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edição de 3 de abril de 2023

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ABA RETORNA AO<br />

CENP, APós DOIs ANOs<br />

Presi<strong>de</strong>nte do Cenp,<br />

Luiz Lara celebrou a<br />

volta da associação<br />

ao Fórum e fala que,<br />

juntos, terão o foco<br />

nas melhorias do<br />

mercado. pág. 39<br />

EsPM E CÍRCUlO DE CRIATIVAs fAZEM EVENTO<br />

Encontro reuniu profissionais como Paulo<br />

Cunha, Adriana Cury e Luiza Helena Trajano<br />

para <strong>de</strong>bater o papel da mulher. pág. 36<br />

DIA DO JORNAlIsMO<br />

lEVA à REflExãO<br />

Data é lembrada dia<br />

7 e especialistas na<br />

área, como Ângela<br />

Ravazzolo, professora<br />

da ESPM Porto Alegre,<br />

comentam atual<br />

cenário. pág. 30<br />

propmark.com.br ANO 58 - Nº 2937 - 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> R$ 20,00<br />

Freepik<br />

Profissionais <strong>de</strong> veículos<br />

encaram mudanças da mídia<br />

Especial <strong>de</strong>sta edição traz entrevistas com executivos dos principais grupos <strong>de</strong><br />

comunicação do Brasil, que buscam ferramentas, canais e mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios<br />

capazes <strong>de</strong> enfrentar as transformações impostas por novas tecnologias e mudanças<br />

no consumo <strong>de</strong> conteúdo. Inteligência artificial, streaming e TV conectada são<br />

algumas das inovações que revolucionam o mercado, que registrou compra <strong>de</strong> mídia<br />

avaliada em R$ 21,2 bilhões em 2022, segundo dados do Cenp-Meios. pág. 18


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Profissionais <strong>de</strong> veículos<br />

PROPMARK preparou nesta edição o Especial Profissionais <strong>de</strong><br />

O Veículo com o intuito <strong>de</strong> traçar um panaroma da mídia e ouvir<br />

as estratégias dos principais lí<strong>de</strong>res do segmento. Sejam <strong>de</strong> TV,<br />

rádio, jornal, site ou revista, os executivos relataram <strong>de</strong>safios em<br />

comum: o veículo <strong>de</strong> comunicação precisa atuar <strong>de</strong> forma multiplataforma<br />

e perseguir a inovação. O cenário <strong>de</strong> transformação do<br />

consumo <strong>de</strong> mídia vale para todos.<br />

Paulo Pessoa, diretor-executivo do mercado anunciante do Estadão,<br />

conta que a estratégia do veículo é se apresentar como um<br />

parceiro para as marcas que precisam se posicionar <strong>de</strong>ntro do atual<br />

momento. “Outro ponto é que estamos diversificando a nossa atuação,<br />

<strong>de</strong>senvolvendo novas audiências e produtos, exemplo disso<br />

é o Estadão Recomenda, vertical que avalia e recomenda produtos<br />

para nossa audiência, facilitando o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compra.”<br />

A Record TV, por exemplo, fala com mais <strong>de</strong> 130 milhões <strong>de</strong> pessoas<br />

mensalmente e o alcance do portal R7 supera a média <strong>de</strong> 76 milhões<br />

<strong>de</strong> visitantes únicos. O serviço <strong>de</strong> streaming PlayPlus e a Record<br />

News complementam a atuação do grupo, que espera crescer 8,4%<br />

em <strong>2023</strong>. Formatos comerciais baseados em experiências multiplataformas<br />

ancoram o momento <strong>de</strong>safiador vivido pela TV aberta.<br />

Alarico Naves, superinten<strong>de</strong>nte-comercial e multiplataforma do<br />

Grupo Record, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a força da TV. “Além <strong>de</strong> alcance, a TV aberta<br />

possui gran<strong>de</strong> versatilida<strong>de</strong>, proporcionando soluções <strong>de</strong> negócios<br />

cada vez mais inovadoras, através do seu conteúdo e aliada a outras<br />

plataformas”, comenta ele, acrescentando que a TV aberta chega a<br />

alcançar mais <strong>de</strong> 93% da população no Brasil.<br />

No SBT, o foco é utilizar conteúdo, tecnologia, plataformas digitais<br />

e inovação digital a fim <strong>de</strong> encontrar soluções mais robustas <strong>de</strong> distribuição<br />

e <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> conteúdos linear e não<br />

linear. Segundo o diretor <strong>de</strong> negócios e marketing executivo, Fred<br />

Müller, a emissora possui investimento estratégico em inovação.<br />

Um dos exemplos é a aposta no meio digital, com canais como SBT<br />

Games, TV Zyn, SBT Sports e SBT News.<br />

Na Ban<strong>de</strong>irantes, rádio, televisão aberta, fechada e digital compõem<br />

o ecossistema <strong>de</strong> mídia da emissora. “Nunca vivemos em<br />

uma zona <strong>de</strong> conforto por não sermos lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> mercado. Sempre<br />

trabalhamos com múltiplas plataformas”, admite Cris Moreira, diretor-geral<br />

<strong>de</strong> comercialização do Grupo Ban<strong>de</strong>irantes.<br />

Uma estratégia interessante que mostra a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atuação<br />

multiplataforma, mesmo para os meios nativos digitais, é a do UOL,<br />

que tem 82% <strong>de</strong> alcance da internet brasileira. O CEO Paulo Samia<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que é preciso misturar online com offline para uma entrega<br />

completa. Um exemplo disso é o CarnaUOL, maior projeto proprietário<br />

do grupo, que neste ano reuniu 15 mil pessoas no Allianz Parque,<br />

em São Paulo, com quase nove horas <strong>de</strong> shows ininterruptos.<br />

Já Manzar Feres, diretora <strong>de</strong> negócios integrados em publicida<strong>de</strong><br />

da Globo, frisa que o cenário dá conforto para afirmar que a TV terá<br />

protagonismo no futuro do digital. “O crescimento da TV conectada<br />

traz o melhor <strong>de</strong> dois mundos: a união da tela gran<strong>de</strong>, que sempre<br />

foi sinônimo <strong>de</strong> conteúdo premium, atenção concentrada e um<br />

lugar seguro; e do digital, que reflete a assertivida<strong>de</strong> e o surgimento<br />

<strong>de</strong> novos formatos”, salienta ela.<br />

Do lado do rádio, Katia Zaratin Santacroce, gerente-comercial da<br />

Antena 1, <strong>de</strong>staca que a emissora sempre foi pioneira em tecnologia.<br />

Ela justifica a afirmativa lembrando que a empresa foi a primeira<br />

rádio online do Brasil, uma das primeiras skills da Alexa no país e<br />

conta com um constante investimento em equipamentos <strong>de</strong> ponta<br />

não apenas no online, mas também no OnAir.<br />

E por fim, Exame se reposiciona como uma mediatech trazendo iniciativas<br />

como a Exame Aca<strong>de</strong>my, “um sinal <strong>de</strong> que a busca por qualificação<br />

e formação po<strong>de</strong> estar diretamente associada ao ambiente<br />

digital da informação”, ressalta o CMO Fernando Miranda.<br />

as Mais lidas da seMana no ProPMark.coM.br<br />

1ª<br />

Jose Gil/ Unsplash<br />

2ª<br />

3ª<br />

brasil conquista 10 troféus<br />

no Meta Vi<strong>de</strong>o awards<br />

A primeira edição do Meta Vi<strong>de</strong>o Awards premiou <strong>de</strong>z brasileiras:<br />

Dentsu, DPZ, VMLY&R, Africa, GUT, AlmapBBDO e Rocky.Monks<br />

foram as agências reconhecidas.<br />

investimento em mídia cresce 7% e<br />

ultrapassa r$ 74 bi, aponta kantar<br />

Em 2022, as marcas investiram R$ 74,1 bilhões em compra<br />

<strong>de</strong> mídia nos espaços publicitários brasileiros, uma variação<br />

positiva <strong>de</strong> 7% em comparação a 2021.<br />

as marcas mais valiosas,<br />

segundo ranking da interbrand<br />

Itaú, Bra<strong>de</strong>sco e Skol foram as três marcas mais valiosas, <strong>de</strong><br />

acordo com estudo anual da Interbrand. O ranking é composto<br />

por 25 empresas que, somadas, possuem um valor <strong>de</strong> mercado<br />

que ultrapassa R$ 150 bilhões.<br />

4ª<br />

O Grupo Petrópolis entrou com um pedido <strong>de</strong> recuperação judicial<br />

no Tribunal <strong>de</strong> Justiça do Rio <strong>de</strong> Janeiro. As dívidas somam R$ 4,2<br />

bilhões, segundo a <strong>de</strong>fesa.<br />

5ª<br />

Grupo Petrópolis entra com<br />

pedido <strong>de</strong> recuperação judicial<br />

inspirado no hit Ginga, iza<br />

convida pessoas a viajarem mais<br />

A Decolar lançou Vem <strong>de</strong>colar, campanha que <strong>de</strong>staca o<br />

movimento crescente <strong>de</strong> viagens. O filme é estrelado por Iza,<br />

que faz um remake <strong>de</strong> Ginga. A REF+ foi quem assinou a ação.<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 3


Índice<br />

Transformações<br />

da mídia instigam<br />

profissionais<br />

Especial traz entrevistas com<br />

lí<strong>de</strong>res dos principais meios do<br />

país, que falam sobre estratégias<br />

para se manter relevante num<br />

cenário <strong>de</strong> constantes mudanças.<br />

caPa<br />

18<br />

Rawpixel/ Freepik<br />

enTrevisTa<br />

cmo da FreeBrands<br />

relata plano<br />

<strong>de</strong> expansão<br />

Adilson Batista, que tem carreira sólida em<br />

agências e se tornou CMO da FreeBrands<br />

em janeiro, afirma que empresa planeja<br />

crescer três vezes em três anos. Companhia<br />

é dona do icônico FreeCô, lí<strong>de</strong>r na categoria<br />

<strong>de</strong> odorizadores sanitários, com 93% <strong>de</strong><br />

market share. pág. 16<br />

curTas<br />

Beoriginals é a nova<br />

produtora do mercado<br />

O diretor, roteirista e produtor Guga<br />

Lemes lança a Beoriginals, empresa<br />

<strong>de</strong> criação <strong>de</strong> formatos audiovisuais<br />

e produções originais para streaming,<br />

TV, cinema e plataformas digitais. Ela<br />

é associada ao Grupo beGiant. pág. 8<br />

Fotos: Divulgação<br />

mercado<br />

itaú é a marca mais<br />

valiosa do Brasil<br />

O banco Itaú mantém o posto <strong>de</strong> marca<br />

mais valiosa do Brasil, estimada em R$<br />

44,3 bilhões, segundo ranking divulgado<br />

pela consultoria global Interbrand. Na foto,<br />

campanha <strong>de</strong> reposicionamento do Itaú<br />

Personnalité com Seu Jorge. pág. 40<br />

mercado<br />

Kantar aponta<br />

investimento bruto<br />

Em 2022, as marcas investiram cerca<br />

<strong>de</strong> R$ 74,1 bilhões em compra <strong>de</strong> mídia<br />

no Brasil, uma variação positiva <strong>de</strong> 7%<br />

em comparação a 2021, segundo a Kantar<br />

Ibope Media. A diretora Paula Carvalho fala<br />

que se trata <strong>de</strong> “uma sinalização positiva<br />

para todo o mercado”. pág. 38<br />

editorial ................................................................3<br />

conexões ...............................................................6<br />

curtas ....................................................................8<br />

Quem Fez ............................................................10<br />

marcas .................................................................12<br />

inspiração ..........................................................14<br />

entrevista ...........................................................16<br />

Profissionais <strong>de</strong> veículo ...................................18<br />

opinião ................................................................29<br />

mídia ...................................................................30<br />

mercado ..............................................................36<br />

esG no mKT .........................................................41<br />

click do alê .........................................................42<br />

We Love mKT ......................................................44<br />

supercenas .........................................................45<br />

Última Página ....................................................46<br />

4 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


conexões<br />

Post: Galeria expõe o potencial <strong>de</strong><br />

agências in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes no Brasil<br />

Parabéns, Edu Simon, Patricia Capuchinho,<br />

Rafael Urenha, e toda a<br />

galera, por esse trabalho, e por serem<br />

quem são!<br />

Rodrigo Santini<br />

última Hora<br />

LinkedIn<br />

Post: Plataforma digital e<br />

expansão para América<br />

Latina: o que esperar do<br />

Contaí Summit<br />

Parabéns, Raquel Virgínia, sucesso<br />

no projeto, vai ser show!<br />

Miguel Caeiro<br />

dorinHo<br />

Espaço incrível, Edu Simon. É muito<br />

bom po<strong>de</strong>r estar com vocês, falando<br />

<strong>de</strong> negócios com os times da<br />

mídia.<br />

Regi Andra<strong>de</strong><br />

Instagram<br />

Post: As marcas brasileiras mais<br />

valiosas, segundo a Interbrand<br />

Com todas as circunstâncias do momento,<br />

Ambev ainda se mantém lá<br />

em cima, com Skol e Brahma.<br />

Dom Luan<br />

ERRATA<br />

Na matéria “Marcas investem na<br />

Páscoa para elevação <strong>de</strong> negócios”,<br />

a informação correta é que<br />

Dark Milk, da Cacau Show, contém<br />

55% <strong>de</strong> cacau, 25% <strong>de</strong> leite e 20%<br />

<strong>de</strong> açúcar.<br />

TOGEThERLAND<br />

O Publicis Groupe promoveu na semana passada o encontro<br />

Togetherland, em São Paulo, que reuniu as li<strong>de</strong>ranças<br />

da região latino-americana para <strong>de</strong>baterem temas como<br />

commerce, data, mídia, inteligência artificial, performance,<br />

digital e power of one. O evento contou com a presença <strong>de</strong><br />

Monica Gadsby, CEO da re<strong>de</strong> Publicis na América Latina,<br />

e Tim Jones, COO do Publicis nos Estados Unidos e CEO<br />

do Publicis Américas. Estiveram presentes 130 li<strong>de</strong>ranças<br />

regionais (foto acima), entre as quais Marcelo Reis, CEO da<br />

Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong>, e Eduardo Lorenzi, CEO da Publicis<br />

Brasil, todos submetidos ao treinamento da Hiper Island.<br />

COMUNICAÇÃO<br />

A <strong>de</strong>putada Simone Marquetto (MDB/São Paulo) foi eleita<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong> Comunicação da Câmara<br />

dos Deputados. A partamentar é jornalista e profissional <strong>de</strong><br />

relações públicas.<br />

DOOh<br />

A entida<strong>de</strong> Siga Antenado e a agência Ogilvy Brasil<br />

escolheran a Mídia Banco24Horas para apoiar a campanha<br />

sobre as adaptações nas parabólicas em função do sistema<br />

5G. A i<strong>de</strong>ia é informar a migração da banda do sinal <strong>de</strong><br />

televisão. “Como temos presença nacional, entregamos<br />

capilarida<strong>de</strong> no momento <strong>de</strong> consumo”, explica Célia<br />

Simões (foto acima), gerente <strong>de</strong> mídia da empresa <strong>de</strong> mídia<br />

especializada em DOOH.<br />

RENOVAÇÃO<br />

A Confe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong> Vôlei mantém apoio da GOL,<br />

parceira da instituição na modalida<strong>de</strong> vôlei <strong>de</strong> praia <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2009, até 2024. Em contrapartida, a CBV vai disponibilizar<br />

espaços publicitários para a empresa aérea veicular suas<br />

ações nas competições. O acordo foi firmado entre Radamés<br />

Lattari, presi<strong>de</strong>nte em exercício da CBV, e Renata Maluf,<br />

diretora <strong>de</strong> marketing, produtos e canais da GOL.<br />

6 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


curtas<br />

cannes anuncia Palestrantes<br />

sBt reforMula área <strong>de</strong> inovação<br />

PuBlicis teM nova vP <strong>de</strong> estratégia<br />

Rogério Palatta/ Divulgação SBT<br />

Michelle Gass, presi<strong>de</strong>nte da Levi Strauss & Co<br />

Angelica Munson (Shiseido), Danai Guria<br />

(ONU Mulheres), Gilson Rodrigues (G10<br />

Favelas), Johanna Faries (Activision Blizzard),<br />

Les Binet (Adam&EveDDB), Michelle<br />

Gass (Levi Strauss & Co), Tiffany Rolfe<br />

(R/GA) e o medalhista <strong>de</strong> Ouro olímpico<br />

Michael Johnson estão entre os palestrantes<br />

do Cannes Lions, que será realizado na<br />

França, dos dias 19 a 23 <strong>de</strong> junho. “Em nossa<br />

70ª edição, os palestrantes representarão<br />

todo o espectro do marketing criativo.<br />

Fornecerão uma visão para o futuro e conselhos<br />

práticos para todos os <strong>de</strong>legados”,<br />

comenta Jenni Middleton, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

sênior e editora-chefe do Lions.<br />

lBtM ProMove na Produção<br />

Roberto Grosman e Caroline Scheinberg<br />

A área <strong>de</strong> novos negócios e plataformas<br />

digitais do SBT passa a comandar a estratégia<br />

<strong>de</strong> aquisições para plataformas. Novos<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios e foco na experiência<br />

<strong>de</strong> espectadores e anunciantes estão na<br />

mira do plano, que quer impulsionar negócios<br />

por meio <strong>de</strong> conteúdo, tecnologia e inteligência<br />

<strong>de</strong> dados. Li<strong>de</strong>rada pelo diretor<br />

<strong>de</strong> transformação digital Roberto Grosman,<br />

a área conta com a gerente <strong>de</strong> novos<br />

negócios Carolina Scheinberg e o executivo<br />

<strong>de</strong> contas e gerente da área, Goyo Pessoa<br />

Garcia. A aquisição <strong>de</strong> novos formatos e<br />

conteúdo para TV aberta permanece sob a<br />

condução <strong>de</strong> Richard Vaun.<br />

Bolachas <strong>de</strong> choPe viraM vinil<br />

Juliana Elia era head da área <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2020<br />

A Publicis Brasil promoveu Juliana Elia<br />

ao cargo <strong>de</strong> vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> estratégia.<br />

Head da área <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2020, a executiva conduzirá<br />

um time <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 30 pessoas em<br />

projetos para todos os clientes da agência.<br />

“Sigo ao lado <strong>de</strong> um time sólido e focada<br />

em construir gran<strong>de</strong>s marcas, cada vez<br />

mais conectadas com o nosso tempo”, diz<br />

Juliana. Na Publicis <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2017, a executiva<br />

chegou como diretora e, três anos <strong>de</strong>pois,<br />

assumiu o cargo <strong>de</strong> head da unida<strong>de</strong>. Com<br />

mestrado em comunicação pela Birkbeck<br />

London University, tem mais <strong>de</strong> 15 anos<br />

<strong>de</strong> experiência, e passagens pela Isobar,<br />

Fischer e TBWA/Tequila.<br />

Mercado ganha Beoriginals<br />

Luciana Kley será creative production director<br />

Luciana Kley foi promovida a creative<br />

production director da Leo Burnett TM.<br />

Ela será responsável pela convergência das<br />

áreas <strong>de</strong> produção, pós-produção, RTV e<br />

art buyer, e respon<strong>de</strong>rá ao EVP, creative<br />

experience Vinicius Stanzione. “Temos<br />

<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a enxergar outras possibilida<strong>de</strong>s<br />

na forma <strong>de</strong> produzir, e tudo tem<br />

sido <strong>de</strong>safiador”, situa Luciana Kley. Com<br />

28 anos <strong>de</strong> carreira, Luciana trabalha na<br />

agência <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2018. Já passou por Loducca<br />

e Neogama, além das produtoras Mixer e<br />

O2 Filmes, em projetos para Peugeot, Ypê,<br />

Boticário, Renault, Bra<strong>de</strong>sco, Nivea, Samsung,<br />

Fiat e Mon<strong>de</strong>lēz.<br />

Ação é da Wie<strong>de</strong>n+Kennedy para Budweiser<br />

Em ação criada pela Wie<strong>de</strong>n+Kennedy,<br />

a Budweiser transformou porta-copos<br />

em discos <strong>de</strong> vinil, que tocam canções<br />

dos rappers Aori, Kamau e Stefanie, entre<br />

outros. Os discos serão distribuídos em<br />

bares <strong>de</strong> São Paulo e Curitiba, e po<strong>de</strong>m ser<br />

ouvidos também no Spotify, por meio <strong>de</strong><br />

código impresso no vinil. A expectativa<br />

é dar “holofote do tamanho que a nova<br />

geração <strong>de</strong> rappers do Brasil merece”, diz<br />

André Mota, brand manager da Budweiser,<br />

enquanto Felipe Ribeiro, CCO da W+K SP,<br />

adianta que a ação <strong>de</strong>ve transformar “algo<br />

pequeno em palcos gigantes para os artistas<br />

un<strong>de</strong>rground”.<br />

Guga Lemes dirigirá a nova produtora<br />

Com aporte <strong>de</strong> R$ 3 milhões, a produtora<br />

Beoriginals chega ao mercado pelas<br />

mãos do diretor, roteirista e produtor Guga<br />

Lemes. André Abujamra e Paulinho Moska<br />

estão entre os curadores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da<br />

operação associada ao Grupo Begiant, que<br />

fundou uma agência <strong>de</strong> advertainment no<br />

Brasil em 2013, tendo Lemes como sócio<br />

até hoje. “Conseguimos reunir uma pluralida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> talentos”, diz Lemes. A previsão<br />

é faturar R$ 6 milhões no primeiro ano,<br />

com 50% <strong>de</strong> produções próprias, 35% <strong>de</strong><br />

coproduções e licenciamentos e 15% a partir<br />

<strong>de</strong> leis <strong>de</strong> incentivo e editais. O negócio<br />

prevê crescimento <strong>de</strong> 20% ao ano.<br />

Diretor-presi<strong>de</strong>nte e<br />

jor na lis ta res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />

Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editores-assistentes: Janaina<br />

Langsdorff e Vinícius Novaes<br />

Editor especial: Pedro Yves<br />

Repórter: Carolina Vilela<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Edição <strong>de</strong> Arte: Adunias Bispo da<br />

Luz<br />

Diagramador Pleno: Lucas<br />

Boccatto<br />

Departamento Comercial<br />

Gerentes: Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0744<br />

Diretor Executivo: Tiago A. Milani<br />

Ferrentini<br />

tamf@editorareferencia.com.br<br />

Assinaturas:<br />

assinaturas@propmark.com.br<br />

Tel.: (11) 2065.0737<br />

Demais estados: 0800 704 4149<br />

Site: propmark.com.br<br />

Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />

rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

IMPRESSO EM CASA<br />

8 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


quEm fEz<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

MARCA<br />

Com i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual produzida pela Baars<br />

Creative Design, ação da petroleira tem por<br />

objetivo engajar seus colaboradores, parceiros,<br />

reven<strong>de</strong>dores, franqueados e consumidores.<br />

Ou seja, dar protagonismo às pessoas<br />

que fazem a Ipiranga acontecer todos os dias.<br />

Eles mostram novo conceito por meio <strong>de</strong> uniformes<br />

criados pela BAW Clothing.<br />

TalenT marcel<br />

iPiRANGA<br />

Fotos: Divulgação<br />

Título: Eu sou a Cara da Ipiranga; ECD: Vinicius<br />

Malinoski; criação: Matheus Dantas e Rodrigo<br />

Passos; conteúdo: Rafaela Ferreira; produtora:<br />

Tarricone; fotografia: Henrique Tarricone; influencers:<br />

Agência Spark; aprovação: Luciana Domagala<br />

e Bárbara Miranda.<br />

beLezA<br />

Estrelada por Maria Fernanda Cândido, a<br />

campanha conta com filme <strong>de</strong> 30 segundos,<br />

em exibição nas TVs abertas. Audiovisual<br />

retrata “potência, versatilida<strong>de</strong>, praticida<strong>de</strong><br />

e benefícios <strong>de</strong> um produto capaz <strong>de</strong><br />

cuidar da área dos olhos e do rosto ao mesmo<br />

tempo”. A atriz foi escolhida por representar<br />

a beleza da mulher madura.<br />

la casa crIaTIva<br />

GENOmmA LAb<br />

Título: Cicatricure eye cream for face relógio<br />

biológico; diretores: Angel Menen<strong>de</strong>z e José Peroza;<br />

produtora executiva: Rafaela Lopez; produtora:<br />

Yasmyn Rodrigues; diretores: Angel<br />

Menen<strong>de</strong>z e José Peroza; diretor <strong>de</strong> arte: Guilherme<br />

Martins.<br />

VIOLÊNCIA<br />

Criada para o governo do Paraná, a campanha<br />

objetiva incentivar que vítimas <strong>de</strong>nunciem<br />

imediatamente seus agressores. “Infelizmente,<br />

existem muitos fatores que levam mulheres<br />

a aceitarem caladas as agressões. Do total,<br />

45% <strong>de</strong>las não fazem ou não conseguem fazer<br />

nada”, diz Rafaela Coradin, diretora <strong>de</strong> atendimento<br />

da agência.<br />

TIF<br />

GOVERNO DO PARANÁ<br />

Título: A <strong>de</strong>núncia te liberta; heads <strong>de</strong> criação:<br />

Allan Falcone e Vandre Fernan<strong>de</strong>s; diretor <strong>de</strong> criação:<br />

Wal<strong>de</strong>mar Segundo; criação: Evandro Melquia<strong>de</strong>s,<br />

Wal<strong>de</strong>mar Segundo, Gustavo Luzz e Luiza<br />

Castilho; produtora: Lys Filmes; diretor: Henrique<br />

Faria; aprovação: Cleber Mata e Willian Silva.<br />

10 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


RE<br />

PUTA<br />

ÇÃO<br />

Um vacilo e você acaba com a sua.<br />

Vem aí o especial <strong>de</strong> 58 anos “Reputação das Marcas”.


