últimas dez temporadas.
De acordo com um dos pilotos que participou dos testes,
o composto escolhido pela Hankook é mais duro em
comparação com o que vinha sendo usado na categoria.
“Um composto mais duro gera maiores dificuldades de
adaptação porque muda bastante o comportamento do
carro. No caso do teste, o que pude sentir foi um nível
de aderência mais baixo em relação ao anterior, e consequentemente
tempos de volta mais altos. No fim das
contas, é igual para todo mundo e acho que esse fator
pode dar uma boa chacoalhada no grid”, disse a fonte.
Os carros terão uma alteração importante para auxiliar
na aderência, especialmente na traseira. Os aerofólios
traseiros passarão a ser maiores em 2023. Os atuais, de
1.488 milímetros de envergadura e 201 milímetros entre
ataque e saída de ar, serão substituídos por uma peça
maior, cujas dimensões ainda não foram publicadas na
ficha de homologação dos Toyota Corolla e Chevrolet
Cruze da Stock Car para 2023.
Contudo, nos testes de pneus foram feitos comparativos
entre a asa usada em 2022 e o aerofólio que equipou
os antigos JL-G09, presentes na categoria até o final de
2019, com 1.628 milímetros de envergadura e 297 mm
entre os bordos de ataque e fuga (do ar). E segundo a
fonte consultada pela Revista Grid, o resultado foi bastante
positivo: “Só na mudança da asa traseira o carro
ganhou pouco mais de 1 segundo em tempo de volta”.
Atual campeão da Stock Car, Rubens Barrichello faz
uma previsão do quanto a chegada da nova fornecedora
pode bagunçar o grid. “Com a mudança do pneu, logicamente
a gente tem um processo do desconhecido.
Pneu é aderência pura, e junto com aderência a gente
tem os freios, que são superimportantes na Stock Car.
Então a gente vai para a primeira prova dentro do desconhecido.
(Um novo fornecedor de) pneu pode mudar
altura de carro, que pode mudar o equilíbrio dele e
fundamentalmente pode mudar a estrutura do balanço
de freio. Então todos eles vêm em composição e por
isso são extremamente importantes”, explicou o agora
bicampeão.
Haverá uma mudança no equilíbrio de forças de uma
categoria já extremamente competitiva como a Stock
Car? Alguns pilotos deverão se adaptar mais rapidamente
do que outros aos novos compostos. Da mesma
maneira, os engenheiros das equipes, já munidos de dados
dos testes de pré-temporada, também já se debruçam
sobre números para entender o melhor acerto dos
carros. Uma coisa é certa: vai ser ainda mais interessante
acompanhar a Stock Car Pro Series em 2023.
Jake Dennis comemora a vitória na abertura da F-E,
que também utiliza pneus Hankook
Cleber Bernuci
Duda Bairros
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