MEDEIA'S VINDICTA
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A Vindicta de Medeia é um tríptico baseado em
Medeia, uma tragédia clássica de Eurípedes que se centra
na sede de vingança de uma esposa contra o marido
infiel. O episódio selecionado materializa a ira desta
personagem que é explorada através de um cruel plano
de vindicta.
O tríptico é composto por uma série de cinco
imagens, desenvolvidas através de uma encenação
fotográfica de forte pendor poético. Estas recorrem a uma
simbologia específica, conferindo um novo ambiente à
narrativa, ou seja, a obra sob uma visão alternativa. Estas
são, ainda, fruto de uma pesquisa sobre o Belo, o Sublime
e o Feio na arte, traduzindo, simultaneamente, a beleza
contida em cenários abruptos e a fealdade que atrai o
olhar do observador, perturbando a ilusão de segurança
da nossa existência cotidiana regulada e ordenada.
A primeira cena apresenta-nos a personagem
Medeia, que se encontra serena a ouvir com deleite o
decorrer do seu plano. Conhecedora das virtudes mágicas,
esta alicia a rival, pelo fascínio dos presentes, para uma
morte atroz. A segunda cena do tríptico traduz a entrega
desta prenda envenenada. Ao experimentar a oferta de
Medeia, Glauce observa-se ao espelho, satisfeita com a
imagem que este lhe devolve. Este cenário gracioso é,
rapidamente, substituído por gestos descontrolados de
sofrimento que o veneno produz no corpo da vítima.
A última imagem traduz a concretização do plano de
Medeia. No solo, encontra-se o corpo inanimado da
princesa, agora completamente irreconhecível.
Os ramos de espinhos utilizados são um dos
elementos principais das fotografias e interligam-se com
as ideias centrais da peça. Este episódio de vingança é
executado através de uma prenda ilusória, esta parece
bela por fora, no entanto, está repleta de veneno, algo
ao qual se pode equiparar os espinhos. Recorri a este
símbolo para a adaptação fotográfica, já que, apresenta
a ideia de ferir e magoar, um sentimento desagradável
que Medeia procurou originar.