ção. A movimentação encerra<br />

um ciclo <strong>de</strong> dois anos <strong>de</strong> relacionamento<br />

com a BETC. “Somos<br />

muito gratos ao talento<br />

e à <strong>de</strong>dicação que o time todo<br />

da BETC teve conosco. Mantemos<br />

um enorme respeito e carinho<br />

pela agência e <strong>de</strong>sejamos<br />

sempre muito sucesso”, disse<br />

Danielle.<br />

O Grupo Petrópolis está presente<br />

em quase todo o território<br />

nacional, por meio <strong>de</strong> oito<br />

plantas industriais (Petrópolis/<br />

Rio, Teresópolis/Rio, Boituva/<br />

São Paulo, Bragança Paulista/<br />

SP, Rondonópolis/Mato Grosso,<br />

Alagoinhas/Bahia, Itapissuma/Pernambuco<br />

e Uberaba/<br />

Minas Gerais), mais os centros<br />

<strong>de</strong> distribuição. Além <strong>de</strong> cervemarcas<br />

Grupo Petrópolis entra com pedido<br />

<strong>de</strong> recuperação judicial por dívidas<br />

Anunciante com investimento anual em marketing <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> R$ 350<br />

milhões afirma que medida é para manter suas operações inalteradas<br />

Fotos: Divulgação<br />

Ação promove Ita Draft, chope lançado para a tour do cantor <strong>de</strong> pago<strong>de</strong> Thiaguinho<br />

Além da marca Itaipava, Grupo Petrópólis também tem Petra, Black Princess e Cabaré<br />

pAULO MAcedO<br />

Um dos principais anunciantes<br />

do mercado brasileiro,<br />

com cerca <strong>de</strong> R$ 200 milhões<br />

<strong>de</strong> investimento anual em<br />

compra <strong>de</strong> mídia, e mais R$ 150<br />

milhões em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> marketing<br />

como eventos, promoções,<br />

relações públicas e incentivo,<br />

por exemplo, o Grupo Petrópolis<br />

protocolou na semana<br />

passada pedido <strong>de</strong> recuperação<br />

judicial com o propósito <strong>de</strong><br />

manter suas ativida<strong>de</strong>s, como<br />

<strong>de</strong>talhou comunicado suscinto<br />

encaminhado aos veículos <strong>de</strong><br />

imprensa. O processo, que está<br />

sendo conduzido na 5ª Vara<br />

Empresarial do Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

é mantido sob sigilo.<br />

“A empresa adotou este recurso,<br />

tendo como priorida<strong>de</strong><br />

manter a sua operação e produção<br />

regulares e a preservação<br />

dos 24 mil empregos diretos e<br />

estimados 100 mil indiretos gerados”,<br />

relata o grupo <strong>de</strong> bebidas<br />

fundado no Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

na cida<strong>de</strong> serrana <strong>de</strong> Petrópolis,<br />

em seu comunicado oficial.<br />

A publicida<strong>de</strong> da empresa<br />

é administrada pelas agências<br />

WMcCann (Itaipava, a principal<br />

do seu portfólio, e também<br />

Lokal e Crystal); VMLY&R<br />

(Cabaré, Petra - Petra Origem<br />

Puro Malte, Petra Aurum, Petra<br />

Schwarzbier, Petra Bock, Petra<br />

Equipe <strong>de</strong> marketing no dia do anúncio oficial da VMLY&R como substituta da BETC<br />

Weiss Bier, Petra Stark Bier e<br />

Petra Escura -, Cacildis e Black<br />

Princess, além do energético<br />

TNT Energy Drink); e The<br />

Group (live marketing).<br />

No caso da VMLY&R, a diretora<br />

<strong>de</strong> marketing Danielle<br />

Bibas afirmou por meio <strong>de</strong> comunicado<br />

distribuído no último<br />

mês <strong>de</strong> fevereiro que escolhera<br />

a agência para substituir<br />

a BETC Havas. E justificou a<br />

<strong>de</strong>cisão:<br />

“A VMLY&R tem uma visão<br />

muito forte <strong>de</strong> como criar marcas<br />

conectadas com a cultura e<br />

os anseios das pessoas e ainda<br />

conta com todas as capabilities<br />

do Grupo WPP ao seu dispor,<br />

o que nos abre novas possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> pensar a comunica-<br />

jas e refrigerantes It!), o grupo<br />

também produz as vodkas Blue<br />

Spirit Ice e Nordka. Magneto é<br />

outro energético manufaturado<br />

pelo grupo.<br />

As agências envolvidas no<br />

atendimento às marcas do Grupo<br />

Petrópolis preferem não se<br />

manifestar sobre a situação,<br />

mas estão solidárias nesse momento<br />

e se mantendo ativas às<br />

<strong>de</strong>mandas do cliente. A notícia,<br />

porém, não é auspiciosa para o<br />

mercado publicitário, que recentemente<br />

sentiu o impacto<br />

<strong>de</strong> pedido similar da Americanas<br />

S.A. O valor da dívida do<br />

Petrópolis é <strong>de</strong> R$ 4,2 bilhões,<br />

segundo o InfoMoney, que diz<br />

ainda que o problema é caudatário<br />

da crise <strong>de</strong> liqui<strong>de</strong>z da empresa<br />

nos últimos 18 meses.<br />

Recentemente, a marca Itaipava<br />

lançou o Ita Draft, chope<br />

em lata, com ação na novela<br />

Travessia, com promessa <strong>de</strong><br />

sorteio <strong>de</strong> ingressos (Você na<br />

tar<strong>de</strong>zinha), para os shows do<br />

cantor Thiaguinho. O artista fez<br />

um show na trama exibida pela<br />

TV Globo on<strong>de</strong> explicava que o<br />

produto era exclusivo para sua<br />

turnê. Os laureados, segundo<br />

a promessa do anunciante, teriam<br />

os custos <strong>de</strong> hospedagens<br />

e passagens nas 26 apresentações<br />

<strong>de</strong> Thiaguinho. A previsão<br />

era que os ingressos fossem<br />

sorteados até o dia 10 <strong>de</strong> maio.<br />

12 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


inspiração<br />

Que vem da alma<br />

Fotos: Arquivo Pessoal e Divulgação<br />

“O sucesso é uma coleção <strong>de</strong> fracassos do qual, pelo seu propósito,<br />

você <strong>de</strong>cidiu seguir em frente disposto a morrer em combate”<br />

RicaRdo Godoy<br />

Especial para o PRoPMaRK<br />

Quantas vezes em nossa carreira, mesmo<br />

bem-sucedida, nossa voz interior<br />

fala que não estamos no caminho certo?<br />

Um vazio que não conseguimos i<strong>de</strong>ntificar<br />

o porquê, mas ele segue incomodando.<br />

Muitas vezes é difícil sair da zona <strong>de</strong><br />

conforto, da estabilida<strong>de</strong> e do expertise já<br />

conquistado para correr o risco <strong>de</strong> iniciar<br />

algo do zero.<br />

Mas não tem outro caminho, é necessário<br />

arriscar.<br />

O risco é maior ainda quando se trata <strong>de</strong><br />

um negócio inovador, com regras não muito<br />

claras.<br />

Buscamos sempre encontrar como chave<br />

do sucesso alguma tecnologia ou conhecimento<br />

técnico, uma metodologia para i<strong>de</strong>ntificar<br />

o motivo que o negócio <strong>de</strong>u certo.<br />

Um <strong>de</strong>senvolvedor que criou algum algoritmo,<br />

agora mudou para o jargão <strong>de</strong> inteligência<br />

artificial.<br />

As dores que encontramos no mercado e<br />

achamos uma solução, uma receita do bolo.<br />

Será isso mesmo?<br />

Acredito que a força interior que cada<br />

um <strong>de</strong> nós tem é muito maior que tudo<br />

isso. Quando escutamos <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> essa<br />

voz i<strong>de</strong>ntificamos nosso propósito <strong>de</strong> vida<br />

e <strong>de</strong>cidimos iniciar essa jornada correndo o<br />

risco <strong>de</strong> nada dar certo, mas isso acaba sendo<br />

irrelevante perto da busca <strong>de</strong> mudar e<br />

ser relevante.<br />

Não é o sucesso que <strong>de</strong>termina que você<br />

está no caminho certo.<br />

O fracasso ensina muito mais, vira matéria-prima<br />

quando realmente estamos<br />

com nosso propósito <strong>de</strong>finido. O sucesso é<br />

uma coleção <strong>de</strong> fracassos do qual, pelo seu<br />

propósito, você <strong>de</strong>cidiu seguir em frente<br />

disposto a morrer em combate. Uma persistência<br />

inabalável.<br />

Toda tecnologia, toda ciência, é produto<br />

da inteligência, inclusive a artificial.<br />

O ser humano é o protagonista, porém o<br />

mais importante é construir valores interiores<br />

que nos aju<strong>de</strong>m a suportar toda a adversida<strong>de</strong><br />

imposta nas mais variadas jornadas.<br />

A resiliência, as virtu<strong>de</strong>s para nos fortalecer<br />

por <strong>de</strong>ntro, <strong>de</strong>fine a mudança <strong>de</strong> rota<br />

da realida<strong>de</strong> das coisas.<br />

Essas qualida<strong>de</strong>s estão além da inteligência,<br />

elas vêm da alma, do interior <strong>de</strong><br />

cada um <strong>de</strong> nós.<br />

Para conseguir ter a minha empresa, que<br />

hoje está no mundo inteiro, fui buscar for-<br />

ças <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim.<br />

Minha inspiração veio da filosofia para<br />

aumentar meu entendimento em relação<br />

ao mundo e enxergar a realida<strong>de</strong>, como no<br />

filme Matrix.<br />

Da humilda<strong>de</strong> para ver a realida<strong>de</strong> sem<br />

interferência do meu ego, do amor e do respeito<br />

ao próximo para estabelecer relações<br />

perenes, pois ninguém cria nada sozinho.<br />

Já dizia o mestre Raul Seixas, “sonho que<br />

se sonha só é só um sonho, mas sonho que<br />

se sonha junto é realida<strong>de</strong>”.<br />

Eu pratico kung-fu e aplicar os princípios<br />

das artes marciais tem sido minha inspiração<br />

diária para lidar com a gestão <strong>de</strong> uma<br />

empresa fluida.<br />

Se colocarmos água num copo, ela se torna<br />

o copo; se você colocar água numa garrafa<br />

ela se torna a garrafa. A água po<strong>de</strong> fluir<br />

ou po<strong>de</strong> colidir.<br />

Então, a minha recomendação é para que<br />

todos sejam água em suas relações diárias,<br />

sejam elas na vida profissional ou pessoal!<br />

Ricardo Godoy é CEO e head <strong>de</strong> inovação e<br />

transformação digital da Soul TV<br />

14 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


O que é Marketing Best?<br />

Marketing Best é um músico americano parente<br />

próximo do baterista Pete Best, que tocou com os<br />

Beatles até <strong>de</strong>ixar o grupo e ser substituído por<br />

Ringo Star. Best sempre cuidou da promoção <strong>de</strong><br />

seus shows com estratégias inovadoras, que por<br />

esta razão passaram a se chamar “estratégias <strong>de</strong><br />

marketing.” Anos <strong>de</strong>pois, para homenageá-lo, foi<br />

criado no Brasil um prêmio que leva seu nome e<br />

<strong>de</strong>staca os melhores casos do ano no país.<br />

AINDA BEM QUE VOCÊ NÃO PRECISA DELE<br />

PARA SABER QUE O MARKETING BEST É O<br />

MAIOR PRÊMIO DO MARKETING BRASILEIRO.<br />

Estamos <strong>de</strong> volta, maiores e melhores. Inscreva seus cases.<br />

Marketing Best. Tendência há 30 anos.


ENTrEvISTA<br />

ADILSON BATISTA<br />

CMO da FreeBrands<br />

ESTOu<br />

AprENDENDO<br />

A SEr um CmO<br />

Com uma carreira sólida em agências <strong>de</strong><br />

propaganda - tendo fundado inclusive a<br />

digital Today -, Adilson Batista assumiu<br />

em janeiro <strong>de</strong>ste ano o cargo <strong>de</strong> CMO<br />

na FreeBrands, dona do icônico FreeCô, lí<strong>de</strong>r na<br />

categoria <strong>de</strong> bloqueador <strong>de</strong> odores sanitários do<br />

país. A história do publicitário com a marca é <strong>de</strong><br />

longa data - foi ele quem lançou o produto em 2015<br />

no mercado. Posicionada como house of brands<br />

do segmento HPPC (Higiene Pessoal, Perfumaria e<br />

Cosméticos), a empresa conta ainda com as marcas<br />

Free Wipes, lenços ume<strong>de</strong>cidos antissépticos; Free<br />

Bite, que alivia a coceira causada por picadas <strong>de</strong><br />

insetos; Kissu, spray bucal contra o mau hálito; e<br />

o hidratante labial Beta. Nesta entrevista, Batista<br />

conta sobre os <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> estar do outro lado do<br />

balcão e das estratégias <strong>de</strong> expansão da companhia.<br />

“O FreeCô tem 93% <strong>de</strong> market share na categoria <strong>de</strong><br />

odorizador <strong>de</strong> banheiro. Ele é praticamente sinônimo<br />

<strong>de</strong> categoria”, salienta Batista, que também fala<br />

sobre o processo <strong>de</strong> rebranding da marca.<br />

kelly dores<br />

Des<strong>de</strong> quando você trabalha com a<br />

FreeCô?<br />

Comecei a aten<strong>de</strong>r a marca<br />

com a minha agência, a Today,<br />

em 2015, bem no início da criação<br />

do produto. Os fundadores<br />

da FreeCô (Rafael Nasser, CEO e<br />

cofundador, e Renato Radomysler,<br />

diretor-comercial e cofundador)<br />

foram trabalhar numa<br />

empresa da família <strong>de</strong> marketing<br />

olfativo, que atuava no mercado<br />

B2B. E eles criaram a FreeCô<br />

em <strong>abril</strong> daquele ano para o segmento<br />

B2C. Depois dos primeiros<br />

testes do produto e vendas<br />

iniciais, eles me procuraram em<br />

novembro <strong>de</strong> 2015 para <strong>de</strong>senvolver<br />

uma estratégia para colocar<br />

o produto no mercado. E comecei<br />

o processo praticamente<br />

do zero. Eles já tinham o nome<br />

criado, embalagem, por exemplo,<br />

mas não tinha estratégia<br />

<strong>de</strong> comunicação. Eu tinha uma<br />

dor pessoal, porque trabalhava<br />

com muitos clientes, empresas<br />

gran<strong>de</strong>s, multinacionais, em que<br />

muitas coisas já vinham pre<strong>de</strong>terminadas,<br />

a agência não tinha<br />

tanta liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> interferir nos<br />

aspectos em que a agência não<br />

tem muito espaço. E eu vi com a<br />

FreeCô essa oportunida<strong>de</strong>, abracei<br />

e passei a aten<strong>de</strong>r a marca<br />

pessoalmente.<br />

E qual foi a estratégia adotada?<br />

Ao longo do tempo, fomos<br />

criando a cara da FreeCô para<br />

o mercado. Naquele momento,<br />

as re<strong>de</strong>s sociais estavam ganhando<br />

projeção e vimos uma<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usá-las como<br />

canal principal <strong>de</strong> comunicação,<br />

porque não tínhamos verba<br />

suficiente para fazer gran<strong>de</strong>s<br />

ações naquele momento, era<br />

uma startup. Começamos a fazer<br />

ações focadas no ambiente digital,<br />

usando muito o online para<br />

ouvir o público, saber opinião, o<br />

que achavam do produto, e eram<br />

conversas bem divertidas porque<br />

inicialmente as pessoas não<br />

conheciam o FreeCô.<br />

E como foi que você encerrou a<br />

sua agência e migrou para a Free-<br />

Brands?<br />

Eu passei muitos anos em<br />

agências e o que percebi é que<br />

minhas relações com os meus<br />

clientes iam além do aspecto da<br />

comunicação. Acabava me envolvendo<br />

com a operação, a tecnologia<br />

do cliente. Eu comecei<br />

a me ver nessa função do outro<br />

lado da mídia. É a primeira vez<br />

que trabalho em um anunciante.<br />

A oportunida<strong>de</strong> surgiu e acabei<br />

fazendo esse movimento. Eu<br />

encerrei a Today em 2021 e fui<br />

organizando a agência para que<br />

ela virasse pequenas empresas,<br />

como uma produtora e uma<br />

startup <strong>de</strong> tecnologia. Encerrei<br />

a operação principal e continuei<br />

com as empresas, que existem<br />

até hoje, e eu atuo com o papel<br />

<strong>de</strong> mentor. E, <strong>de</strong>pois disso, fez<br />

sentido assumir como CMO da<br />

FreeBrands em janeiro <strong>de</strong>ste<br />

ano, após um período atuando<br />

como consultor para a marca.<br />

E quais são os seus <strong>de</strong>safios como<br />

CMO?<br />

Muitos, mas acho que o principal<br />

<strong>de</strong>les é ser CMO. Estou<br />

apren<strong>de</strong>ndo a ser um CMO. No<br />

meu modo <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r, ser um<br />

CMO nos dias <strong>de</strong> hoje é conseguir<br />

juntar conhecimento profundo<br />

<strong>de</strong> público, das disciplinas<br />

<strong>de</strong> comunicação e muito conhecimento<br />

<strong>de</strong> tecnologia. A tecnologia<br />

entrou com muita força no<br />

ambiente <strong>de</strong> marketing e eu sou<br />

um aficionado por tecnologia.<br />

Que marcas fazem parte hoje da<br />

FreeBrands?<br />

A FreeCô, que é a primeira<br />

marca, tem oito anos e já conta<br />

com oito formatos. E temos<br />

um roadmap <strong>de</strong> lançamentos<br />

<strong>de</strong> mais produtos embaixo da<br />

marca FreeCô. Além disso, temos<br />

o FreeBite, que é uma marca<br />

mais jovem, tem um ano e<br />

meio. Trata-se <strong>de</strong> um gel para<br />

passar quando a pessoa é picada<br />

por mosquito. Ele alivia coceira<br />

e vermelhidão. Beta é ainda<br />

uma marca mais jovem, foi para<br />

o ponto <strong>de</strong> venda em <strong>de</strong>zembro<br />

do ano passado. Trata-se <strong>de</strong> um<br />

hidratante labial. A <strong>de</strong>manda<br />

foi muito alta, um sucesso <strong>de</strong><br />

vendas. Em maio ou junho, <strong>de</strong>vemos<br />

estar prontos para fazer<br />

um lançamento oficial do produto.<br />

E tem ainda o Free Wipes,<br />

que surgiu na pré-pan<strong>de</strong>mia. Em<br />

2019, o produto foi <strong>de</strong>senvolvido<br />

e logo <strong>de</strong>pois veio a pan<strong>de</strong>mia.<br />

Nesse momento, foi uma explosão<br />

<strong>de</strong> vendas e o produto virou<br />

um gran<strong>de</strong> sucesso no PDV também.<br />

Para FreeCô a gente faz mídia,<br />

Free Bite também, já o Free<br />

Wipes tem comunicação voltada<br />

para o PDV. E tem uma quinta<br />

marca, o Kissu, um spray bucal,<br />

em que <strong>de</strong>mos um passo atrás.<br />

Ele foi para o ponto <strong>de</strong> venda<br />

e não performou do jeito que<br />

imaginávamos, mas apren<strong>de</strong>mos<br />

muito com o consumidor.<br />

“ser um CmO é COnseguir<br />

juntar COnheCimentO<br />

prOfundO <strong>de</strong> públiCO, das<br />

disCiplinas <strong>de</strong> COmuniCaçãO<br />

e muitO COnheCimentO<br />

<strong>de</strong> teCnOlOgia”<br />

16 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Então, o produto voltou para<br />

a prancheta, foi reformulado e<br />

agora está em fase <strong>de</strong> testes e<br />

aprovações. Ele tem uma a<strong>de</strong>são<br />

muito forte com o público mais<br />

jovem, por exemplo.<br />

Em quais mídias a empresa anuncia?<br />

Estamos neste momento com<br />

campanha <strong>de</strong> FreeCô na Globo<br />

regional, na macrorregião <strong>de</strong><br />

Campinas e <strong>de</strong> Ribeirão Preto,<br />

na EPTV. Nessas regiões, além<br />

<strong>de</strong> TV, também temos rádio, mídia<br />

exterior, digital e ponto <strong>de</strong><br />

venda.<br />

Por que fazer uma campanha regional?<br />

Nós apren<strong>de</strong>mos que FreeCô<br />

é muito conhecida nas capitais<br />

do Brasil, está presente nos 27<br />

estados, mas percebemos que<br />

há muito oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrar<br />

em outras cida<strong>de</strong>s do país. Estamos<br />

numa estratégia <strong>de</strong> interiorização,<br />

<strong>de</strong> entrar em gran<strong>de</strong>s<br />

cida<strong>de</strong>s, porém que não sejam<br />

capitais. E fez todo o sentido começar<br />

pelo estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Nosso objetivo é pegar gran<strong>de</strong>s<br />

cida<strong>de</strong>s dos estados.<br />

Qual é o mote da ação?<br />

A gente criou uma campanha<br />

com uma dupla sertaneja e faz<br />

uma brinca<strong>de</strong>ira com a voz do<br />

número dois. O FreeCô se torna<br />

o protagonista em vários momentos.<br />

O mote é: Sem vergonha<br />

do número dois.<br />

Vocês trabalham com agências externas?<br />

Trabalhamos com in-house.<br />

Temos uma equipe própria que<br />

o marketing conduz, mas usamos<br />

agências externas quando a<br />

gente precisa. Para este projeto<br />

<strong>de</strong> comunicação em Campinas<br />

e Ribeirão Preto, por exemplo,<br />

trabalhamos com uma agência<br />

local, que conhece a região e os<br />

melhores canais <strong>de</strong> mídia. Temos<br />

também uma agência <strong>de</strong><br />

performance, a Buzzer Digital.<br />

Por que só agora a companhia <strong>de</strong>cidiu<br />

ter o cargo <strong>de</strong> CMO?<br />

Discutimos bastante internamente<br />

que o marketing tem<br />

um papel bastante estratégico<br />

nesse negócio da FreeBrands.<br />

O marketing tem o papel <strong>de</strong> apresentar<br />

o produto, criar <strong>de</strong>manda,<br />

porque nenhuma das nossas<br />

marcas é <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> primeira<br />

necessida<strong>de</strong>. A gente precisa<br />

fazer as pessoas lembrarem que<br />

eles existem. Como temos uma<br />

meta <strong>de</strong> triplicar a operação<br />

em três anos, fez sentido criar<br />

essa função. O marketing recebeu<br />

este ano um incremento <strong>de</strong><br />

verba <strong>de</strong> 30%. É uma estratégia<br />

<strong>de</strong> expansão. Temos 24 mil pontos<br />

<strong>de</strong> venda no país, mas alguns<br />

Divulgação<br />

<strong>de</strong>les não têm presença <strong>de</strong> todas<br />

as nossas marcas. O objetivo é<br />

otimizar.<br />

O carro-chefe da FreeBrands é o<br />

FreeCô, correto?<br />

Sim, <strong>de</strong>finitivamente. O FreeCô<br />

tem 93% <strong>de</strong> market share<br />

na categoria <strong>de</strong> odorizador <strong>de</strong><br />

banheiro. Ele é praticamente sinônimo<br />

<strong>de</strong> categoria. Estamos<br />

fazendo agora um rebranding<br />

comemorativo da marca, <strong>de</strong> oito<br />

anos, com refresh da logomarca,<br />

<strong>de</strong> abordagem, <strong>de</strong> tom <strong>de</strong> voz. A<br />

gente contratou a Dragon Rouge<br />

para nos ajudar nesse processo.<br />

Qual é o volume <strong>de</strong> vendas da marca?<br />

Em 2022, foram cinco milhões<br />

<strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s vendidas. A meta é<br />

chegar em 6,5 milhões neste ano.<br />

Houve crescimento <strong>de</strong> vendas em<br />

2022?<br />

No todo, o aumento foi <strong>de</strong> 20%.<br />

E qual é a expectativa para este<br />

ano?<br />

No mínimo, repetir o crescimento<br />

<strong>de</strong> 20%, o i<strong>de</strong>al é 30%<br />

para termos a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

crescer três vezes em três anos.<br />

Ainda há muito espaço para<br />

crescer. Comparado com o mercado<br />

americano <strong>de</strong> bloqueador<br />

<strong>de</strong> odores sanitários, nós temos<br />

menos <strong>de</strong> 15% do total <strong>de</strong>les, respeitando<br />

as proporcionalida<strong>de</strong>s.<br />

Obviamente, isso passa por um<br />

processo <strong>de</strong> educação do hábito<br />

<strong>de</strong> consumo do brasileiro. E<br />

como somos os puxadores da categoria,<br />

acabamos ficando com<br />

esse ônus, por outro lado, temos<br />

o maior share <strong>de</strong> mercado.<br />

Como o brasileiro enxerga a marca?<br />

Fizemos uma pesquisa recente<br />

por causa do rebranding da<br />

marca, em que entrevistamos<br />

qualitativamente quase 400<br />

pessoas. Elas dizem que amam o<br />

lado bem-humorado da marca e<br />

“O marketing<br />

reCebeu<br />

este anO um<br />

inCrementO<br />

<strong>de</strong> verba<br />

<strong>de</strong> 30%”<br />

como a FreeCô criou um tom <strong>de</strong><br />

voz que combate o constrangimento<br />

<strong>de</strong> falar do número dois.<br />

Eles acham divertida a comunicação.<br />

Recebemos muitos pedidos<br />

para criar novos produtos,<br />

como novas fragrâncias e um<br />

dos pedidos campeões é para<br />

lançamento <strong>de</strong> uma linha pet <strong>de</strong><br />

FreeCô, que estamos estudando<br />

já faz um tempo.<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 17


profissionais <strong>de</strong> veícuLo<br />

Lí<strong>de</strong>res apostam em diversificação<br />

dos canais <strong>de</strong> mídia e tecnologia<br />

Para seguir inovando e aten<strong>de</strong>ndo à <strong>de</strong>manda do consumidor mais<br />

exigente, executivos investem em conteúdo premium e multiplataforma<br />

Neusa spaulucci<br />

edição do PROPMARK<br />

A <strong>de</strong>sta semana traz o Especial<br />

Profissionais <strong>de</strong> Veículo,<br />

que <strong>de</strong>staca os executivos que<br />

estão à frente dos principais<br />

meios <strong>de</strong> comunicação do país.<br />

Não é fácil gerir um segmento<br />

em constante mutação. Os<br />

profissionais têm <strong>de</strong> enfrentar<br />

as turbulências e estar sempre<br />

atentos às mudanças <strong>de</strong> perfil e<br />

comportamento daquele que é<br />

o seu principal ativo: o leitor, o<br />

espectador, o ouvinte.<br />

Para manter viva a ativida<strong>de</strong>,<br />

os esforços são enormes.<br />

Mas nada que não se resolva<br />

com análises <strong>de</strong> mercado e uma<br />

boa dose <strong>de</strong> coragem. A Globo,<br />

por exemplo, <strong>de</strong>staca as oportunida<strong>de</strong>s<br />

da TV conectada. “O<br />

crescimento da TV conectada<br />

traz o melhor <strong>de</strong> dois mundos:<br />

a união da tela gran<strong>de</strong>, que<br />

sempre foi sinônimo <strong>de</strong> conteúdo<br />

premium, atenção concentrada<br />

e um lugar seguro; e do<br />

digital, que reflete a assertivida<strong>de</strong><br />

e o surgimento <strong>de</strong> novos<br />

formatos”, diz Manzar Feres,<br />

diretora <strong>de</strong> negócios integrados<br />

em publicida<strong>de</strong> da Globo.<br />

Já a Record <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a força<br />

da TV, sua versatilida<strong>de</strong> e presença<br />

ainda massiva nos lares<br />

brasileiros, enquanto a tecnologia<br />

permite que a TV aberta<br />

esteja em qualquer <strong>de</strong>vice. “É<br />

importante mostrarmos a real<br />

força. Além <strong>de</strong> alcance, a TV<br />

aberta possui gran<strong>de</strong> versatilida<strong>de</strong>,<br />

proporcionando soluções<br />

<strong>de</strong> negócios cada vez mais inovadoras,<br />

através do seu conteúdo<br />

e aliada a outras plataformas”,<br />

fala Alarico Naves, superinten<strong>de</strong>nte-comercial<br />

e multiplataforma<br />

do Grupo Record.<br />

O SBT aposta nas mudanças<br />

rápidas no consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o<br />

com melhores oportunida<strong>de</strong>s<br />

polarizadas entre TV e experiência<br />

digital. “Para qualquer<br />

profissional, sem dúvida, é<br />

uma experiência ímpar. Hoje, o<br />

<strong>de</strong>safio está ligado à gestão <strong>de</strong><br />

Profissionais da indústria da comunicação têm <strong>de</strong> estar ligados a todos os movimentos<br />

pessoas com inclusão e diversida<strong>de</strong>”,<br />

comenta Fred Müller, da<br />

área <strong>de</strong> negócios do SBT.<br />

E para a TV Ban<strong>de</strong>irantes,<br />

embora tenham trazido mais<br />

complexida<strong>de</strong> ao ambiente da<br />

mídia, as novas tecnologias,<br />

formatos e plataformas abriram<br />

mais acesso ao investimento,<br />

<strong>de</strong>mocratizando a compra, antes<br />

mais onerosa. “O principal<br />

sucesso da TV Ban<strong>de</strong>irantes,<br />

hoje, é o Jornal da Band. Masterchef,<br />

Faustão na Band e Fórmula<br />

1 são outros programas <strong>de</strong><br />

sucesso, que vêm logo <strong>de</strong>pois<br />

do telejornal”, diz Cris Moreira,<br />

diretor-geral <strong>de</strong> comercialização<br />

do grupo.<br />

As emissoras <strong>de</strong> rádio, que<br />

há muito apren<strong>de</strong>ram que é investindo<br />

no novo que se sai <strong>de</strong><br />

crises, também aposta na inovação<br />

para continuar cada vez<br />

mais relevante. É o caso da Antena<br />

1, que conta com constante<br />

investimento em equipamentos<br />

<strong>de</strong> ponta não apenas no online,<br />

mas também no onAir. Katia<br />

Zaratin Santacroce, gerente-<br />

-comercial da Antena 1, afirma<br />

que as estratégias comerciais e<br />

as expectativas para este ano<br />

giram em torno do crescimento<br />

em todas as esferas.<br />

Freepik<br />

Não é fácil gerir<br />

um segmeNto<br />

em coNstaNte<br />

mutação<br />

A Exame aposta na contratação<br />

<strong>de</strong> profissionais com capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> enxergar novos horizontes,<br />

explorando inclusive<br />

inteligência artificial. A revista<br />

está cada vez mais focada em<br />

se <strong>de</strong>senvolver como mediatech.<br />

O CMO, Fernando Miranda,<br />

afirma que um dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios<br />

hoje é “manter sempre<br />

uma conversa relevante com o<br />

cliente, trazendo novida<strong>de</strong>s”.<br />

As principais ações da Folha<br />

<strong>de</strong> S.Paulo em termos <strong>de</strong><br />

inovação na publicida<strong>de</strong> e estratégias<br />

comerciais passam<br />

pela multiplataforma e diversificação<br />

<strong>de</strong> opções <strong>de</strong> conexão.<br />

É o que relata Marcelo Benez,<br />

diretor-executivo comercial da<br />

empresa.<br />

José Roberto Maluf, presi<strong>de</strong>nte<br />

da TV Cultura, é outro<br />

profissional <strong>de</strong> veículo que<br />

compõe este especial. Ele con-<br />

ta que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que assumiu a<br />

gestão, o objetivo era que a TV<br />

Cultura estivesse disponível no<br />

máximo <strong>de</strong> telas possível, ao<br />

alcance <strong>de</strong> todos. “Investimos<br />

em equipamentos mo<strong>de</strong>rnos,<br />

lançamos uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

programas e avançamos pelo<br />

Brasil”, afirma, que diz enten<strong>de</strong>r<br />

ainda que a palavra “inovação”<br />

não po<strong>de</strong> estar dissociada<br />

da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> cultura <strong>de</strong> um povo,<br />

assim como a educação, o turismo<br />

e o jornalismo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />

“Tudo isso resulta no<br />

conceito <strong>de</strong> economia criativa,<br />

i<strong>de</strong>ia tão em voga hoje em dia.”<br />

Paulo Pessoa, diretor-executivo<br />

do mercado anunciante do Estadão,<br />

fala das principais ações<br />

para o aprimoramento nas entregas<br />

que o Estadão Blue Studio faz<br />

em termos <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

e alta performance. Segundo<br />

ele, um time que está preparado<br />

para enxergar as dores dos<br />

clientes e apresentar soluções,<br />

que são <strong>de</strong>senvolvidas a quatro<br />

mãos. “As entregas são mensuráveis<br />

e refletem os <strong>de</strong>safios do<br />

cliente, po<strong>de</strong>ndo passar por geração<br />

<strong>de</strong> leads, discussão da socieda<strong>de</strong><br />

civil com autorida<strong>de</strong>s do<br />

setor, entrega <strong>de</strong> conteúdo que a<br />

marca po<strong>de</strong> utilizar <strong>de</strong> maneira<br />

livre em suas plataformas.”<br />

O UOL, no ar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1996,<br />

formou profissionais que atualmente<br />

li<strong>de</strong>ram a transformação<br />

dos negócios <strong>de</strong> mídia.<br />

Um <strong>de</strong>les é Paulo Samia, hoje<br />

CEO do grupo, que possui 108<br />

milhões <strong>de</strong> usuários únicos,<br />

com 82% <strong>de</strong> alcance da internet<br />

brasileira, atrás apenas <strong>de</strong><br />

Google e Facebook. “Temos,<br />

principalmente, a presença <strong>de</strong><br />

plataformas, que distribuem<br />

conteúdo, fazendo papel <strong>de</strong> veículo<br />

também”, ressalta Samia,<br />

que difun<strong>de</strong> a cultura colaborativa<br />

para ajudar na troca <strong>de</strong><br />

conhecimento e entendimento<br />

do cenário <strong>de</strong> mudanças. “É difícil<br />

pessoa que tenha todos os<br />

skills”, observa. Veja a seguir<br />

<strong>de</strong>talhes <strong>de</strong>sta e das outras entrevistas.<br />

Boa leitura!<br />

18 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


profissioNAis <strong>de</strong> veículo<br />

Alarico Naves sugere criativida<strong>de</strong><br />

para garantir conteúdos relevantes<br />

Superinten<strong>de</strong>nte comercial e multiplataforma do Grupo Record <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r da TV, que ainda alcança mais <strong>de</strong> 93% da população brasileira<br />

