Revista Grid - 4ª edição
Edição de março/2023 da Revista Grid.
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FORMULA 3
FIA F3
Fernando Alonso tira o celular do bolso, aponta em direção
ao pódio e filma, todo orgulhoso, a comemoração
de Gabriel Bortoleto ao som do Hino Nacional. Gabriel
vencera a corrida principal de seu fim de semana de estreia
na Fórmula 3; Alonso é dono da A14 Management,
empresa que gerencia a carreira do piloto brasileiro.
Era o primeiro resultado prático de uma “dobradinha”
que começou muito bem já no meio do ano passado.
Foi em parceria com a agência que Bortoleto garantiu
uma vaga na cobiçada equipe Trident, campeã de 2021
e única a interromper uma década de supremacia da
Prema. Ele foi um dos primeiros pilotos anunciados para
este ano, ainda no mês de setembro.
“A Trident era um objetivo antigo, sempre quis correr
aqui, e ter o Fernando como manager é um sonho que
se tornou realidade. Não só ele, como o Albert (Resclosa)
e o Alberto (Fernández), que também são donos da
A14, me ajudaram muito me colocando na equipe em
que eu estou hoje”, contou Gabriel.
Um detalhe curioso que Gabriel revelou foi a liberdade
de trocar mensagens com Alonso mesmo em pleno fim
de semana de corrida, pedindo orientações. Exatamente
como tem de ser. Alonso respondeu às mensagens
com dicas importantes, mostrando que está disposto a
atuar como uma figura ainda mais relevante do que um
empresário.
Ao estrear com vitória na Fórmula 3, Bortoleto manteve
uma saudável escrita: venceu em todas as categorias
de monoposto pelas quais passou, começando
pela Fórmula 4 Italiana, em 2020, e progredindo para
a Fórmula Regional Europeia, em 2021 e 2022, além de
um breve stint na Fórmula Regional Asiática, também
no ano passado.
A disputa pela primeira posição no Bahrein o colocou
cara a cara com um adversário bem conhecido: o italiano
Gabriele Minì.
Em uma rápida retrospectiva, vale lembrar que Minì
foi o vice-campeão mundial de kart de 2018, na Suécia,
com Bortoleto logo atrás dele, em terceiro lugar.
Agora, na estreia de ambos pela Fórmula 3, eles formaram
a primeira fila do grid da corrida de domingo,
que vale mais pontos. O brasileiro conseguiu o segundo
lugar, apenas 0s057 distante de Minì. E na largada, Bortoleto
foi melhor, assumindo a ponta antes mesmo da
primeira curva.
Se já seria difícil para Minì reverter a situação, ficou impossível
quando recebeu a informação de que teria 5s
acrescidos ao tempo final de prova, por conta de um
pequeno erro – ao alinhar no grid, deixou parte do pneu
dianteiro para fora do colchete pintado no asfalto.
Ciente da punição do adversário, Bortoleto deixou Minì
passar e seguiu em comboio, podendo desta forma utilizar
a asa móvel e fugir dos demais, que representassem
real ameaça. Foi de uma inteligência e de uma maturidade
impressionantes. Cruzou a linha de chegada fisicamente
atrás do italiano, mas já como vencedor da corrida.
Com três brasileiros no grid,
o calendário da Fórmula 3
prevê a realização de
20 corridas em 10 países
Foi o complemento perfeito para um fim de semana
que já começara bastante positivo para os brasileiros:
na véspera, quando é disputada a corrida curta, valendo
menos pontos, Caio Collet foi ao pódio em terceiro lugar.
Abrindo sua terceira temporada na categoria, Collet é
agora o piloto mais experiente da Fórmula 3 e espera-se
que este conhecimento aliado à autoconfiança possa
trazer melhores resultados, mantendo vivo o sonho de
chegar à Fórmula 1.
Foi por conta desse sonho que Collet declinou do
convite da Alpine para assumir uma vaga no WEC, o
Mundial de Endurance. Pelo menos por enquanto. Com
isso, o piloto acabou deixando o programa de jovens
talentos da montadora francesa, mas não se desligou
por completo da marca. Continua tendo uma afiliação,
que pode gerar oportunidades futuras.
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