Janaina Langsdorff<br />

Record TV fala com mais<br />

A <strong>de</strong> 130 milhões <strong>de</strong> pessoas<br />

mensalmente e o alcance do<br />

portal R7 supera a média <strong>de</strong><br />

76 milhões <strong>de</strong> visitantes únicos,<br />

sem contar as <strong>de</strong>mais<br />

plataformas que compõem o<br />

negócio. Hoje, o serviço <strong>de</strong><br />

streaming PlayPlus e a Record<br />

News complementam a atuação<br />

do grupo, que espera crescer<br />

8,4% em <strong>2023</strong> em relação ao<br />

ano passado.<br />

Formatos comerciais baseados<br />

em experiências multiplataformas<br />

ancoram o momento<br />

<strong>de</strong>safiador vivido pela TV aberta.<br />

“É importante mostrarmos<br />

a sua real força. Além <strong>de</strong> alcance,<br />

a TV aberta possui gran<strong>de</strong><br />

versatilida<strong>de</strong>, proporcionando<br />

soluções <strong>de</strong> negócios cada vez<br />

mais inovadoras, através do<br />

seu conteúdo e aliada a outras<br />

plataformas”, comenta Alarico<br />

Naves, superinten<strong>de</strong>nte comercial<br />

e multiplataforma do<br />

Grupo Record, que pelo segundo<br />

ano consecutivo comanda a<br />

transmissão multiplataforma<br />

do Paulistão <strong>2023</strong>.<br />

Itaú, Claro e McDonald’s estão<br />

entre os patrocinadores. TV<br />

aberta, R7.com e PlayPlus exibem<br />

com exclusivida<strong>de</strong> as partidas<br />

disputadas entre 16 clubes<br />

divididos em quatro grupos.<br />

O torneio tem espaço próprio<br />

no portal R7.com, com notícias,<br />

atualizações dos clubes,<br />

melhores momentos dos jogos<br />

e conteúdos voltados para<br />

o meio digital. Já as re<strong>de</strong>s sociais<br />

acrescentam os bastidores<br />

da cobertura esportiva do<br />

R7.com e da Record TV com<br />

uma linguagem irreverente e<br />

memes. O público ainda po<strong>de</strong><br />

se divertir com conteúdos produzidos<br />

entre um jogo e outro,<br />

incluindo reacts do narrador<br />

Silvio Luiz, e dos humoristas<br />

Carioca e Bola.<br />

Sincronia, pertinência, agilida<strong>de</strong><br />

e inovação pautam o novo<br />

cenário da mídia. A tecnologia<br />

permite que a TV aberta esteja<br />

em qualquer <strong>de</strong>vice, ao vivo ou<br />

em plataformas sob <strong>de</strong>manda,<br />

e “num futuro próximo, possibilitará<br />

que o seu conteúdo seja<br />

ainda mais imersivo, personalizado<br />

e com maior qualida<strong>de</strong>”,<br />

indica Naves.<br />

O executivo lembra que a TV<br />

aberta chega a alcançar mais<br />

<strong>de</strong> 93% da população no Brasil.<br />

“Além <strong>de</strong> acessível e gratuita,<br />

sabemos que a TV aberta ainda<br />

tem muita força e um gran<strong>de</strong><br />

alcance para continuar sendo<br />

um dos principais meios <strong>de</strong> comunicação<br />

por muitos anos”,<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Naves.<br />

Atento às transformações no<br />

consumo <strong>de</strong> mídia, o grupo investe<br />

em TV aberta sem per<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> vista oportunida<strong>de</strong>s capazes<br />

Edu Moraes/ Divulgação Record TV<br />

Alarico Naves: conteúdo mais imersivo, personalizado, ágil e <strong>de</strong> maior qualida<strong>de</strong><br />

RecoRd TV, R7,<br />

Play Plus e RecoRd<br />

News foRmam o<br />

ecossisTema <strong>de</strong><br />

Negócios do gRuPo<br />

aTualmeNTe<br />

<strong>de</strong> atrair novos negócios. Em<br />

2022, a Record TV apostou em<br />

um reality show com presença<br />

no metaverso. Lá, as marcas<br />

pu<strong>de</strong>ram interagir com avatares<br />

<strong>de</strong> espectadores e explorar<br />

ações e conteúdos personalizados,<br />

<strong>de</strong>ntro e fora do programa<br />

A fazenda.<br />

“Em <strong>2023</strong>, o foco continua<br />

em novas ferramentas que aprimorem<br />

a entrega diferenciada<br />

<strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong>ntro da nossa<br />

programação”, avisa Naves.<br />

Uma das estratégias é a implementação<br />

<strong>de</strong> um ID único, que<br />

enriquecerá a base <strong>de</strong> dados da<br />

emissora, possibilitando o mapeamento<br />

da jornada do espectador<br />

nas plataformas.<br />

“Hoje, o consumidor é cada<br />

vez mais multimídia. Como um<br />

grupo <strong>de</strong> comunicação multiplataforma,<br />

é importante ter<br />

disponível para o mercado uma<br />

diversificação <strong>de</strong> canais, a fim<br />

<strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r ao nosso anunciante<br />

e espectador, entregando conteúdos<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> em qualquer<br />

canal, seja linear ou digital”,<br />

argumenta Naves.<br />

Ao longo <strong>de</strong> sua trajetória na<br />

Record TV, Naves elenca cases<br />

<strong>de</strong> anunciantes, que se tornaram<br />

exclusivos da emissora. Há<br />

ainda trabalhos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

para marcas que ganharam reconhecimento<br />

em território<br />

nacional, após inserção <strong>de</strong> conteúdo<br />

<strong>de</strong> forma criativa, específica<br />

e inovadora.<br />

“Pela minha experiência,<br />

acredito que, quando o conteúdo<br />

consegue ser explorado com<br />

uma boa dose <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>,<br />

ele consegue ser mais relevante<br />

ao espectador e aten<strong>de</strong> à real<br />

necessida<strong>de</strong> do anunciante”,<br />

constata Naves.<br />

A área <strong>de</strong> integração <strong>de</strong> marcas<br />

e conteúdo da Record TV dá<br />

suporte ao trabalho, que ainda<br />

conta com um time comercial<br />

estruturado sob uma proposta<br />

mais consultiva, técnica e integrada.<br />

A atuação já foi reconhecida<br />

por assegurar os resultados<br />

obtidos no último ano.<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 19


profissionais <strong>de</strong> veíCulo<br />

Cris Moreira enxerga espaço para<br />

<strong>de</strong>mocratização da mídia brasileira<br />

Diretor-geral <strong>de</strong> comercialização do Grupo Ban<strong>de</strong>irantes acredita que<br />

reinvenção do setor abre espaço para novas plataformas e receitas<br />

Janaina Langsdorff<br />

<strong>de</strong>rrota do Brasil para o<br />

A Marrocos na noite do último<br />

dia 25 <strong>de</strong> março, primeiro<br />

amistoso da seleção brasileira<br />

após a Copa do Mundo do Catar,<br />

realizada no fim <strong>de</strong> 2022, ren<strong>de</strong>u<br />

uma média <strong>de</strong> 9,6 pontos<br />

<strong>de</strong> audiência e 17,3% <strong>de</strong> participação<br />

para a TV Ban<strong>de</strong>irantes.<br />

Vice-lí<strong>de</strong>r na faixa das 19h08<br />

às 21h05 no Brasil, a emissora<br />

atingiu mais <strong>de</strong> 14,4 milhões<br />

<strong>de</strong> pessoas, segundo dados do<br />

Painel Nacional <strong>de</strong> Televisão<br />

(PNT), que reúne os índices <strong>de</strong><br />

15 mercados aferidos pela Kantar<br />

Ibope Media.<br />

O Jornal da Band sustentou a<br />

posição com 5,9 <strong>de</strong> média, share<br />

<strong>de</strong> 10,5% e pico <strong>de</strong> 12,2 pontos.<br />

“O principal sucesso da TV<br />

Ban<strong>de</strong>irantes, hoje, é o Jornal<br />

da Band. Masterchef, Faustão<br />

na Band e Fórmula 1 são outros<br />

programas <strong>de</strong> sucesso, que vêm<br />

logo <strong>de</strong>pois do telejornal”, diz<br />

Cris Moreira, diretor-geral <strong>de</strong><br />

comercialização do Grupo Ban<strong>de</strong>irantes,<br />

que acaba <strong>de</strong> assinar<br />

contrato para exibir os jogos da<br />

série B do Campeonato Brasileiro,<br />

na parceria firmada com a<br />

Brax Sports Assets.<br />

Rádio, televisão aberta, fechada<br />

e digital compõem o<br />

ecossistema <strong>de</strong> mídia da emissora,<br />

que observa um movimento<br />

<strong>de</strong> reinvenção da mídia<br />

brasileira. O panorama está<br />

imbuído na criação <strong>de</strong> novas<br />

plataformas e formatos, cada<br />

um tentando contar uma história<br />

para gerar novas fontes<br />

<strong>de</strong> receita e otimizar a verba<br />

do cliente. “Se o veículo tradicional<br />

não é mais suficiente, eu<br />

não consigo respon<strong>de</strong>r, porque<br />

entendo que estão tentando se<br />

reinventar. Mas, como tudo na<br />

vida, vamos saber se <strong>de</strong>u certo<br />

ou errado”, atenta Moreira.<br />

Por enquanto, a certeza está<br />

na <strong>de</strong>mocratização dos espaços.<br />

Televisão, rádio, impresso,<br />

mídia out-of-home e o meio digital<br />

estão mais acessíveis em<br />

Renato Pizzutto/Divulgação Band<br />

Cris Moreira: “A minha experiência está em ouvir o mercado, me adaptar e crescer”<br />

“O prOfissiOnal<br />

<strong>de</strong> mídia per<strong>de</strong>u<br />

um pOucO a mãO<br />

da experiência,<br />

da criaçãO”<br />

comparação a investimentos<br />

anteriormente consi<strong>de</strong>rados<br />

mais onerosos. “Passou o período<br />

<strong>de</strong> experiência e, agora,<br />

a mídia tenta se reinventar do<br />

ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> planejamento<br />

para errar menos no ambiente<br />

digital”, analisa Moreira.<br />

O executivo lembra que a<br />

televisão é um meio seguro e<br />

crível. “Po<strong>de</strong>mos citar como<br />

exemplo o Faustão na Band e<br />

os vários patrocinadores do<br />

programa, clientes cada vez<br />

mais experientes, com vivências<br />

interessantes, formatos<br />

inovadores e flexíveis”, exemplifica<br />

Moreira. A nova temporada<br />

estreou no dia 6 <strong>de</strong> março,<br />

com patrocínio do Atacadão,<br />

Bra<strong>de</strong>sco, Decolar, Harald, Kia,<br />

Kitano e Magazine Luiza. A expectativa<br />

é manter crescimento<br />

<strong>de</strong> dois dígitos ao ano, puxado<br />

por diferentes programas, especialmente<br />

<strong>de</strong> esporte e gastronomia.<br />

“A pan<strong>de</strong>mia, em vez<br />

<strong>de</strong> ser um período <strong>de</strong> queda ou<br />

estagnação, serviu como reinvenção”,<br />

conclui Moreira.<br />

Formatos alinhados aos conteúdos<br />

dos programas ten<strong>de</strong>m<br />

a trazer melhores resultados.<br />

Apresentadores <strong>de</strong> programas,<br />

por exemplo, estão no rádio ou<br />

em <strong>de</strong>sdobramentos no meio<br />

digital. “Antigamente, isso<br />

acontecia apenas com o Masterchef.<br />

Hoje, é com o Jornal da<br />

Band, a Fórmula 1, o Jogo aberto”,<br />

enumera Moreira. As <strong>de</strong>cisões<br />

são baseadas em pesquisas<br />

e conversas com o mercado<br />

“porque precisamos criar algo<br />

que seja realmente atraente”,<br />

certifica Moreira.<br />

A criativida<strong>de</strong> sempre foi<br />

aliada vital para renovar as entregas<br />

da Band. “Nunca vivemos<br />

em uma zona <strong>de</strong> conforto<br />

por não sermos lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> mercado.<br />

Sempre trabalhamos com<br />

múltiplas plataformas”, admite<br />

Moreira. Conteúdo e flexibilida<strong>de</strong><br />

comercial traduzidos em<br />

formatos e ferramentas <strong>de</strong> tecnologia<br />

mostram uma postura<br />

atemporal. “A minha experiência<br />

está em ouvir o mercado,<br />

me adaptar e crescer com ele,<br />

evoluir, do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong><br />

tecnologia, <strong>de</strong> conteúdo ou comercial”,<br />

conta Moreira.<br />

Ter uma atuação mo<strong>de</strong>rna<br />

não significa estar apoiado apenas<br />

em ferramentas. “O profissional<br />

<strong>de</strong> mídia per<strong>de</strong>u um<br />

pouco a mão da experiência,<br />

da criação, e está cada vez mais<br />

parametrizado em uma ferramenta<br />

<strong>de</strong> tecnologia por conta<br />

dos orçamentos apertados e<br />

das cobranças dos clientes”, repara<br />

Moreira. No passado, eles<br />

enfrentavam <strong>de</strong>safios para trazer<br />

resultados inusitados aos<br />

clientes. Hoje, “o que chamam<br />

<strong>de</strong> inovação não é o mesmo que<br />

eu chamo <strong>de</strong> inovação”, reclama<br />

Cris Moreira.<br />

20 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


proFissionais <strong>de</strong> Veículo<br />

Manzar Feres acredita que TV vai<br />

ser protagonista do futuro digital<br />

Diretora <strong>de</strong> negócios integrados em publicida<strong>de</strong> da Globo li<strong>de</strong>ra jornada<br />

rumo às oportunida<strong>de</strong>s abertas pela propaganda digital na televisão<br />

Janaina Langsdorff<br />

publicida<strong>de</strong> digital na televisão<br />

abre um filão ainda<br />

A<br />

inexplorado. Dados da Samsung<br />

Ads e Comscore apontam<br />

que meta<strong>de</strong> dos lares brasileiros<br />

já possui uma smart TV,<br />

favorita no consumo <strong>de</strong> conteúdo<br />

<strong>de</strong> streaming, com 95% da<br />

preferência, seguida por smartphones<br />

(90%), computadores<br />

(71%) e tablets (32%). “O crescimento<br />

da TV conectada traz<br />

o melhor <strong>de</strong> dois mundos: a<br />

união da tela gran<strong>de</strong>, que sempre<br />

foi sinônimo <strong>de</strong> conteúdo<br />

premium, atenção concentrada<br />

e um lugar seguro; e do digital,<br />

que reflete a assertivida<strong>de</strong> e o<br />

surgimento <strong>de</strong> novos formatos”,<br />

frisa Manzar Feres, diretora<br />

<strong>de</strong> negócios integrados em<br />

publicida<strong>de</strong> da Globo.<br />

Segundo a executiva, esse<br />

mercado quase triplicou nos<br />

Estados Unidos nos últimos<br />

três anos. Realida<strong>de</strong> também<br />

no Brasil, o “cenário nos dá<br />

conforto para afirmar que a TV<br />

terá protagonismo no futuro do<br />

digital”, prevê Manzar. Movida<br />

a <strong>de</strong>safios, ela não escon<strong>de</strong> o<br />

entusiasmo em li<strong>de</strong>rar projetos<br />

<strong>de</strong> transformação. IBM, PwC<br />

Consulting e Serasa Experian<br />

são alguns <strong>de</strong>les. “O meu papel<br />

passa por fazer <strong>de</strong>ssa minha<br />

paixão pela tecnologia uma expertise<br />

que possa ser levada a<br />

outras pessoas, disseminando<br />

a cultura data-driven, para que<br />

possamos evoluir em parcerias<br />

mais inteligentes no futuro”,<br />

<strong>de</strong>clara Manzar.<br />

Evolução tecnológica, dados<br />

e a conjuntura econômica do<br />

país influenciam transformações<br />

aceleradas, por exemplo,<br />

pela adoção <strong>de</strong> inteligência artificial<br />

generativa. Investimentos<br />

precisam ser mais eficazes<br />

para que marcas e players do<br />

setor possam aproveitar as<br />

chances que se avizinham. Geração<br />

<strong>de</strong> roteiros, direitos autorais,<br />

construção <strong>de</strong> campanhas<br />

publicitárias, criação e distribuição<br />

<strong>de</strong> conteúdo estão em<br />

discussão. “É necessário que<br />

o negócio original das empresas<br />

também se transforme. As<br />

recentes fusões <strong>de</strong> grupos internacionais<br />

têm como foco a<br />

busca por um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio<br />

mais eficiente e a<strong>de</strong>quado<br />

às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sses novos<br />

tempos”, atenta Manzar.<br />

Transformada em mediatech,<br />

a Globo afia a sua atuação<br />

em um cenário acirrado <strong>de</strong><br />

competição. O processo começou<br />

com o projeto Uma só<br />

Globo, que uniu TV Globo, Globosat,<br />

Globo.com, Globoplay e<br />

Som Livre em uma única empresa.<br />

Novas formas <strong>de</strong> produzir<br />

e distribuir conteúdos com<br />

potencial <strong>de</strong> convergência entre<br />

os meios consumidos pelas<br />

Daniela Toviansky/Divulgação TV Globo<br />

Manzar Feres: paixão por tecnologia transformada em expertise para cultura data-driven<br />

TV conecTada<br />

une a aTenção e<br />

a segurança da<br />

Tela gran<strong>de</strong> à<br />

asserTiVida<strong>de</strong> do<br />

mundo digiTal<br />

pessoas diariamente, serviços<br />

digitais para o público e soluções<br />

publicitárias para o mercado<br />

dão continuida<strong>de</strong> ao plano.<br />

A Globo materializa os movimentos<br />

que impulsionam o<br />

setor. Está na TV aberta (TV<br />

Globo), TV por assinatura (com<br />

mais <strong>de</strong> 20 canais) e streaming<br />

(Globoplay). No ambiente digital,<br />

reúne g1, gshow, ge, globo.<br />

com, Receitas.com, Cartola e<br />

podcasts. Do awareness à conversão,<br />

essa estrutura oferece<br />

estratégias cross media com<br />

resultados complementares e<br />

mensuráveis.<br />

“Além do profundo conhecimento<br />

dos brasileiros, esse<br />

ecossistema é o que nos torna<br />

únicos”, aponta Manzar. Massivo<br />

na TV e segmentado no digital,<br />

com mais <strong>de</strong> 130 milhões <strong>de</strong><br />

Ids, o arsenal reproduz a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> reinvenção do negócio<br />

da família Marinho, que registrou<br />

o “melhor faturamento<br />

digital da história da Globo em<br />

2022”, indica Manzar.<br />

Foram lançados o Globo DAI,<br />

entrega <strong>de</strong> campanhas segmentadas<br />

em programação linear, e<br />

o Pause Ads, formato não intrusivo<br />

em conteúdos premium,<br />

exclusivos do Globoplay. São<br />

soluções que garantem a segmentação<br />

do digital aliada à<br />

atenção da tela gran<strong>de</strong>. “Gran<strong>de</strong><br />

parte do consumo do Globoplay<br />

é na tela gran<strong>de</strong>, na TV<br />

conectada, que hoje já chega a<br />

80 milhões <strong>de</strong> brasileiros”, conta<br />

Manzar.<br />

A plataforma Gama, que une<br />

a inteligência <strong>de</strong> dados da Globo<br />

à execução <strong>de</strong> mídia programática,<br />

também chegou em 2022,<br />

trazendo um ambiente seguro e<br />

capaz <strong>de</strong> otimizar a performance<br />

<strong>de</strong> campanhas digitais com<br />

ganho <strong>de</strong> eficiência e inteligência<br />

para estratégias <strong>de</strong> ativação<br />

e retargeting. As plataformas<br />

são potencializadas pelo trabalho<br />

<strong>de</strong> creators e influenciadores<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais, vertente<br />

com curadoria e composição <strong>de</strong><br />

entregas personalizadas.<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 21


Profissionais dE vEículo<br />

Paulo Pessoa fala que estratégia do<br />

Estadão é ser parceiro das marcas<br />

Executivo conta ainda que jornal está diversificando a atuação,<br />

<strong>de</strong>senvolvendo novas audiências e produtos, como Estadão Recomenda<br />

NEusa spaulucci<br />

Um dos Profissionais <strong>de</strong> Veículo<br />

selecionados para<br />

compor este Especial é Paulo<br />

Pessoa, diretor-executivo do<br />

mercado anunciante do Estadão.<br />

Ele fala das principais<br />

inovações para o aprimoramento<br />

nas entregas que o Estadão<br />

Blue Studio faz em termos<br />

<strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e alta<br />

performance. Segundo ele, um<br />

time que está preparado para<br />

enxergar as dores dos clientes<br />

e apresentar soluções, que são<br />

<strong>de</strong>senvolvidas a quatro mãos.<br />

“As entregas são mensuráveis<br />

e refletem os <strong>de</strong>safios do cliente,<br />

po<strong>de</strong>ndo passar por geração<br />

<strong>de</strong> leads, discussão da socieda<strong>de</strong><br />

civil com autorida<strong>de</strong>s do<br />

setor, entrega <strong>de</strong> conteúdo que<br />

a marca po<strong>de</strong> utilizar <strong>de</strong> maneira<br />

livre em suas plataformas,<br />

entre outros”.<br />

Por tudo o que planeja e<br />

apresenta ao mercado, Pessoa,<br />

que é engenheiro eletrônico por<br />

formação, pelo Instituto Superior<br />

Técnico <strong>de</strong> Lisboa, e MBA<br />

na Universida<strong>de</strong> Nova Lisboa,<br />

comenta ainda sobre as estratégias<br />

traçadas para este ano,<br />

que não são poucas nem fáceis.<br />

Ele sabe que se trata <strong>de</strong> um ano<br />

<strong>de</strong>safiador, pois o cenário internacional<br />

e o local não são dos<br />

mais animadores. O executivo<br />

conta que a estratégia do Estadão<br />

é se apresentar como um<br />

parceiro para as marcas que<br />

precisam se posicionar <strong>de</strong>ntro<br />

do atual momento. “Outro ponto<br />

é que estamos diversificando<br />

a nossa atuação, <strong>de</strong>senvolvendo<br />

novas audiências e produtos,<br />

exemplo disso é o Estadão<br />

Recomenda, vertical que avalia<br />

e recomenda produtos para<br />

nossa audiência, facilitando o<br />

processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compra.<br />

Temos parceria, em mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

afiliação, com gran<strong>de</strong>s marcas<br />

como Amazon e Magalu.”<br />

Quando se trata <strong>de</strong> fazer um<br />

pequeno panorama da mídia<br />

impressa, ele é taxativo e diz<br />

Paulo Pessoa: renovação em 2021 foi muito bem recebida pelo mercado<br />

Divulgação<br />

“As entregAs são<br />

mensuráveis<br />

e refletem<br />

os <strong>de</strong>sAfios<br />

do cliente”<br />

servada mundialmente”, alerta.<br />

Ele não concorda muito<br />

quando se fala na mudança do<br />

perfil do leitor, principalmente<br />

em se tratando do meio jornal.<br />

Ele afirma que continua existindo<br />

um público significativo<br />

e fiel que valoriza o produto<br />

acreditar que não se po<strong>de</strong> mais<br />

se referir a simplesmente mídia<br />

impressa. Para ele, esse mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado<br />

uma das plataformas<br />

mais relevantes disponíveis<br />

para o mercado, que tem um<br />

papel fundamental em algumas<br />

estratégias <strong>de</strong> comunicação.<br />

“Do ponto <strong>de</strong> vista do produto,<br />

a renovação <strong>de</strong> formato e<br />

conteúdo que fizemos em 2021<br />

foi muito bem recebida pelo<br />

mercado, assinantes e leitores,<br />

fortalecendo o produto impresso<br />

e minimizando a tendência<br />

<strong>de</strong> ‘extinção’, que po<strong>de</strong> ser obimpresso<br />

e, em complemento,<br />

é forte consumidor das plataformas<br />

digitais. “O nosso <strong>de</strong>safio<br />

é distribuir o conteúdo <strong>de</strong><br />

interesse das nossas audiências<br />

e adaptar ao estilo e formato<br />

que caracteriza cada plataforma,<br />

seja impresso, digital,<br />

áudio ou ví<strong>de</strong>o. Um exemplo<br />

claro que fazemos no Estadão<br />

é o Estadão Expresso Bairros,<br />

produto que <strong>de</strong>senvolve conteúdo<br />

específico para cada uma<br />

das subprefeituras da cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo e distribuído gratuitamente<br />

na versão impressa,<br />

digital e através <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais”,<br />

lembra.<br />

Para ele, o jornal impresso<br />

não corre “risco”. Pessoa tem<br />

certeza que o meio continuará<br />

existindo, pois há uma <strong>de</strong>manda<br />

significativa por esse formato.<br />

“O impresso possibilita uma<br />

experiência <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong><br />

informação distinta dos meios<br />

digitais, focando na curadoria<br />

dos conteúdos <strong>de</strong> maior interesse,<br />

que são apresentados <strong>de</strong><br />

modo coerente e com a análise<br />

e a profundida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quadas”,<br />

argumenta o executivo.<br />

Ele fala com a experiência <strong>de</strong><br />

quem viveu em meio a estratégias,<br />

pois, apesar da engenharia<br />

eletrônica, ele <strong>de</strong>sempenhou<br />

diversas funções <strong>de</strong>ntro das<br />

áreas <strong>de</strong> marketing, estratégia<br />

e comercial em várias empresas<br />

<strong>de</strong> telecomunicações, como<br />

Portugal Telecom, Embratel<br />

e Oi. “Atuei como managing<br />

director em duas startups <strong>de</strong><br />

marketing digital no Brasil. Ao<br />

longo da minha carreira profissional,<br />

enfrentei <strong>de</strong>safios<br />

em mercados altamente competitivos,<br />

<strong>de</strong> rápida evolução<br />

e constante necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

transformação. Essas experiências<br />

foram fundamentais para<br />

enfrentar o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> transformação<br />

digital das áreas comerciais<br />

e marketing <strong>de</strong> produto do<br />

Estadão, diante <strong>de</strong>sse cenário<br />

<strong>de</strong> mudanças que o segmento<br />

<strong>de</strong> mídia vem enfrentando nos<br />

últimos anos”, conclui.<br />

22 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


proFissionais <strong>de</strong> veículo<br />

Fred Müller aponta aceleração <strong>de</strong><br />

mudanças no consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o<br />

Diretor <strong>de</strong> negócios e marketing do SBT elenca TV e experiências digitais<br />

como os ambientes mais promissores <strong>de</strong> crescimento do mercado<br />

Janaina Langsdorff<br />

pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 provocou<br />

uma queda <strong>de</strong> 7% no<br />

A<br />

mercado publicitário global em<br />

2020. No Brasil, o tombo foi <strong>de</strong><br />

10,5%. A recuperação veio já no<br />

ano seguinte, com crescimento<br />

<strong>de</strong> 22,6% no mundo e 13,8% no<br />

Brasil. A Pesquisa Global <strong>de</strong> Entretenimento<br />

e Mídia 2022-2026,<br />

da consultoria PwC Brasil, projeta<br />

uma expansão mundial <strong>de</strong><br />

6,6% até 2026, quando o setor<br />

<strong>de</strong>ve alcançar a cifra <strong>de</strong> US$ 1<br />

trilhão em receita.<br />

No mercado nacional, a expectativa<br />

é atingir o índice <strong>de</strong><br />

5% no mesmo período. Em<br />

2022, o avanço reportado pelo<br />

Cenp-Meios foi <strong>de</strong> 7,6% ante o<br />

ano anterior, o que correspon<strong>de</strong><br />

a uma movimentação <strong>de</strong> mídia<br />

da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 21,2 bilhões.<br />

Mas mesmo antes do surto<br />

sanitário, o mercado <strong>de</strong> mídia<br />

já vivia uma crise. Avanços<br />

tecnológicos e a mudança<br />

no hábito <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> mídia<br />

obrigaram grupos tradicionais<br />

em todo o mundo a reverem<br />

as suas estratégias e mo<strong>de</strong>los<br />

<strong>de</strong> negócios, movimentando<br />

o mercado para uma era <strong>de</strong><br />

transição. “Fusões e aquisições<br />

po<strong>de</strong>m permitir que empresas<br />

e marcas cresçam, e agreguem<br />

mudanças favoráveis na natureza<br />

<strong>de</strong> seus negócios”, acredita<br />

Fred Müller, que assumiu<br />

a área <strong>de</strong> negócios e marketing<br />

do SBT em 2019, após 20 anos<br />

na Globosat.<br />

A emissora fundada por Silvio<br />

Santos completou 40 anos<br />

em 2021, e segue aclamada pelo<br />

povo brasileiro. “Para qualquer<br />

profissional, sem dúvida, é<br />

uma experiência ímpar. Hoje, o<br />

<strong>de</strong>safio está ligado à gestão <strong>de</strong><br />

pessoas com inclusão e diversida<strong>de</strong>.<br />

Já do ponto <strong>de</strong> vista dos<br />

negócios, a mudança <strong>de</strong> hábitos<br />

<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, seja<br />

para creators, seja para gestores<br />

da área, será cada vez mais acelerada”,<br />

confirma Müller.<br />

Segundo o executivo, os<br />

Beatriz Nadler/Divulgação SBT<br />

Fred Müller: <strong>de</strong>safio está na gestão <strong>de</strong> pessoas e em novos hábitos <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o<br />

caminhada <strong>de</strong><br />

inovação da<br />

emissora <strong>de</strong> silvio<br />

santos tem Games,<br />

tv Zyn, sBt sports<br />

e sBt news<br />

principais fatores que contextualizam<br />

esse cenário são estratégia<br />

<strong>de</strong> mercado, necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> obter sinergia a partir <strong>de</strong><br />

uma soma <strong>de</strong> esforços e ganho<br />

<strong>de</strong> eficiência com a obtenção<br />

<strong>de</strong> recursos, além <strong>de</strong> mais oportunida<strong>de</strong>s<br />

e entregas. “Claro<br />

que para todo esse processo<br />

existe um plano <strong>de</strong> negócios<br />

com <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> métricas, estratégias,<br />

metas e objetivos que<br />

<strong>de</strong>vem ser seguidos”, sustenta<br />

o diretor <strong>de</strong> negócios e marketing<br />

do SBT.<br />

As transformações vivenciadas<br />

nos últimos anos impulsionaram<br />

a indústria <strong>de</strong> mídia,<br />

a TV e as experiências digitais,<br />

espaços que sinalizam as oportunida<strong>de</strong>s<br />

mais promissoras <strong>de</strong><br />

crescimento do mercado. “O<br />

SBT utiliza conteúdo, tecnologia,<br />

plataformas digitais e inovação<br />

digital a fim <strong>de</strong> encontrar<br />

soluções mais robustas <strong>de</strong> distribuição<br />

e <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> conteúdos linear e<br />

não linear”, explica Müller.<br />

Certa <strong>de</strong> que a consolidação<br />

<strong>de</strong> uma cultura <strong>de</strong> dados é essencial<br />

para a sustentabilida<strong>de</strong><br />

e perenida<strong>de</strong> dos negócios, a<br />

emissora observa movimentos<br />

e tendências. “Estamos sempre<br />

firmando as melhores parcerias<br />

para potencializar as entregas<br />

aos nossos clientes e os resultados<br />

obtidos”, conta Müller.<br />

Segundo o executivo, o SBT<br />

possui investimento estratégico<br />

na caminhada da inovação.<br />

Um dos exemplos é a aposta<br />

no meio digital, com trabalho<br />

guiado por frequência <strong>de</strong> publicações,<br />

narrativa estruturada,<br />

hashtags pertinentes e o correto<br />

entendimento da linguagem<br />

<strong>de</strong> cada plataforma. SBT<br />

Games, TV Zyn, SBT Sports e<br />

SBT News são algumas das iniciativas,<br />

“que crescem <strong>de</strong> forma<br />

orgânica e consistente”, assegura<br />

Müller.<br />

Canal mais visto do SBT no<br />

YouTube, a TV Zyn possui cerca<br />

<strong>de</strong> cinco milhões <strong>de</strong> inscritos e<br />

mais <strong>de</strong> 2,1 bilhões <strong>de</strong> visualizações.<br />

Pautada em conteúdo<br />

igualitário e diverso, a vertical<br />

está presente também no<br />

Facebook (cerca <strong>de</strong> 1 milhão<br />

<strong>de</strong> seguidores), Instagram (1,9<br />

milhão), Twitter (1 milhão) e<br />

TikTok (3,3 milhões).<br />

Já a vertical SBT Games realizou<br />

em janeiro a sua primeira<br />

postagem <strong>de</strong>senvolvida com<br />

a ajuda da inteligência artificial.<br />

ChatGPT foi utilizado para<br />

escrever o texto, enquanto o<br />

MidJourney apoiou a criação<br />

das imagens. A peça combina<br />

os personagens dos jogos Super<br />

Mario World e Street Fighter.<br />

O diretor <strong>de</strong> negócios e marketing<br />

do SBT ainda menciona<br />

a contratação <strong>de</strong> Roberto Grosman<br />

para a posição <strong>de</strong> chief<br />

transformation officer (CTO),<br />

em novembro <strong>de</strong> 2022. Grosman<br />

li<strong>de</strong>ra o SBT Lab. O <strong>de</strong>safio<br />

é buscar novas estratégias<br />

<strong>de</strong> inovação, unindo a essência<br />

da TV aberta às necessida<strong>de</strong>s e<br />

avanços em novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

negócios com o viés digital e<br />

foco na experiência dos clientes<br />

e anunciantes.<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 23


pRofissionais <strong>de</strong> VeíCulo<br />

José Roberto Maluf fala que projeto<br />

é apresentar propósito da TV Cultura<br />

Ele conta que a estratégia é estar em maior número <strong>de</strong> telas e ao alcance<br />

<strong>de</strong> todos; i<strong>de</strong>ia também é mostrar as possibilida<strong>de</strong>s para os anunciantes<br />

José Roberto Maluf: “Em breve iremos lançar o aplicativo da Cultura”<br />

ta no conceito <strong>de</strong> economia criativa,<br />

i<strong>de</strong>ia tão em voga hoje em<br />

dia”, comenta.<br />

Segundo ele, a equipe inova<br />

diariamente na Fundação Padre<br />

Anchieta, claro que “<strong>de</strong>ntro dos<br />

limites da emissora”. “Como<br />

já disse, estamos em todas as<br />

telas, temos orquestra – Brasil<br />

Jazz Sinfônica –; duas rádios<br />

respeitadíssimas – Cultura FM<br />

e Cultura Brasil; somos equipamento<br />

cultural aberto ao público<br />

com o imóvel da Avenida Briga<strong>de</strong>iro<br />

Faria Lima; o Solar Fábio<br />

Prado, que atualmente abriga o<br />

Museu da Casa Brasileira e hoje<br />

é um ponto <strong>de</strong> encontro do paulistano<br />

aos fins <strong>de</strong> semana; e<br />

somos também uma geradora<br />

<strong>de</strong> conteúdos importantes. Seja<br />

no sentido da investigação estética<br />

– como foi a série In<strong>de</strong>pendências<br />

–, seja no sentido<br />

<strong>de</strong> trazer os temas <strong>de</strong> inovação<br />

que hoje não se tratam <strong>de</strong> futuro,<br />

mas <strong>de</strong> presente – como a<br />

série Exponencial e tantas outras<br />

ações <strong>de</strong> nossa programação,<br />

tanto na TV aberta como nos<br />

nossos canais digitais”.<br />

Sobre as estratégias comerciais<br />

e as expectativas da empresa<br />

para este ano, Maluf afirma<br />

que a principal <strong>de</strong>las é apresentar<br />

ao mercado publicitário<br />

Divulgação<br />

“Buscamos<br />

<strong>de</strong>senvolver<br />

projetos com<br />

marcas que<br />

tenham os mesmos<br />

princípios que<br />

a cultura”<br />

o propósito da TV Cultura e as<br />

importantes causas da emissora,<br />

que estão atreladas a conteúdos<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e à diversida<strong>de</strong> da<br />

gra<strong>de</strong>. “Buscamos <strong>de</strong>senvolver<br />

projetos com marcas que tenham<br />

os mesmos princípios que<br />

a Cultura, contribuindo para a<br />

formação crítica do público com<br />

conteúdos editorais que não<br />

buscam apenas a audiência.”<br />

Na opinião <strong>de</strong>le, a TV continua<br />

pautando todas as telas,<br />

pela estrutura, profissionalismo,<br />

credibilida<strong>de</strong> e cobertura.<br />

Para ele, o dispositivo mais usado<br />

continua sendo a TV. “Para<br />

<strong>2023</strong>, os investimentos publicitários<br />

<strong>de</strong>verão ser mo<strong>de</strong>rados,<br />

a maioria das empresas está focada<br />

em resultados imediatos<br />

e vendas online”, acredita ele,<br />

acrescentando: “Com a acessibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se produzir produtos<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> com tecnologia, a<br />

Neusa spaulucci<br />

José Roberto Maluf, presi<strong>de</strong>nte<br />

da TV Cultura, é outro profissional<br />

<strong>de</strong> veículo que compõe<br />

este Especial. Formado em direito<br />

pela USP e pós-graduado<br />

pela PUC, on<strong>de</strong> também foi professor<br />

<strong>de</strong> direito civil, por <strong>de</strong>z<br />

anos, Maluf também é jornalista<br />

e esteve à frente <strong>de</strong> diversas<br />

entida<strong>de</strong>s, como Sindicato das<br />

Empresas <strong>de</strong> Radiodifusão do<br />

Estado <strong>de</strong> São Paulo, e editor <strong>de</strong><br />

diversas publicações. O cargo <strong>de</strong><br />

presi<strong>de</strong>nte da Fundação Padre<br />

Anchieta – que administra a TV<br />

Cultura, Rádios Cultura Brasil e<br />

FM, TV Rá Tim Bum, Univesp TV<br />

e TV Educação, além da Brasil<br />

Jazz Sinfônica e Museu da Casa<br />

Brasileira –, ele assumiu em 2019<br />

para um mandato <strong>de</strong> três anos,<br />

mas foi reconduzido à função<br />

em votação unânime do Conselho<br />

Curador da FPA para uma<br />

nova gestão até junho <strong>de</strong> 2025.<br />

Ele conta que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que assumiu<br />

a gestão, o objetivo era que<br />

a TV Cultura estivesse disponível<br />

no máximo <strong>de</strong> telas possível,<br />

ao alcance <strong>de</strong> todos. “Investimos<br />

em equipamentos mo<strong>de</strong>rnos,<br />

lançamos uma infinida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> programas e avançamos pelo<br />

Brasil. Hoje nossa programação<br />

alcança 213 milhões <strong>de</strong> brasileiros<br />

em 26 estados e no Distrito<br />

Fe<strong>de</strong>ral, sendo 5.570 municípios,<br />

por meio da TV aberta,<br />

TV por assinatura e parabólicas.<br />

Temos, atualmente, 60 afiliadas<br />

geradoras e 340 retransmissoras<br />

espalhadas pelo Brasil. Recentemente,<br />

a TV Cultura também<br />

chegou aos Estados Unidos, pela<br />

BraziTV. E, em breve, iremos<br />

lançar um aplicativo da Cultura,<br />

em que será possível ver<br />

a programação da emissora e<br />

ter acesso a conteúdos exclusivos”,<br />

afirma.<br />

Ele afirma enten<strong>de</strong>r que a palavra<br />

“inovação” não po<strong>de</strong> estar<br />

dissociada da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> cultura<br />

<strong>de</strong> um povo, assim como a educação,<br />

o turismo e o jornalismo<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. “Tudo isso resulescolha<br />

do consumidor não necessariamente<br />

passa pela marca<br />

e a pulverização da mídia, principalmente<br />

digital, aproxima os<br />

consumidores <strong>de</strong> marcas menores.<br />

Portanto, fica cada vez<br />

mais importante a construção e<br />

a fi<strong>de</strong>lização <strong>de</strong> marcas junto aos<br />

consumidores”. Ele fala também<br />

que <strong>de</strong>ntro da esfera comercial,<br />

uma das soluções que acompanham<br />

o crescimento da TV é o<br />

merchandising. “Em que a mídia<br />

<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser uma interrupção e<br />

passa a fazer parte do contexto.<br />

A diferença está na forma como<br />

ele é aplicado, utilizando-se <strong>de</strong><br />

storytellings, e este é o <strong>de</strong>safio”,<br />

confessa. Ele acredita que o<br />

maior <strong>de</strong>safio seja fazer conteúdos<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e verda<strong>de</strong>iros,<br />

que sejam plurais, que discutam<br />

questões contemporâneas que<br />

aju<strong>de</strong>m o telespectador a formar<br />

opiniões.<br />

O futuro da TV aberta, para o<br />

executivo, está interligado a um<br />

mo<strong>de</strong>lo segmentado, em que a<br />

interação entre as geradoras e<br />

emissoras <strong>de</strong> conteúdo e os telespectadores<br />

será o foco. “E, por<br />

isso, já é preciso pensar no fenômeno<br />

da personalização do conteúdo.<br />

Passando também pela<br />

inovação no que diz respeito à<br />

entrega <strong>de</strong> conteúdo multiplataforma,<br />

com a i<strong>de</strong>ia do ‘on <strong>de</strong>mand’”.<br />

Para ele, é muito importante<br />

enten<strong>de</strong>r, quando se pensa<br />

no futuro da TV aberta no Brasil,<br />

as dimensões continentais do<br />

país. “Muitas regiões ainda são e<br />

serão servidas por longo tempo<br />

pelo sinal aberto. Nas capitais e<br />

cida<strong>de</strong>s mais populosas, o conceito<br />

da multitela por certo estará<br />

cada vez mais presente. No<br />

entanto, há lugares <strong>de</strong>ste país, e<br />

eu diria que são muitos, em que<br />

a <strong>de</strong>mocratização do acesso à informação<br />

ainda se dará por muito<br />

tempo através da TV aberta”,<br />

avalia. Na opinião <strong>de</strong>le, mais importante<br />

do que discutir o futuro<br />

da televisão aberta seria <strong>de</strong>bater<br />

um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio sustentável<br />

para ela nas próximas três a<br />

quatro décadas.<br />

24 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


ProfiSSionaiS <strong>de</strong> veículo<br />

Paulo Samia <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a combinação<br />

<strong>de</strong> meios nativos digitais e offline<br />

CEO do UOL monta inventário interconectado para oferta <strong>de</strong> entregas<br />

completas aos anunciantes e <strong>de</strong> conteúdo relevante aos consumidores<br />

Janaina Langsdorff<br />

UOL testemunhou o nascimento<br />

da internet no Bra-<br />

O<br />

sil. No ar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1996, formou<br />

profissionais que hoje li<strong>de</strong>ram<br />

a transformação dos negócios<br />

<strong>de</strong> mídia. Um <strong>de</strong>les é Paulo<br />

Samia. O executivo começou<br />

a sua carreira no Universo Online<br />

em 2000 como gerente-financeiro,<br />

cargo que ocupou por<br />

cinco anos. Chegou a dirigir o<br />

UOL Argentina até 2006, quando<br />

<strong>de</strong>ixou o Brasil para cursar<br />

um MBA na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Colúmbia, em Nova York.<br />

No retorno ao mercado brasileiro,<br />

passou por consultorias<br />

estratégicas e empresas <strong>de</strong> tecnologia<br />

e, em 2016, voltou para<br />

o UOL como diretor <strong>de</strong> planejamento<br />

estratégico. Um ano<br />

<strong>de</strong>pois, assumiu a posição <strong>de</strong><br />

diretor <strong>de</strong> negócios e, em 2019,<br />

foi nomeado CEO do UOL, que<br />

hoje possui 108 milhões <strong>de</strong> usuários<br />

únicos, com 82% <strong>de</strong> alcance<br />

da internet brasileira, atrás<br />

apenas <strong>de</strong> Google e Facebook.<br />

A home do UOL soma 25 milhões<br />

<strong>de</strong> usuários únicos, 1,1<br />

bilhão <strong>de</strong> visitas, consi<strong>de</strong>rando<br />

conteúdo próprio, parceiros e<br />

produtos, além <strong>de</strong> 29 milhões<br />

<strong>de</strong> usuários, que assistem ví<strong>de</strong>os<br />

no <strong>de</strong>sktop e mobile. Embalada<br />

por metaverso, realida<strong>de</strong><br />

virtual e inteligência artificial,<br />

a evolução exige o acompanhamento<br />

das mudanças para<br />

adaptação a novos formatos e<br />

criação <strong>de</strong> produtos em parceria<br />

com agências e marcas.<br />

“Temos, principalmente, a<br />

presença <strong>de</strong> plataformas, que<br />

distribuem conteúdo, fazendo<br />

papel <strong>de</strong> veículo também”, ressalta<br />

Paulo Samia. O executivo<br />

difun<strong>de</strong> a cultura colaborativa<br />

para ajudar no entendimento<br />

das tendências. O UOL acaba <strong>de</strong><br />

fechar parceria com o principal<br />

serviço gratuito <strong>de</strong> streaming<br />

<strong>de</strong> televisão da Paramount no<br />

Brasil, a Pluto TV, e será responsável<br />

pelas vendas diretas<br />

e programáticas da plataforma.<br />

É uma junção <strong>de</strong> forças. O UOL<br />

<strong>de</strong>tém tradição na venda <strong>de</strong><br />

inventário digital e equipe comercial<br />

próxima dos <strong>de</strong>cisores<br />

do mercado, enquanto a Pluto<br />

TV cresce com ofertas na TV<br />

conectada. “Não po<strong>de</strong>mos ficar<br />

restritos aos meios tradicionais<br />

digitais, é preciso misturar<br />

meios nativos digitais com<br />

meios tradicionais do offline<br />

para uma entrega completa”,<br />

observa Samia.<br />

Um dos expoentes da frente<br />

<strong>de</strong> projetos que mesclam experiências<br />

online e offline é o<br />

CarnaUOL, maior projeto proprietário<br />

do grupo. Em <strong>2023</strong>,<br />

na sua oitava edição, reuniu 15<br />

mil pessoas no Allianz Parque,<br />

em São Paulo, com quase nove<br />

horas <strong>de</strong> shows ininterruptos.<br />

Mariana Pekin/Divulgação UOL<br />

Paulo Samia: trabalho colaborativo para entendimento das mudanças do mercado<br />

UOL tem 108<br />

miLhões <strong>de</strong><br />

UsUáriOs únicOs,<br />

cOm 82% <strong>de</strong><br />

aLcance da<br />

internet<br />

O inventário interconectado<br />

potencializa a operação com<br />

plataformas <strong>de</strong> interesses específicos.<br />

O portal é o carro-chefe,<br />

mas Splash (entretenimento),<br />

Nossa (estilo <strong>de</strong> vida), Ecoa<br />

(causas sociais) e Universa (universo<br />

feminino) diversificam a<br />

atuação do grupo. Formatos digitais<br />

clássicos, como displays e<br />

banners, convivem agora com a<br />

explosão dos ví<strong>de</strong>os. “As marcas<br />

po<strong>de</strong>m entregar uma campanha<br />

e transmitir mensagens<br />

<strong>de</strong> forma muito mais completa<br />

em relação a outros formatos”,<br />

diz o CEO do UOL, que produz<br />

mais <strong>de</strong> nove horas <strong>de</strong> conteúdo<br />

diário em ví<strong>de</strong>o ao vivo,<br />

fora inúmeros conteúdos produzidos<br />

nos canais <strong>de</strong> entretenimento.<br />

O UOL ainda opera com uma<br />

plataforma <strong>de</strong> streaming monetizada<br />

por meio <strong>de</strong> assinaturas<br />

ou publicida<strong>de</strong>, instaurando<br />

um novo canal <strong>de</strong> distribuição.<br />

Os podcasts também mostram<br />

crescimento tão latente quanto<br />

os resultados obtidos a partir<br />

<strong>de</strong> conteúdos gerados por<br />

pequenos e médios influenciadores.<br />

“Queremos estar presentes<br />

ao longo da jornada <strong>de</strong><br />

consumo <strong>de</strong> conteúdo das pessoas,<br />

seja ouvindo um podcast<br />

no carro, lendo notícias em<br />

casa ou assistindo programas<br />

no UOL News”, exemplifica<br />

Paulo Samia.<br />

O UOL ainda investe na produção<br />

<strong>de</strong> conteúdo analítico,<br />

com investigações mais aprofundadas,<br />

que po<strong>de</strong>m ser consumidas<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

do período <strong>de</strong> acesso. Há ainda<br />

conteúdos exclusivos para assinantes<br />

e projetos <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d<br />

content. Abrangência, cobertura,<br />

segurança, credibilida<strong>de</strong><br />

e multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formatos<br />

estão entre os diferenciais do<br />

negócio, que permite ao anunciante<br />

participar <strong>de</strong> todos os<br />

momentos <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> conteúdo<br />

das pessoas, em um só<br />

projeto, sem precisar buscar diferentes<br />

veículos.<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 25


proFissionais dE vEículo<br />

Fernando Miranda conta que Exame<br />

está hoje mais focada no mediatech<br />

Revista <strong>de</strong> negócios já usa inteligência artificial em várias ações para se<br />

comunicar com maior eficiência e rapi<strong>de</strong>z com os clientes e os leitores<br />

Neusa spaulucci<br />

CMO da Exame, Fernando<br />

O Miranda, que faz parte do<br />

grupo <strong>de</strong>sta edição <strong>de</strong> Profissionais<br />

<strong>de</strong> Veículo, afirma que um<br />

dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios atuando<br />

no atual cargo é “manter sempre<br />

uma conversa relevante<br />

com o cliente, trazendo novida<strong>de</strong>s”.<br />

“O mercado <strong>de</strong> mídia e<br />

educação está saturado <strong>de</strong> mais<br />

do mesmo, minha missão aqui<br />

é criar um produto diferente,<br />

que gere impacto e lembrança<br />

na mente do cliente”, analisa.<br />

Experiência para manter o<br />

tônus da revista <strong>de</strong> negócios<br />

não falta. Miranda está no mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho nas áreas <strong>de</strong><br />

marketing e comercial há mais<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos, com passagens<br />

pelo Banco do Brasil e pelo Infomoney,<br />

da XP Inc..<br />

Ele conta que uma das ações<br />

do título nos últimos tempos<br />

em termos <strong>de</strong> inovação foi a<br />

contratação recente da head <strong>de</strong><br />

educação, Heloisa Jardim, que<br />

comanda a Exame Aca<strong>de</strong>my. “A<br />

Heloisa vem <strong>de</strong> Harvard, uma<br />

das instituições mais respeitadas<br />

do mundo, e está em linha<br />

com o que queremos em termos<br />

<strong>de</strong> profissionais altamente qualificados.<br />

Além disso, em breve<br />

vamos anunciar algumas aquisições<br />

interessantes, que vão<br />

revelar mais sobre para on<strong>de</strong> o<br />

Grupo Exame caminha e para<br />

on<strong>de</strong> vamos investir nossos esforços<br />

<strong>de</strong> inovação”, comenta.<br />

O executivo revela ainda que<br />

a CTO Izabela Anholett já tem<br />

li<strong>de</strong>rado frentes <strong>de</strong> recomendação<br />

<strong>de</strong> conteúdo para os leitores<br />

utilizando inteligência artificial.<br />

“Outra inovação que estamos<br />

li<strong>de</strong>rando é na frente <strong>de</strong> newsletters.<br />

Hoje já temos uma inteligência<br />

artificial que envia o<br />

conteúdo personalizado para o<br />

cliente no momento em que ele<br />

está com o e-mail aberto”, conta.<br />

As estratégias comerciais e<br />

as expectativas da Exame para<br />

este ano estão, segundo ele,<br />

cada vez mais focadas em se<br />

<strong>de</strong>senvolver como mediatech<br />

para entregar aos clientes, leitores<br />

e consumidores um mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> mídia que vá além da<br />

informação propriamente dita.<br />

“Com toda a tradição e autorida<strong>de</strong><br />

que a Exame conquistou<br />

ao longo dos anos, hoje enxergamos<br />

que são inúmeras as<br />

potencialida<strong>de</strong>s para <strong>de</strong>sdobramentos<br />

<strong>de</strong> negócios, especialmente<br />

na área da educação.”<br />

Miranda fala da Exame Aca<strong>de</strong>my,<br />

que hoje é responsável<br />

por uma parcela significativa da<br />

receita total da revista, e isso “é<br />

um sinal <strong>de</strong> que a busca por qualificação<br />

e formação po<strong>de</strong> estar<br />

diretamente associada ao ambiente<br />

digital da informação”.<br />

“Hoje temos especialistas <strong>de</strong><br />

diversas áreas que, além <strong>de</strong> produzirem<br />

conteúdo, oferecem<br />

capacitação por meio <strong>de</strong> cursos<br />

livres até MBAs e cursos <strong>de</strong> pós-<br />

-graduação, por exemplo”, argumenta,<br />

acrescentando: “Temos<br />

tradição nas premiações<br />

como Melhores do Mercado,<br />

Maiores e Melhores, Superagro,<br />

Divulgação<br />

Fernando Miranda: “Acreditamos que ainda há formas para contornar as dificulda<strong>de</strong>s”<br />

“Hoje já temos<br />

uma inteligência<br />

artificial que<br />

envia o conteúdo<br />

personalizado<br />

para o cliente”<br />

Fórum <strong>de</strong> Infraestrutura, Cida<strong>de</strong>s<br />

e Investimentos, entre outros,<br />

que são rankings e eventos<br />

que fomentam o mercado e os<br />

negócios brasileiros”.<br />

Para ele, a mídia impressa e<br />

online brasileira, há anos, vem<br />

se transformando drasticamente,<br />

nos dois ambientes - físico<br />

e digital. “Certamente os novos<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

e anúncios, e a própria mídia<br />

digital, tornaram o panorama<br />

da mídia tradicional, <strong>de</strong> papel,<br />

muito mais complicado. Além<br />

<strong>de</strong> ferramentas e novos mecanismos<br />

<strong>de</strong> propaganda e comercialização,<br />

há uma questão<br />

geracional, na qual hábitos estão<br />

transformando o interesse<br />

por <strong>de</strong>terminados tipos <strong>de</strong> canais<br />

<strong>de</strong> comunicação”, opina.<br />

Mas, segundo ele, não há<br />

como negar o importante papel<br />

da mídia impressa no que diz<br />

respeito à credibilida<strong>de</strong>. “Nesse<br />

sentido, acreditamos que<br />

ainda há formas para contornar<br />

as dificulda<strong>de</strong>s apresentadas.<br />

Sobre o online, <strong>de</strong>pois da mídia<br />

programática, haverá outras<br />

pequenas revoluções, por isso<br />

a necessida<strong>de</strong> constante <strong>de</strong> se<br />

reinventar e entregar soluções e<br />

conteúdos relevantes”, afirma.<br />

Miranda fala que uma das<br />

maneiras mais eficazes <strong>de</strong> enfrentar<br />

as mudanças <strong>de</strong> perfil<br />

do leitor é ouvindo-o, “<strong>de</strong>scobrindo<br />

o que ele vem buscar na<br />

Exame”. “Uma das principais<br />

mudanças que sentimos e nos<br />

fez ter uma diretriz voltada para<br />

a mediatech vai justamente ao<br />

encontro a essa necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

entregar aos leitores e consumidores<br />

<strong>de</strong> notícias muito mais<br />

do que eles esperam. Escutar o<br />

leitor é <strong>de</strong>scobrir o que ele gosta<br />

<strong>de</strong> ler, quando ele gosta <strong>de</strong><br />

ler, é curadoria. Num mundo<br />

com tanta informação, queremos<br />

entregar a informação certa,<br />

para a pessoa certa, na hora<br />

certa. Parece óbvio, mas não é”,<br />

esclarece.<br />

Na opinião <strong>de</strong>le, o futuro do<br />

meio revista é uma questão<br />

complexa, embora a pergunta<br />

possa parecer simples. “Nossa<br />

origem é o meio impresso e<br />

editorial, e certamente jamais<br />

per<strong>de</strong>remos a admiração e a<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> seguir na mídia tradicional.<br />

Entretanto, o mundo<br />

está em constante evolução e<br />

os meios e formas <strong>de</strong> consumir<br />

informações já são outros.<br />

Acredito que o segredo esteja<br />

no equilíbrio em conseguir<br />

i<strong>de</strong>ntificar o papel <strong>de</strong> cada formato,<br />

porque, certamente, eles<br />

têm aspectos que são insubstituíveis,<br />

no sentido que um não<br />

anula o outro, pelo contrário, se<br />

complementam”, conclui.<br />

26 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


proFissionais <strong>de</strong> veículo<br />

Marcelo Benez revela que a Folha<br />

se concentra na multiplataforma<br />

Diretor-comercial fala<br />

sobre a diversificação<br />

<strong>de</strong> opções <strong>de</strong> conexão<br />

que a empresa adota<br />

Divulgação<br />

Neusa spaulucci<br />

Marcelo Benez, diretor-executivo comercial<br />

da Folha <strong>de</strong> S.Paulo, on<strong>de</strong> está há 28<br />

anos, também está na lista <strong>de</strong> Profissionais<br />

<strong>de</strong> Veículo <strong>de</strong> maior sucesso do país. Ele, que<br />

também é ex-presi<strong>de</strong>nte da divisão Brasil e<br />

atual membro da diretoria global da International<br />

News Media Association e professor<br />

convidado <strong>de</strong> marketing e comunicação<br />

na pós-graduação em administração <strong>de</strong> empresas<br />

da Fundação Getúlio Vargas, fala dos<br />

<strong>de</strong>safios à frente <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> comunicação<br />

como a Folha. Para ele, li<strong>de</strong>rar um time comercial<br />

atualmente, precisa ter domínio das<br />

palavras-chaves flexibilida<strong>de</strong> e motivação<br />

para a reinvenção. “Como profissional em<br />

meio à transformação da indústria <strong>de</strong> notícias,<br />

é preciso muita estratégia, transparência<br />

com a equipe em relação aos objetivos,<br />

proativida<strong>de</strong> e disposição”, conta.<br />

Benez conta que as principais ações da Folha<br />

em termos <strong>de</strong> inovação na publicida<strong>de</strong> e<br />

estratégias comerciais passam pela multiplataforma<br />

e diversificação <strong>de</strong> opções <strong>de</strong> conexão<br />

com os mais <strong>de</strong> 57 milhões <strong>de</strong> visitantes<br />

únicos da Folha em todas as plataformas<br />

(comScore, Fev/<strong>2023</strong>), no sentido <strong>de</strong> se consolidar<br />

o portfólio <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> comunicação<br />

à disposição do anunciante, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

mídia impressa ao metaverso, mobile, eventos,<br />

bran<strong>de</strong>d content, re<strong>de</strong>s sociais, podcasts<br />

e hubs <strong>de</strong> conteúdo até pesquisas <strong>de</strong> mercado<br />

com o Datafolha.<br />

“A mídia impressa vem se transformando<br />

na era digital e hoje alcança uma segmentação<br />

da audiência da Folha, que não produz<br />

papel e, sim, conteúdo”, comenta.<br />

Ele fala que, para um veículo como a Folha,<br />

é o melhor dos mundos ter a abrangência e o<br />

alcance da Folha Digital somados à credibilida<strong>de</strong><br />

e ao lastro da edição impressa. “O consumo<br />

do jornal puramente impresso vem se<br />

transformando em grau mais ou menos intenso<br />

em todos os países do mundo.”<br />

Segundo ele, no caso da Folha, a edição<br />

impressa já não é mais exclusivamente impressa,<br />

porque é automaticamente digitalizada<br />

e está disponível para ser lida na palma<br />

da mão, através dos dispositivos móveis, pelo<br />

novíssimo app que a Folha lançou. “E a versão<br />

impressa segue tangível e documentando os<br />

fatos, disponível para o consumo <strong>de</strong> notícias<br />

na situação <strong>de</strong> leitura que ele preferir”.<br />

Marcelo Benez: “Como profissional em meio à transformação da indústria <strong>de</strong> notícias, é preciso muita estratégia”<br />

Via Zoom<br />

INSCREVA-SE<br />

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04 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> das 9h às 11h<br />

Co-curadoria José Saad, GoAd Media<br />

Cota Bronze<br />

ASSOCIAÇÃO<br />

BRASILEIRA DE<br />

ANUNCIANTES<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 27


profiSSionAiS <strong>de</strong> veículo<br />

Katia Zaratin Santacroce afirma<br />

que Antena 1 mantém pioneirismo<br />

Os investimentos em inovação são gran<strong>de</strong>s, segundo a gerente<br />

comercial, porque os planos são ambiciosos para o online e OnAir<br />

Neusa spaulucci<br />

Katia Zaratin Santacroce,<br />

gerente-comercial da Antena<br />

1, resume em uma frase qual<br />

o plano da emissora em termos<br />

<strong>de</strong> inovação: “Antena 1 sempre<br />

foi pioneira em tecnologia”.<br />

E justifica a afirmativa lembrando<br />

que a empresa foi a<br />

primeira rádio online do Brasil,<br />

uma das primeiras skills da<br />

Alexa no país e conta com um<br />

constante e importante investimento<br />

em equipamentos <strong>de</strong><br />

ponta não apenas no online,<br />

mas também no OnAir.<br />

“Estamos trazendo o estúdio<br />

da Paulista (avenida em São<br />

Paulo) para a nossa maravilhosa<br />

se<strong>de</strong> na região da Cida<strong>de</strong> Jardim<br />

(também em São Paulo) para<br />

apresentar o universo Antena<br />

1 visualmente para o público,<br />

mantendo a essência musical,<br />

mas comprovando ao mercado<br />

que existe uma sinergia incrível<br />

para chegar no ouvinte, que<br />

é nosso principal ativo, e obviamente<br />

também priorida<strong>de</strong> para<br />

esse cliente”.<br />

Ela conta ainda que as estratégias<br />

comerciais e as expectativas<br />

da empresa para este ano<br />

giram em torno do crescimento<br />

em todas as esferas, “tanto em<br />

audiência, como em abrangência<br />

com novas emissoras<br />

integrando a re<strong>de</strong> (atualmente<br />

conta com 27 rádios, chegando<br />

a mais <strong>de</strong> 700 municípios), e<br />

também faturamento”.<br />

“Novos produtos e plataformas<br />

que estão surgindo, mas<br />

que para nós já são velhas conhecidas,<br />

como por exemplo o<br />

streaming, estão num patamar<br />

elevado frente a qualquer player<br />

e é isso que estamos levando ao<br />

mercado, tanto pelas equipes<br />

comerciais como por campanhas<br />

para o tra<strong>de</strong> que chancelam<br />

esse discurso e apresentam não<br />

apenas números, mas consistência<br />

em operacionalizá-los”. Para<br />

ela, o áudio hoje é uma forma<br />

extremamente eficaz <strong>de</strong> se fazer<br />

presente junto às pessoas.<br />

Katia Zaratin Santacroce: áudio é eficiente para se fazer presente junto às pessoas<br />

“A nossa memória audível<br />

é incrível. Sons importantes<br />

jamais são esquecidos, e qualquer<br />

um po<strong>de</strong> comprovar fazendo<br />

esse exercício, seja por<br />

uma música especial, um som<br />

da infância ou um tema característico.<br />

Muitas marcas icônicas<br />

<strong>de</strong>scobriram isso e não abrem<br />

mão <strong>de</strong> usar o ‘seu som’. O rádio<br />

está em todo lugar, a qualquer<br />

hora, <strong>de</strong> diversas formas:<br />

ele emociona, é companhia,<br />

informa em tempo real, embala<br />

uma conversa e traz trilha<br />

sonora a qualquer ambiente. O<br />

rádio é <strong>de</strong>mocrático”, <strong>de</strong>creta.<br />

Katia comenta ainda o perfil<br />

do ouvinte e dos <strong>de</strong>safios que<br />

a mudança provocou na mídia<br />

em geral e na eletrônica em<br />

especial.<br />

Divulgação<br />

“AntenA 1 é lí<strong>de</strong>r<br />

AbsolutA no<br />

streAming <strong>de</strong><br />

rádio no brAsil”<br />

Ela diz enten<strong>de</strong>r que o rádio<br />

é o meio mais fácil <strong>de</strong> ser consumido,<br />

pois está em todos os<br />

lugares. “Num país continental<br />

como Brasil, e falo por experiência<br />

própria, pois estive em<br />

praticamente todas as praças<br />

do país, e o público só cresce,<br />

todo mundo ouve rádio. Cada<br />

um tem suas preferências, mas<br />

consome o meio. O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio<br />

é manter esse meio tão<br />

assertivo e apaixonante cada<br />

vez mais nas campanhas. O<br />

gran<strong>de</strong> objetivo é encantar o<br />

cliente com possibilida<strong>de</strong>s inovadoras,<br />

e o mercado tem estado,<br />

há algum tempo, aberto a<br />

receber essas novida<strong>de</strong>s”, analisa<br />

a gerente-comercial.<br />

Para ela, o futuro do rádio<br />

será o consumo <strong>de</strong> streamings<br />

<strong>de</strong> áudio, “algo que vem muito<br />

forte e a Antena 1 é lí<strong>de</strong>r absoluta<br />

no streaming <strong>de</strong> rádio no<br />

Brasil, com mais <strong>de</strong> o dobro <strong>de</strong><br />

audiência do que a segunda<br />

colocada”. “O futuro do rádio<br />

é digital. E na Antena 1 o futuro<br />

é agora”.<br />

Katia atua <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano 2000<br />

em veículos <strong>de</strong> comunicação.<br />

Já passou por mídia impressa,<br />

online e pelo rádio.<br />

Ela afirma que sempre teve<br />

paixão pela publicida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>scobriu<br />

no rádio um “encanto<br />

que é bastante comum nas<br />

pessoas <strong>de</strong>sse meio”, a “tal picada<br />

do bichinho do rádio”. E<br />

foi na Antena 1, em 2005.<br />

“Depois passei pelo diário<br />

Lance!, pelo Grupo Liberal do<br />

Pará, por muitos anos, tive a<br />

experiência incrível <strong>de</strong> participar<br />

por mais <strong>de</strong> dois anos<br />

<strong>de</strong> uma mesa redonda diária<br />

<strong>de</strong> futebol via telefone, no<br />

rádio, claro, e em 2019 voltei<br />

à Antena 1, on<strong>de</strong> há um ano<br />

encabeço a equipe comercial<br />

<strong>de</strong> São Paulo, num momento<br />

muito promissor para a empresa,<br />

tanto em crescimento<br />

no mercado como em iniciativas<br />

e investimentos da gestão<br />

buscando ainda maior visibilida<strong>de</strong><br />

e evolução”, avalia.<br />

28 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


opinião<br />

Divulgação<br />

ABA volta ao Cenp<br />

nelcina tropardi<br />

estrutura do ecossistema publicitário<br />

A vem se transformando, marcada por<br />

um processo <strong>de</strong> internacionalização e digitalização.<br />

Cofundadora do Cenp (Conselho<br />

Executivo <strong>de</strong> Normas-Padrão), em 1998, a<br />

ABA vinha avaliando a evolução do mercado<br />

e apontando para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover<br />

<strong>de</strong>bates mais alinhados às mudanças<br />

constantes das últimas décadas, como<br />

as novas tendências <strong>de</strong> comunicação e mídia.<br />

Assim, em janeiro <strong>de</strong> 2021, em <strong>de</strong>cisão<br />

tomada por unanimida<strong>de</strong> por sua diretoria<br />

nacional, a ABA se <strong>de</strong>sligou do Cenp.<br />

Na sequência, a ABA construiu, <strong>de</strong> forma<br />

pioneira, o Movimento pelas<br />

Boas Práticas do Mercado<br />

Publicitário Brasileiro, um<br />

importante marco do processo<br />

<strong>de</strong> amadurecimento<br />

da percepção da entida<strong>de</strong><br />

sobre os novos contornos<br />

do mercado publicitário,<br />

que reuniu centenas <strong>de</strong><br />

players do mercado para o<br />

aprofundamento das discussões<br />

sobre a <strong>de</strong>safiadora<br />

empreitada <strong>de</strong> mudança e<br />

evolução setorial sobre formas <strong>de</strong> relacionamento<br />

mais transparentes, livres e sustentáveis.<br />

Reunimos 80 li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> anunciantes,<br />

entida<strong>de</strong>s, veículos, agências e plataformas<br />

digitais para criar um verda<strong>de</strong>iro manifesto<br />

para uma publicida<strong>de</strong> livre, pujante,<br />

transparente, ética e responsável centrada<br />

em cinco princípios fundamentais:<br />

1. Compromisso com a transparência e<br />

livre negociação<br />

2. Não obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> certificações<br />

e/ou tabelas fixas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto<br />

3. Valorização das estratégias <strong>de</strong> brand<br />

safety e combate às frau<strong>de</strong>s<br />

“firmamos<br />

nesse retorno<br />

o compromisso<br />

do cenp em<br />

promover a<br />

harmonia e<br />

equilíbrio nas<br />

relações”<br />

4. Garantia <strong>de</strong> mídia visível, confiável e<br />

posicionando o consumidor no centro da<br />

estratégia<br />

5. Valorização <strong>de</strong> auditoria e medição<br />

<strong>de</strong> compra e entrega <strong>de</strong> mídia em qualquer<br />

plataforma <strong>de</strong> contato com o consumidor<br />

Em novembro <strong>de</strong> 2021, este movimento<br />

resultou no Guia <strong>de</strong> Melhores Práticas ao<br />

Mercado Publicitário: por uma Publicida<strong>de</strong><br />

Livre, Pujante, Transparente, Ética e Responsável!.<br />

Sempre <strong>de</strong>ixamos claro nossa abertura<br />

para o diálogo com todo o mercado e, em<br />

março <strong>de</strong> 2022, retomamos as conversas<br />

com o Cenp, pontuando como <strong>de</strong>veria funcionar<br />

a autorregulamentação<br />

do novo mercado publicitário<br />

na visão da ABA, o que inclui<br />

alto nível <strong>de</strong> governança e compliance,<br />

fomento à transparência<br />

dos planos <strong>de</strong> incentivo,<br />

não obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> certificações<br />

e/ou tabelas <strong>de</strong> preços,<br />

<strong>de</strong>ntre outras premissas.<br />

Com o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> um Novo<br />

Cenp, um ano após a retomada<br />

<strong>de</strong>sse diálogo, e a redação do<br />

Novo Estatuto, comunicamos ao mercado o<br />

retorno da ABA ao Cenp, conforme <strong>de</strong>cisão<br />

aprovada por votação em Reunião Extraordinária<br />

<strong>de</strong> Diretoria, realizada em 15 <strong>de</strong><br />

março <strong>de</strong> <strong>2023</strong>, e a indicação <strong>de</strong> oito representantes<br />

que atuarão junto ao Conselho<br />

Executivo do órgão.<br />

Seguindo o propósito da ABA, <strong>de</strong> mobilizar<br />

o marketing para transformar os negócios<br />

e a socieda<strong>de</strong>, firmamos nesse retorno<br />

o compromisso do Cenp em promover a<br />

harmonia e o equilíbrio nas relações entre<br />

anunciantes, veículos, agências e novos<br />

elos digitais, por meio <strong>de</strong> autorregulação<br />

ética baseada em melhores técnicas e práticas<br />

do mercado.<br />

Nelcina Tropardi é presi<strong>de</strong>nte da ABA e diretora-<br />

-geral <strong>de</strong> jurídico, rel. gv., ESG e compliance da<br />

Dasa<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 29


míDia<br />

Freepik<br />

Dia do Jornalismo remete a reflexões<br />

em função <strong>de</strong> panorama adverso<br />

Fake news e avanço do digital são os principais <strong>de</strong>talhes que <strong>de</strong>safiam<br />

os veículos; re<strong>de</strong>s sociais são hoje os meios <strong>de</strong> informação dos jovens<br />

Neusa spaulucci<br />

Na próxima sexta-feira (7),<br />

o dia é <strong>de</strong>dicado ao jornalismo,<br />

setor que sofre nos últimos<br />

tempos ataques <strong>de</strong> todos<br />

os lados, sem falar na crise que<br />

vive <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o avanço do digital<br />

e mais recentemente das famigeradas<br />

fake news.<br />

Para Antonio Rocha Filho,<br />

professor do curso <strong>de</strong> jornalismo<br />

da ESPM e coor<strong>de</strong>nador do<br />

Centro Experimental <strong>de</strong> Jornalismo,<br />

também da ESPM, é até<br />

discutível se há crise em curso<br />

mesmo. Segundo ele, se pensarmos<br />

na mídia tradicional e<br />

na queda <strong>de</strong> receita para financiamento<br />

do trabalho jornalístico,<br />

que ocorre não apenas<br />

pela menor arrecadação com<br />

publicida<strong>de</strong>, mas também pela<br />

redução <strong>de</strong> recursos vindos das<br />

assinaturas (ou pagar pelo acesso),<br />

é evi<strong>de</strong>nte que o jornalismo<br />

vive uma crise. “Des<strong>de</strong> que a<br />

internet comercial ganhou força,<br />

em meados dos anos 1990,<br />

isso só se acentua. A circulação<br />

das edições impressas <strong>de</strong> jornais<br />

e revistas <strong>de</strong>spenca, a audiência<br />

<strong>de</strong> emissoras <strong>de</strong> rádio<br />

e <strong>de</strong> TV é apenas uma fração<br />

do que era há alguns anos e os<br />

acessos ao conteúdo jornalístico<br />

nos meios digitais da mídia<br />

tradicional não compensam a<br />

diferença”, relata.<br />

O professor comenta ainda<br />

que as pessoas hoje consomem<br />

notícias pelas re<strong>de</strong>s sociais<br />

e via canais <strong>de</strong> YouTube, além<br />

<strong>de</strong> aplicativos <strong>de</strong> mensagens,<br />

como WhatsApp, o que nem<br />

sempre significa jornalismo<br />

profissional ou <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

“Ou nem mesmo é jornalismo,<br />

já que muitos dos chamados<br />

influenciadores digitais po<strong>de</strong>m<br />

até ter habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicação,<br />

mas estão longe <strong>de</strong> prati-<br />

“O FacebOOk (40%)<br />

per<strong>de</strong>u terrenO e<br />

FOi ultrapassadO<br />

pelO YOutube<br />

(43%)”<br />

car jornalismo ao publicar uma<br />

informação sem checagem”,<br />

cutuca.<br />

Ele levanta ainda dados do<br />

Digital News Report - estudo<br />

feito anualmente pelo Reuters<br />

Institute for the Study of Journalism,<br />

que em sua edição <strong>de</strong><br />

2022 ouviu 93 mil consumidores<br />

<strong>de</strong> notícias em 46 países<br />

- que são muito ilustrativos da<br />

queda da conexão entre jornalismo<br />

tradicional e público.<br />

“Há uma queda generalizada<br />

na confiança das notícias. No<br />

Brasil, o índice <strong>de</strong> pessoas que<br />

evitam notícias chega a 54%,<br />

o dobro do número registrado<br />

cinco anos antes, no estudo <strong>de</strong><br />

2017”, revela.<br />

“Acesso direto a sites ou aplicativos<br />

<strong>de</strong> notícias é <strong>de</strong> 23%,<br />

contra 28% <strong>de</strong> acesso a notícias<br />

por re<strong>de</strong>s sociais. O Facebook<br />

ainda é a re<strong>de</strong> social mais importante<br />

para acesso a notícias<br />

30 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


no mundo (30% dos acessos pelas<br />

re<strong>de</strong>s), mas per<strong>de</strong>u espaço.<br />

Os jovens preferem re<strong>de</strong>s mais<br />

ligadas a imagens, como Instagram<br />

e TikTok”, acrescenta.<br />

Rocha Filho continua e puxa<br />

um recorte feito sobre o Brasil,<br />

que afirma que quase dois terços<br />

das pessoas (64%) recebem<br />

suas notícias das re<strong>de</strong>s sociais.<br />

“O Facebook (40%) per<strong>de</strong>u<br />

terreno e foi ultrapassado pelo<br />

YouTube (43%) como a re<strong>de</strong> social<br />

mais popular para o consumo<br />

<strong>de</strong> notícias. Também houve<br />

um forte aumento no uso <strong>de</strong><br />

re<strong>de</strong>s visuais, como Instagram<br />

(35%) e TikTok (12%), para notícias.<br />

Aplicativos <strong>de</strong> mensagens<br />

WhatsApp (41%) e Telegram<br />

(9%) continuam sendo formas<br />

importantes <strong>de</strong> discutir e compartilhar<br />

notícias”, explica.<br />

Para ele, é difícil falar em<br />

uma via que leve à mudança.<br />

“Tenho a impressão <strong>de</strong> que o<br />

caminho passa necessariamente,<br />

neste momento, por reforço<br />

da produção <strong>de</strong> conteúdo<br />

jornalístico <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, para<br />

diferenciar <strong>de</strong> fake news e <strong>de</strong><br />

quem apenas reproduz conteúdo<br />

alheio. Em outras palavras,<br />

fazer bom jornalismo, em busca<br />

<strong>de</strong> matérias relevantes e <strong>de</strong><br />

informações exclusivas importantes”,<br />

argumenta.<br />

Outro ponto levantado por<br />

ele é a procura <strong>de</strong> novas formas<br />

para aumentar a audiência<br />

e potencializar o alcance do<br />

conteúdo jornalístico produzido.<br />

“Po<strong>de</strong> ser via re<strong>de</strong>s sociais<br />

ou por meio <strong>de</strong> algum tipo <strong>de</strong><br />

parceria com as empresas <strong>de</strong><br />

tecnologia, ou em consórcios<br />

<strong>de</strong> empresas jornalísticas, ou<br />

ainda com o apoio <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s<br />

representativas da categoria ou<br />

dos meios jornalísticos (Abraji,<br />

Fenaj, ANJ e Abert)”, sugere,<br />

acrescentando também: “Buscar<br />

novas formas <strong>de</strong> remuneração<br />

pelo conteúdo jornalístico<br />

produzido. Não saberia dizer<br />

aqui exatamente como. Aliás,<br />

este é o ponto mais crucial <strong>de</strong><br />

todos: como levantar dinheiro<br />

para pagar uma boa prática<br />

jornalística, uma boa equipe<br />

<strong>de</strong> profissionais e uma boa<br />

produção jornalística. Receita<br />

publicitária tradicional, ou por<br />

meios digitais, e pagamento<br />

via assinaturas não <strong>de</strong>vem ser<br />

<strong>de</strong>scartados, mas criar novos<br />

canais para arrecadação. Patrocínios,<br />

talvez? Levantamento<br />

<strong>de</strong> fundos <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s públicas<br />

ou privadas interessadas<br />

em boas práticas jornalísticas,<br />

como fazem alguns veículos alternativos?<br />

Não sei dizer”.<br />

Ângela Ravazzolo: “Tenho uma visão otimista, creio que o jornalismo não vai morrer”<br />

“nãO é Fácil ser<br />

jOrnalista, pOrque<br />

praticar O bOm<br />

jOrnalismO pO<strong>de</strong><br />

incOmOdar”<br />

A também professora do curso<br />

<strong>de</strong> jornalismo da ESPM Porto<br />

Alegre, Ângela Ravazzolo,<br />

afirma que o setor é um campo<br />

em transformação, dinâmico,<br />

curioso, tumultuado muitas vezes.<br />

“Então, creio que a crise, se<br />

pensarmos no conceito como<br />

um momento <strong>de</strong> transformação,<br />

<strong>de</strong> susto, mas também <strong>de</strong><br />

novas possibilida<strong>de</strong>s, faz parte<br />

do jornalismo, da história da<br />

profissão, antes mesmo do cenário<br />

digital”, argumenta.<br />

Para ela, isso não significa<br />

menosprezar os problemas que<br />

o setor enfrenta hoje com as<br />

fake news e com a falta <strong>de</strong> investimento,<br />

em alguns casos,<br />

na reportagem profissional.<br />

“Mas tenho uma visão otimista,<br />

creio que o jornalismo não<br />

vai morrer nunca. Não é fácil<br />

ser jornalista, porque praticar o<br />

Divulgação<br />

bom jornalismo po<strong>de</strong> incomodar,<br />

<strong>de</strong>sacomodar alguns setores<br />

da socieda<strong>de</strong>. No entanto,<br />

não consigo imaginar uma socieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>mocrática sem uma<br />

imprensa livre. O caminho para<br />

a qualificação constante exige<br />

estudo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, investimento<br />

em profissionais e práticas<br />

éticas e um olhar aberto<br />

para cenários inovadores”.<br />

Fake News<br />

Quando não se encontra resposta<br />

para algum fato, o negócio<br />

é perguntar para um especialista.<br />

No caso, o assunto é se<br />

há saída para se livrar das fake<br />

news. O duro é ouvir que “se<br />

fosse fácil resolver, a gente não<br />

estaria vivendo esse fenômeno<br />

com tanta intensida<strong>de</strong> há quase<br />

<strong>de</strong>z anos”. É o que diz o professor<br />

Rocha Filho. Segundo<br />

ele, os principais estudiosos do<br />

tema preveem algumas ações<br />

conjuntas para ajudar a combater<br />

a <strong>de</strong>sinformação. “A primeira<br />

é um trabalho <strong>de</strong> <strong>de</strong>smascarar<br />

as chamadas fake news, o<br />

mais rápido possível, antes que<br />

elas ganhem corpo. Esse trabalho<br />

vem sendo <strong>de</strong>senvolvido<br />

bravamente pelo jornalismo<br />

profissional e pelas agências<br />

<strong>de</strong> fact-checking em todo o<br />

mundo. Porém, fica a sensação<br />

<strong>de</strong> estarmos enxugando gelo.<br />

Quanto mais se trabalha para<br />

<strong>de</strong>smentir conteúdo enganoso<br />

que circula pelas re<strong>de</strong>s, mais<br />

novas peças <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinformação<br />

surgem, com mais velocida<strong>de</strong>”,<br />

diz. É aí, para Rocha Filho, que<br />

entra o aspecto regulador. “Isso<br />

passa por um controle oficial,<br />

vindo dos po<strong>de</strong>res Legislativo,<br />

Judiciário e Executivo, no<br />

sentido <strong>de</strong> criar leis, estabelecer<br />

punições e fazer valer a<br />

fiscalização para coibir quem<br />

dissemina <strong>de</strong>sinformação. Mas<br />

também passa por uma política<br />

mais clara <strong>de</strong> filtragem das<br />

próprias empresas <strong>de</strong> tecnologia,<br />

da forma como veiculam<br />

informação, como permitem<br />

que <strong>de</strong>terminados conteúdos<br />

alcancem um maior número <strong>de</strong><br />

pessoas, como tratam conteúdos<br />

ofensivos ou mentirosos,<br />

como restringem ou não o acesso<br />

a fake news ou a peças com<br />

discurso <strong>de</strong> ódio”, comenta.<br />

Nos dois casos, conforme palavras<br />

<strong>de</strong>le, na regulamentação<br />

oficial ou na autorregulamentação<br />

privada das empresas, corre-se<br />

o risco da censura. “Quem<br />

vai dizer o que é errado e o que<br />

não é? Como as empresas vão<br />

estabelecer o que <strong>de</strong>ve ou não<br />

ser retirado do ar? Há uma longa<br />

discussão em andamento no<br />

governo fe<strong>de</strong>ral e no Congresso<br />

sobre o tema. Em princípio acho<br />

que é preciso haver algum tipo<br />

<strong>de</strong> regulação. Porém, isso precisa<br />

ser feito com muito cuidado,<br />

para não dar margem a censura<br />

ou a um comprometimento da<br />

liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa e <strong>de</strong> expressão”,<br />

questiona.<br />

Ele levanta ainda a educação<br />

midiática da população, ou<br />

alfabetização midiática, como<br />

preferem alguns estudiosos.<br />

Segundo o professor, é preciso<br />

ensinar as pessoas a ler <strong>de</strong> maneira<br />

crítica o material <strong>de</strong> mídia<br />

que recebem e consomem.<br />

“Apren<strong>de</strong>r a diferenciar uma<br />

notícia apurada <strong>de</strong> maneira ética<br />

e profissional <strong>de</strong> uma peça<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sinformação tosca, feita<br />

apenas para influenciar a opinião<br />

pública”.<br />

Para ele, a população precisa<br />

ser treinada a olhar criticamente<br />

para o material que recebe,<br />

mesmo que venha <strong>de</strong> uma fonte<br />

jornalística profissional e conhecida<br />

ou <strong>de</strong> alguém próximo,<br />

em quem se confia. “Sabendo<br />

avaliar o conteúdo, a forma<br />

como está apresentado, o tipo<br />

<strong>de</strong> informação e <strong>de</strong> fontes, é<br />

possível enten<strong>de</strong>r se uma notícia<br />

está bem amparada e é confiável”,<br />

avalia.<br />

Rocha Filho diz ainda que<br />

hoje o nível <strong>de</strong> conhecimento<br />

da população sobre a forma<br />

como o jornalismo profissional<br />

trabalha é muito pequeno e é<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 31


míDia<br />

preciso enten<strong>de</strong>r os processos<br />

jornalísticos que po<strong>de</strong>m ajudar<br />

a diferenciar informação boa <strong>de</strong><br />

erro ou mesmo <strong>de</strong> mentira. “Alguns<br />

especialistas <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m<br />

que essa educação midiática<br />

aconteça ainda no ensino fundamental,<br />

para formar cidadãos<br />

críticos com relação ao consumo<br />

<strong>de</strong> mídia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> pequenos”,<br />

conta, acrescentando: “Concordo<br />

com esse combo: ações <strong>de</strong><br />

checagem e <strong>de</strong>smascaramento,<br />

regulação da circulação das mídias<br />

e educação midiática”.<br />

Ângela acrescenta ainda que<br />

as notícias falsas, <strong>de</strong>sinformação<br />

e <strong>de</strong>sonestida<strong>de</strong> já ocorriam<br />

antes da internet e das<br />

re<strong>de</strong>s sociais. “Mas, neste cenário<br />

digital complexo e veloz,<br />

creio que a educação midiática,<br />

começando já com crianças e<br />

jovens nas escolas, é uma ferramenta<br />

potente <strong>de</strong> transformação<br />

para o bem”, sugere.<br />

Para ela, quando as pessoas enten<strong>de</strong>m<br />

o mecanismo das fake<br />

news e apren<strong>de</strong>m a se posicionar,<br />

a i<strong>de</strong>ntificar estratégias da<br />

mentira ou da manipulação,<br />

apren<strong>de</strong>m a buscar por conta<br />

própria informações confiáveis.<br />

“E assim é possível combater<br />

com inteligência e eficiência<br />

essas mentiras ou distorções”.<br />

iNcógNita<br />

Sobre quais mudanças ainda<br />

estão por vir Rocha Filho<br />

diz também que é muito difícil<br />

<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r, porque ele vai<br />

mais longe na história do jornalismo<br />

e lembra das revoluções<br />

causadas pela criação, inicialmente<br />

da imprensa, com Gutenberg,<br />

<strong>de</strong>pois passando pelo<br />

surgimento do rádio, da televisão,<br />

da internet (e sua evolução<br />

para as re<strong>de</strong>s sociais), chegando<br />

agora à inteligência artificial,<br />

trazendo novos questionamentos<br />

e <strong>de</strong>safios, po<strong>de</strong>mos<br />

imaginar que o futuro é uma<br />

completa incógnita em termos<br />

do que está por vir.<br />

“A médio prazo entendo que<br />

haverá uma radicalização ainda<br />

maior <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> conteúdo<br />

voltada para o digital,<br />

para o consumo imediato, neste<br />

momento para o consumo<br />

no telefone celular (mas no futuro<br />

po<strong>de</strong> ser por outro meio,<br />

ainda <strong>de</strong>sconhecido ou não<br />

criado), e com a possibilida<strong>de</strong><br />

do uso cada vez maior da automatização<br />

e da inteligência artificial<br />

para substituir ativida<strong>de</strong>s<br />

simples. Isso já é feito na atualização<br />

<strong>de</strong> resultados básicos<br />

<strong>de</strong> jogos, por exemplo, e há alguns<br />

experimentos com textos<br />

Divulgação<br />

Antonio Rocha Filho: “A médio prazo entendo que haverá uma radicalização ainda maior”<br />

“O jOrnalismO<br />

é um eternO<br />

aprendizadO,<br />

surpreen<strong>de</strong>nte,<br />

e pOr issO<br />

mesmO muitO<br />

interessante<br />

e ricO”<br />

mais simples”, conta.<br />

Ele busca ainda no ChatGPT<br />

e suas variantes mais mo<strong>de</strong>rnas<br />

que estão aí para mostrar que é<br />

possível elaborar textos maiores<br />

em apenas um parágrafo,<br />

com certo sentido, a partir da<br />

informação acumulada previamente,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> treinamento<br />

da máquina. “Claro que<br />

ainda é tudo muito incipiente e<br />

o próprio GPT comete erros básicos<br />

<strong>de</strong> informação, pois não<br />

tem a expertise <strong>de</strong> um jornalista<br />

experiente e treinado para<br />

conferir informações publicadas<br />

na re<strong>de</strong>. Porém, nada impe<strong>de</strong><br />

que isso se <strong>de</strong>senvolva e se<br />

torne menos impreciso com o<br />

tempo”, avalia o professor.<br />

Conforme fala <strong>de</strong>le, a função<br />

dos seres humanos, no caso,<br />

dos jornalistas, vai ser atuar<br />

justamente nas situações e<br />

possibilida<strong>de</strong>s que a máquina<br />

não consegue <strong>de</strong>senvolver. “A<br />

sensibilida<strong>de</strong>, o olhar crítico, o<br />

conhecimento individualizado<br />

e as experiências <strong>de</strong> vida. Mesmo<br />

com a máquina mais bem<br />

treinada do mundo, será preciso,<br />

pelo menos por enquanto,<br />

a inteligência humana para<br />

programar esse conhecimento<br />

do computador. Além, é claro,<br />

do diferencial da sensibilida<strong>de</strong><br />

e do senso crítico, do olhar do<br />

ser humano. Nenhuma máquina,<br />

até agora, seria capaz <strong>de</strong><br />

reproduzir gran<strong>de</strong>s furos <strong>de</strong> reportagem<br />

que só a presença e a<br />

atuação <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> jornalista<br />

po<strong>de</strong>m produzir”, relata.<br />

A professora da ESPM Porto<br />

Alegre vai na mesma linha e<br />

fala ainda que é difícil prever<br />

mudanças e não se arrisca a<br />

fazer uma previsão. Mas, afirma<br />

que, apostaria em algo que<br />

já está ocorrendo: “o <strong>de</strong>safio da<br />

inteligência artificial”. “Ainda<br />

assim, as máquinas não conseguem<br />

substituir o olhar aguçado<br />

e criativo <strong>de</strong> um bom repórter”,<br />

afirma.<br />

O repórter “faz tudo”, outra<br />

novida<strong>de</strong> do jornalismo, já<br />

é uma realida<strong>de</strong> na opinião do<br />

professor da ESPM. Ele fala que<br />

esse repórter já está no mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho, “com todos os<br />

benefícios e sacrifícios que isso<br />

po<strong>de</strong> significar”. “Já há alguns<br />

anos, valoriza-se o profissional<br />

que sabe cumprir as mais diversas<br />

funções na produção <strong>de</strong><br />

uma matéria jornalística. Foi-se<br />

o tempo em que havia o repórter,<br />

o fotógrafo, o cinegrafista,<br />

o editor <strong>de</strong> texto, o editor <strong>de</strong><br />

áudio, o editor <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, cada<br />

um com sua parte do trabalho.<br />

Hoje, quanto mais completo for<br />

o profissional, mais possibilida<strong>de</strong>s<br />

ele tem <strong>de</strong> se inserir rapidamente<br />

no mercado <strong>de</strong> trabalho,<br />

que valoriza isso, a partir do<br />

uso <strong>de</strong> equipamentos simples<br />

<strong>de</strong> captação e do domínio <strong>de</strong><br />

softwares também <strong>de</strong> simples<br />

operação”, diz.<br />

Rocha Filho conta que emissoras<br />

<strong>de</strong> TV como a Re<strong>de</strong> Globo<br />

e a CNN Brasil e gran<strong>de</strong>s portais<br />

jornalísticos como UOL e G1<br />

já apostam no formato em que<br />

o próprio repórter transmite<br />

suas matérias, geradas em um<br />

celular, com um tripé e iluminação<br />

portáteis, sem apoio <strong>de</strong><br />

outra pessoa. “O mesmo raciocínio<br />

vale para o repórter, que<br />

precisa elaborar um texto com<br />

suporte <strong>de</strong> fotos, ví<strong>de</strong>os, áudios<br />

e mandar tudo com qualida<strong>de</strong><br />

próxima à da publicação<br />

para a redação, não sem antes<br />

ter <strong>de</strong> fazer uma edição básica<br />

no material”, afirma.<br />

Para ele, isso é bom, sem dúvidas,<br />

do ponto <strong>de</strong> vista da empresa<br />

jornalística, que otimiza a<br />

produção e reduz custos, além<br />

<strong>de</strong> ganhar agilida<strong>de</strong> para captação,<br />

edição e publicação, tão<br />

necessária no jornalismo em<br />

tempo real. “Do ponto <strong>de</strong> vista<br />

do profissional, isso po<strong>de</strong> sig-<br />

32 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


nificar, além da possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ele conseguir se colocar rapidamente<br />

no mercado <strong>de</strong> trabalho,<br />

também uma sobrecarga<br />

<strong>de</strong> obrigações. Sem falar no<br />

empobrecimento da categoria<br />

profissional como um todo e na<br />

queda da qualida<strong>de</strong> do material<br />

produzido, na média”. Consi<strong>de</strong>rando,<br />

claro, que a especialização<br />

nas respectivas fases <strong>de</strong><br />

produção ou no formato específico<br />

<strong>de</strong> conteúdo, e a consequente<br />

qualida<strong>de</strong>, ten<strong>de</strong> a ser<br />

menor numa situação em que o<br />

profissional precisa fazer tudo<br />

ao mesmo tempo agora.<br />

habiliDaDes<br />

Ângela lembra que, nas últimas<br />

décadas, os jornalistas<br />

profissionais vêm enfrentando<br />

o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> reunir habilida<strong>de</strong>s<br />

em diferentes campos. Eles<br />

precisam se preparar para ativida<strong>de</strong>s<br />

que incluem escrita, linguagem<br />

audiovisual, domínio<br />

<strong>de</strong> ferramentas digitais e entendimento<br />

<strong>de</strong> métricas, entre<br />

outras tantas. Ao mesmo tempo,<br />

não é possível saber tudo.<br />

Então, “fazer tudo” po<strong>de</strong> ser<br />

complicado. “Mas entendo que<br />

é preciso formar profissionais<br />

atentos, que não sabem tudo,<br />

mas que têm o conhecimento<br />

<strong>de</strong>sse cenário amplo e a competência<br />

para buscar, pesquisar e<br />

apren<strong>de</strong>r ao longo <strong>de</strong> toda a carreira.<br />

O jornalismo é um eterno<br />

aprendizado e surpreen<strong>de</strong>nte,<br />

por isso mesmo muito interessante<br />

e rico”, argumenta.<br />

Rocha Filho diz acreditar que<br />

a resposta para as empresas se<br />

manterem no futuro está nos<br />

próprios movimentos do mercado.<br />

“Poucas gran<strong>de</strong>s marcas<br />

tradicionais seguem um mo<strong>de</strong>lo<br />

como o que tinham há duas<br />

ou três décadas. Grupos como<br />

Folha, Estadão, Globo, só para<br />

citar os maiores do Brasil, buscam<br />

diversificar produtos, formas<br />

<strong>de</strong> arrecadação e meios<br />

<strong>de</strong> alcançar a audiência, o que<br />

inclui produtos como conteúdo<br />

patrocinado e eventos. A questão<br />

do digital permeia tudo.<br />

Não haverá empresa jornalística<br />

como as que conhecemos<br />

hoje. Tomemos o exemplo da<br />

Re<strong>de</strong> Globo, que nos últimos<br />

anos vem radicalizando a opção<br />

por veiculação <strong>de</strong> conteúdo,<br />

cada vez mais exclusivo e<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, via streaming”,<br />

exemplifica.<br />

Segundo ele, as que sobreviverão<br />

são as gran<strong>de</strong>s empresas,<br />

Jornalismo <strong>de</strong>ve vencer<br />

a guerra entre fato e fake<br />

Muito se fala da crise do jornalismo,<br />

principalmente<br />

por sofrer tantas mudanças e<br />

ter “conquistado” um concorrente<br />

nada saudável: as fake<br />

news. Todavia, contudo, portanto,<br />

entretanto, mas, mesmo<br />

assim, Jorge Tarquini, consultor<br />

e professor da área na ESPM,<br />

fala que há motivos para comemorar<br />

o Dia do Jornalismo<br />

nesta sexta-feira (7). Para ele,<br />

o setor atravessa uma crise no<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios, na maneira<br />

como se produz e consume<br />

notícias e jornalismo em geral<br />

e no embate entre informação<br />

real e fake news. “A imprensa<br />

já atravessou outros períodos<br />

em que mudanças da socieda<strong>de</strong><br />

e da tecnologia nos impunham<br />

<strong>de</strong>safios. Não é diferente hoje”,<br />

<strong>de</strong>clara, acrescentando: “O<br />

mo<strong>de</strong>lo baseado em gran<strong>de</strong>s<br />

conglomerados <strong>de</strong> comunicação<br />

foi substituído pelo mo<strong>de</strong>lo<br />

vinculado às gigantes <strong>de</strong> tecnologia<br />

com seus algoritmos e sua<br />

onipresença, onisciência e onipotência.<br />

Mas há tantos bons<br />

exemplos <strong>de</strong> novos pequenos<br />

negócios <strong>de</strong> bom jornalismo<br />

florescendo sob esse monte <strong>de</strong><br />

neve que tem, sim, o que comemorar.<br />

Enquanto uns choram,<br />

tem muita gente ven<strong>de</strong>ndo lenços.<br />

Ainda bem”, comenta.<br />

Tarquini diz acreditar que o<br />

jornalismo vencerá essa guerra<br />

contra as fake news – “a exemplo<br />

da Inquisição, há processos<br />

longos, mas os ciclos sempre se<br />

acabam e novos tempos <strong>de</strong> iluminismo<br />

florescem”. Mas, ainda<br />

segundo ele, só haverá esse<br />

futuro quando os jornalistas<br />

Divulgação<br />

Jorge Tarquini: apesar <strong>de</strong> tudo, há motivos para comemorar o Dia do Jornalismo<br />

enten<strong>de</strong>rem que terão, obrigatoriamente,<br />

rumos do nosso trabalho. E não<br />

<strong>de</strong> dividir o palco se esqueçam que, quando o<br />

com outros atores –, mas <strong>de</strong>ixando<br />

assunto é importante, é para o<br />

claro qual é o seu papel. jornalismo que as pessoas cor-<br />

“Um exemplo: influenciadores, rem em busca <strong>de</strong> informação”,<br />

hoje, são bajulados em qualquer<br />

lembra.<br />

evento ou coletiva nos lan-<br />

Ele fala ainda que, durante<br />

çamentos <strong>de</strong> qualquer indústria.<br />

a pan<strong>de</strong>mia, todos os jornais<br />

Deve ficar claro que, para digitais cresceram em média<br />

além <strong>de</strong> ressentimentos, cada 30% em audiência. “O UOL<br />

um tem um papel no ecossistema<br />

cresceu cerca <strong>de</strong> 20%. E, segun-<br />

da informação. E nós temos do estudo do Datafolha durante<br />

<strong>de</strong> ressignificar e compreen<strong>de</strong>r a crise sanitária provocada pela<br />

qual é o nosso”, avalia.<br />

Covid-19, a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobriu<br />

O consultor e professor da<br />

que a confiabilida<strong>de</strong> nas<br />

ESPM dá uma preciosa dica mídias nos abre uma excelente<br />

para os profissionais: “Atualize- frente: TV <strong>de</strong>tém 61%, jornais<br />

-se, sempre! E pense em você 56%, rádio 59% e as mídias sociais<br />

como a própria grife, a própria<br />

apenas 12%. Dá para pen-<br />

marca. Foi-se o tempo em que sar muito sobre o que e como<br />

os veículos e empresas gerenciavam<br />

<strong>de</strong>vemos fazer a partir disso,<br />

nossas carreiras ou os não?”, pergunta.<br />

Ns<br />

com maiores recursos financeiros,<br />

que sejam capazes <strong>de</strong> investir<br />

e inovar para se adaptar<br />

aos novos tempos, aos novos<br />

formatos <strong>de</strong> produção e consumo<br />

da audiência. E, claro, ainda<br />

conforme o professor, as empresas<br />

que forem surgindo, já<br />

nesse cenário. “Alguns nativos<br />

digitais já estão no mercado há<br />

alguns anos, como os sites Nexo<br />

Jornal e o Jota, para mostrar<br />

que um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios<br />

é possível. As mais diversas<br />

startups, e aí não falo apenas <strong>de</strong><br />

empresas jornalísticas, mas das<br />

mais diversas áreas <strong>de</strong> atuação,<br />

estão aí para provar que a inovação<br />

é um imperativo”.<br />

Já Ângela diz acreditar que<br />

o <strong>de</strong>safio, para as empresas <strong>de</strong><br />

forma geral, é se adaptar a essa<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação e<br />

inovação do cenário digital. “A<br />

exigência <strong>de</strong> mudança e adaptação<br />

fazem parte da história da<br />

socieda<strong>de</strong>, mas a disseminação<br />

da internet, das re<strong>de</strong>s sociais e<br />

da inteligência artificial impacta<br />

<strong>de</strong> forma específica as empresas<br />

jornalísticas. Embora seja<br />

difícil dizer ou prever quem vai<br />

e como vai sobreviver, me parece<br />

claro que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

adaptação e <strong>de</strong> inovação po<strong>de</strong><br />

ajudar nesse processo que, aliás,<br />

não é <strong>de</strong> hoje, ele já vem se<br />

<strong>de</strong>senhando há anos, e cada<br />

vez mais acelerado”, conclui.<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 33


míDia<br />

Para ele, torna-se incapaz<br />

fazer uma investigação que<br />

exija enfrentar dificulda<strong>de</strong>s,<br />

fazer entrevistas, gastar a sola<br />

do sapato na rua, em busca<br />

da observação ou do acesso a<br />

um documento ou informação<br />

exclusiva, só possível em alguns<br />

casos no contato olho no<br />

olho, ou vivenciando a experiência<br />

in loco.<br />

Rocha Filho lembra <strong>de</strong> outra<br />

questão importante sobre a<br />

tecnologia: a internet <strong>de</strong>mocratizou<br />

a produção e o consumo<br />

<strong>de</strong> informação (qualquer um<br />

com um celular e internet po<strong>de</strong><br />

produzir), embora <strong>de</strong> forma irregular,<br />

pois nem todos têm o<br />

mesmo acesso a equipamentos<br />

mo<strong>de</strong>rnos e re<strong>de</strong>s robustas <strong>de</strong><br />

dados na internet.<br />

“Só que esse acesso amplo à<br />

re<strong>de</strong> e a informações traz também<br />

o que talvez seja o maior<br />

risco para o jornalismo profissional.<br />

Primeiro, que não se<br />

precisa mais pagar ou consumir<br />

a mídia tradicional para<br />

ter acesso à informação. Outro<br />

ponto é a disseminação <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecnologia<br />

ajuda muito, mas po<strong>de</strong><br />

levar ao comodismo, diz professor<br />

cenário <strong>de</strong> hoje é muito diferente<br />

do que foi no passa-<br />

O<br />

do, cujo repórter tinha <strong>de</strong> gastar<br />

impulsos telefônicos, muita<br />

conversa e discussão, além <strong>de</strong><br />

sola <strong>de</strong> sapato atrás <strong>de</strong> uma boa<br />

pauta ou reportagem. A tecnologia<br />

é a principal responsável<br />

pela mudança radical. Será que<br />

ela ajuda mais do que atrapalha?<br />

O professor da ESPM, Antonio<br />

Rocha Filho, acha que<br />

não se <strong>de</strong>ve ir “nem tanto lá<br />

nem tanto cá”.<br />

É claro que a tecnologia trouxe<br />

gran<strong>de</strong>s avanços e facilida<strong>de</strong>s<br />

para a prática jornalística.<br />

“Costumo dar aos meus alunos<br />

o exemplo <strong>de</strong> como era navegar<br />

em gran<strong>de</strong>s bases <strong>de</strong> dados até<br />

meados dos anos 1990 e como é<br />

feito hoje. Para fazer uma matéria<br />

sobre os bens e rendimentos<br />

<strong>de</strong> candidatos em eleições,<br />

por exemplo, era preciso ir ao<br />

Tribunal Regional Eleitoral,<br />

fazer o pedido da documentação<br />

entregue pelos candidatos,<br />

esperar a aprovação do TRE,<br />

tirar cópias <strong>de</strong> toda a papelada<br />

(centenas, milhares <strong>de</strong> páginas)<br />

e <strong>de</strong>pois levar pra redação,<br />

juntar tudo, analisar no olho<br />

e dali tirar alguma conclusão,<br />

para fazer uma reportagem,<br />

um trabalho muito <strong>de</strong>morado<br />

e penoso. Hoje os dados estão<br />

disponíveis online no TRE e<br />

com programas simples <strong>de</strong> leitura<br />

<strong>de</strong> documentos e organização<br />

dos dados em planilhas,<br />

é bem mais fácil arrumar uma<br />

boa matéria”, relata ele.<br />

Segundo ele, o mesmo raciocínio<br />

vale para qualquer apuração<br />

jornalística que envolva<br />

pesquisa <strong>de</strong> dados que alguém<br />

não queira ver publicados, ou<br />

mesmo ter acesso remoto a<br />

pessoas distantes, dada a facilida<strong>de</strong><br />

que a tecnologia nos dá<br />

<strong>de</strong> acessar e organizar informações<br />

e <strong>de</strong> falar com pessoas a<br />

distância, pela internet.<br />

“Porém, isso po<strong>de</strong> levar a<br />

uma preguiça no profissional<br />

<strong>de</strong> jornalismo, que se acomoda<br />

com uma pesquisa básica no<br />

Google ou nas re<strong>de</strong>s sociais, e<br />

não consegue pensar ou enxergar<br />

além da tela do computador<br />

ou do celular”, analisa.<br />

Para publicar uma boa reportagem tem <strong>de</strong> gastar sola <strong>de</strong> sapato, além <strong>de</strong> muita conversa olho no olho, afirma professor da ESPM<br />

“aO lOngO <strong>de</strong><br />

tOda história<br />

das sOcieda<strong>de</strong>s,<br />

O jOrnalismO<br />

e a prática<br />

jOrnalística<br />

sempre estiveram<br />

relaciOnadOs<br />

à tecnOlOgia”<br />

Freepik<br />

sinformação, as popularmente<br />

chamadas fake news”, afirma,<br />

acrescentando: “Assim, entendo<br />

que é preciso encontrar um<br />

meio-termo entre o proveito<br />

que a tecnologia po<strong>de</strong> trazer<br />

para a nossa profissão, e usar<br />

isso da melhor forma possível.<br />

E, ao mesmo tempo, estar atentos<br />

para as armadilhas que ela<br />

nos traz”.<br />

A professora do curso <strong>de</strong> jornalismo<br />

da ESPM, na unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Porto Alegre, Ângela Ravazzolo,<br />

concorda que a tecnologia<br />

é fundamental, e é um caminho<br />

sem volta.<br />

“Ao longo <strong>de</strong> toda história<br />

das socieda<strong>de</strong>s, o jornalismo<br />

e a prática jornalística sempre<br />

estiveram relacionados à<br />

tecnologia. Gutenberg revolucionou<br />

a forma <strong>de</strong> divulgar<br />

as escritas. Seguimos neste<br />

caminho <strong>de</strong> transformação, e<br />

isso é bom. A questão é: como<br />

nos posicionamos diante <strong>de</strong>ssa<br />

tecnologia? Nós, jornalistas,<br />

não precisamos e não po<strong>de</strong>mos<br />

ter medo da tecnologia”,<br />

conclui.<br />

Ns<br />

34 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


miDia<br />

Clear Channel lança formato 3D<br />

Play e faz mudanças no comando<br />

As movimentações buscam expandir a atuação da empresa no<br />

Brasil e auxiliar no crescimento <strong>de</strong> novos negócios na América Latina<br />

Pedro Yves<br />

Clear Channel anunciou o<br />

A lançamento do formato 3D<br />

Play, por meio <strong>de</strong> parceria entre<br />

a Clear Channel Brasil e a VATI,<br />

produtora <strong>de</strong> execução publicitária<br />

com especialização em<br />

3D. Com esse projeto, a Clear<br />

Channel é a primeira a replicar<br />

o efeito 3D simultaneamente<br />

abrangendo todas as faces digitais<br />

dos circuitos localizados<br />

no Rio <strong>de</strong> Janeiro, Porto Alegre<br />

e Curitiba. A principal característica<br />

<strong>de</strong>sse formato é trazer<br />

experiência com alto impacto<br />

em todo o circuito digital e<br />

não em apenas uma tela. Para<br />

garantir mais e melhor visibilida<strong>de</strong>,<br />

o material contará com<br />

20 segundos <strong>de</strong> exibição (o formato<br />

padrão é <strong>de</strong> 10 segundos).<br />

“A parceria entre a Clear<br />

Channel e a VATI vem para<br />

elevar o nível do 3D no OOH,<br />

fortalecendo as possibilida<strong>de</strong>s<br />

do meio com uma proposta<br />

exclusiva e inédita. Com isso,<br />

oferecemos mais <strong>de</strong>staque às<br />

marcas em um formato novo,<br />

mas que mantém as principais<br />

características do meio, como<br />

alcance, impacto e frequência”,<br />

explica Wlamir Lino, diretor-comercial<br />

nacional e <strong>de</strong><br />

marketing da Clear Channel.<br />

Promoções<br />

Paralelamente ao lançamento<br />

do projeto 3D Play, a empresa<br />

realizou mudanças na área<br />

executiva. Wlamir Lino assumiu<br />

a gestão da área <strong>de</strong> vendas<br />

internacionais, com a missão<br />

<strong>de</strong> centralizar e padronizar as<br />

negociações comerciais entre<br />

todas as unida<strong>de</strong>s Clear Channel<br />

na América Latina, incluindo<br />

Brasil, Chile, Peru e México.<br />

Além disso, o executivo também<br />

atuará na linha <strong>de</strong> frente<br />

com as <strong>de</strong>mais unida<strong>de</strong>s do<br />

grupo na Ásia, Europa e América<br />

do Norte.<br />

A gerente-comercial em Brasília,<br />

Marcella Faezy, foi promovida<br />

e assume também a área<br />

Parceria entre a Clear Channel e a VATI traz para o Brasil a tecnologia 3 D para replicar em totens e painéis <strong>de</strong> mídia out of home<br />

Wlamir Lino agora respon<strong>de</strong> também pelas vendas internacionais da Clear Channel<br />

<strong>de</strong> vendas internacionais, centralizando<br />

todas as ativida<strong>de</strong>s<br />

comerciais entre o Brasil e as<br />

<strong>de</strong>mais operações pelo mundo.<br />

Outra movimentação no<br />

time envolve o, até então, gerente-comercial<br />

<strong>de</strong> São Paulo,<br />

William Freitas, que passa a<br />

assumir o cargo <strong>de</strong> gerente-comercial<br />

Brasil e será responsável<br />

pelas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios<br />

da Clear Channel nas praças <strong>de</strong><br />

São Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Porto<br />

Alegre, Curitiba e Campinas.<br />

No marketing, a gerente Juliana<br />

Marques passa a respon-<br />

Fotos: Divulgação<br />

<strong>de</strong>r também pela vertical <strong>de</strong><br />

inovação da companhia. A área,<br />

agora <strong>de</strong>nominada “marketing<br />

e inovação”, também terá o<br />

<strong>de</strong>safio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver novas<br />

estratégias para a condução <strong>de</strong><br />

iniciativas da empresa no mercado<br />

nacional, incluindo na<br />

pauta da companhia questões<br />

<strong>de</strong> ESG.<br />

“Esse intercâmbio com as<br />

<strong>de</strong>mais unida<strong>de</strong>s pelo mundo<br />

tem nos permitido experienciar<br />

novos conhecimentos e<br />

oferecer às agências e anunciantes<br />

tecnologias e ferramentas<br />

inovadoras que incluem<br />

o uso <strong>de</strong> dados, mídia<br />

programática e geolocalização,<br />

entre muitas outras. Desta<br />

forma, estamos sempre antecipando<br />

os movimentos e as<br />

tendências do setor, <strong>de</strong>finindo<br />

os caminhos para melhorar o<br />

relacionamento com nossos<br />

clientes e aten<strong>de</strong>r seus <strong>de</strong>safios”,<br />

afirmou Wlamir Lino.<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 35


MErCado<br />

ESPM e Círculo <strong>de</strong> Criativas Brasil<br />

<strong>de</strong>batem sobre <strong>de</strong>safios femininos<br />

Com a presença <strong>de</strong> Luiza Helena Trajano, participantes discutiram temas<br />

como falta <strong>de</strong> mulheres na li<strong>de</strong>rança empresarial, preconceito e etarismo<br />

carolina vilela<br />

evento Circulando: mais<br />

O mulheres no mercado, feito<br />

em parceria com o Círculo <strong>de</strong><br />

Criativas Brasil e sediado na<br />

ESPM, reuniu profissionais <strong>de</strong><br />

renome da indústria da comunicação<br />

no último dia 28.<br />

Com foco na visibilida<strong>de</strong> e<br />

fortalecimento do papel da mulher<br />

no setor <strong>de</strong> comunicação,<br />

o encontro contou com painéis<br />

que tinham como objetivo<br />

apontar as dores que o público<br />

feminino ainda enfrenta no<br />

mercado, como a falta <strong>de</strong> mulheres<br />

nas li<strong>de</strong>ranças e os preconceitos<br />

difundidos.<br />

O primeiro painel contou<br />

com a presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />

do Magazine Luiza e presi<strong>de</strong>nte<br />

do Grupo Mulheres do Brasil,<br />

Luiza Helena Trajano, que subiu<br />

ao palco junto <strong>de</strong> Adriana<br />

Cury, lí<strong>de</strong>r-fundadora do Círculo<br />

<strong>de</strong> Criativas Brasil, e Paulo<br />

Cunha, professor e coor<strong>de</strong>nador<br />

do curso <strong>de</strong> comunicação e<br />

publicida<strong>de</strong> da ESPM, que mediaram<br />

a conversa.<br />

Durante o painel, Luiza contou<br />

sobre o seu início <strong>de</strong> carreira,<br />

vinda da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Franca,<br />

no interior <strong>de</strong> São Paulo, os <strong>de</strong>safios<br />

e a trajetória até se tornar<br />

uma das empresárias mais renomadas<br />

do Brasil.<br />

“Eu sou uma mulher do interior,<br />

então imaginem eu chegando<br />

em São Paulo para mostrar<br />

uma empresa totalmente<br />

<strong>de</strong>sconhecida na época. Três<br />

coisas me ajudaram muito no<br />

caminho. A primeira, foi que<br />

eu nasci em uma família que há<br />

70 anos já tinha mulheres empreen<strong>de</strong>doras.<br />

Segundo, eu sou<br />

filha única e sobrinha única, e<br />

filha única tem uma autoestima<br />

incrível, né? Eu me acho a tal.<br />

E terceiro, eu tenho muita fé.<br />

Acredito que, quando a gente<br />

faz o bem, o mal não chega na<br />

gente”, afirmou a empresária.<br />

Luiza também disse que,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, reconheceu as<br />

dificulda<strong>de</strong>s enfrentadas pelas<br />

Adriana Cury, Luiza Helena Trajano e Paulo Cunha durante o primeiro painel do evento, sediado na ESPM, em São Paulo<br />

mulheres no mundo corporativo,<br />

mas que nunca se <strong>de</strong>ixou<br />

abalar, que a vida profissional é<br />

feita <strong>de</strong> ciclos.<br />

“Eu acredito na fusão do<br />

masculino com o feminino,<br />

mas ainda temos uma distância<br />

muito gran<strong>de</strong>. Eu confronto<br />

os homens, porque eles foram<br />

criados <strong>de</strong> uma forma diferente<br />

na questão <strong>de</strong> gestão empresarial.<br />

Hoje, o mercado é totalmente<br />

diferente e é importante<br />

enten<strong>de</strong>r que estamos apren<strong>de</strong>ndo.<br />

O mundo precisa <strong>de</strong><br />

li<strong>de</strong>rança. E ser lí<strong>de</strong>r é levar as<br />

pessoas mais longe do que elas<br />

imaginam”, pontuou.<br />

A empresária também usou<br />

o seu espaço para incentivar os<br />

alunos que estavam no auditório<br />

da ESPM a “começarem já”<br />

os projetos que têm na gaveta e<br />

per<strong>de</strong>rem o medo <strong>de</strong> errar.<br />

“Eu queria lançar um movimento<br />

aqui que é o ‘É pra já’. O<br />

mundo está muito rápido para a<br />

gente ficar protelando as coisas.<br />

Comecem fazendo, não se importem<br />

muito com o que os outros<br />

vão pensar. A primeira coisa<br />

é não ter vergonha <strong>de</strong> errar,<br />

<strong>de</strong> estar nos lugares. A melhor<br />

qualida<strong>de</strong> que eu tenho é não<br />

ter compromisso com o acerto,<br />

porque são dos ensaios <strong>de</strong> erros<br />

que a gente apren<strong>de</strong>. Claro que<br />

a gente tem medo, mas a única<br />

forma <strong>de</strong> vencer isso é falar<br />

que estamos com medo e tentar<br />

mesmo assim. Redirecione<br />

o medo e faça”, finalizou Luiza.<br />

Em seguida, veio o painel Preconceitos:<br />

Esse tema precisa sair<br />

das nossas pautas, mo<strong>de</strong>rado<br />

por Ana Paula Dolabella, head<br />

<strong>de</strong> RH e do núcleo <strong>de</strong> inclusão<br />

da ESPM, que contou com a participação<br />

<strong>de</strong>: Samantha Almeida,<br />

diretora <strong>de</strong> inovação e diversida<strong>de</strong><br />

da Globo; Dilma Campos,<br />

fundadora e CEO da Nossa Praça<br />

e head <strong>de</strong> ESG da BPartners;<br />

Letícia Rodrigues, CD da FCB/<br />

Brasil e cofundadora do Perifa<br />

Lions; Michele Levy, sócia da<br />

Fotos: Alê Oliveira<br />

consultoria Filhos no Currículo;<br />

e Renata Leão, ECD da David. A<br />

conversa foi iniciada com a provocação<br />

“por que ainda precisamos<br />

falar sobre preconceito?”,<br />

e a resposta das participantes<br />

se tornou unânime: porque ele<br />

ainda não acabou.<br />

“Nós vamos continuar tocando<br />

nesse assunto, mas o que eu<br />

queria falar é um pouco em direção<br />

ao futuro. Se a gente voltar<br />

um pouquinho no passado,<br />

aquela foi uma época on<strong>de</strong> não<br />

se tinha noção ou percepção<br />

<strong>de</strong>sse preconceito, mas hoje<br />

nós temos. Isso significa que<br />

nós somos os agentes para quebrar<br />

isso e, se daqui duas gerações<br />

o preconceito continuar<br />

existindo, nós falhamos. A gente<br />

não po<strong>de</strong> achar que o mundo<br />

po<strong>de</strong> continuar <strong>de</strong>ssa forma. A<br />

gente sabe e cabe a nós reconhecer<br />

e enten<strong>de</strong>r o que temos<br />

<strong>de</strong> fazer para mudar”, afirmou<br />

Dilma Campos.<br />

Samantha Almeida pontuou<br />

36 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar<br />

os objetivos e reconhecer o<br />

que é inegociável para cada um.<br />

“Não cabe o conformismo, mas<br />

vale uma avaliação saudável<br />

porque o excesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>safio nos<br />

leva à exaustão, mas o excesso<br />

<strong>de</strong> conformismo leva à frustração”,<br />

afirmou ela.<br />

Renata Leão <strong>de</strong>stacou que o<br />

mercado da comunicação “não<br />

nasceu para ser o mais diverso<br />

do mundo”. “O mundo da propaganda<br />

nasceu <strong>de</strong> um boys<br />

club, que se reunia, fumavam<br />

seus charutos e tomavam as<br />

<strong>de</strong>cisões. Mas, com o tempo,<br />

percebemos que as coisas precisavam<br />

mudar. Então, sim,<br />

o <strong>de</strong>sconforto <strong>de</strong> alguns é um<br />

preço pequeno a se pagar pelo<br />

progresso social.”<br />

As convidadas também <strong>de</strong>bateram<br />

sobre alguns preconceitos<br />

específicos, como o social<br />

- ligado à <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> -,<br />

LGBTfobia, etarismo, machismo<br />

e o matriarcal no ambiente<br />

<strong>de</strong> trabalho. Sobre o social,<br />

Letícia falou sobre a criação do<br />

Perifa Lions e como o projeto<br />

apresentou para os estudantes<br />

da Unasp Capão Redondo, local<br />

<strong>de</strong> nascimento da iniciativa,<br />

uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ingressarem<br />

no mercado.<br />

“O nosso gatilho para a criação<br />

do Perifa foi a frase ‘professor,<br />

eu nunca saí do Capão,<br />

como você quer que eu saia <strong>de</strong><br />

São Paulo?’, dita por um dos<br />

alunos ali. Eles vinham <strong>de</strong> uma<br />

região que não era vista pelo<br />

mercado e nem pelos profissionais,<br />

aqueles talentos estavam<br />

longe do mercado e as vagas<br />

não chegavam até eles. Essa<br />

frase significou uma sensação<br />

<strong>de</strong> falta <strong>de</strong> pertencimento e por<br />

isso fundamos o Perifa Lions.<br />

Ali, enten<strong>de</strong>mos que o mercado<br />

precisava enxergar esses talentos<br />

e esses talentos precisavam<br />

se enxergar nesse mercado”,<br />

explicou a CD da FCB/Brasil.<br />

Letícia falou também sobre o<br />

aumento das inscrições no projeto<br />

<strong>de</strong> <strong>2023</strong>, que passou <strong>de</strong> 38<br />

inscritos no ano anterior para<br />

125. “Isso é um reflexo <strong>de</strong>ssa<br />

sensação <strong>de</strong> pertencimento.<br />

Claro que eles vão encontrar<br />

dificulda<strong>de</strong>s no mercado, mas<br />

primeiro eles precisam entrar e<br />

enten<strong>de</strong>r que po<strong>de</strong>m fazer parte.<br />

Nós vivemos em um ciclo<br />

vicioso do ‘quem indica’ e é importante<br />

que esses jovens ocupem<br />

os lugares nas empresas<br />

e ocupem os gran<strong>de</strong>s festivais.<br />

Esse foi o nosso maior motivador”,<br />

finalizou a executiva.<br />

Já sobre o preconceito com a<br />

comunida<strong>de</strong> LGBTQIAP+, Renata<br />

Leão acredita que a pauta<br />

tem <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>batida “<strong>de</strong> cima<br />

Michele Levy, Renata Leão, Dilma Campos, Letícia Rodrigues, Samantha Almeida (no ví<strong>de</strong>o) e Ana Paula Dolabella<br />

“É fato que as<br />

siglas avançaram<br />

muito com os<br />

anos, mas a t, <strong>de</strong><br />

transexuais,<br />

ficou para trás”<br />

para baixo”, com o letramento<br />

dos lí<strong>de</strong>res das empresas.<br />

“Essa é uma pauta diária e<br />

eles precisam enten<strong>de</strong>r que<br />

isso é uma priorida<strong>de</strong>. Nós temos<br />

<strong>de</strong> formar e empregar essas<br />

pessoas. É fato que as siglas<br />

avançaram muito com os anos,<br />

mas a T, <strong>de</strong> transexuais, ficou<br />

para trás. Nós precisamos ter<br />

vergonha disso. O letramento<br />

das li<strong>de</strong>ranças das empresas é<br />

importante para fazer com que<br />

sintam o <strong>de</strong>sconforto <strong>de</strong> não ter<br />

pessoas trans em seus quadros<br />

<strong>de</strong> funcionários. Como lí<strong>de</strong>r,<br />

não dá para fugir e nenhum<br />

<strong>de</strong>les <strong>de</strong>ve dormir sossegado<br />

enquanto isso não avançar”,<br />

ressaltou a ECD da David.<br />

No tema machismo e racismo,<br />

foi a vez <strong>de</strong> Dilma Campos<br />

ter a palavra e, em sua fala, a<br />

executiva afirmou que as mulheres,<br />

principalmente as que<br />

possuem filhos, foram as que<br />

mais per<strong>de</strong>ram os seus empregos<br />

durante a pan<strong>de</strong>mia e ainda<br />

pontuou que os dados sobre o<br />

crescimento do empreen<strong>de</strong>dorismo<br />

feminino não <strong>de</strong>vem ser<br />

tratados com glamour.<br />

“As <strong>de</strong>missões <strong>de</strong>ssas mulheres<br />

geraram o movimento<br />

<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo por sobrevivência,<br />

mas isso veio com<br />

um glamour enorme. Quando a<br />

gente analisa, esse aumento só<br />

aconteceu para que essas mulheres<br />

tivessem voz, porque, no<br />

mercado, isso foi tirado <strong>de</strong>las.<br />

Segundo a ONU, o mundo só vai<br />

alcançar a equida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero<br />

daqui 280 anos. Nós temos <strong>de</strong><br />

evoluir e acelerar isso. Então,<br />

precisa, sim, <strong>de</strong> letramento,<br />

mas, mais do que isso, temos<br />

<strong>de</strong> nos comprometer com a<br />

causa”, pontuou Dilma.<br />

Michele Levy trouxe o dado<br />

<strong>de</strong> que 40% das mulheres saem<br />

do mercado <strong>de</strong> trabalho após a<br />

chegada da maternida<strong>de</strong> e, para<br />

ela, uma das formas <strong>de</strong> resolver<br />

essa questão é mostrar para<br />

essa parcela da população que<br />

é possível ser mãe e ser bem-<br />

-sucedida em seus cargos.<br />

“Nós temos <strong>de</strong> olhar para<br />

cima e ver que é possível.<br />

Quando a gente tem filhos, temos<br />

um laboratório <strong>de</strong> inovações<br />

diário em casa e isso são<br />

skills que agregam no mercado.<br />

Filhos são potências e não<br />

barreiras para carreira, mas as<br />

empresas precisam criar um<br />

ambiente propício. Além disso,<br />

precisamos falar <strong>de</strong> cultura<br />

também. Precisamos naturalizar<br />

a chegada <strong>de</strong> uma criança<br />

como qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida”, afirmou<br />

Michele.<br />

O último tema <strong>de</strong>batido trazido<br />

para a conversa foi o etarismo<br />

e, sobre isso, Samantha<br />

Almeida ressaltou a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se repensar a caixa da<br />

ida<strong>de</strong>.<br />

“A ida<strong>de</strong> não afeta todos os<br />

grupos da mesma forma. Ela<br />

afeta as mulheres <strong>de</strong> uma forma<br />

muito cruel. Hoje, a perspectiva<br />

<strong>de</strong> vida aumentou e<br />

precisamos rever as questões<br />

culturais sobre esse tema porque<br />

as pessoas não vão se engajar<br />

na prática se o teórico não<br />

existir”, afirmou Samantha.<br />

Além disso, a executiva também<br />

falou da importância da<br />

mistura <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s no aprendizado.<br />

“Assim como precisamos<br />

apren<strong>de</strong>r com quem está há<br />

muito tempo nos espaços, nós<br />

também precisamos apren<strong>de</strong>r<br />

com o olhar <strong>de</strong> inovação <strong>de</strong><br />

quem está chegando. Precisamos<br />

enten<strong>de</strong>r que estamos falando<br />

<strong>de</strong> nós, não dos outros,<br />

porque, se tudo <strong>de</strong>r certo, a<br />

geração que vai precisar pensar<br />

no etarismo é a geração que vai<br />

sobreviver e ela somos nós”,<br />

completou Samantha.<br />

Outro ponto levantado pela<br />

conversa foi o inconformismo<br />

como combustível da mudança,<br />

pontuado por Letícia<br />

Rodrigues, que afirmou que a<br />

mudança só acontece a partir<br />

do inconformismo e só assim a<br />

socieda<strong>de</strong> vai avançar. Já para<br />

Michele Levy, o avanço também<br />

virá no momento em que<br />

as conversas sobre o combate<br />

aos preconceitos sair da bolha<br />

dos convertidos.<br />

“Precisamos falar com os homens,<br />

trazê-los para essa conversa.<br />

Então, homens, usem as<br />

vozes <strong>de</strong> vocês, não se calem!<br />

Porque se calar é <strong>de</strong>ixar que<br />

as coisas se perpetuem. Não<br />

permitam que isso aconteça”,<br />

completou a sócia da consultoria<br />

Filhos no Currículo.<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 37


meRcado<br />

Investimento publicitário bruto<br />

no Brasil ultrapassa R$ 74 bilhões<br />

Estudo Insi<strong>de</strong> Advertising, da Kantar Ibope Media, mostra os principais<br />

movimentos da publicida<strong>de</strong> em 2022; turismo foi o <strong>de</strong>staque do ano<br />

Paula: “2022 foi um ano <strong>de</strong> transição das restrições”<br />

Divulgação<br />

CONHEÇA O<br />

Em 2022, as marcas investiram cerca <strong>de</strong><br />

R$ 74,1 bilhões em compra <strong>de</strong> mídia<br />

no Brasil, uma variação positiva <strong>de</strong> 7%<br />

em comparação a 2021. Os dados constam<br />

da terceira edição do relatório Insi<strong>de</strong> Advertising,<br />

da Kantar Ibope Media, divulgada<br />

no dia 29 último. Esse valor não leva<br />

em conta os <strong>de</strong>scontos <strong>de</strong> agência praticados<br />

pelo mercado, sendo, portanto, auferido<br />

pelo preço bruto da tabela <strong>de</strong> venda<br />

dos meios e veículos <strong>de</strong> comunicação. Já<br />

o Cenp-Meios consi<strong>de</strong>ra os <strong>de</strong>scontos e<br />

divulgou investimento <strong>de</strong> R$ 21,2 bilhões<br />

em 2022 e crescimento <strong>de</strong> 7,6% sobre<br />

2021. Participam da pesquisa do Cenp 326<br />

agências.<br />

Segundo a Kantar, entre os setores que<br />

mais investiram, o turismo apresentou o<br />

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maior crescimento por conta da reabertura<br />

das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> entretenimento – um<br />

salto <strong>de</strong> 50%. A alta foi impulsionada, principalmente,<br />

por eventos culturais (+197%),<br />

viagens (+57%) e hotéis (+36%). O segmento<br />

é seguido pelas indústrias automotiva<br />

(+33%) e <strong>de</strong> bebidas (+31%), <strong>de</strong>staques<br />

que também apontam para o reflexo da<br />

reabertura econômica e maior movimentação<br />

das pessoas na disposição das marcas<br />

em investir.<br />

Além disso, os dados mostram que o<br />

aumento do investimento não se apoia<br />

apenas no repasse <strong>de</strong> inflação nas tabelas<br />

<strong>de</strong> preços, mas também na maior veiculação<br />

<strong>de</strong> peças e maior ocupação dos inventários.<br />

A ocupação dos espaços publicitários<br />

cresceu mais <strong>de</strong> 10% tanto nos canais<br />

digitais como OOH, rádio e sobretudo<br />

cinema, que se recupera dos fechamentos<br />

<strong>de</strong> 2020/2021.<br />

“2022 foi um ano ainda atípico, <strong>de</strong> transição<br />

entre as restrições e a normalida<strong>de</strong>.<br />

Neste cenário, um aumento, ainda que<br />

mais mo<strong>de</strong>rado, tanto no investimento<br />

como na ocupação dos inventários, é uma<br />

sinalização positiva para todo o mercado,<br />

indicando a disposição das marcas e oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> negócio”, diz Paula Carvalho,<br />

diretora-comercial para media owners<br />

da Kantar Ibope Media.<br />

O monitoramento apontou que as marcas<br />

mais valiosas do Brasil, segundo o<br />

Brand Z 2022, tiveram em comum o fato<br />

<strong>de</strong> usarem vários pontos <strong>de</strong> contato para<br />

entregar suas mensagens. Em média, adotaram<br />

6,5 meios para veicular publicida<strong>de</strong>.<br />

Meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>las, inclusive, usou todos os<br />

sete meios: cinema, internet, jornal, OOH,<br />

rádio, revista e TV. Em relação às praças,<br />

Brasília (16%), São Paulo (15%), Campinas<br />

(11%) e Belo Horizonte (10%) apresentaram<br />

o maior crescimento em investimento publicitário<br />

<strong>de</strong> 2021 para 2022.<br />

Os dados apresentados pela Kantar Ibope<br />

Media são calculados a partir <strong>de</strong> uma<br />

metodologia proprietária e acordada com<br />

o mercado local. Com o registro das inserções<br />

publicitárias exibidas nos principais<br />

meios e veículos <strong>de</strong> comunicação e do preço<br />

<strong>de</strong> tabela <strong>de</strong> venda, antes <strong>de</strong> qualquer<br />

redução ou <strong>de</strong>sconto negociados, chega-se<br />

a uma estimativa do investimento <strong>de</strong>stinado<br />

para a compra <strong>de</strong> espaço por setores,<br />

anunciantes e marcas. A cobertura do Insi<strong>de</strong><br />

Advertising monitorou sete meios: cinema,<br />

internet, jornal, OOH, rádio, revista<br />

e TV (aberta e por assinatura).<br />

38 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


MerCAdo<br />

Mercado repercute volta da ABA<br />

ao Cenp, após dois anos ausente<br />

Cenp Hub reuniu li<strong>de</strong>ranças das principais entida<strong>de</strong>s da indústria<br />

da comunicação em São Paulo, na última quinta-feira (30)<br />

Fotos: Alê Oliveira<br />

Sandra Martinelli, Luiz Lara, Adriana Cury, Regina Augusto, Manzar Feres, Fernanda<br />

Antonelli e Mario D’Andrea<br />

Painel reuniu Luiz Lara, Mario D’Andrea, Melissa Vogel, Flavio Rezen<strong>de</strong> e Frank Pflaumer:<br />

li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> algumas das principais entida<strong>de</strong>s do mercado<br />

tida<strong>de</strong> e Luiz Lara assumiu<br />

como presi<strong>de</strong>nte – a ca<strong>de</strong>ira<br />

<strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte-executivo foi<br />

extinta.<br />

Presi<strong>de</strong>nte do Cenp, Luiz<br />

Lara <strong>de</strong>stacou o po<strong>de</strong>r da comunicação<br />

– fundamental, nas<br />

palavras <strong>de</strong>le – para a construção<br />

<strong>de</strong> uma <strong>de</strong>mocracia sólida.<br />

“Como disse o Edu Lyra,<br />

da Gerando Falcões, não basta<br />

construir pontes, é preciso<br />

atravessá-las”, disse. “Hoje é<br />

um dia especial, <strong>de</strong> celebração,<br />

que nos faz olhar para o<br />

lado e, juntos, fazer um mercado<br />

melhor. A missão, agora,<br />

é com a gente”, afirmou.<br />

Agora, com o retorno ao<br />

Cenp, a ABA volta a integrar<br />

as instâncias <strong>de</strong>cisórias do<br />

Fórum, como o Conselho Superior,<br />

a Diretoria Executiva e<br />

a Assembleia Geral Extraordinária,<br />

além <strong>de</strong> Comitês e Grupos<br />

<strong>de</strong> Trabalho.<br />

Frank Pflaumer, CMO da<br />

Seara e 1º VP da ABA, afirmou<br />

que a associação tem hoje um<br />

papel <strong>de</strong> mostrar o caminho<br />

para todos os anunciantes,<br />

“principalmente para aqueles<br />

<strong>de</strong> outras parte do Brasil, por<br />

meio das frentes <strong>de</strong> advocacy”.<br />

Já Sandra Martinelli, presi<strong>de</strong>nte-executiva<br />

da ABA, disse<br />

que o retorno ao Cenp vai fortalecer<br />

a atuação da entida<strong>de</strong><br />

“Hoje é um dia<br />

especial, <strong>de</strong><br />

celebração, que<br />

nos faz olHar<br />

para o lado e,<br />

juntos, fazer um<br />

mercado melHor.<br />

a missão, agora,<br />

é com a gente”<br />

Vinícius noVaes<br />

Uma das principais notícias<br />

do ano, pelo menos até<br />

aqui, o retorno da ABA (Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes)<br />

ao Cenp (Fórum <strong>de</strong> Autorregulação<br />

do Mercado Publicitário)<br />

foi dada ao mercado<br />

durante o Cenp Hub, evento<br />

realizado na semana passada,<br />

em São Paulo, que reuniu alguns<br />

dos principais nomes da<br />

indústria da comunicação.<br />

Em uma reunião da diretoria<br />

executiva, realizada na última<br />

quinta-feira (30), a entida<strong>de</strong><br />

ratificou seu retorno ao Fórum,<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma ausência<br />

<strong>de</strong> pouco mais <strong>de</strong> dois anos. À<br />

época, a Associação Brasileira<br />

<strong>de</strong> Anunciantes lembrou que<br />

havia sido uma das entida<strong>de</strong>s<br />

a fundar o Cenp, há mais <strong>de</strong><br />

20 anos, quando o mercado e<br />

os atores do ecossistema publicitário<br />

se encontravam em<br />

‘estágio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

muito diverso do atual, com<br />

<strong>de</strong>safios e perspectivas completamente<br />

diferentes’.<br />

De 2021 para cá, no entanto,<br />

muita coisa mudou, sobretudo<br />

no Cenp. O Fórum <strong>de</strong> Autorregulação<br />

do Mercado Publicitário<br />

trocou <strong>de</strong> diretoria: Caio<br />

Barsotti <strong>de</strong>ixou o cargo <strong>de</strong><br />

presi<strong>de</strong>nte-executivo da enna<br />

construção <strong>de</strong> um mercado<br />

justo, mo<strong>de</strong>rno, competitivo e<br />

responsável.<br />

“Nos últimos anos, temos<br />

nos <strong>de</strong>dicado a dialogar com<br />

li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> anunciantes,<br />

entida<strong>de</strong>s, veículos, agências<br />

e plataformas digitais. Agora,<br />

com a ABA <strong>de</strong> volta ao Cenp,<br />

teremos ainda mais força para<br />

fazer avançar nossas ban<strong>de</strong>iras<br />

em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> uma publicida<strong>de</strong><br />

livre”, afirmou.<br />

AutorregulAção<br />

A Força da Autorregulação<br />

foi o tema <strong>de</strong> um dos painéis<br />

do Cenp Hub. Nele Melissa Vogel,<br />

presi<strong>de</strong>nte do IAB Brasil,<br />

<strong>de</strong>stacou o papel do Cenp, o<br />

qual classificou como ‘emulador’<br />

das novas práticas do<br />

mercado.<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Abap (Associação<br />

Brasileira das Agências<br />

<strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong>), Mario<br />

D’Andrea enfatizou a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> lutar por uma série <strong>de</strong><br />

melhores práticas.<br />

“A publicida<strong>de</strong> brasileira<br />

só é o que é pelas mentes<br />

que passaram pela profissão<br />

ao longo dos anos. E as condições<br />

que o mercado tem <strong>de</strong><br />

oferecer são importantes para<br />

continuarmos entre os melhores<br />

da publicida<strong>de</strong> mundial”,<br />

disse.<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 39


mercaDo<br />

Itaú repete <strong>de</strong>sempenho como<br />

marca mais valiosa do Brasil<br />

Bancos e cervejas dominam o ranking <strong>de</strong> 25 marcas avaliadas pela<br />

consultoria global Interbrand, que supera a cifra <strong>de</strong> R$ 153 bilhões<br />

banco Itaú mantém o posto<br />

<strong>de</strong> marca mais valiosa<br />

O<br />

do Brasil, estimada em R$ 44,3<br />

bilhões, segundo ranking que<br />

acaba <strong>de</strong> ser divulgado pela<br />

consultoria global Interbrand.<br />

O rival Bra<strong>de</strong>sco aparece na sequência,<br />

com valor <strong>de</strong> R$ 28,6<br />

bilhões.<br />

As cervejas também repetem<br />

a sua hegemonia no estudo.<br />

Skol, com R$ 18,8 bilhões,<br />

e Brahma, com R$ 13,3 bilhões,<br />

ambas da Ambev, ocupam a terceira<br />

e quarta posições, respectivamente.<br />

Avaliado em R$ 10,3<br />

bilhões, o Banco do Brasil fecha<br />

o grupo das cinco marcas mais<br />

valiosas, que representa 75% do<br />

valor total do relatório.<br />

Juntas, as 25 empresas elencadas<br />

superam a cifra <strong>de</strong> R$ 153<br />

bilhões, o que equivale a uma<br />

expansão <strong>de</strong> 6% em relação ao<br />

levantamento anterior. Serviços<br />

financeiros (59%), bebidas<br />

alcoólicas (22%) e varejo (12%)<br />

são as categorias mais representativas.<br />

Campanha do banco Itaú com a atriz Fernanda Montenegro e a bebê Alice emocionou os brasileiros com mensagem <strong>de</strong> esperança<br />

Reprodução<br />

grupo das<br />

cinco marcas<br />

mais valiosas<br />

representa 75%<br />

do valor total<br />

do relatório<br />

Degrau a Degrau<br />

A prepon<strong>de</strong>rância do setor<br />

financeiro segue entre os <strong>de</strong>staques<br />

<strong>de</strong>sta edição das Marcas<br />

brasileiras mais valiosas. O estreante<br />

Nubank, por exemplo,<br />

já é o dono da sétima colocação,<br />

com valor <strong>de</strong> R$ 3,8 bilhões. Do<br />

varejo <strong>de</strong> moda, a Renner ganha<br />

espaço ao registrar crescimento<br />

<strong>de</strong> 14%, o maior índice<br />

apurado.<br />

A varejista gaúcha subiu apenas<br />

uma posição, da 12ª para<br />

11ª, mas o seu valor <strong>de</strong> marca<br />

pulou <strong>de</strong> R$ 1,7 bilhão para R$<br />

1,9 bilhão. Além <strong>de</strong> recuperar<br />

lucro, a empresa passou a ser<br />

admirada por <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r ban<strong>de</strong>iras<br />

emergentes, inovações e o<br />

firmar compromisso com a sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

Localiza (13%), PagSeguro<br />

(13%), Atacadão (13%), Hering<br />

(12%), Assaí (11%), Porto Seguro<br />

(11%) e Drogasil (10%) são as<br />

<strong>de</strong>mais companhias que ganharam<br />

<strong>de</strong>staque na pesquisa.<br />

Serviços financeiros, bebidas alcoólicas e varejo são as categorias mais representativas<br />

TomBo<br />

Já a Americanas, que luta<br />

para manter as suas portas<br />

abertas após i<strong>de</strong>ntificar inconsistências<br />

contábeis <strong>de</strong> R$ 20<br />

bilhões, amarga o maior tombo<br />

do levantamento. A marca caiu<br />

da 10ª para a 19ª colocação.<br />

Embora as informações financeiras<br />

utilizadas para elaborar<br />

o ranking consi<strong>de</strong>rem os<br />

anos <strong>de</strong> 2021 e 2022, a força <strong>de</strong><br />

marca das Lojas Americanas sofreu<br />

impacto expressivo com o<br />

rombo fiscal que veio à tona no<br />

último mês <strong>de</strong> janeiro. A <strong>de</strong>svalorização<br />

foi <strong>de</strong> 53%, encolhendo<br />

para R$ 844 milhões.<br />

rísticas encontradas nas marcas<br />

que apresentaram os melhores<br />

<strong>de</strong>sempenhos. “As marcas <strong>de</strong><br />

maior crescimento do estudo<br />

foram as que souberam se<br />

adaptar às rápidas alterações<br />

comportamentais <strong>de</strong> seu público<br />

nesta era on<strong>de</strong> a rapi<strong>de</strong>z e a<br />

certeza da mudança dão forma<br />

ao novo normal”, ressalta Beto<br />

Almeida, CEO da Interbrand.<br />

O Itaú, por exemplo, potencializou<br />

a conexão da marca<br />

com os brasileiros ao colocar no<br />

ar campanha com a atriz Fernanda<br />

Montenegro e a bebê Alice,<br />

que voltaram a emocionar<br />

as pessoas na mensagem <strong>de</strong> fim<br />

<strong>de</strong> ano do banco.<br />

Com a presença <strong>de</strong> Ludmilla,<br />

João Gomes, Marcos Mion e seu<br />

filho Romeo, o filme assinado<br />

pela Africa pedia mais respeito<br />

e acolhimento em <strong>2023</strong>, conectando<br />

a marca aos <strong>de</strong>sejos da<br />

aTrIBuTos<br />

Alinhamento <strong>de</strong> estratégia,<br />

empatia no relacionamento<br />

mantido com os consumidores<br />

e presença no momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> compra são as caractesocieda<strong>de</strong>.<br />

Já com o piloto britânico<br />

Lewis Hamilton, a Galeria<br />

colocou o Itaú Personnalité<br />

na dianteira das conversas entre<br />

os brasileiros.<br />

crITérIos<br />

Realizado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2002, o<br />

ranking das Marcas brasileiras<br />

mais valiosas tem metodologia<br />

<strong>de</strong>senvolvida em conjunto com<br />

a London School of Economics,<br />

que analisa performance financeira,<br />

percepção, influência, conhecimento,<br />

consi<strong>de</strong>ração, preferência,<br />

uso, recomendação e<br />

rejeição. Há ainda uma análise<br />

<strong>de</strong> força <strong>de</strong> marca, apoiada por<br />

uma pesquisa quantitativa realizada<br />

pela Provokers. Nesta<br />

edição, foram entrevistadas<br />

mais <strong>de</strong> 1,1 mil pessoas, entre<br />

homens e mulheres <strong>de</strong> todo<br />

Brasil, acima <strong>de</strong> 15 anos, das<br />

classes A, B e C.<br />

40 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


ESG NO MKT<br />

Freepik<br />

O Brasil do futuro<br />

passa pela energia<br />

O mundo inteiro está numa busca <strong>de</strong>senfreada<br />

por fontes energéticas alternativas<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

mundo inteiro está preocupado com<br />

O as fontes energéticas. A <strong>de</strong>manda por<br />

energia só cresce, mas os meios para obtê-<br />

-la nos países <strong>de</strong>senvolvidos ainda <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />

fundamentalmente <strong>de</strong> combustíveis<br />

poluentes, como <strong>de</strong>rivados do petróleo<br />

e carvão.<br />

O ritmo <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> fontes alternativas,<br />

como eólica e solar, aumenta, mas não<br />

no compasso da <strong>de</strong>manda e, principalmente,<br />

na urgência estabelecida no Pacto Global da<br />

ONU, on<strong>de</strong> espera-se uma contenção significativa<br />

do aquecimento global até 2030 e a<br />

condição <strong>de</strong> Carbono Neutro até 2050.<br />

O contrapé <strong>de</strong>corrente da invasão da Rússia<br />

na Ucrânia, com toda a repercussão nos<br />

países da Otan e o consequente impacto no<br />

fornecimento <strong>de</strong> gás (um combustível menos<br />

poluente) à Europa, compromete o cronograma<br />

<strong>de</strong> países genuinamente <strong>de</strong>dicados<br />

a melhorar sua matriz energética.<br />

Na falta do gás, alguns países se viram<br />

obrigados a aumentar o uso do sujo carvão<br />

para fazer frente às <strong>de</strong>mandas do inverno rigoroso<br />

no Hemisfério Norte.<br />

Não é o caso do Brasil. Graças à aposta nas<br />

hidrelétricas no passado, o Proálcool e, mais<br />

recentemente, o bom crescimento das fontes<br />

eólicas e solares, sem falar na biomassa, nosso<br />

país obteve uma matriz energética invejável,<br />

com perto <strong>de</strong> 80% advindos <strong>de</strong> fontes<br />

renováveis.<br />

É uma condição única, que nos coloca em<br />

posição privilegiada nesse mundo carente<br />

<strong>de</strong> energia limpa.<br />

Os países <strong>de</strong>senvolvidos lançam programas<br />

mirabolantes para tentar tirar o atraso,<br />

como o Moving Forward Act, dos EUA, um<br />

programa <strong>de</strong> incentivo <strong>de</strong> nada menos do<br />

que US$ 1,5 trilhão para acelerar a geração <strong>de</strong><br />

energia ver<strong>de</strong> naquele país.<br />

Além da energia eólica e da solar, que<br />

crescem significativamente no mundo inteiro,<br />

inclusive no Brasil, on<strong>de</strong>, juntas, já representam<br />

mais <strong>de</strong> 23% da matriz energética,<br />

uma opção corre por fora: a do hidrogênio<br />

ver<strong>de</strong>. O hidrogênio é uma fonte <strong>de</strong> energia<br />

supereficiente, três vezes mais po<strong>de</strong>rosa<br />

que a gasolina, por exemplo. E, o melhor,<br />

seu único resíduo, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> usado, é água.<br />

Aí você pergunta: por que então não estão<br />

todos <strong>de</strong>dicados a produzir hidrogênio? A<br />

resposta é simples: para se produzir hidrogênio,<br />

é necessária muita energia para se<br />

aplicar a eletrólise e separar o H2 do oxigênio<br />

existente na água.<br />

Para países on<strong>de</strong> a matriz energética<br />

ainda é suja, não faz sentido usar uma gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combustíveis poluentes<br />

para gerar uma outra fonte não poluente.<br />

Mas o Brasil tem água em abundância e<br />

energia limpa.<br />

Po<strong>de</strong>mos rapidamente produzir o tal<br />

do hidrogênio ver<strong>de</strong>, gerado por fontes renováveis.<br />

Aos países <strong>de</strong>senvolvidos, resta a<br />

opção do hidrogênio azul, advindo <strong>de</strong> fontes<br />

poluidoras, mas tendo o CO2 “enterrado”.<br />

Um processo a ser consi<strong>de</strong>rado, mas muito<br />

mais caro.<br />

Pois bem, imagine o nosso Brasil gerando<br />

uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hidrogênio ver<strong>de</strong>.<br />

Além <strong>de</strong> exportar o exce<strong>de</strong>nte, seremos<br />

também atraentes às empresas interessadas<br />

numa produção mais limpa.<br />

No processo conhecido como nearshoring,<br />

atrairíamos indústrias estrangeiras para<br />

produzir aqui, usando energia limpa.<br />

Perante esse quadro, não é exagero afirmar<br />

que o Brasil está realmente à frente <strong>de</strong><br />

uma janela <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> única para gerar<br />

riqueza e se transformar no país do presente<br />

e não aquele do futuro que nunca chega.<br />

Fala-se muito – e com razão – da proteção<br />

e recuperação do meio ambiente no Brasil e<br />

do potencial dos créditos <strong>de</strong> carbono, mas<br />

uma visão estratégica do tal Brasil Ver<strong>de</strong><br />

passa obrigatoriamente por uma política<br />

que privilegie a produção <strong>de</strong> energia limpa.<br />

E rápido!<br />

Porque o mundo inteiro está numa busca<br />

<strong>de</strong>senfreada por fontes energéticas alternativas,<br />

se utilizando <strong>de</strong> polpudos recursos para<br />

incentivar o seu <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Nessa corrida, o Brasil já saiu na frente,<br />

mas tem <strong>de</strong> continuar em passo acelerado.<br />

A janela <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> está aberta para o<br />

Brasil, mas não por muito tempo.<br />

Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4<br />

alexis@criativista.com.br<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 41


click do Alê<br />

Alê Oliveira aleoliveira@propmark.com.br<br />

Jens é homenageado pela filha Anne Olesen<br />

Jens Olesen celebra seus 80 anOs<br />

Um dos principais nomes da publicida<strong>de</strong> brasileira, Jens Olesen reuniu amigos e familiares para<br />

comemorar seus 80 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. A festa ocorreu no último sábado (25), no Espaço Escandinavo,<br />

em São Paulo. O dinamarquês chegou ao Brasil em 1976, e se tornou um dos maiores nomes<br />

da história da propaganda brasileira, presidindo a McCann-Erickson Brasil por 30 anos.<br />

Tiago Ferrentini<br />

Jens comemora aniversário ao lado <strong>de</strong> amigos<br />

Jens e Renata Olesen celebram data com amigos e<br />

familiares<br />

Armando Ferrentini parabeniza Jens Olesen<br />

Milton “Cebola” Mastrocessario com Jens Olesen<br />

Tiago Ferrentini comemora com Jens Olesen<br />

Octavio <strong>de</strong> Barros e Jens Olesen<br />

Jens e Renata Olesen com Clarice e Armando Ferrentini<br />

Jens Olesen ao lado <strong>de</strong> Rogério Avelar, prefeito <strong>de</strong> Lagoa<br />

Santa-MG; dr. Renato Pacheco, cônsul-geral da Suécia; e<br />

professor Carlos Alberto Xavier<br />

Jan Olesen e Silvia Chagas<br />

Olesen com o bolo comemorativo dos seus 80 anos<br />

42 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


DOria lança biOgrafia<br />

João Doria reuniu uma multidão <strong>de</strong> amigos, publicitários, políticos e<br />

familiares no lançamento do livro O po<strong>de</strong>r da transformação. O evento<br />

foi realizado no último dia 27, na Livraria da Travessa do Shopping Iguatemi,<br />

em São Paulo. A obra, publicada pela Matrix Editora, é assinada<br />

pelo cientista social, jornalista e escritor Thales Guaracy.<br />

João Doria com seu livro nas mãos<br />

Erh Ray, Ênio Vergeiro e Raul Doria<br />

Michel Temer<br />

Armando Ferrentini e João Doria<br />

Wilson Ferrari, Ângelo <strong>de</strong> Sá Jr. e Walter Zagari<br />

Paulo Zoéga e Fernanda Chiavone<br />

Mario D’Andrea<br />

Ênio Vergeiro, Rino Ferrari, Luiz Carlos Dutra e Esdras Maciel<br />

Thales Guaracy e João Doria<br />

Luiz Lara e Mario Anseloni<br />

Angelo Derenze, Claudio Ferreira e Raul Doria<br />

Livraria da Travessa ficou completamente lotada<br />

Joyce Hasselmann e Bia Doria<br />

João Doria, Clarice e Armando Ferrentini<br />

Julio Anguita, Eduardo Fischer e Guilherme Paulus<br />

Roberto Duailibi<br />

Padre Júlio Lancellotti<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 43


we<br />

mkt<br />

jaikishan patel/Unsplash<br />

Acorda, Jack Daniel’s<br />

“O uísque é o melhor amigo do homem:<br />

é um cachorro engarrafado” .<br />

Vinicius <strong>de</strong> Moraes<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Conheci o uísque <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa. Bauru,<br />

Avenida Rodrigues Alves, 979, telefone<br />

792. Início dos anos 1950. Nas melhores casas<br />

da cida<strong>de</strong> era costume ter uma garra <strong>de</strong><br />

Old Parr para os momentos <strong>de</strong> celebrações.<br />

Já para os momentos triviais, o velho, bom<br />

e confiável Cavalo Branco. White Horse.<br />

Nos bailes <strong>de</strong> Carnaval do Bauru Tênis<br />

Clube, os homens, boa parte <strong>de</strong>les, e para<br />

não pagar o uísque mais caro do clube, levavam<br />

numa garrafa <strong>de</strong> guaraná Antarctica<br />

algumas doses... Dentre outros, meu pai<br />

Carlos, e meus tios Zézito e Zé<strong>de</strong>Franco.<br />

Em São Paulo, as novida<strong>de</strong>s foram se revelando.<br />

Numa certa época, o Ballantine’s.<br />

De uma forma fugaz, o Pinwinnie, com<br />

seu gosto característico e o roxo na embalagem,<br />

ocupou algum espaço. Mas, repito,<br />

por pouco tempo.<br />

E, enquanto isso, correndo por fora, em<br />

raia própria, e <strong>de</strong>ntre os bourbons, foi se<br />

impondo o Jack Daniel’s. Até hoje o meu<br />

preferido. E agora, neste preciso momento,<br />

o mais conhecido e admirado uísque bourbon<br />

do mundo, Jack Daniel’s, diante <strong>de</strong> seu<br />

maior <strong>de</strong>safio. Vamos lá!<br />

Tudo começa com um escravo do Tennessee,<br />

que ensinou Jack Daniel a fazer<br />

aquele tipo <strong>de</strong> uísque. Descoberta recente<br />

<strong>de</strong> autora <strong>de</strong> uma escritora afro-americana,<br />

Fawn Weaver.<br />

Em férias em Cingapura, Fawn leu<br />

sobre “Nearest” Green, um escravo que<br />

passou a receita do Jack Daniel’s a Jack<br />

Daniel. Decidiu passar a limpo. Pegou um<br />

avião em Los Angeles e foi para Nashville.<br />

Inscreveu-se em três tours na <strong>de</strong>stilaria,<br />

e, nada... Nada <strong>de</strong> se falar <strong>de</strong> “Nearest”<br />

Green... Foi atrás, recorreu a livros, bibliotecas<br />

e mais documentações, resgatou a<br />

linha do tempo entre Green e Daniel, e<br />

concluiu: Green não apenas ensinou a ciência<br />

e a arte <strong>de</strong> produzir um <strong>de</strong>terminado<br />

tipo <strong>de</strong> uísque a Jack Deniel, como foi<br />

o primeiro mestre <strong>de</strong>stilador negro dos<br />

Estados Unidos, trabalhando para Jack.<br />

Conclusão, <strong>de</strong>vidamente contratada pela<br />

<strong>de</strong>stilaria, Fawn segue escrevendo a verda<strong>de</strong>ira<br />

história <strong>de</strong> um dos uísques mais<br />

emblemáticos do mundo.<br />

Porém, como diria Paulinho da Viola,<br />

“Ai, porém” – sempre tem um, porém – nos<br />

ensinamentos <strong>de</strong> Green, para aquela cor e<br />

gosto, a presença <strong>de</strong> um... Fungo! Isso mesmo,<br />

fungo. E neste exato momento, o hoje<br />

conhecido Fungo do Etanol, mais conhecido<br />

como fungo do uísque, é figura presente<br />

em muitas <strong>de</strong>stilarias.<br />

E a gritaria que repercute e reverbera em<br />

todo o mundo localiza-se no Condado <strong>de</strong><br />

Lincoln, Tennessee. On<strong>de</strong> os moradores,<br />

cansados e revoltados, reclamam <strong>de</strong> uma<br />

crosta escura que foi tomando conta <strong>de</strong> residências,<br />

carros, placas <strong>de</strong> estradas, comedouros<br />

<strong>de</strong> passarinho, e tudo o mais que fica<br />

ao ar livre. Águas das piscinas, também,<br />

cheirando a Jack Daniel’s...<br />

Para envelhecer seu famoso e consagrado<br />

uísque, cuja produção não para <strong>de</strong> crescer,<br />

a <strong>de</strong>stilaria precisa construir mais e<br />

mais Barrelhouses – casas <strong>de</strong> barris – que<br />

as novas Barrelhouses trariam para a cida<strong>de</strong><br />

– mais <strong>de</strong> U$S 1 milhão em impostos... E<br />

aí instalou-se uma megaconfusão.<br />

Segue a briga, cresce a fama <strong>de</strong> Jack<br />

Daniel’s, e mais alguns dias e ninguém fala<br />

mais nisso. Mas, se for uma empresa competente<br />

e madura, e consciente do valor <strong>de</strong><br />

sua marca, certamente a Jack Daniel’s encontrará<br />

uma outra forma <strong>de</strong> envelhecer<br />

seu uísque, sem precisar disseminar seu<br />

“flavor” por toda a comunida<strong>de</strong> e vizinhança.<br />

Desafio <strong>de</strong> branding que empresas maduras<br />

e consistentes superam com relativa<br />

facilida<strong>de</strong>. Ou não?!<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

44 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


supercenas<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

Fotos: Divulgação<br />

Gabriella Savino e Mauro Yoshida, atletas da modalida<strong>de</strong> calistenia, emprestam imagem para a campanha Encante-se pelo caminho , da Track&Field, que lança sua nova coleção<br />

LIFESTYLE<br />

Conectada ao universo wellness, a marca Track&Field usa a diversida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> momentos na campanha Encante-se pelo caminho, criada<br />

pela sua in house, que apresenta imagens dos esportistas Gabriella<br />

Savino e Mauro Yoshida, <strong>de</strong> calistenia, produzidas na Casa<br />

das Cal<strong>de</strong>iras, na capital paulista. Os atletas profissionais Brendon<br />

Bressan e Marina Ferrari, <strong>de</strong> corrida <strong>de</strong> montanha, foram fotografados<br />

na Pedra do Baú, na Serra da Mantiqueira, em São Bento do<br />

Sapucaí (SP). “Mais do que apresentar novos produtos, nosso propósito<br />

é promover um estilo <strong>de</strong> vida mais ativo e saudável por meio<br />

<strong>de</strong> todas as iniciativas da marca”, esclarece a executiva Laura Marquez,<br />

head <strong>de</strong> marketing da Track&Field.<br />

ALADAS<br />

A plataforma Aladas, criada pela empresária Daniela Graicar, da<br />

agência <strong>de</strong> PR Pros, organizou encontro no último mês <strong>de</strong> março<br />

para <strong>de</strong>bater temas que cercam o universo da mulher. O evento foi<br />

transmitido pelo YouTube com apoio da revista Exame. Marcaram<br />

presença Maria Clara Dias, repórter <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo e negócios<br />

<strong>de</strong> Exame, e Dani Junco, fundadora da B2Mamy.<br />

Letícia Suher, da agência Sr. Jorge, acredita na expansão para Portugal: “Crescimento”<br />

Maria Clara Dias (Exame), Daniela Gaicar (Pros e Aladas) e Dani Junco (B2Mamy)<br />

INTERNACIONAL<br />

Criada em 2019 pela CEO e growth business Letícia Suher, a<br />

agência Sr. Jorge, responsável pelo atendimento no país às marcas<br />

Suvinil, Vagas.com, Vagas for Business, Liber e Reciclus,<br />

está trabalhando na internacionalização <strong>de</strong> marcas brasileiras<br />

em Portugal e projeta novos negócios e crescimento para este<br />

ano <strong>de</strong> <strong>2023</strong>. “Internacionalizar uma marca é uma ação cheia <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>talhes e <strong>de</strong>safios”, resume Letícia, que constatou a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> expansão ao ler a pesquisa do Alto Comissariado para<br />

Migrações (ACM) <strong>de</strong> Portugal que afirma que 65% das empresas<br />

abertas em Portugal foram criadas por brasileiros.<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 45


última página<br />

Freepik<br />

time “shit”<br />

stalimir vieira<br />

Eu sei que a piada é velha. Mas o assunto<br />

<strong>de</strong> que vou tratar também é. De 1975,<br />

quando iniciei em propaganda, até o fim<br />

da década <strong>de</strong> 1990, ninguém parecia muito<br />

preocupado com timesheet. Era tão evi<strong>de</strong>nte<br />

a paixão com que os profissionais<br />

abraçavam o seu trabalho, que ninguém<br />

suspeitava que matássemos o tempo. Na<br />

verda<strong>de</strong>, até costumávamos matar, mas<br />

era sempre pelo bem da tarefa que estava<br />

sendo cumprida.<br />

Não era incomum abandonar<br />

a mesa <strong>de</strong> trabalho no meio da<br />

tar<strong>de</strong> e nos enfiarmos numa livraria,<br />

on<strong>de</strong> ficávamos horas folheando<br />

livros diversos, <strong>de</strong> arte,<br />

<strong>de</strong> moda, <strong>de</strong> fotografia etc. Ou,<br />

quem sabe, entrarmos num cinema<br />

e prestarmos bem atenção<br />

em algumas sequências inspiradoras<br />

<strong>de</strong> um filme qualquer.<br />

Pelo menos nas agências que<br />

forjaram as minhas convicções<br />

sobre criação em publicida<strong>de</strong>,<br />

jamais alguém perguntou quanto tempo<br />

eu gastara para criar <strong>de</strong>terminada peça<br />

ou campanha.<br />

Primeiro, porque habitualmente era<br />

bastante rápido, pela qualida<strong>de</strong> do resultado<br />

final. Claro que reclamávamos dos<br />

prazos inúmeras vezes, mas, com prazo ou<br />

sem prazo, metíamos a mão na massa vigorosamente,<br />

e nos saíamos bastante bem,<br />

principalmente por amor ao trabalho e respeito<br />

por nossos superiores, gente capaz<br />

<strong>de</strong> fazer melhor e mais rápido do que nós.<br />

“A primeirA<br />

vez que ouvi<br />

fAlAr em<br />

timesheet<br />

<strong>de</strong> perto foi,<br />

ironicAmente,<br />

numA AgênciA<br />

em que eu<br />

erA sócio”<br />

A primeira vez que ouvi falar em timesheet<br />

<strong>de</strong> perto foi, ironicamente, numa agência em<br />

que eu era sócio. Alguém, muito preocupado<br />

com controle <strong>de</strong> custos e formação <strong>de</strong> preço,<br />

trouxe a novida<strong>de</strong>, e instalou o sistema.<br />

Como não era minha área <strong>de</strong> ascendência,<br />

não quis criar caso. Até o dia em que houve<br />

uma tentativa <strong>de</strong> me submeter a medições. O<br />

tempo fechou e só não terminou em divórcio<br />

porque houve bom senso, não necessariamente<br />

da minha parte. Hoje em dia, todo o<br />

job, seja na agência, seja para um frila, vem<br />

acompanhado <strong>de</strong> um mecanismo <strong>de</strong> controle<br />

<strong>de</strong> timesheet, que o pobre criativo precisa<br />

preencher como se fosse um apontador <strong>de</strong><br />

estação ferroviária. Brochante. Começar o<br />

trabalho, acionando algum aparato medidor<br />

da “produtivida<strong>de</strong>”, me soa como <strong>de</strong>saforo.<br />

Em caso <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>,<br />

aceito que alguém, preocupado<br />

em reunir as variáveis para a <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> uma conta a ser paga<br />

pelo cliente, me pergunte quanto<br />

tempo usei na tarefa. Posso<br />

falar <strong>de</strong> boa vonta<strong>de</strong>; se achar<br />

conveniente, posso até inventar<br />

que levei mais tempo ainda.<br />

Mas não me venham com métricas,<br />

afeitas à <strong>de</strong>sconfiança estabelecida,<br />

em tempos recentes,<br />

entre os pares do nosso negócio.<br />

A normalização e a consagração do timesheet,<br />

como ferramenta imprescindível<br />

para a segurança <strong>de</strong> quem <strong>de</strong>manda e<br />

a a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> quem é <strong>de</strong>mandado, são<br />

reveladoras da “evolução” <strong>de</strong> um negócio<br />

que era baseado em arte aplicada (e aí residia<br />

seu sucesso como negócio), para um<br />

negócio baseado em números.<br />

Não por acaso, propaganda é cada vez<br />

mais commodity. A originalida<strong>de</strong> da i<strong>de</strong>ia,<br />

necessária para otimizar o investimento<br />

numa mídia muito cara, vai sendo substituída<br />

pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escalar em velocida<strong>de</strong>,<br />

numa mídia muito barata. Ou seja,<br />

é preciso fazer muito e muito rápido. Antes,<br />

importava o quê; hoje, não.<br />

Stalimir Vieira é diretor da Base <strong>de</strong> Marketing<br />

stalimircom@gmail.com<br />

46 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Marcello Barbusci<br />

Para toda boa criação<br />

há uma referência.<br />

We transforme your dream<br />

Na<br />

em<br />

sua<br />

in realida<strong>de</strong> a reality<br />

impressão<br />

on no paper. papel.<br />

também.<br />

Nós transformamos seu sonho<br />

Nós We transformamos transforme your seu dream sonho<br />

em in realida<strong>de</strong> a reality on no paper. papel.<br />

“The “A qualida<strong>de</strong> quality do of paper papel e and o processo the printing <strong>de</strong> impressão process<br />

são nossas are our priorida<strong>de</strong>s priorities para for the a melhor best <strong>de</strong>livery.” entrega.”<br />

Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />

“The “A qualida<strong>de</strong> quality do of paper papel e and o processo the printing <strong>de</strong> impressão process<br />

são nossas are our priorida<strong>de</strong>s priorities para for the a melhor best <strong>de</strong>livery.” entrega.”<br />

Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />

Targeted Revistas Newspapers Jornais e Didatic Livros Catalogs Catálogos and e Paper Papel<br />

segmentadas magazines Tablói<strong>de</strong>s Tabloids Didáticos books yearbooks anuários recycled reciclado<br />

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segmentadas magazines<br />

Jornais We etransforme Didatic Livros Catalogs Catálogos your and e dream Paper Papel<br />

Tablói<strong>de</strong>s Tabloids Didáticos books yearbooks anuários recycled reciclado<br />

in a reality on paper.<br />

Newspapers<br />

For Para For more maiores more information, informações call call us ligue us on on +55 para +55 11 11 2065 0766<br />

ou envie or drop um or us drop e-mail an us email para an email orcamento@referenciagrafica.com.br<br />

ca.com.br<br />

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